O Programa desta edição – que inclui uma conferência internacional, várias exposições, workshops, debates e encontros – desenrola-se sob o lema MAPUTO CIDADE CRIATIVA e pretende ser o embrião de um modelo de intervenção cultural descentralizado e em rede capaz de, não apenas estimular o desenvolvimento de parcerias e partilhas criativas, mas também de dar à cidade um protagonismo e uma visibilidade que a coloque, a prazo, no mapa do continente e do mundo, enquanto cidade criativa.
Lançado em 2016, o MFF é uma plataforma que pretende estimular a criatividade e a inovação em todas as áreas (arte, cultura, tecnologia, design, etc.), promover um diálogo transdisciplinar e incentivar o desenvolvimento de redes colaborativas entre os diversos agentes culturais e criativos (www.maputofastforward.com).
Do Programa do MFF 2017 destacamos:
CONFERÊNCIA
ESTILOS DE VIDA DIGITAL – CULTURA & TECNOLOGIA NO SÉCULO XXI
O efeito conjugado da revolução tecnológica e das “sociedades em rede” evidencia que, mais do que “conviver” com os artefactos da tecnologia a vida contemporânea se define por um “estilo de vida” que se deixou impregnar pelo espírito, pela estética e pela aceleração imposta por estas tecnologias. O objectivo desta conferência é proporcionar um espaço de reflexão sobre as relações entre cultura e tecnologia neste novo século e abrir um diálogo entre a comunidade criativa moçambicana e a comunidade criativa global na perspectiva de contribuir para o estabelecimento de redes e o desenvolvimento de projectos em comum.
Jepchumba - artista digital queniana que participa na ConferênciaA conferência contará com a presença de vários participantes internacionais: Jepchumba (Quénia) – Artista digital, curadora e fundadora do website African Digital Art; considerada pela revista “Forbes” e pelo jornal “The Guardian” como um das personalidades mais interessantes na cena cultural em África; Ng’endo Mukii (Quénia) – Realizadora, fotógrafa e ilustradora. Vencedora de inúmeros prémios internacionais com as suas obras “Yellow Fever” e “This Migrant Business”; Henri Vergon (África do Sul) – Curador e fundador da Galeria Afronova em Joanesburgo; António Pinto Ribeiro (Portugal) – Curador, Programador Cultural, Docente e Investigador. Foi responsável pela programação da Culturgest (Lisboa), coordenador do Programa Futuro Próximo da Fundação Gulbenkian e curador de “Passado e Presente, Lisboa capital ibero-americana de cultura 2017”; Luis Teixeira (Portugal) - Director do Centro de Criatividade Digital da Universidade Católica de Portugal. Coordenador Cientifico do Mestrado em Gestão de Indústrias Criativas (Escola das Artes/Un.Católica - Porto Business School);
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António Sopa (Historiador)
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João Roxo (Designer gráfico e fundador da ANIMA – Estúdio Criativo);
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Tiago Borges Coelho (Co-fundador da empresa tecnológica UX e representante de Moçambique na SeedStars World);
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Andrea Moreira (Directora do Centro de Investigação associado à Galeria 1834 fundada por Gonçalo Mabunda)
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Tavares Cebola (Programador Cultural, fundador da editora Rhizoma e editor do magazine musical online “Orelha Suja”).
Esta conferência terá lugar a 16 e 17 de Novembro na Fundação Fernando Leite Couto
EXPOSIÇÕES
BITS OF MAPUTO/ENTRE ACÁCIAS RICARDO PINTO JORGE
Ricardo Pinto Jorge (exposição 'Bits of Maputo')Ricardo Pinto Jorge é um artista visual e um dos talentos emergentes na cena criativa moçambicana. A sua mais recente exposição, intitulada “Heands Up”, foi apresentada, em 2016, no Centro Cultural Franco Moçambicano e posteriormente na África do Sul (Galeria Erdmann Contemporary, Cape Town).
“BITS OF MAPUTO / ENTRE ACÁCIAS”, a sua nova exposição, com curadoria de João Roxo, é um projecto audiovisual composto de 20 foto-montagens,10 obras de video-arte e 10 temas músicais da autoria de Nandele Maguni e Ailton “TRKZ” Matavela.
A exposição inaugura a 15 de Novembro, às 18h, no Centro Cultural Brasil Moçambique
(DES)CONSTRUÇÕES
Maísa Chaves| Hugo Mendes |Hélio Januário Pene | Chonga | Nemésio Zuber
Maputo está a ferver de criatividade. Hoje, jovens designers, ilustradores, arquitectos, fotógrafos e criadores de áudio exploram o uso das ferramentas digitais nos seus processos criativos permitindo-lhes inovar e redefinir limites.
A rede urbana e a sua dinâmica alimentam estas novas criações. Articulados ao longo de uma série de sessões de brainstorming e trocas cognitivas intuitivas, os seus processos criativos desenvolveram um caminho metafórico traçado dentro da cidade. Estes artistas e as suas peças tornam-se interconectados permitindo-lhes traçar novas narrativas e expressar novas rotas. Tanto ocultas como reveladoras, estas expressões oscilam entre o visível e o invisível, o objectivo e o imprevisível.
Esta exposição pretende reflectir sobre diferentes aspectos de Maputo, desde influências formais a significados mais intangíveis e dar espaço a novas formas e expressões dentro do cenário artístico local, projectando-o para o futuro. Trata-se de participar na construção da história das coisas que estão por vir.
A curadoria da exposição é de Tavares Cebola, João Roxo e Geraldine Darpoux
23 de Novembro às 18h no espaço 16 Neto (Av. Agostinho Neto 16)
Imagem da exposição 'Press Play' da Taíla Carrilho
DEBATES
INTERFERÊNCIAS
Concepção e Organização da ANIMA – ESTÚDIO CRIATIVO
A interferência incomoda, altera, perturba, destrói. Obriga a recriar. Consideradas geralmente acções intrusivas, revelam simultaneamente as excepções à regra, e representam em si uma janela para universos inesperados e resultados imprevisíveis. Vivemos em sociedades caracterizadas por padrões calcificados. Em oposição, o valor do intangível mostra-se cada vez mais relevante e neste sentido, a
criatividade dá-nos a oportunidade de questionar o assumido. Este espaço experimental de debate pretende questionar formatos convencionais e revisitar fórmulas estabelecidas, através de um diálogo dinâmico e interactivo. Propõe-se também a reconhecer o valor da intuição e a acentuar o volume, a relevância e a legitimidade da Voz, individual ou colectiva.
Artistas, Poetas, Economistas, Engenheiros ou outros Pensadores são convidados a participar neste diálogo aberto, transparente, disruptivo e absolutamente desgovernado. O conceito “Interferência” é transversal a todos estes debates. Partindo desta base vamos explorar os seguintes subtemas, todos eles inter-relacionados:
DIA 22 NOV
Replicação. Apropriação. Assimiliação.
Influências externas são por vezes encaradas como uma conotação negativa. Nos tempos que correm, consequência também da crescente mobilidade e da interação entre polos geográficos, de que forma devemos encarar a realidade da (r)evolução do conceito de identidade local?
Com Diana Manhiça, Filipe Branquinho, Felix Mula
DIA 29 NOV
Persistência da Informalidade
Os poderes instituídos tendem à criação de regras e leis que possam prever toda e qualquer situação. No entanto, estamos rodeados de evidências que comprovam uma enorme riqueza criativa na existência da informalidade. Actos e Efeitos do domínio da imprevisibilidade, do intuitivo e da necessidade. Como podemos atingir um equilíbrio entre o Formal e o Informal?
Com Mauro Pinto, Ana Lúcia Cruz, Wacy Zacarias
DIA 6 DEZ
Resistência ou Envolvência
A História conta histórias de movimentos de resistência, mas também de evolução e mudança através do envolvimento com o sistema. Que postura devemos assumir perante o descontentamento? Neste mundo feito de equilíbrios, qual a importância da irreverência e de acções disruptivas – de sabotagem – em oposição à aceitação do estado actual das coisas? A energia criativa precisa de mais revoluções ou de continuidade?
Com António Cabrita, Miguel Prista, Carlos Serra, Quito Tembe, Ruth Castel-Branco
Os debates serão seguidos por uma série de intervenções musicais de Tushimitsu, May Mbira, Rita Silva Couto e Nandele.
As sessões terão lugar na sede da ANIMA – Estúdio Criativo (Av. Tomás Nduda, 151)
WORKSHOP CROWDFUNDING DE PROJECTOS CULTURAIS
Conseguir obter financiamento de projectos culturais é vital para a boa execução dos mesmos, pois sem financiamento multiplicam-se as dificuldades na execução das actividades programadas. Existe uma diversidade de fontes de financiamento, tais como as receitas próprias, os financiamentos públicos (apoios e subvenções) ou o financiamento privado (mecenato, patrocínio, …). Dada a diminuição do financiamento público de uma forma generalizada é importante encontrar novas formas estratégicas de obter financiamento. O objetivo deste evento é promover uma nova lógica de financiamento através das multidões (crowd): o Crowdfunding. Discutir os seus usos, formas de implementação e apresentar casos de sucesso.
Coordenador: Luis Teixeira
Director do Centro de Criatividade Digital da Universidade Católica de Portugal. Coordenador Cientifico do Mestrado em Gestão de Indústrias Criativas (parceria entre a Escola das Artes e a Catolica Porto Business School).
O workshop terá lugar no dia 17 de Novembro entre as 14h30 e as 18h30 nas instalações da 16 Neto (Av. Agostinho Neto 16)
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