16| 17| 18| 19 de Setembro
Nesta segunda edição, apresenta no seu território de eleição, Anjos, Intendente, Mouraria e Martim Moniz um programa novo, mas enraizado nos seus propósitos iniciais: um festival de dimensão internacional desenhado à medida do bairro, que propõe ao longo de quatro dias um contacto forte e íntimo com as culturas que habitam esta zona da cidade. A Música, que leva o Fado ao Canto Tradicional Chinês, no Martim Moniz, o Paraíso do Circo apresentado por uma Família Cigana, no Largo do Intendente, o Teatro Popular como Shakespeare o fazia, no ringue de futebol de salão do Grupo Desportivo da Mouraria.
Uma programação que se quer informal e festiva feita de acontecimentos maiores e multiculturais, que vestem as praças de referência do bairro: a Kocani Orkestar traz dos Balcãs um cruzamento musical e magnético dos mundos árabes e orientais, ou o Circo da Família Romanès, feito de anjos ciganos, trapezistas voadores, que dançam e cantam sob o céu do Intendente.
Outro foco de programação para esta maravilhosa “ilha” obscura que resiste no interior de Lisboa, são os encontros e trocas de experiências vividas antes do festival entre um grupo amplo de moradores de várias idades, credos e países e diferentes artistas.
Preparámos uma programação / encontro que parte da escrita, do cinema, da dança, do canto e da fotografia para oferecer ao público que vem, um passeio que lhe dá a descobrir pessoas e aspectos únicos deste bairro. O ciúme, a inveja e o amor que Shakespeare criou no seu “Otelo”, serão falados pelos os vizinhos no coração da Mouraria no espectáculo “…Um beijo, mais um beijo, outro beijo”. A Dança de Ainhoa Vidal, um espectáculo entre gerações, que trata da solidão, do compromisso e da raiz de onde a pessoa cresce, fará encontrar bailarinos e pessoas idosas do bairro à volta do passo do tempo. Cozinhas/Cataventos de odores e sabores propõem-nos uma grande viagem do Oriente ao Ocidente pela mão de famílias inteiras que cozinham com e para o público.
Ana Madureira, actriz , ilustradora e fiadeira de contos de vida, doba um livro a partir de um novelo de impressões e conversas fiadas com moradores. Adolescentes vão com os “Filhos de Lumière”, ver a cor do seu bairro através da linguagem cinematográfica.
Mães, pais e bebés encontram-se para se ouvirem a embalar os bebés do mundo que o bairro guarda. Este festival, é também um espaço de felicidades experimentadas no interior das escolas, dos lares, das ruas, das associações, que se iniciou no ano passado e que nesta edição cresce e se alarga. Neste Todos reunimos moradores no reconhecimento e na compreensão da sua vida também como matéria artística universal.
Lojas, restaurantes, lugares de culto, associações, são outras razões de passeio. Uma sala de estar, em pleno Martim Moniz, convida o público a repousar os olhos em livros transportadores de mundos. Livros na Casa da Achada para ler em silêncio. As Vozes do Bairro ecoam e incitam todos a ouvir, a cantar este lugar. Este é o momento de reincendiar com o seu bater, o seu
pulsar de hoje, a respiração do agora.
Venha ao Todos e traga todos.