CABO VERDE quer candidatar Tarrafal a património da humanidade

O primeiro-ministro de Cabo Verde disse hoje, em Lisboa, que conta com o apoio de Portugal e de outros países lusófonos para elevar o antigo campo de concentração do Tarrafal a património mundial da humanidade.

“Queremos contar com o contributo de Portugal, de todas as ex-colónias africanas [lusófonas] e do Brasil para podermos transformar este património de Cabo Verde, da Lusofonia, em património da humanidade. Nada melhor do que os próprios protagonistas do 25 de Abril poderem contribuir desta forma para a vivificação do espírito de abril”, afirmou José Maria Neves.

Tarrafal, arquivo BUALATarrafal, arquivo BUALA

O primeiro-ministro cabo-verdiano falava aos jornalistas à margem de uma palestra que proferiu na Associação 25 de Abril, em Lisboa, subordinada ao tema “A revolução de Abril e o seu impacto no Processo Histórico de Cabo Verde”.

José Maria Neves aproveitou a ocasião para falar do objetivo de Cabo Verde de candidatar o ex-campo de concentração do Tarrafal, situado no norte da ilha de Santiago, a património mundial da humanidade.

“A preservação do Tarrafal, que é um espaço de dominação, é também um hino à liberdade. Para mantermos firme o espírito de abril é fundamental que o Tarrafal seja património da humanidade”, explicou.

O Tarrafal, também conhecido por “campo da morte lenta”, foi formalmente instituído pelo regime da ditadura portuguesa, a 23 de abril de 1936, sob a designação de colónia penal de Cabo Verde.

Este campo recebeu, numa primeira fase, até 1954, arbitrariamente e sem qualquer direito de defesa, 340 presos políticos que lutavam contra o Estado Novo.

O antigo campo de concentração foi definitivamente encerrado a 01 de Maio de 1974.

Destak/Lusa 

17.04.2011 | par martalanca | património, tarrafal