“13 Ways of Looking at a Blackbird” - Berlinale 2021

O mais recente projeto de Ana Vaz, “13 Ways of Looking at a Blackbird” deve o seu título ao poema de Wallace Stevens, e foi seleccionado para a Berlinale deste ano na secção Forum Expanded que consiste em quatro programas de curtas-metragens, uma média-metragem e duas longas-metragens, com um total de 18 filmes a serem exibidos em Março. Oito instalações serão igualmente exibidas em Junho. A cobertura da Berlinale deste ano segue a linha do novo formato do festival: uma edição híbrida, adaptada aos tempos pandémicos, dividida entre uma parte online e dedicada à indústria, de 1 a 5 de Março, e outra em formato físico, durante o verão.

Os temas dos programas de curtas-metragens de 2021 giram em torno da história e da memória, rituais e mitos, colonialismo e racismo e uma prática cinematográfica de subversão e resistência.

A curta-metragem partiu de um projeto educativo da EGEAC, o DESCOLA, com a gestão, produção e entusiasmo de Paula Nascimento durante 2019/2020 (Galerias Municipais EGEAC), uma formação na área do cinema e pedagogia crítica com a artista Ana Vaz e alunos da Secundária D.Dinis, em Chelas. O resultado material desta formação foram dois objectos: o filme ‘13 Ways of Looking at a Blackbird’, seleccionado para a Berlinale, e uma fanzine.

No filme são abordadas as questões cinematográficas. Nomeadamente, apresentam-se experiências, questões e interrogações dos estudantes acerca das várias variantes do cinema. “O filme é uma canção que se pode ver”, escreveu um dos estudantes a partir de uma constelação colectiva de frases e desenhos feitos durante um dos workshops. A frase é uma descrição perfeita de um filme que explora uma ecologia nascente dos sentidos.

Uma canção que (res)surge numa escavação pelo potencial dos sentidos. Um poema que (nos en)caminha por um caminho singular, sem destino. Uma imagem que (nos i)mobiliza. Uma voz que (nos en)canta. Um filme que nos seduz. Camadas de significação e subjetividades que se aglomeram num retrato sublime do ser — na experiência permanente da interrogação.

Apesar dos constrangimentos causados pela pandemia conseguiram acabar o filme em 2020.

Equipa 

Diretora: Ana Vaz

Cinematografia: Ana Vaz, Vera Amaral, Mário Neto

Edição: Ana Vaz, Deborah Viegas

Design de Som: Ana Vaz

Som: Mário Neto, Nuno da Luz, Catarina Boieiro

Produtor: EGEAC - Galerias Municipais de Lisboa

Co-Produtor: Anze Persin, Stenar Projects, Ana Vaz

Participação Especial

Vera Amaral

Mário Neto

Paula Nascimento

Ana  Vaz

Nuno da Luz

27.03.2021 | par Alícia Gaspar | 13 ways of looking at a blackbird, berlinale, chelas, DESCOLA, EGEAC, fanzine, paula nascimento, secundária D. Dinis, workshops