De Vincenzo Russo publicado pelas Edições Afrontamento no âmbito da coleção Memoirs é lançado em Lisboa, no dia 5 de maio de 2022, na Biblioteca de Alcântara, pelas 18h00. A apresentação está a cargo de José Pedro Castanheira.
Biblioteca de Alcântara, R. José Dias Coelho 27-29, 1300-327, Lisboa
No dia 20 de Maio de 2022, o livro será apresentado em Coimbra por Margarida Calafate Ribeiro e Miguel Cardina, no Centro de Estudos Sociais, sala piso 3, pelas 15h00.
Centro de Estudos Sociais, Colégio da Graça, Rua da Sofia 136-138, Coimbra.
Sinopse:
Lembrem-se que a Resistência não terminou de forma alguma com a derrota do fascismo. Continuou e continua contra tudo o que sobrevive daquela mentalidade, daqueles métodos; contra qualquer sistema que dá a poucos o poder de decidir por todos. Continua na luta dos povos submetidos ao colonialismo, ao imperialismo, pela sua independência efetiva. Continua na luta contra o racismo. Em suma: enquanto houver exploradores e explorados, opressores e oprimidos, quem tem muito e quem morre de fome, haverá sempre que escolher de que lado estar. Foi com essas palavras que Giovanni Pirelli, o intelectual antifascista e anticolonialista, traçava uma continuidade entre a experiência da Resistenza italiana ao nazifascismo e as lutas de libertação do Terceiro Mundo.
Com este livro ( 2022, Edições Afrontamento | Memoirs) pretendíamos refletir sobre a euforia da solidariedade e do conhecimento de uma constelação de intelectuais italianos por um Terceiro Mundo em luta: contaríamos os sucessos, o impulso ideal e ideológico, os limites (cognoscitivos e de meios), e a sua consumação no prazo de uma geração. Teríamos, porém, acabado por mostrar apenas o reflexo de um objeto que é central na nossa pesquisa: as lutas de libertação africanas contra o colonialismo português. Para escrever uma “história cultural” que pudesse contribuir para a compreensão de aspetos marginais e esquecidos da história da cultura portuguesa, da história dos países africanos independentes e das culturas dos povos (como o italiano) solidários com os colonizados, recorremos à dimensão contrapontística (de que fala E.W. Said), na qual a resistência ao Império, a última resistência anticolonial (África) ao último Império europeu (Portugal) do séc. XX é analisada, não dualisticamente, mas no interior de um quadro mais amplo (a solidariedade internacionalista) e de um seu – como tentámos mostrar – laboratório privilegiado, Itália.
Sobre Vincenzo Russo:
Professor associado de Literatura Portuguesa e Brasileira e Literaturas Africanas de Língua Portuguesa na Universidade de Milão, onde coordena a Cátedra António Lobo Antunes [Instituto Camões]. Entre os seus volumes mais recentes: com R. Vecchi, A teoria gentil: o projeto e as práticas críticas de Ettore Finazzi-Agrò (2020); com R. Vecchi, La Letteratura Portoghese. I testi e le idee (2017). Em português, publicou também: A suspeita do Avesso. Barroco e neobarroco na poesia portuguesa contemporânea (2008). É tradutor de autores portugueses (Bocage, Eça de Queirós, Fernando Pessoa, Eduardo Lourenço, António Ramos Rosa), brasileiros e africanos. De 2014 a 2021, foi Secretário Geral e Tesoureiro da Associação Internacional de Lusitanistas (AIL).
A Resistência continua - O colonialismo português, as lutas de libertação e os intelectuais italianos foi publicado no âmbito da Cátedra António Lobo Antunes (Instituto Camões/Universidade de Milão)
5 de Maio| 18h00| Biblioteca de Alcântara| Lisboa
20 de Maio| 15h00| CES| Coimbra