Corpos pardos com dispositivos de alteridade
Este conjunto de trabalhos tem como base de investigação uma série de objetos museológicos da comunidade indígena brasileira Jurupixuna, na coleção Viagem Filosófica, 1783-1792, de Alexandre Rodrigues Ferreira pela Amazônia brasileira, no acervo do Museu da Ciência em Coimbra. Estes objetos são considerados máscaras mas, na apropriação artística de Jorge Cabrera, configuram-se como dispositivos que, conectados ao corpo do artista, criam um elemento político ancestral. Ações performáticas com estes dispositivos realizadas pelo artista estão ligadas a uma revisão histórica, que aponta para a inserção de corpos outros na cultura ocidental e traz novos olhares para os objetos rituais musealizados, descontextualizados e em reservas técnicas. Diferentes produções caracterizam esta ação artística / política, tais como videoperformance, fotoperformance, desenho, pintura, objetos e outros médias.
“Dispositivos de alteridade como estratégias de inserção” vai na contramão de projetos de branqueamento ou etnocentristas, desenvolvidos entre o final do século XIX e início do XX nas Américas. Essas tentativas de apagamento indígena em um sistema de violência simbólica, expressam-se atualmente por meio de falas e atitudes discriminativas associadas ao não reconhecimento ancestral no Brasil.
Fotoperformance
Corpos em trânsito com dispositivos de alteridade. Vídeoperformance. 2018 -
Trata-se de ações realizadas com a presença do público ou para a câmara, que revelam a presença de outros corpos que carregam geografias para falar de outras culturas, que ainda resistem. corpos em trânsito traz a experiência das migrações que nos lembram que todos e todas somos estrangeiros em qualquer lugar.
Arte é de todxs. Ações de mediação. 2019 -
As ações de mediação que se apresentam, são experiências enquanto artista, educador e mediador. Estas servem como instrumento que opera como criação de “experiências e de convivências criativas”, coletivas. Entretanto, as pessoas experienciam ambientes focados em processos e na ativação de outros conhecimentos sensíveis a cada um, independente de grupos, culturas e outros.
Reescrever histórias
o suporte do livro, da página, é a oportunidade da reescrita, de contar outras histórias desde a perspectiva da margem e não do centro, assim como das intervenções urbanas.
Dispositivos de Alteridade. Fotoperformances. 2018 -
Este conjunto de trabalhos tem como base de investigação uma série de objetos museológicos da comunidade indígena brasileira Jurupixuna, declarada extinta no século XIX. A apropriação simbólica destes objetos configura um dispositivo ressignificado, que conectado ao corpo do artista cria um corpo político de auto-empoderamento ancestral, de ações performáticas ligadas a uma revisão histórica, etnográfica, que atualiza a inserção de corpos Outros na cultura ocidental.