As pessoas que têm hoje menos de 25 anos dificilmente se lembrarão do nome de Rodney King, mas em Março de 1991 este homem transformou-se num símbolo da brutalidade policial americana, que desencadeou violentos motins na cidade de Los Angeles.
King foi encontrado pela noiva no fundo de uma piscina e foi declarado morto num centro médico local às 06h11 locais (14h11 em Portugal), indicou aos media americanos o capitão de polícia da localidade de Rialto (a leste de LA), Randy Deanda. “À primeira vista nada indica ter-se tratado de um crime”, acrescentou o mesmo responsável, precisando que será levada a cabo uma autópsia.
Rodney King foi agredido por agentes do LAPD (Los Angeles Police Department) em Março de 1991. O incidente foi integralmente filmado por um transeunte e rapidamente as imagens da agressão - alegadamente por motivos racistas - começaram a circular pelas principais cadeias de televisão norte-americanas e, seguidamente, pelo mundo inteiro, originando uma onda de indignação.
No ano seguinte, os quatro agentes envolvidos nas agressões foram absolvidos pela justiça americana, o que desencadeou violentos confrontos raciais na cidade de Los Angeles, em 1992. No total morreram 53 pessoas durante estes motins e centenas de pessoas ficaram feridas. Quanto a danos materiais, estima-se que tenha havido prejuízos na ordem dos mil milhões de dólares.
Posteriormente, dois agentes foram considerados culpados por violação dos direitos civis num tribunal federal e cumpriram pena de prisão. Os outros dois agentes foram novamente absolvidos e saíram em liberdade.
Por ocasião do 20º aniversário dos motins, Rodney King publicou um livro e, recentemente, disse à CNN que havia perdoado aos seus agressores. “Porque os EUA me perdoaram inúmeras coisas e me deram numerosas oportunidades. Deve haver sempre lugar para uma segunda oportunidade e eu tive-a”, disse King, que foi detido uma dezena de vezes após os motins por transgressões menores.
retirado do jornal Público