Marlene Monteiro Freitas regressa ao D. Maria II para mergulhar em clássico de Eurípides

Cinco anos depois de ter estreado Bacantes, Prelúdio para uma Purga no Teatro Nacional D. Maria II, a coreógrafa e bailarina Marlene Monteiro Freitas regressa à Sala Garrett com o espetáculo que mergulha neste clássico do teatro. A 13 e 14 de abril, quarta e quinta-feira, às 19h, será possível ver ou rever Bacantes, Prelúdio para uma Purga, o olhar de Marlene Monteiro Freitas sobre As Bacantes, de Eurípedes.

©Guidance©Guidance

No texto de Eurípides, estão presentes o delírio e o irracional, a ferocidade e o desejo de paz, a selvajaria e a aspiração a uma vida simples. Direções contraditórias, elementos que chocam, corpos íntegros que se desmembram e crenças testadas ao limite. Este é o mundo que Marlene Monteiro Freitas percorre em Bacantes, Prelúdio para uma Purga. Um autêntico combate de aparências e dissimulações, polarizado entre os campos de Apolo e Dionísio.

Estreado em Lisboa em 2017, Bacantes, Prelúdio para uma Purga é um espetáculo coproduzido pelo Teatro Nacional D. Maria II e por vários teatros e festivais europeus, que tem viajado internacionalmente nos últimos cinco anos. Cofundadora da estrutura de artes performativas P.OR.K, Marlene Monteiro Freitas recebeu recentemente o Chanel Next Prize, prémio internacional dedicado à inovação no âmbito das artes e da cultura, distinção que juntou ao Leão de Prata da Bienal de Veneza, que lhe foi atribuído em 2018.

Mais informações sobre Bacantes, Prelúdio para uma Purga aqui.

07.04.2022 | par Alícia Gaspar | arte, bacantes prelúdio para uma purga, cultura, eurípides, marlene monteiro freitas, teatro, teatro dona maria

CCB | Ciclo Visualidades Negras — 13 abril com o cineasta Billy Woodberry

©Joana Linda©Joana Linda

Cineasta, Billy Woodberry é um dos fundadores do movimento coletivo L.A. Rebellion (Los Angeles School of Black Filmmakers), uma geração de jovens cineastas afro-americanos que procuraram a construção de um novo cinema negro. Ficou conhecido por ter realizado a longa-metragem de ficção Bless Their Little Hearts (1984), que foi premiada no Festival Internacional de Cinema de Berlim. Billy Woodberry é também professor de Cinema na Escola de Artes da Califórnia (CalArts) e ainda na UCLA.

O ciclo Visualidades Negrascom curadoria e moderação de Filipa Lowndes Vicente (Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa), propõe várias reflexões sobre a relação entre visualidade e negritude, abordando problemáticas que passam pela justiça racial, política e social.

Com o apoio da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento.

Descontos
Estudantes 20% 
Membros de associações 20%*
Preço de grupo: Mínimo de 10 pax – 20%*
*Estes descontos são válidos apenas na compra de bilhetes individuais e vendidos presencialmente no CCB.

06.04.2022 | par Alícia Gaspar | billy woodberry, CCB, ciclo visualidades negras, cultura, cultura visual, negritude

“Tempo Djá Muda” | Concerto de apresentação 14 de abril

KRIOL é o recente projeto formado por Danilo Lopes (Fogo-Fogo, Refillon e Orquestra Todos) com o seu primo Renato Chantre (Kussondulola, Mercado Negro e Orquestra Cesária Évora) que promete reinventar a música tradicional de Cabo Verde.

Esta dupla de peso juntou-se durante a pandemia motivada por criar novas sonoridades com o objetivo de levar o melhor da ilha até nós.

“Tempo Djá Muda” reflete a fusão do universo musical cabo-verdiano e os tempos em que vivemos em que “está tudo trocado, sem tempo de ouvir, só tempo de falar… aquilo que conta é mostrar a tua força” É uma crítica à sociedade em que vivemos e surge também como uma mensagem de esperança… “é tempo de os homens grandes mudarem!”

Desde Mazurkas, Valsas, Colá San Jon até Coladeras e Batukes… os concertos dos Kriol são uma viagem pelos sons do Atlântico, com um psicadelismo tropical que lhes é bastante peculiar, onde a dança simplesmente acontece.

O concerto de apresentação é no dia 14 de Abril na Casa Independente, com hora marcada para as 22h30. Depois seguem-se os Makafula que assumam os comandos da pista de dança até às 02h para nos fazer viajar pelo afro electronic. A noite promete!

06.04.2022 | par Alícia Gaspar | batukes, cabo verde, colá san jon, coladeras, concerto, KRIOL, mazurkas, música, tempo djá muda, valsas

Bolsas Jovens Criadores 2022

Até 15 de abril está aberto o concurso para atribuição de Bolsas de criação e/ou formação nas áreas de Artes Visuais e Artes do Espetáculo (Teatro e Dança).


Centro Nacional de Cultura e o Instituto Português do Desporto e Juventude, I.P. promovem mais uma vez o concurso para atribuição das BOLSAS JOVENS CRIADORES.

Trata-se de uma iniciativa que tem como objetivo estimular o trabalho criativo dos/as jovens nas diversas áreas das Artes e das Letras, e dirige-se a candidatos/as residentes em Portugal, de idade não superior a 30 anos, que tenham já apresentado publicamente um trabalho na área em que concorrem.

A seleção destes jovens, a cargo de júris independentes convidados pelo Centro Nacional de Cultura, nem sempre é fácil devido ao grande número de projetos de qualidade apresentados anualmente. A aposta nos candidatos selecionados tem sido gratificante pelo excelente trabalho que desenvolvem e pelo indubitável contributo para o panorama cultural português.

Foram até hoje distribuídas mais de 200 bolsas, permitindo a muitos jovens consolidar as suas carreiras artísticas, tendo-se muitos deles distinguido na criação cultural e artística nacional.

As candidaturas deverão ser enviadas até ao dia 15 de abril, conforme regulamento disponível em www.cnc.pt

06.04.2022 | par Alícia Gaspar | artes do espetáculo, artes visuais, bolsas, centro nacional de cultura, dança, teatro

Memórias de Servidão - Arquivo Digital de Memórias do Trabalho Servil

Apresentação | 06 abr. ‘22 | 17h00  | Auditório | Entrada livre

A condição servil tem permanecido numa zona encoberta da memória oficial e da história da sociedade portuguesa. Se a subalternidade servil doméstica foi votada ao silêncio, bem como a história das mulheres que fundamentalmente a viveram, deixou o seu enorme lastro nas formas de dependência social dos indivíduos, reproduzindo trajetórias, formas de desclassificação e desigualdades de género e de classe.

O site “Memórias de Servidão - Arquivo de História do Trabalho Servil” – apresenta-se como o novo arquivo digital de estudo e divulgação da história da condição servil, doméstica e hoteleira, procurando o registo oral e documental destas formas de trabalho.

O grupo de investigadores que o dirige pretende que funcione como um instrumento de conhecimento e partilha da história do trabalho servil, extensível não apenas à comunidade académica, mas também à sociedade civil. Este espaço pretende constituir-se como verdadeiro repositório de fontes visuais e escritas, acessível a todos, mas também como um espaço no qual um conjunto de investigadores nacionais e internacionais possam ter a oportunidade de incorporar as suas reflexões.

Queremos partilhar os grandes objetivos do “Memórias de Servidão - Arquivo de História do Trabalho Servil” e mostrar a forma como a sua estrutura pretende contruir-se de forma colaborativa e interativa. As suas valências são múltiplas, uma vez que as plataformas digitais de produção e divulgação de conhecimento têm gerado fenómenos de partilha que extravasam, muitas vezes, dificuldades na constituição de redes de trabalho, mas conseguem agir como facilitadores da difusão de temas com extrema relevância para a compreensão das estruturas da sociedade, atravessando reflexões sobre as questões de classe, género, etnia, trabalho, corpo, direitos ou mudanças sociais.

Programa
17h00 – Apresentação da Equipa Responsável pelo Site (DHLAB-IHC-NOVA FCSH)
17h15 – À descoberta do Arquivo: visita guiada virtual
17h45 – Apresentação do portal BUALA (Marta Lança)
18h15 – Discussão
19h00 – Fim da apresentação

Imagem: Pormenor de The Maids, Paula Rego, 1987.

05.04.2022 | par Alícia Gaspar | arquivo de história, arquivo digital, BNP, inauguração, memórias de servidão, site, sociedade civil

Tá faltando mundo aí: Literatura, infância e representações culturais

©Renato Parada©Renato Parada

Antropóloga, escritora, editora e consultora brasileira, Heloisa Pires Lima estará no CCB, no dia 6 de abril, às 18h30, a apresentar a conferência Tá faltando mundo aí: Literatura, infância e representações culturais, na qual irá falar sobre as dinâmicas do circuito livreiro infantojuvenil, destacando o caso da origem continental africana.

Esta palestra inaugura o ciclo Visualidades Negras, com curadoria e moderação de Filipa Lowndes Vicente (Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa), que propõe várias reflexões sobre a relação entre visualidade e negritude, com Billy Woodberry (13 abril), Deborah Willis (27 abril), Kenneth Montague (4 maio) e Ruth Wilson Gilmore (18 maio).

Com o apoio da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento.

20% desconto para estudantes (mediante apresentação de cartão de estudante ou comprovativo. Desconto válido apenas para bilhetes de sessão)

31.03.2022 | par Alícia Gaspar | heloisa pires lima, infância, literatura, representações culturais

AMPLA - Mostra de cinema: exibição "Alcindo"

2 de Abril, pelas 15h, na Culturgest

A Ampla, na sua primeira edição, é uma mostra de cinema que reúne uma seleção de filmes premiados em 2021 nos principais festivais em Portugal, entre eles Curtas Vila do Conde, Fantasporto, MOTELX, Festival Queer, MONSTRA, Doclisboa, IndieLisboa. Constitui uma oportunidade única para ver o melhor cinema português e mundial, entre curtas e longas-metragens, de documentários a filmes de terror, sem esquecer sessões dirigidas ao público mais novo Esta mostra é organizada pela Horta Seca - Associação Cultural, com a co-produção da Culturgest e a consultoria da Acesso Cultura, tendo como parceiros a Fundação Liga, a Bengala Mágica, a Associação Cultural de Surdos da Amadora e a APPDA Lisboa.

Para ser o mais inclusiva possível, todos os filmes que compõem a mostra são exibidos com recursos de acessibilidade.Desta forma, o filme “Alcindo” será exibido com legendas descritivas, interpretação em língua gestual portuguesa e audiodescrição, convidando também as pessoas com necessidades específicas a desfrutarem das sessão. Está também contemplada a acessibilidade no espaço físico para as pessoas que utilizam cadeiras de rodas.

 

31.03.2022 | par Alícia Gaspar | alcindo, ampla, Culturgest, documentário

JUSTLX – Feira de Arte Contemporânea de Lisboa

A JUSTLX – Feira de Arte Contemporânea de Lisboa, irá regressar finalmente em Maio. Forçada a adiar as últimas edições nos anos da pandemia, a feira que aposta em artistas emergentes volta a acontecer nas datas normais, ou seja, em maio, entre os dias 19 e 22, desta vez no Centro de Congressos de Lisboa, em Belém.


A congénere lisboeta da feira JUSTMAD que se realiza em Madrid há 13 anos, é um evento especial com uma importante aposta em novas galerias e artistas contemporâneos que permitem descobrir novos talentos. A JUSTLX é já considerada uma feira muito relevante dentro daquela que se está a tornar a Art Week de Lisboa, coincidindo com outras eventos culturais na cidade, e que trazem um grande impulso e visibilidade ao panorama artístico português.

A terceira edição da JUSTLX conta com a direção artística de Semíramis González e Óscar García que também dirigem a feira JUSTMAD em Madrid. Ambos lideram um projeto curatorial de grande qualidade técnica e artística, e que aposta na excelência estética tanto na seleção de galerias como dos artistas que estas apresentam.

“Apesar das circunstâncias globais que nos obrigaram a adiar a JUSTLX, temos agora toda a energia concentrada numa grande edição em 2022 que fortaleça as vendas das nossas galerias em grandes coleções, e continue o trabalho de disseminar a arte contemporânea emergente entre colecionadores nacionais e internacionais.”, assinalam Semíramis González e Óscar García, Diretores Artísticos da Feira.

Para o espaço no Centro de Congressos de Lisboa, a JUSTLX irá trazer um máximo de 28 galerias oriundas de diversos países, nomeadamente Portugal, Espanha, França, EUA, Venezuela e China.

A edição contará ainda com uma instalação artística colaborativa que combina sustentabilidade ambiental e um compromisso com o mundo rural. Trata-se da obra “Acequia 41”, criada na residência artística RAS DE TERRA, em Villanueva de la Vera, Cáceres, por Isabel Flores, Tamara García, Natasha Lelenco e Rafael Blanco, sob a direção criativa da artista Mónica Sánchez-Robles. Ras de Terra faz parte da New European Bauhaus, um pacto verde promovido pela Comissão Europeia, que abre novas oportunidades de desenho e criação. A peça resultante do trabalho conjunto será exposta na feira JUSTLX de 19 a 22 de Maio.

Com esta presença diversificada, a JUSTLX consolida, uma vez mais, a internacionalização da cidade de Lisboa no âmbito das feiras de arte.

A JUSTLX é organizada pela Art Fairs, uma empresa espanhola promotora de feiras de arte e eventos culturais, e que organiza, desde 2009, as feiras Madridfoto (Feira Internacional de Fotografia), a JUSTMAD (Feira Internacional de Arte Emergente), a Justmadmia (Feira Internacional de Arte Emergente de Miami) e a Summa (Feira Internacional de Arte Contemporânea).

30.03.2022 | par Alícia Gaspar | arte, feira de arte contemporânea, JUSTLX, lisboa

Polén no ar

O Pólen é um projeto audiovisual de documentação e difusão de conflitos ambientais, iniciado em março de 2018, pela documentarista e antropóloga Rita Brás e pela fotógrafa e historiadora Inês Abreu, e que conta com o apoio da associação cultural Fogo Posto, sediada em Lisboa.

Tem como base um mapeamento de mais de 120 conflitos ambientais, do projeto exploratório “Portugal: Ambiente em Movimento”, constituído em 2015, por pesquisadores e ativistas da Oficina de Ecologia e Sociedade do Centro de Estudos Sociais de Coimbra, da Universidade de Lisboa e do Brasil.

Pólen tem vindo a explorar os temas da mineração de lítio, combustíveis fósseis, poluição do Rio Tejo e afluentes, e a acompanhar as ações de movimentos sociais e ambientalistas como a Greve Climática Estudantil, entre outros, com o objetivo de divulgar as respostas dos cidadãos nas suas variadas formas de resistência: protestos, ações, discussões e soluções.

Sem filiação partidária, o projeto apoia todos os movimentos que encaram este tempo como o tempo da urgência, da inquietação com a tecnologia e a especulação financeira sobre os recursos do planeta e os seus habitantes, constituindo-se como um arquivo em permanente atualização, aberto e disponível para todos.

28.03.2022 | par Alícia Gaspar | ambiente, Manifestação, polén no ar, Portugal

Entre ideias e reflexões — Alice Marcelino

No episódio de março, Alícia Gaspar conversou com a fotógrafa Alice Marcelino sobre comunidades negras, violência policial, e a celebração do cabelo. Foram também discutidos e explicados dois dos seus projetos: “Black Skin White Algorithms” e “Kindumba”.

Podem acompanhar o trabalho de Alice Marcelino em www.alicemarcelino.com

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Alice Marcelino é uma fotógrafa baseada em Londres. A artista vive e trabalha entre Londres e Lisboa. Nasceu em Luanda, Angola a 1980.

Em 2016 Alice formou-se na Universidade de Londres em Fotografia. Atualmente frequenta um mestrado em Meios Digitais na Universidade de Goldsmiths.

O seu trabalho explora a cultura, tradição, migração e identidade, reflectindo sobre o seu significado no nosso mundo globalizado em constante mudança.

Episódio já online no Spotify e outras plataformas.

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25.03.2022 | par Alícia Gaspar | alice marcelino, black skin white algorithms, buala podcast, comunidades negras, entre ideias e reflexões, fotografia, kindumba, negritude, podcast, Violência policial

Vencedores da 1ª Open Call - Lisbonweek’22

Catarina Lopes Vicente (Portugal), Inês Neves (Portugal), José Cereceda (Chile), Leonor Sousa (Portugal), Maura Grimaldi (Brasil), Virgílio Pinto (Angola), são os artistas vencedores da 1ª Open Call Lisbonweek para o Programa de Residências Artísticas em Marvila, o bairro selecionado para a edição deste ano.

A organização da LW’22 manifesta a sua enorme satisfação pela resposta ao desafio lançado e que se traduziu no elevado número de candidaturas, com projetos inovadores e de grande qualidade técnica e artística. No total foram apurados seis artistas, tendo a organização decidido atribuir mais duas residências às quatro inicialmente previstas.

As mais de quarenta propostas recebidas foram avaliadas por um Júri composto por Xana Nunes, diretora da Actu e fundadora da Lisbonweek, Filipa Oliveira, curadora e programadora, Brooke Waterhouse, fundadora do Project One, e Georges Zorgbibe, colecionador. Ficaram apurados como finalistas 11 artistas, e depois de uma fase de entrevistas foram escolhidos os seis vencedores.

“Esta primeira Open Call da Lisbonweek teve uma adesão extraordinária. É preciso mais instituições e projetos que promovam o trabalho criativo e uma relação muito próxima com a cidade, os seus bairros e os seus habitantes.” refere Filipa Oliveira, curadora da LW’22.

Xana Nunes, fundadora da Lisbonweek, considera que “o resultado desta Open Call reflete bem a diversidade de nacionalidades a viver em Lisboa.”, e acrescenta ainda que “não foi fácil a escolha entre mais de duas dezenas de artistas estrangeiros que concorreram, o que mostra que Lisboa neste momento é, sem dúvida, umas das cidades de eleição para as gerações criativas.”

Durante o mês de abril os seis artistas irão “mergulhar” em Marvila e na história incrivelmente rica deste bairro. As residências terão lugar no espaço do Prata Riverside Village e os projetos daí resultantes serão exibidos durante a 7ª edição da LW’22, em maio, e que o público poderá descobrir num circuito artístico que irá percorrer diversos locais emblemáticos da freguesia, como a Fábrica do Braço de Prata, o Palácio da Mitra, a Igreja de Marvila, os jardins do Prata Riverside Village, entre outros.

A convocatória foi lançada no início de fevereiro e dirigiu-se a todo o tipo de práticas artísticas, desde artes visuais, passando pela dança, música, artes digitais ou mesmo NFT’s, e que respondessem ao tema central desta edição: “O Trabalho”. A Open Call - Residências LW’22 pretende contribuir para a nova criação artística contemporânea, e chamar a atenção para o património histórico e contemporâneo deste bairro lisboeta.

Sobre os artistas vencedores da Open Call LW’22

Catarina Lopes Vicente (Lisboa, 1991) – Foi vencedora da Bolsa de Artes Visuais da Fundação Gulbenkian, é colecionadora de objetos e imagens e apaixonada pelas suas formas. Pretende mergulhar no histórico de maquinaria agrícola e industrial de Marvila de forma a poder representá-lo e dar continuidade ao seu trabalho.

Inês Neves (Lisboa, 1995) – Artista performer e designer, o seu trabalho foca-se no cruzamento de disciplinas através da transdisciplinaridade e da colaboração. Através da Residência LW, a artista pretende desenvolver a investigação sobre o corpo, espaço, desenho e movimento, numa performance/desenho.

José Cereceda (Chile) – Artista circense que propõe a realização de uma performance integrando as artes circenses performativas e plásticas. A corda e o seu emaranhado serão o seu material e forma de expressão, através da qual irá refletir sobre as origens do bairro de Marvila.

Leonor Sousa (Lisboa, 1996) – Artista com atelier em Marvila, desenvolve um trabalho nos campos da pintura e da instalação, e tem como projeto mapear a experiência do trabalho em Marvila.

Maura Grimaldi (São Paulo, 1988) – Nascida em São Paulo e a residir em Lisboa, é uma artista investigadora multidisciplinar e que vai desenvolver um projeto de pesquisa e de experimentação convidando co-criadores para refletir sobre a ideia do trabalho e do nãotrabalho como espaço de reflexão crítica.

Virgílio Pinto (Angola, 1993) – Artista com formação em cinema vídeo e multimédia, já com algumas curtas-metragens no seu percurso. Focando no tema do “Trabalho”, irá deambular com a sua câmara pelo bairro de Marvila, o que resultará num projeto cinematográfico.

Se quiser acompanhar ao vivo as Residências Artísticas LW’22, poderá contactar a organização através do email: contact@lisbonweek.com

Catarina Lopes VicenteCatarina Lopes VicenteLeonor SousaLeonor Sousa

 

Inês NevesInês NevesVirgilio PintoVirgilio Pinto

 

Maura GrimaldiMaura GrimaldiJosé CerecedaJosé Cereceda

 

Sobre a 7ª Edição LW’22 – Marvila (01 a 31 maio)

No ano em que celebra o seu 10º Aniversário, a Lisbonweek irá centrar as atenções no Bairro de Marvila. Durante todos os fins de semana de maio, Marvila será palco de uma intensa programação cultural e turística, com exposições de arte, visitas guiadas, conversas, ateliês, e muito mais.

A Lisbonweek arranca no dia 1 de Maio, Dia do Trabalhador, data simbólica que marca a 7ª edição dedicada ao “Trabalho”. O que significa o trabalho nos dias de hoje? Como tem evoluído, e como será no futuro? É precisamente este o desafio lançado aos artistas vencedores da Open Call, sob a curadoria de Filipa Oliveira. E o bairro de Marvila dará o mote: a Marvila moderna, das artes, dos coworks, ligada ao rio e às suas linhas contemporâneas com os projetos de arquitetura que já a habitam, nunca esquecendo a sua origem industrial, das fábricas, dos operários, do porto, do ferro, dos tonéis de vinho, e dos mercados ambulantes. Em maio, a Marvila antiga e contemporânea dar-se-á a conhecer com a Lisbonweek.

A LW’22 é desenvolvida em parceria com o Prata Riverside Village em Marvila - o único projeto em Portugal do Prémio Pritzker Renzo Piano, e conta ainda com o apoio habitual da Câmara Municipal de Lisboa, e da Junta de Freguesia de Marvila nesta edição.

Mantendo a premissa de dar a conhecer espaços nunca antes vistos e histórias nunca antes contadas, a Programação da 7.ª edição da Lisbonweek irá incluir as habituais visitas culturais quer a locais icónicos de Marvila, como a Fábrica do Braço de Prata, a Praia de Marvila, ou o Páteo Marialva, quer a espaços que não estão acessíveis ao público, como o magnífico Palácio da Mitra. O percurso das visitas culturais será mais uma vez concebido pelo historiador Pedro Sequeira, em Português e Inglês.

Para além da descoberta do património de Marvila, haverá ainda o percurso das artes criado pela curadora Filipa Oliveira e que terá várias dimensões. De um lado, a apresentação das obras resultantes do programa de residências, espalhadas por diversos locais emblemáticos de Marvila, e por outro, as ações Meet the Artist a decorrer em várias galerias, como a Francisco Fino, a .insofar, ou a Bruno Múrias, em que o público poderá contactar com o artista/curador que está a expor, ou outra atividade em exclusivo para a Lisbonweek. Desta forma, a LW’22 propõe um projeto de pesquisa artística, resposta e impulsionamento do próprio bairro que não só apresenta propostas inéditas, como procura envolver e colaborar com os diversos agentes e promotores artísticos de Marvila.

Todos os fins de semana da LW’22 serão ativados com conversas e ateliês sobre arte, arquitetura e cidades, e está prevista uma grande festa de encerramento na Fábrica do Braço de Prata a 28 de maio.

A programação completa da LW’22 ficará disponível no início de abril, assim como os bilhetes para as visitas culturais, conversas e ateliês, com a possibilidade de comprar bilhete individual ou combinado para cada uma das atividades, em Português e Inglês

23.03.2022 | par Alícia Gaspar | Lisbonweek, Marvila, open call, residências artísticas

Simpósio "Memórias e Narrativas (Pós) Coloniais I Mindelo

Mindelo 24 e 25 de março 2022


Programação

Dia 24 de março

9h abertura por João Branco e Marta Lança

9h 30 - 10h 10 Marta Lança - editora e programadora cultural. “Processos de memorialização e falsos consensos.”

10h 15 - 10 h55 Gisela Casimiro - artista e escritora. “O Museu e eu: cápsula do tempo sobrevivido.”

11h -11h40  Celeste Fortes - antropóloga e professora.  “Trabalho intelectual no feminino: da busca pelo brancoportencimento ao vozativismo do feminismo negro.”

DEBATE até as 12h30

Dia 25 de março

9h 5- 9h 45 João Pedro George - escritor e sociólogo. “Revivalismo pós-colonial e produção literária.”

9h 55 - 10h 35 António Tavares - coreógrafo e agente cultural.  “CONTRA_danca. Um corpo enfermo.”

10h 40 às 11h 20 José J. Cabral - escritor e investigador. “Destapando um dos Tarrafais do império.”  

DEBATE até às 12h30

Depois do primeiro passo com o Maio Doc em dezembro, que trouxe  visualidades e distintas abordagens ao tema do colonialismo, apresentamos dois dias de intervenções e debates que desvelam mais leituras a partir do período colonial, os seus meandros e impactos.

As intervenções para debate provêm de investigadores e artistas portugueses e cabo-verdianos, que trazem uma grande diversidade de perspectivas:

O escritor e investigador José Cabral destapa a história sombria de um dos Tarrafais do Império, S. Nicolau: “Com teses e dissertações publicadas, é sobejamente conhecida a fase da deportação para Cabo Verde a partir de 1936 (Tarrafal de Santiago); o mesmo não acontece com a fase anterior, iniciada em 1931, na sequência da Revolta da Madeira, em que, depois de breve estadia num lazareto na Praia, os deportados são enviados para o “Campo de Concentração de Presos Políticos em São Nicolau”, servindo-se do edifício do ex-semanário, mais tarde ampliado com a edificação um outro campo em Tarrafal, na mesma ilha: Notórios português (precursores do 25 de abril 1974, no dizer do Dr. Mário Soares),  que passaram por lá, permanecem no anonimato, e suas histórias e legado, a carecer de exumação.”

José Cabral José Cabral Celeste FortesCeleste Fortes

António TavaresAntónio TavaresGisela CasimiroGisela Casimiro

A escritora e artista Gisela Casimiro, na apresentação “O Museu e Eu: Cápsula do tempo sobrevivido” cria um diálogo entre o seu trajecto artístico e militante e o de outros artistas negros da diáspora, à luz de acontecimentos recentes que marcaram a sociedade, a luta antiracista e a forma como a literatura e a arte têm lidado com os mesmos.  

A antropóloga e professora Celeste Fortes aborda o Trabalho intelectual no feminino: “Num dos armários do meu corpo em libertação, estavam escondidos vários desejos. Um deles era o de conhecer a minha história. O amor-próprio exige que falemos de nós. Mas como, se não conhecemos a nossa história? Como, se filhas do silêncio e removidas da história – masculinizadas na voz e nos protagonistas exclusivos –  não conseguimos transpor as barreiras do silêncio e vencer as amarras da história única.  No meu país, as mulheres são vítimas do esquecimento coletivo e da história oficializada. ”

O bailarino e coreógrafo António Tavares avança com uma ideia de CONTRAdança: “É neste corpo enfermo, aprisionado nas grilhetas da dúvida, da culpa, do castigo e do medo, que está alojado essa multa ou contradança…”

O escritor e sociólogo João Pedro George “Revivalismo Pós-colonial e produção literária” explica como a história dos 15 anos anteriores à queda do domínio colonial português (1960-1975) se  tornou “recentemente objeto de uma tendência revivalista na produção de obras literárias de grande sucesso comercial. Manifestação social, política e comercial da nostalgia de muitos portugueses em relação ao estilo de vida nas ex-colónias, este revivalismo tem sido instrumentalizado por estruturas empresariais altamente profissionalizadas — conglomerados editoriais —, através de uma mistura de intensidade emocional, informações históricas parciais e simplificadas e glorificação de um passado nacional coletivamente significativo.”

A editora e programadora cultural Marta Lança aborda práticas de memorialização do colonialismo. “Como se efetiva o processo de fixar o passado, por vezes traumático e violento, como se tem questionado e como se pode produzir novas memórias trazendo novas visibilidades. Falaremos de lugares, atos de memória e transmissão da História revisitando as controvérsias de algumas políticas de memória atráves de práticas culturais: memoriais, museus, toponímias, práticas artísticas e vestígio nas cidades. Defendemos a memorialização como processo de constante resignificação da memória, enquanto ação que se dá no presente e se articula às políticas atuais.”

Coorganização Centro Cultural Português e BUALA 

João Branco e Marta Lança 

22.03.2022 | par Alícia Gaspar | Centro Cultural portugues, Mindelo, pós-colonialismo, simpósio

Apresentação da Conferência Internacional - Universidade de Bolso

Centro Cultural Vila Flor, Guimarães, 27-29 maio, 2022

Terça, 29 março 19h30
Sala B 207 (Torre B)

A cargo de João Sousa Cardoso e de António Guerreiro 
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas | Universidade Nova de Lisboa
Avenida Berna 26 C, 1069-061 Lisboa


Em cada ano, a UNIVERSIDADE DE BOLSO propõe, ao longo de três dias, a criação de uma comunidade efémera de vivência, observação, reflexão e debate aberto em torno de questões atuais, locais e globais. 

Em cada edição, os participantes encontram-se com os Oradores: pensadores e artistas internacionais, relevantes do nosso tempo, convidados a proferirem uma aula pública; com os Habitantes: cidadãos e residentes locais que testemunharão um itinerário pessoal e saberes que religam com formas de inteligência necessárias à vida pública; e os Observadores: dois convidados que acompanharão no terreno todo o programa e, no último dia, devolverão o seu olhar numa perspetiva participante, crítica e propositiva sobre o trabalho desenvolvido.  

A primeira edição da UNIVERSIDADE DE BOLSO acontece entre 27 e 29 de maio de 2022, no Centro Cultura Vila Flor. Coabitação e novas temporalidades é o mote escolhido para a edição inaugural e concentra-se na atualidade dos direitos das minorias étnicas nas sociedades contemporâneas e na elaboração social, ética e estética de uma cultura cosmopolita e transtemporal.  

Na primeira edição, os Oradores são: Françoise Vergès, intelectual, escritora e militante francesa com origem familiar na Ilha da Reunião que tem desenvolvido um pensamento crítico sobre as relações entre anti-capitalismo, ativismo feminista e decolonização; Vladimir Safatle, filósofo brasileiro, docente na Universidade de São Paulo e músico, que tem produzido reflexão sobre a construção política das subjetividades entre a filosofia, a crítica da cultura e a teoria psicanalítica; Mary Enoch Elizabeth Baxter, que também assina com o nome hip-hop Isis Tha Saviour, artivista norte-americana baseada em Filadélfia, que trabalha a relação entre o sistema institucional da justiça (incluindo a justiça reprodutiva), a violência de estado e a comunidade afrodescendente nos Estados Unidos da América.  

Os Habitantes Svitlana Baptista e Niranjan Sapkota partilham connosco – num espaço especificamente relacionado com a sua história pessoal como lugar de encontro – a experiência de imigração da Ucrânia e do Nepal, respetivamente, para Portugal. 

Svitlana Fedynyak Baptista partilhará connosco a cultura cívica, tecnocientífica e política em que se formou na antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), o trauma coletivo da catástrofe ecológica de Chernobyl, a experiência migratória entre um regime autoritário do leste europeu e uma democracia em consolidação no extremo ocidente do continente. Niranjan Sapkota, por seu lado, mostrará como concilia a formação hindu e o território cultural de acolhimento, a carreira académica e o emprego fabril, além de - sendo os seus pais cantores folclóricos - o interesse pela música dos instrumentos tradicionais como uma prática familiar a que dá continuidade. Ambos os casos ajudarão a compreender as questões da alteridade, da inclusão política e das dinâmicas interculturais.   

Por último e como Observadores, a historiadora francesa Yvane Chapuis, responsável pelo Departamento de Pesquisa na escola de artes La Manufacture, em Lausanne (Suíça); e António Guerreiro, crítico cultural e professor na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, contribuirão como relatores da presente edição, analisando a qualidade das trocas havidas e as suas implicações num processo de construção coletiva de conhecimento. 

A Universidade, instituição centenária, encontra-se hoje implicada num processo imprevisível de profunda transformação política, cultural e económica, procurando os caminhos que lhe permitam reencontrar o seu fundamento – uma casa do conhecimento universal – e reinventar a capacidade de acompanhar os processos sociais e atuar produtivamente no mundo. Com a primeira edição da UNIVERSIDADE DE BOLSO queremos, juntos, dar a volta ao mundo em 3 dias! Será a primeira volta de muitas revoluções.  

21.03.2022 | par Alícia Gaspar | ativismo feminista, conferência internacional, cultura, decolonização, universidade de bolso

Now that we found freedom, what are we gonna do with it?

Narrativas sobre a pós-independência e processos de descolonização

Curadoria: Kiluanji Kia Henda & Ana Sophie Salazar

Inauguração: 7 de Abril de 2022, das 18h às 21h

Datas: Exposição patente até 12 de Maio 2022, Quarta a Sábado, das 15h às 19h

Local: R. Damasceno Monteiro, 12 R/C | 1170-112 – Lisboa

Artistas:
Hélio Buite
Clara Ianni
Rui Magalhães
Mussunda N’Zombo
Daniela Ortiz
Mwana Pwo
Yoel Díaz Vázquez
Castiel Vitorino Brasileiro

Esta exposição é o início de um estudo mais amplo que foca nas narrativas dos povos que conquistaram a independência após longos séculos de colonialismo. Ocupando o lugar da conquista, os oprimidos falam desde esse lugar de poder para repensar a própria ideia de poder e as suas possíveis formas de reorganização. A luta pela independência deu azo a várias outras lutas através da sua re-significação pós-independência, um período chamado de liberdade, marcado pela necessidade de desmantelar as heranças coloniais. Os preconceitos deixados pelo patriarcado e o cristianismo impregnam ainda hoje a textura social das ex-colónias europeias, impulsando as gerações mais jovens a fortalecer os movimentos sociais, feministas e transfeministas para combater esse legado. Esses são os movimentos e lutas que perguntam, com pertinência e ímpeto, o que foi feito com a conquista da liberdade. Para este questionamento é vital não só a consciência das conquistas que formam hoje África e as Américas descolonizadas, mas também o sentimento de responsabilidade pelas suas lutas anteriores. Os artistas reunidos questionam colectivamente a gestão da liberdade pós-independência e quais são as lutas de hoje.

Os olhos e ouvidos estão postos em futuros inclusivos, onde categorias de representação fluem de forma descentralizada. Enquanto a figura de poder autoritário é desconstruída, celebram-se multiplicidades culturais e sociais e exploram-se noções de liberdade e civismo. A indagação dos processos políticos e históricos da pós-independência permite repensar as relações de colonialidade com o ocidente. Na exposição ressaltam-se pontos de referência desde Angola, aos quais se juntam vozes do continente latino-americano com demandas similares. Através dos trabalhos expostos, um outro legado, paralelo e inverso ao colonial, é trazido para primeiro plano para ser homenageado, assim como continuado. Trata-se da herança de todas as diversas forças de resistência, a vida que sempre encontrou formas de luta.

Concebida pelo artista Kiluanji Kia Henda e HANGAR – Centro de investigação artística, com co-curadoria de Ana Sophie Salazar, a exposição é uma extensão do convite a Kiluanji que lhe concede carta branca para esta tomada do espaço. Participam os artistas emergentes angolanos Hélio Buite, Rui Magalhães e Mwana Pwo, os quais foram nomeados por Kiluanji para uma residência no HANGAR durante o mês de Março, assim como os artistas Clara Ianni, Mussunda N’zombo, Daniela Ortiz, Yoel Díaz Vázquez e Castiel Vitorino Brasileiro.

Mais informação.

17.03.2022 | par Alícia Gaspar | ana sophie salazar, colonialismo, exposição, HANGAR, kiluanji kia henda, pós-colonialismo

Livro: Des-cobrir a Europa. Filhos de Impérios e pós-memórias europeias

Margarida Calafate Ribeiro e Fátima da Cruz Rodrigues
2022, Edições Afrontamento | Memoirs

Des-cobrir a Europa – Filhos de Impérios e Pós-memórias Europeiasde Margarida Calafate Ribeiro e de Fátima da Cruz Rodrigues revela-nos as memórias intergeracionais de filhos daqueles que viveram os dias finais do colonialismo e das lutas pela independência de territórios colonizados por Portugal, França e Bélgica. Neste arquivo de pós-memória, ecoam histórias de Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Argélia e Congo, através das palavras de trinta e sete cidadãs e cidadãos europeus, cujas narrativas e reflexões interrogam esse passado, as suas sombras e os seus silêncios, mas também exprimem as suas alegrias e realizações, no presente europeu. A partir destes registos pessoais, podemos seguir os fios que ligam as relações coloniais de outrora aos fenómenos contemporâneos das migrações, da nostalgia, do racismo, da discriminação ou da hipocrisia política das relações entre as antigas metrópoles colonizadoras e as antigas colónias. Por isso, são abordadas questões como cidadania, pertença, herança, mas também reparação, restituição e denúncia, gerando uma dialética intergeracional complexa e nova que recusa a prossecução da retraumatização, ao mesmo tempo que rejeita as lógicas do esquecimento. São olhares atentos a outros lados da história, necessariamente subjetivos e plenos de experiências alheias, geradoras de múltiplos laços afetivos, familiares e políticos, que contribuem para iluminar e compreender o presente europeu e as ligações entre Europa e África. A fechar, um texto do escritor português Paulo Faria, que nos desafia para novas constelações de memórias europeias e sugere outras interrogações.

Disponível AQUI.

A edição francesa deste livro é lançada em Paris no dia 8 de Abril de 2022, pela Presses universitaires de Paris Nanterre, collection «La langue portugaise en cultures», sob o título:

Enfants d’Empires coloniaux et postmémoire européenne

Margarida Calafate Ribeiro et Fátima da Cruz Rodrigues, 

Presses universitaires de Paris Nanterre, collection « La langue portugaise en cultures », 2022.

Imagem de capa:

Aimé Mpane | 9 Portraits, série Kinoct, 2011 | © Aimé Mpane, cortesia do artista.

17.03.2022 | par Alícia Gaspar | Europa, fátima da cruz rodrigues, livro, Margarida Calafate Ribeiro, memoirs

Workshop Ecótones – Zonas de Estudo em Criação Performativa

Este workshop faz parte do processo de investigação que está a ser desenvolvido por Leonardo Shamah (BR), em colaboração com Carolina Cantelli (BR) e Ves Liberta (PT), enquanto participantes do PACAP 5, com curadoria de João Fiadeiro, em colaboração com Márcia Lança, Carolina Campos e Daniel Pizamiglio.

No âmbito do Bloco II do PACAP 5 do Forum Dança, este workshop acontece de 21 a 25 de Março, das 18h30 às 20h30 no Forum Dança, no Espaço da Penha, em Lisboa.

Cada dia é um módulo independente.

A participação é gratuita, com inscrição prévia para o email forumdanca@forumdanca.pt.

Sobre o Workshop

“Em Biogeografia, zona ecótona é uma área de transição ambiental, onde ecossistemas diferentes se encontram e reúnem uma grande biodiversidade com seres pertencentes de cada ecossistema e da própria zona. Para reconhecer um ecótone é preciso olhar as flores e as plantas, minuciosamente, e ainda assim não é uma tarefa fácil de ser feita.

Nesta oficina chamamos por Ecótones as zonas/corpos de estudos que reúnem práticas de educação somática, deslocamentos espaciais urbanos e atividades desviantes anticapitalistas para gerar estados de percepção disponíveis à matéria sutil e invisível que nutre a existência com sentidos de encantamento e aproximação da natureza.

Com a imaginação em exercício dizemos que nesta zona ecótona: respeitamos o acaso, a perda de tempo, a conversa fiada. Queremos demorar, vagar e afrouxar. Movemos o corpo para mover o mundo que inventamos a todo instante. Como água, com a ajuda da gravidade, corremos a um lugar baixo que nos acolha em ondas de criação em existência.

No lugar de uma palavra-chave sonhamos com uma palavra-fechadura para este processo de criação habitar.

Essa oficina acontece dentro do Bloco II do PACAP 5, onde os participantes estão a criar a partir de uma pergunta partilhada.

A oficina será acompanhada pelo artista de Teatro e performer Leonardo Shamah (BR), que está em colaboração com as artistas Carolina Cantelli (BR) e Ves Liberta (PT).” - Leonardo Shamah

Inscrições e mais informações 

Forum Dança
[+351] 925 103 596
forumdanca@forumdanca.pt
www.forumdanca.pt

16.03.2022 | par Alícia Gaspar | criação performativa, cultura, ecótones, forum dança, workshop

HANGAR | Carta Aberta | March 2022

Carta Aberta

Artistic Direction  

Kiluanji Kia Henda

Artist in residency 

Mwana Pwo [ANG]
Hélio Buite [ANG]
Rui Magalhães [ANG]

Program conceived by the artist Kiluanji Kia Henda and HANGAR - Center for artistic research, which gives him carte blanche for this takeover of the space with the Angolan artists Hélio Buite, Rui Magalhães and Mwana Pwo.

Project supported by DGARTES 

©️Rui Magalhães, Pelo Poder, 2021, video still.

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16.03.2022 | par Alícia Gaspar | carta aberta, dgartes, HANGAR, kiluanji kia henda

Ateliê Mutamba - Residências Artísticas

Está a decorrer no Hotel Globo o programa de residência Ateliê Mutamba, com realização KinoYetu e patrocínio Goethe-Institut Angola.

Irene A’mosi , Gegé M’bakudi e Resem Verkron, são os artistas em residência desta primeira edição e em maio serão os protagonistas de uma exposição colectiva do programa onde poderão expressar de forma prática o resultado artístico destes quatro meses.

Com coordenação de Orlando Sergio e curadoria de Ery Claver, nesta edição pretende-se explorar o conceito de interdisciplinaridade: arte, formação, partilha e novas descobertas em um mesmo espaço, que confluam no final numa exposição colectiva. Uma residência artística com três artistas e um curador que durante quatro meses assumirão o compromisso de interligar vivências e contribuir para a construção de um legado social, que na ausência de um nome que englobe tudo que a arte significa para nós, resolvemos chamar de diálogos culturais. Ter a arte como uma prioridade e uma ferramenta de reflexão dos tempos actuais, influenciará para uma outra realidade, temos a convicção que questionar o passado e uma ação consciente no presente, é fundamental para a construção de uma sociedade verdadeiramente justa e um futuro melhor para todos nós.

Sobre o Projecto

Localizado no mítico Hotel Globo, um edifício construído na década de 50 que já foi albergue temporário de figuras proeminentes da cena cultural, tais como: Ruy Duarte de Carvalho e Rogério de Carvalho, e da nova geração como Toy Boy, Kiluanji Kia Henda, Thó Simões, Nadine Sierget. Entre 2004 e 2010, o salão principal do edifício, foi um dos espaços expositivos da Trienal de Luanda e, nos últimos cinco anos, os quartos do antigo hotel, transformaram-se no local de exposição do evento anual Fuckin ́ Globo, que também fez uso das traseiras para realização de eventos como concertos, performances, debates e mostras de cinema.

Nesta nova ocupação do espaço, com o projeto Ateliê Mutamba - Residências Artísticas, pretende-se explorar o conceito de interdisciplinaridade: arte, formação, partilha e novas descobertas em um mesmo espaço, que confluam no final numa exposição colectiva. Uma residência artística com seis artistas e dois curadores que durante seis meses assumirão o compromisso de interligar vivências e contribuir para a construção de um legado social, que na ausência de um nome que englobe tudo que a arte significa para nós, resolvemos chamar de diálogos culturais. Ter a arte como uma prioridade e uma ferramenta de reflexão dos tempos actuais, influenciará para uma outra realidade, temos a convicção que questionar o passado e uma ação consciente no presente, é fundamental para a construção de uma sociedade verdadeiramente justa e um futuro melhor para todos nós.

Durante os últimos anos a arte contemporânea africana ganhou notoriedade e iniciativas como esta residência podem ser entendidas como parte desta transformação no universo artístico. Por muito tempo questões estruturais no continente, fizeram com que a arte tivesse a sua importância relativizada. O movimento de resistência cultural dos artistas foi fundamental na conquista de um novo lugar para um o imaginário na arte contemporânea africana e continua a ser. Além da troca entre os participantes da residência, teremos outros convidados e um diálogo constante com a cidade. Com uma metodologia interativa, no final de cada etapa haverá uma exposição, já que assim como a vida, a arte só faz sentido quando compartilhada. O Ateliê Mutamba - Residências Artísticas, é uma proposta de interação social, com intuito de garantir novas experiências a todos os envolvidos.

16.03.2022 | par Alícia Gaspar | ateliê mutamba, goethe institut angola, Hotel Globo, kinoyetu, Residência Artística

A África existe? Notas sobre o objeto dos estudos africanos

Quinta-feira, dia 17 (15h00) via zoom

Elísio Macamo será o protagonista do Seminário Permanente de Estudos Pós-coloniais do CECS: “A África existe? Notas sobre o objeto dos estudos africanos”

A apresentação debruça-se sobre questões epistemológicas e metodológicas na produção de conhecimento sobre a África. Ela interpela as condições de possibilidade do conhecimento através da sugestão da ideia segundo a qual o objecto dos estudos africanos seria a “teoria do conhecimento” no contexto da qual o conhecimento sobre a África se constitui. Esta ideia procura contextualizar os debates sobre a descolonização e pós-colonialismo através da sua articulação metodológica.

Elísio Macamo é professor de sociologia e estudos africanos na Universidade de Basileia, na Suíça. É moçambicano, formou-se em Moçambique, na Inglaterra e na Alemanha em duas áreas, nomeadamente tradução e interpretação (diploma em Moçambique, mestrado na Inglaterra) e sociologia, antropologia e literaturas africana em língua inglesa (mestrado em sociologia e políticas sociais em Londres, doutoramento em sociologia geral, antropologia e literaturas africanas em Bayreuth, Alemanha, e agregação em sociologia geral e sociologia do desenvolvimento em Bayreuth).

Link Zoom: https://videoconf-colibri.zoom.us/j/88630673044?pwd=ek96KzFVY2VJN0d5VnNsbUJHWWZYZz09

Mais informação.

15.03.2022 | par Alícia Gaspar | Africa, CECS, conferência, Elísio Macamo, estudos pós-coloniais

Cinediálogos no CCB - um programa de Luciana Fina

6/05 12H00 com Luciana Fina In Medias Res, de Luciana Fina, 2013 - homenagem ao arquitecto Manuel Tainha (1922-2012), no ano do centenário do seu nascimento.

7/05 12H00 com Marta Lança - Afectos de Betão - Zopo Lady, de Kiluandji Kia Henda 2014 e Ar Condicionado, de Fradique 2020 

8/05 16H00 com João Dias A Operações SAAL, de João Dias, 2009 


Cinema na Rádio, Arquitectura no écran - um programa de Luaciana Fina

O cinema e a arquitectura nunca deixaram de se interpelar mutuamente, percepcionando e projectando o espaço, experienciando o tempo, abordando e intervindo na complexidade do real.

Neste primeiro breve ciclo de Cinediálogos, vamos ouvir materiais sonoros e conversar com os realizadores de dois documentários, As Operações SAAL e A Cidade de Portas, e com a programadora da secção dedicada ao cinema de Angola na última edição do Arquiteturas Film Festival. No entrelaçar-se do documento, do encontro com os protagonistas e da percepção dos espaços, estes filmes falam-nos de caminhos que a arquitectura e o urbanismo têm percorrido questionando o habitar e a cidade em momentos críticos e de grande viragem na história do país. Assim, ao interrogar a Arquitectura, o Cinema procura questionar também a sua linguagem.

 

“19 Finestre” Luciana Fina  6 episódios, em escuta aqui

15.03.2022 | par Alícia Gaspar | arquitectura, CCB, cinediálogos, rádio antecâmara, sound it