Sexta-feira, 20 de Abril, às 18.00h, no Auditório 2 do ISCTE-IUL (edifício 1 - antigo)
Convidam-se todos os interessados a participar de uma aula aberta em torno de Gilberto Velho, a quem a antropologia urbana tanto deve.
Vamos ouvi-lo, em filme, e conversar sobre a sua vida, a sua obra, a sua relação com Portugal com António Firmino da Costa, Cristiana Bastos, Graça Índias Cordeiro, Lígia Ferro, Luís Baptista, Joaquim Pais de Brito, Rosa Maria Perez, e todos os que se quiserem juntar a nós.
Com apenas 66 anos de idade, Gilberto Velho, um dos mais eminentes antropólogos sociais brasileiros faleceu de repente na sua casa em Ipanema, no Rio de Janeiro. Professor e decano do Programa de Pós Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Gilberto Velho foi pioneiro da antropologia urbana brasileira e deixa uma vasta obra publicada, para além de ter formado “uma imensa diáspora de ex-alunos que brilham não apenas nas melhores universidades do país como na televisão, no jornalismo e no mundo dos negócios” – como diz a mensagem publicada ontem no site da Associação Brasileira de Antropologia, da qual foi um dos presidentes.
As ciências sociais portuguesas e muito em particular a antropologia urbana estão de luto com o seu desaparecimento, pois Gilberto Velho contribuiu de forma única e incansável para o desenvolvimento e legitimação da antropologia urbana portuguesa, através de uma generosa e sistemática participação em conferências, júris, investigações, aulas, orientações, e em tantas outras actividades científicas e de divulgação, sobretudo no espaço do ISCTE-IUL, inspirando formas abertas de diálogo interdisciplinar, literário e artístico, no seio dos estudos urbanos. Ajudou, ainda, a criar uma rede de cientistas sociais em torno da sociologia e antropologia urbana, fomentando a circulação de investigadores, professores e jovens doutorandos, que em muito fortaleceram as ligações interuniversitárias aquém e além Atlântico. Conhecido pelo seu sentido de humor peculiar, parte intrínseca da sua perspicácia antropológica e da sua qualidade humana rara, Gilberto Velho perdurará na memória das ciências sociais portuguesas e continuará a ser um marco fundamental na aproximação Brasil Portugal em todos os sentidos.