Relatórios oficiais inéditos sobre os estabelecimentos prisionais portugueses em Angola e Moçambique revelam condições de detenção desumanas. Com o advento das lutas independentistas, o regime lança grandes empreendimentos para criar novos estabelecimentos modelo, mas neles famílias inteiras são reclusas e forçadas ao trabalho. Esta vídeo-instalação também reflete, de forma mais poética, sobre a ideia de liberdade e resistência. Uma narração fictícia intemporal, que cria um contraponto com as imagens de arquivo e a sua dimensão histórica. Uma obra de Kiluanji Kia Henda e Bruno Moraes Cabral sobre a privação de liberdade mais extrema da época colonial e, ao mesmo tempo, a ficção como o derradeiro espaço de resistência.
Museu do Aljube, Lisboa, de 23 de fevereiro a 31 de março.
O documentário “OLHA PRA ELAS” aborda a temática do encarceramento das mulheres. O Brasil já tem a terceira maior população carcerária feminina do mundo, na maioria constituída por mulheres pobres, negras ou pardas e com baixa escolaridade. Mas o mais impactante é que dois terços são mães, e 57% têm mais do que um filho: muitas delas são as únicas responsáveis pelo sustento da família. “OLHA PRA ELAS” apresenta ao público casos reais em que são gritantes a questão de género; a feminilização da pobreza; a situação de abandono no cárcere; a dura realidade de crianças que vivem com a mãe na prisão e, principalmente, a desestruturação destas famílias. Em 2020, “OLHA PRA ELAS” foi premiado no Florianópolis Audiovisual do Mercosul (FAM), como “melhor filme work in progress, e, no mesmo ano, no Prémio de Direitos Humanos de Jornalismo. Foi selecionado para a Mostra Filmes da Lusofonia da XXVII edição do Festival Caminhos do Cinema Português, e para o Festival Cinema Negro em Ação, no Brasil, em 2022. A direção do filme é assinada pela dupla Tatiana Sager e Renato Dornelles, que também respondem pelo guião, juntamente com Luca Alverdi.
A seguir à projeção do documentário será realizada uma videoconferência / Cinedebate emitida em direto pelo canal do YouTube da Falange Produções, na qual participarão os dois realizadores brasileiros Tatiana Sager e Renato Dornelles, Luca Alverdi, coautor, coprodutor e editor do filme e a Prof. Dália Costa (ISCSP). A entrada é gratuita, por ordem de chegada. A lotação da sala é de 100 lugares.
SESSÃO ESPECIAL “OLHA PRA ELAS” Dia 13 dezembro, terça-feira | 18h | Museu das Comunicações | Sala Átrio | Leg. EN | Rua do Instituto Industrial 16, 1200-225 Lisboa
A Falange Produções já lançou em 2016 o premiado documentário “CENTRAL - O Poder das Fações no Maior Presídio do Brasil”, que trata dos graves problemas observados no sistema prisional brasileiro a partir da realidade de um cárcere que já foi considerado o pior da América Latina pela Comissão de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos. Em 2016, “CENTRAL” foi vencedor na categoria “documentário” no FESTin.
A Falange Produções é uma associação cívica de profissionais de comunicação social e cinema que nasceu em 2019 em Porto Alegre/RS (Brasil). O nosso propósito é o desenvolvimento de projetos de cinema documental centrados na segurança pública e nos direitos humanos, divulgando-os no espaço público e na academia, designadamente junto de estudantes e docentes de cursos ligados à comunicação social, direito, sociologia, serviço social, entre outros. Em Portugal, a Falange Produções tem como representante o argumentista e produtor Luca Alverdi, sócio gerente da Cabiria Productions.
Informações sobre a modalidade presencial do evento:
-A entrada é gratuita, por ordem de chegada. A lotação da sala é de 100 lugares.