Seeing Being Seen: Territories, Frontiers, Circulations 2022 – IV — María Rojas Arias

Hangar - Centro de Investigação Artística (Rua Damasceno Monteiro 12, 1170-108 Lisboa), sexta-feira, 24.06.22, 19h

Entrada livre

Projecção do filme “Abrir Monte” (Colômbia-Portugal, 2021, 25’, 16 mm. Transfer 4K) seguida de uma conversa entre María Rojas Arias e Raquel Schefer.

Uma programação de Raquel Schefer.

Still do filme 'Abrir Monte'Still do filme 'Abrir Monte'

Iniciado em 2020, o programa “Seeing Being Seen: Territories, Frontiers, Circulations”, uma proposta de Raquel Schefer, procura indagar as questões que atravessam a produção cinematográfica e artística latino-americana contemporânea. Através de formas cinematográficas experimentais, os filmes do programa figuram situações sensoriais de exposição do observador ao olhar do outro, um “ver sendo visto”, experiências de co- presença próximas de um modelo de co-representação que excede o binarismo sujeito/objecto. Os processos de activação, agenciamento e circulação de pontos de vista (humanos e não-humanos: maquínicos, animais, vegetais, minerais) atravessam as obras do programa. Todas elas superam as representações coloniais da paisagem, da natureza e da figura humana, num quadro de reciprocidade e de desantropocentrização, aspecto fundamental num período de catástrofe ecológica iminente — e de ameaça aos povos ameríndios.

Sinopse

A 19 de Julho de 1929, numa aldeia da Colômbia, um grupo de sapateiros planeou uma revolução para transformar as relações de classe e propriedade no país – auto- intitulavam-se “Os Bolcheviques do Líbano Tolima”. Não há registo dessa tentativa revolucionária que durou um só dia. As mulheres da vereda encontram-se com Aura, uma anciã anarquista, com a convicção de que a rebelião se encontra ainda em curso.

Biografias

María Rojas Arias (Bogotá) é uma artista visual e cineasta, formada na Escola de Artes KASK de Gante. O seu trabalho artístico foca-se na imagem em movimento em contextos audiovisuais e instalativos. Trabalha com material de arquivo oficial e não-oficial, procurando articular de maneira expandida as relações com acontecimentos específicos do passado que constituíram, entre outros aspectos, discursos nacionais, políticas de guerra, fundação e colonização de espaços. É co-fundadora de La Vulcanizadora, Laboratorio de Creación en Cine, Artes Visuales y Teatro Expandido.
Recebeu o prémio Next Generation da Fundação Príncipe Claus (Holanda) pelo seu trabalho audiovisual relacionado com a memória da primeira guerrilha da América Latina. O filme Abrir Monte foi exibido em diferentes festivais, tais como Documenta Madrid, Ji.lhava, Beijing, FICUNAM, Oberhausen, Bogoshorts, MIDBO, FICValdivia e Kinoforum. Abrir Monte foi galardoado com o Prémio Short Joy do Ji.hlava International Documentary Film Festival e com o Prémio para a Melhor Curta-Metragem Latino-Americana do Festival Internacional de Cine de Valdivia.

Raquel Schefer é investigadora, realizadora, programadora e docente na Universidade Sorbonne Nouvelle — Paris 3. Doutorada em Estudos Cinematográficos e Audiovisuais pela Universidade Sorbonne Nouvelle com uma tese dedicada ao cinema revolucionário moçambicano, é mestre em Cinema Documental pela Universidad del Cine de Buenos Aires e licenciada em Ciências da Comunicação pela Universidade Nova de Lisboa. Publicou a obra El Autorretrato en el Documental na Argentina, bem como diversos capítulos de livros e artigos em Portugal e no estrangeiro. Foi Professora Assistente na Universidade Grenoble Alpes, docente nas Universidades Paris Est — Marne-la-Vallée, Rennes 2, na Universidad del Cine de Buenos Aires e na Universidad de la Comunicación, na Cidade do México, e investigadora convidada na Universidade da Califórnia, Los Angeles. É bolseira de pós-doutoramento da FCT no CEC/Universidade de Lisboa, no IHC/Universidade Nova de Lisboa e na Universidade do Western Cape e co-editora da revista de teoria e história do cinema La Furia Umana. No CEC, é coordenadora do grupo “Visual Culture, Migration, Globalization and Decolonization” e, no IHC, da Oficina de História e Imagem. É conselheira de programação do International Documentary Film Festival Amsterdam (IDFA).

22.06.2022 | par Alícia Gaspar | abrir monte, cinema, exibição de filme, fronteiras, HANGAR, maría rojas arias, Raquel Schefer, seeing being seen, territórios