Estrelas congolesas Staff Benda Bilili lideram presença africana no FMM Sines 2010

O FMM Sines - Festival Músicas do Mundo, o maior festival de “world music” realizado em Portugal, está de volta à cidade de Sines nos dias 28, 29, 30 e 31 de Julho, com 26 concertos nos cenários do Castelo e da Praia Vasco da Gama. África é novamente a origem de alguns dos artistas mais aguardados.

Eleito melhor grupo do ano na edição de 2010 dos prémios de “world music” da Songlines, Staff Benda Bilili (R. D. Congo) são os cabeças-de-cartaz do festival, como demonstra a sua posição no programa: último concerto do palco histórico do Castelo, no dia 31 de Julho, às 00h30, parcialmente coincidente com o tradicional espectáculo de fogo-de-artifício.

Constituído por músicos de rua paraplégicos que viviam dentro e nos arredores do jardim zoológico de Kinshasa, os Staff Benda Bilili fazem música de extraordinário poder e beleza. Os “grooves” hipnóticos enraizados na rumba local, entrelaçados com vozes vibrantes, mostram ecos de funk, R&B da velha escola, música cubana e reggae. Quatro cantores / guitarristas seniores, sentados em triciclos transformados, são o núcleo da banda, ajudados por uma secção rítmica mais jovem e totalmente acústica. As letras são conselhos sábios e irónicos ao povo que vive nas ruas. Intitulado “Très Très Fort”, o seu primeiro álbum foi produzido por Vincent Kenis (também responsável pela série Congotronics) e foi considerado o melhor de 2009 por revistas como a Mojo e a fRoots. O documentário biográfico “Benda Bilili!”, de Florent de la Tullaye e Renaud Barret, apresentado na última edição do festival de Cannes, será projectado algumas horas antes do concerto (às 15h30), no Auditório do Centro de Artes de Sines.

O Congo envia as suas estrelas mais brilhantes, mas o Mali é o país africano com mais representantes no FMM Sines 2010: Tinariwen, Cheick Tidiane Seck feat. Mamani Keita e Founé Diarra Trio (neste caso, juntamente com o quarteto do bretão Jacky Molard).

Vencedores do prémio Uncut para melhor disco lançado em 2009, “Imidiwan”, os Tinariwen fazem uma síntese entre a música da África Ocidental e do Magrebe, o rock e os blues.  Thomas Dorn Thomas DornFormados em 1979, têm uma longa história de resistência, cultural, mas também de guerrilha literal, em prol do povo tuaregue que vive no norte do Mali. Hoje em paz, são uma das raras bandas que, mantendo a integridade, conseguem competir com os gigantes do rock no seu próprio jogo. O seu espectáculo em Sines está marcado para o dia 30 de Julho, às 00h30, no Castelo.

No dia 31 de Julho, às 23h00, no Castelo, Cheick Tidiane Seck, o génio africano do Hammond, além de um grande guitarrista, cantor, compositor e arranjador, junta-se a Mamani Keita, uma das melhores vozes do Mali, para uma fusão entre as raízes mandingas e vários ramos da música afro-americana.

No dia 29 de Julho, às 23h30, o melhor concerto de fusão do festival está também marcado para o Castelo. N’Diale significa “o prazer de estar juntos” em língua bambara e é isso que acontece entre os dois lados deste super-grupo: o quarteto do violinista bretão Jacky Molard e o trio da cantora maliana Founé Diarra.

 Bill Akwa Bétotè Bill Akwa Bétotè Símbolo do interesse renovado da nova geração portuguesa pela música africana, Cacique’97 cruza o afrobeat de Fela Kuti com várias tradições lusófonas numa celebração do “melting pot” lisboeta. Formado em 2005, o grupo junta músicos de origem moçambicana e portuguesa. A não perder no dia 28 de Julho, às 20h00, no palco da Praia Vasco da Gama.

Estrela emergente do circuito da “world music”, o cantor, guitarrista e compositor Kimi Djabaté colocou a Guiné-Bissau na primeira divisão da música tradicional mandinga e toca no Castelo, no dia 30 de Julho, às 18h00. “Karam”, o seu álbum mais recente, expressão das suas raízes griots, presta homenagem ao povo, alma e espírito de África que estão no coração da sua música.

Batida fecha o festival em modo festivo no dia 31 de Julho, a partir das 4h00, no palco da praia. Nascido no seio da Rádio Fazuma, Batida recupera a melhor música feita em Luanda nos anos 60 e 70. Um grupo de músicos, DJ’s e bailarinos portugueses e angolanos transfere para o palco o álbum sensação de 2009, “Dance Mwangolé”.

BatidaBatidaInformação completa sobre o FMM Sines em www.fmm.com.pt

por Câmara Municipal de Sines
Palcos | 8 Julho 2010 | FMM, músicas do mundo