Em Tempo de Erros (1992), Muhammad Chukri
«Procurei o jogo da vida e os seus símbolos, não a sua verdade: a obscuridade e o enigma em vez do claro e do simples, o desconhecido em vez do óbvio, a miragem em vez da água.»
Em Tempo de Erros (1992), Muhammad Chukri prossegue o duro relato autobiográfico iniciado em Pão Seco. Nesta história de uma vida no fio da navalha, assistimos aos anos de aprendizagem do autor, à sua crescente obsessão pela leitura, num quotidiano de pobreza e delinquência, e ao advento de um escritor. Entre a família em Tânger e a escola em Laraxe, preenchem os seus dias uma galeria de almas perdidas, amigos e amantes com a marca da loucura e, diz-nos, «bárbaros com quem vivi de noite em estreitas ruelas e tabernas duvidosas». Num país onde «os inteligentes enlouqueceram e deliram pelas ruas, e os que merecem ficar aqui emigraram», Chukri revisita a doença, a idade adulta e as amizades com os marginais estrangeiros atraídos por Tânger, reiterando a impossibilidade de aniquilar os desejos que o movem.
TÍTULO ORIGINAL ﺯﻣﻦ الأخطاء (Zaman al-Akhṭāʾ), TRADUÇÃO DO ÁRABE Hugo Maia, ILUSTRAÇÃO DA CAPA Gonçalo Duarte.
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