O Espaço Entre Nós: Um Relato Pessoal Sobre Um País Quase Pacífico
Exposição individual de Violeta dos Santos Moura
13 Outubro - 17 Novembro de 2018
Espaço Mira, Porto, entrada Livre
Curadoria de Susana Gaudêncio.
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O Espaço Entre Nós: Um Relato Pessoal Sobre Um País Quase Pacífico da fotojornalista Violeta dos Santos Moura, é um diário visual da sociedade portuguesa actual, não exaustivo e em contínua progressão, de como nos vamos tratando uns aos outros no terceiro país mais pacífico do mundo.
A fotógrafa apresenta trabalhos inéditos, registados entre 2012 e 2018, um pouco por todo o país, nomeadamente, Lisboa, Porto e Vila Real.
O relatório anual do Índice Global da Paz de 2017 coloca Portugal na terceira posição dos países mais pacíficos do mundo, atrás da Islândia e da Nova Zelândia, no entanto o país está longe de ser exemplar a nível social.
Apesar de ser um dos destinos turísticos mais procurados actualmente, o Portugal das brochuras e do instagram convive com um país onde a discriminação é pessoal, a violência íntima e a distância entre as pessoas palpável, seja por divergências religiosas, económicas, políticas ou de género.
Portugal conta com legislação e instituições em consonância com a direção mais progressista no bloco da União Europeia, mas nas relações não mediadas institucionalmente a narrativa é diferente. No dia-a-dia, sente-se o contraste entre uma sociedade tecnologicamente avançada, mas também conservadora nos seus costumes — há mulheres agredidas por companheiros numa média de cem vítimas por semana; colocam-se sapos à entrada de lojas porque se crê que afastam ciganos; certos senhorios não alugam casas a cidadãos africanos, brasileiros ou outras minorias; idosos e famílias inteiras são despejados em prol do rentável negócio do alojamento local e temporário.
Depois de anos a conviver com dissidentes políticos, elementos inesperados de mudança, guerras, conflitos e revoluções além fronteiras, Violeta dos Santos Moura reflecte sobre o seu país de origem, por vezes com um olhar crítico, por outras empático.
A exposição estabelece um espaço público alternativo àqueles em que Violeta dos Santos Moura habitualmente publica. Trata-se de um documento de crítica social, um artigo visual de opinião, fazendo o registo das discordâncias que co-habitam no terceiro país mais pacífico do mundo.
Violeta Santos Moura
Vila Real (1983). Fotojornalista e jornalista freelancer, nasceu em Vila Real de Trás-os-Montes. Depois de vários anos em Telavive e Jerusalém como correspondente freelancer para a Agência LUSA e Radio France Internacional, Violeta enveredou pela reportagem visual sobre a forma do fotojornalismo. Desde então as suas reportagens fotográficas e escritas têm-na levado desde Portugal e Espanha, durante a crise económica europeia, até ao Médio Oriente, para cobrir o conflito Israelo-Palestiniano e até Cachemira para retratar o domínio militar por parte da Índia sobre a população civil e o território de Caxemira 70 anos depois da chegada das tropas indianas ao território himalaio. Em 2017 Violeta foi distinguida pelos editores da revista TIME como uma de “34 mulheres fotógrafas a seguir” a nível mundial.
O seu trabalho tanto fotográfico como escrito tem sido publicado pela Al Jazeera, Foreign Affairs, Newsweek [Japão], Courrier International, Rhythms Monthly [Taiwan/Formosa], Profil [Áustria], Il Reportage [Itália], Informatìon [Dinamarca], El País [Espanha], The Week [EUA], The International Business Times, Sydney Morning Herald [Austrália], Aftenposten Innsikt [Noruega], Woz Die Wochenzeitung [Suíça], Haaretz [Israel], RFI — Radio France Internationale, Agência LUSA, La Vanguardia [Espanha], Diario ABC [Espanha], entre outros.
Lisboa (1977). Artista. Licenciada em Pintura (FBAUL). Mestre em Belas Artes (Hunter College. City University New York). Doutoranda (FBAUL) e membro do Centro de Investigação e de Estudos em Belas Artes (CIEBA) onde investiga sobre o tema “Máquinas de Imaginar: O Impulso Utópico na Arte Contemporânea”.
Entende a produção artística como plataforma para encontrar novas possibilidades de problematização da utopia, enquanto dispositivo crítico do quotidiano, eminentemente político. Publicou, entre outros, o livro Época de estranheza em frente ao mundo (2012, DOIS DIAS ed.); Luz Perpétua (2014, seis fascículos desenvolvidos no âmbito de residência artística no arquivo da Fundação EDP); Repertório: histórias e estórias de cartazes (2016, publicação produzida no âmbito de “Your body is my body. Coleção de Cartazes de Ernesto de Sousa”, Museu Coleção Berardo, Lisboa).
Comissariou a exposição “O princípio da Inércia” sobre o mote das revoluções coloridas, Pavilhão Branco, Lisboa (2012), “Viagens de livros. O livro de artista nos 25 anos da ESAD.CR”, MiMO, Leiria (2015), e a exposição “Páginas Inquietas: sobre documentos insubmissos”, Espaço Mira, Porto (2016).
Exposições individuais e coletivas: Centro de Artes Visuais, Coimbra (2004); ISE Foundation, Nova Iorque (2009); Museu da Electricidade (2009, 2014); Museu Gulbenkian (2010, 2016); Museu do Chiado, Lisboa (2012); SESC Pinheiros, São Paulo (2015); Galerie der Kunstler, Munique (2016). É membro fundador do “Círculo de Leitoras Peripatéticas”, com Sofia Gonçalves e Susana Pomba e do colectivo Pessoa Colectiva com Mafalda Santos. Coordena o Programa Educativo da Casa da Arquitectura – Centro Português de Arquitectura. É docente no Mestrado de Artes Plásticas na ESAD, Caldas da Rainha.
GALERIA
Direção do Espaço MIRA | Manuela Matos Monteiro e João Lafuente
Direção artística | José Maia
Assistente de Galeria e Press Officer | Patrícia Barbosa
Fotografia | Manuela Matos Monteiro, Patrícia Barbosa, Rui Apolinário e José Vaz Silva
Vídeo | João Lafuente, Patrícia Barbosa
Rua de Miraflor nº 159, Campanhã, Porto. 4300-334
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