Arranca este sábado a sexta edição do Porto/Post/Doc, o festival de cinema que, até dia 1 de dezembro, transforma a baixa do Porto num ponto de encontro em torno do cinema de produção recente. Com mais de cem filmes divididos por programas competitivos, focos a realizadores e secções temáticas, o Porto/Post/Doc presta, este ano, particular atenção às políticas do cinema que questionam as concepções géneros, os limites às liberdades e o lugar das tradições. Um programa de cinema e conversas traz ao Porto filmes de Ingmar Bergman, Kenji Mizoguchi, Alain Tanner, Carole Roussopoulos, entre outros, secundada por um painel de três conversas que, sob o epíteto das Identidades, coloca, frente a frente, nomes como Álvaro Domingues (geógrafo), António Guerreiro (crítico), Ben Rivers (realizador), Christiana Perschon (realizadora), Daniel Ribas (investigador), Pedro Mexia (crítico), Susana de Matos Viegas (antropóloga), Marie-José Mondzain (filósofa) ou Valérie Massadian (realizadora).
Seguindo o compromisso com a mostra do cinema do real, o Porto/Post/Doc faz da sua competição internacional um ponto de entrada na produção cinematográfica recente, com a estreia nacional de 9 filmes de nomes emergentes e consagrados do cinema independente mundial. Também em competição, doze jovens realizadores portugueses apresentam no festival as suas primeiras obras, numa janela para os valores que marcarão o futuro do cinema luso. O festival dedica ainda uma secção não-competitiva ao cinema falado em português, que inclui, entre outros, Vitalina Varela, de Pedro Costa, Viveiro, de Pedro Filipe Marques, Ave Rara, de Vasco Saltão e Longa Noite, de Eloy Enciso. Ainda no plano da cinematografia nacional, o Porto/Post/Doc 2019 organizará sessões especiais de A Ilha dos Amores e A Ilha de Moraes, filmes fundamentais do realizador português Paulo Rocha, em versões digitalizadas pela Cinemateca Portuguesa. Destaque ainda para as antestreias nacionais de O Filme do Bruno Aleixo, de João Moreira e Pedro Santo, e de Cães que Ladram aos Pássaros, de Leonor Teles – que marcarão a Cerimónia de Entrega de Prémios do festival, no dia 30 de Novembro.
E porque o cinema do real também são as suas caras, a programação do festival integra um conjunto de filmes que olham figuras anónimas e nomes que marcam a história do cinema, da música e da fotografia dentro e fora de portas, de Andrey Tarkovsky, a Zé Pedro dos Xutos, de Leonard Cohen a João Ribas (ex-censurados),de Sério Fernandes a Pedro Costa. Nos focos para o cinema que interessa descobrir, retrospectiva das obras de Audrius Stonys e Ute Aurand, realizadores que marcarão presença ao longo da semana do festival para comentarem as sessões e falarem com o público. No olhar sobre a música e a cultura popular, a secção Transmission com filmes sobre a nova Lisboa africana, os emblemáticos Hansa Studios, a história de vida dos Suede ou a forma como os New Order se reinventam a cada concerto.
Em 2019, o festival volta a procurar o encontro do cinema com outros espaços e linguagens. Há sessões full dome para acompanhar no Planetário do Porto, diversas sessões comentadas, concertos e festas. Para os mais novos e as suas famílias, o Porto/Post/Doc volta a organizar sessões especiais de cinema, oficinas e um cine-concerto com a participação da Orquestra de Famílias de Matosinhos. Destaque especial para a estreia do filme, Se Eu Fosse Um Planeta, realizado por feita por alunos do pre escolar da Área Metropolitana do Porto, sob a coordenação de David Doutel.
No total são cerca 133 filmes que vão ocupar o Teatro Municipal do Porto - Rivoli, o Cinema Passos Manuel e o Planetário do Porto - Centro Ciência Viva. A programação completa podes ser consultada em www.portopostdoc.com.
A edição de 2019 do Porto/Post/Doc conta com o apoio da Câmara Municipal do Porto, do ICA - Instituto do Cinema e Audiovisual – Ministério da Cultura e da CVRVV - Vinho Verde.
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