Leituras de Eduardo Lourenço - Webinar 3 de Dezembro

O Centro de Estudos Ibéricos, vinte anos após o Professor Eduardo Lourenço ter lançado a ideia seminal que levou à sua criação, honra a memória do seu mentor, patrono e Diretor Honorífico com a promoção do Projeto “Leituras de Eduardo Lourenço”.

Coordenado por António Pedro Pita (Universidade de Coimbra), Margarida Calafate Ribeiro e Roberto Vecchi (Centro de Estudos Sociais e Cátedra Eduardo Lourenço, Universidade de Bolonha) e Rui Jacinto (Centro de Estudos Ibéricos e CEGOT-Universidade de Coimbra).

Assumindo a obra de Eduardo Lourenço como elemento agregador, o Projeto pretende gerar um movimento cultural de discussão e (re)leitura crítica do seu legado, assim como promover a reflexão de um pensamento vasto e labiríntico através de múltiplas iniciativas.

O seminário de 3 de dezembro, em versão webinar, contará com as participações de: 

Apresentação e moderação: António Pedro Pita (Universidade de Coimbra)

Intervenções de: Maria Odete Semedo (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa da Guiné Bissau) e de Vincenzo Russo (Università di Milano).

30.11.2021 | par Alícia Gaspar | António Pedro pita, centro de estudos ibéricos, leitura, literatura, Margarida Calafate Ribeiro, professor Eduardo Lourenço, Roberto vecchi, rui jacinto, webinar

Dossier "Racismo em Portugal: Um país em estado de negação"

22.11.2021 | par Alícia Gaspar | Beatriz Gomes Dias, comunidades ciganas, Descolonização, guto pires, José falcão, Mamadou Ba, Maria Gil, piménio ferreira, racismo, racismo em portugal

TOCHAS, exposição de fotografia de Vasco Célio

a partir de 24 de novembro || 18h - 20h, Campo de Santa Clara, 167, Lisboa (nas Antigas Oficinas de Fardamento do Exército)

Curadoria: Sara Goulart

Em lugar incerto entre lenda e historiografia, conta-se que, há cerca de quatrocentos anos, os habitantes de São Brás de Alportel, perante a ameaça de invasão por parte de uma frota inglesa, acenderam tochas de fogo no alto do serro, à noite, criando a ilusão de exército grandioso e conseguiram assim afastar o inimigo. A vitória é anualmente evocada pelos homens de São Brás que substituíram a tocha incandescente por uma composição floral por eles elaborada e transportada numa procissão do rito pascal católico. 

Nos anos de 2012 e 2017, Vasco Célio retratou as centenas de homens de S. Brás de Alportel que empunham as suas tochas floridas na procissão pascal da Ressureição. Desse trabalho resultou uma exposição de novo fotografias à escala real. 

Apoios: DGArtes; Câmara Municipal de São Brás de Alportel; Ironic Art Nation; BUALA; Artadentro; Stills e Largo Residências.

22.11.2021 | par Alícia Gaspar | arte, exposição de fotografia, fotografia, inauguração, TOCHAS, vasco Célio

NO PAST, NO FUTURE: THE PRESENT IS LOOPED

PT

Exposição NO PAST, NO FUTURE: THE PRESENT IS LOOPED, na PLATAFORMA REVÓLVER.

Curadoria de Vítor Pinto da Fonseca.

Inauguração no Sábado dia 20, da 16.00 às 19.00.

Morada: R DA BOAVISTA 84 3º PORTA 6, 1200-068. (Logo a seguir à rua de S. Paulo).

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EN

Exhibition NO PAST, NO FUTURE: THE PRESENT IS LOOPED, at PLATAFORMA REVÓLVER.

Curated by Vítor Pinto da Fonseca.

Opening on Saturday 20th, from 26.00 to 19.00.

Address: R DA BOAVISTA 84 3º DOOR 6, 1200-068. (Just after Rua de S. Paulo)

19.11.2021 | par Alícia Gaspar | arte contemporânea, exposição, no future:the present is looped, no past, plataforma revólver, Vitor pinto da Fonseca

Restituição e repartição na identidade pós-conflito – Ngonani mu ta wona: uma viagem no tempo ao palácio das colónias

Ngonani mu ta wona (“venham ver”, em língua chope) é um convite para revisitar a I Exposição Colonial Portuguesa, realizada na cidade do Porto, em 1934.
Trata-se de um evento de exaltação da pretendida grandiosidade do antigo império, ante os olhos curiosos dos cidadãos da então metrópole. Entre outras atracções, a Exposição destacou-se pela exibição pública de pessoas oriundas das antigas colónias, apresentadas em simulacros dos seus meios sociais e culturais “originais”.

A presente exposição apresenta quinze fotografias produzidas e divulgadas no contexto da realização do evento, particularmente, da presença de pessoas trasladadas de diversos pontos do então território colonial de Moçambique. Deste grupo de indivíduos, destacam-se os chopes da zona sul de Moçambique que, com a exibição da sua Timbila, atraíram significativamente a atenção do público.

A estas gentes, somaram-se outras gentes levadas de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Goa, Macau, São Tomé e Príncipe, Timor Leste e, eventualmente outras, numa longa jornada de três meses em que “viram e foram vistos” nas alamedas do Palácio das Colónias, construído exclusivamente para o efeito.

O material aqui apresentado é, em si, um testemunho literalmente ocular do papel desempenhado pela fotografia na construção simbólica que se pretendia em eventos desta natureza: a materialização de um determinado imaginário contido na propaganda do regime político então vigente.

Agradecemos, assim, aos arquivos portugueses – nomeadamente, o Arquivo Nacional da Torre do Tombo, o Arquivo Histórico Municipal do Porto e o Centro Português de Fotografia – pela gentil cedência de parte de um vasto acervo fotográfico que constitui um importante património documental da experiência histórica de Moçambique, dos moçambicanos e da sua cultura.
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Organização: Marílio Wane

Patente até 10 de Dezembro 2021, nas grades exteriores do CCFM e CCMA
Créditos da fotografia: Câmara Municipal do Porto/Arquivo Histórico. Identificador 692698

No âmbito do Ciclo de Debates sobre “Restituição e reparação na identidade pós-conflito”
Mais informações aqui.

Ngonani mu ta wona! Iniciativa Mbenga: artes e reflexões e Oficina de História (Moçambique)

19.11.2021 | par Alícia Gaspar | colonialismo, escravatura, exposição, fotografia, ngonani mu ta wona, pós-colonialismo

Carta Aberta à RTP — Para que 'Meu Caro Amigo Chico' possa ser visto

Meus caros amigos,

A memória é uma forte aliada da criação plena. A memória individual ajuda-nos a processar as experiências do passado, abrindo caminhos de pensamento que nos transformam e fazem crescer. O mesmo acontece com a memória colectiva: é através dela que se abrem diálogos plurais e reflexões com o poder de regenerar a sociedade no presente — se não a conhecermos, estaremos condicionados a repetir os mesmos erros e os mesmos padrões.

Foi assim que, em 2005, surgiu a ideia para o documentário musical Meu Caro Amigo Chico (2012), um filme de produção independente e sem qualquer financiamento público. O filme, que junta músicos portugueses e brasileiros, apresentando a relação musical entre Portugal e Brasil, foi feito através de parcerias e com o apoio generoso de toda a equipa técnica e artística, recorrendo também a algum material de arquivo da RTP, entre outros.

O filme foi exibido em festivais nacionais e internacionais desde 2012, do IndieLisboa à Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, e ao Festival Atlântico - Philharmonie Luxembourg, entre outros. A 25 de Abril de 2020, em contexto da pandemia de Covid-19, foi exibido extraordinariamente online, em sinal aberto e sem fins lucrativos, felicitando Chico Buarque pelo Prémio Camões. A exibição atravessou o Atlântico e alcançou mais de 60 000 espectadores e centenas de milhares de reações numa só semana. Desde então, tem sido ainda mais pedido pelo público, instituições e pela comunidade universitária dos dois países.

Planeado para estrear no canal RTP Música, que nunca chegou a existir, foi finalizado em 2012 com o princípio de que a RTP seria parceira: ficou acordada a cedência de arquivos RTP e a contrapartida da primeira janela exibição e uma futura negociação destas condições. No entanto, desde 2012, não foi mais possível a contratualização com a RTP, sendo repetidamente adiada pelo canal. Agora, a RTP já não cede os direitos do uso comercial do arquivo e abdicou do seu privilégio de exibição, contrariando o acordo inicial, demonstrando pouco ou nenhum interesse, fazendo propostas a custo zero ou de verbas simbólicas e sem acordo de arquivo.

O filme ficou suspenso, e o licenciamento das obras musicais e restantes arquivos impossibilitado. Suspensos estão também, há mais de 9 anos, o pagamento à equipa técnica, a possibilidade de recuperação de investimento, candidaturas a apoios, e outras exibições do filme fora do circuito de festivais.

Restou uma estrutura de produção fragilizada, agravada pela pandemia, reduzida aos autores do filme. Ficámos perante um dilema ético: exibir o filme, desrespeitando os profissionais da cultura nele envolvidos, ou não exibir. Sabemos da extrema importância da boa prática profissional para a estabilidade do sector cultural, por isso, temos escolhido não o exibir em defesa da equipa técnica e artística do documentário, excepto em situações extraordinárias sem fins lucrativos de celebração da Cultura (2020), e com o apoio de todos os artistas retratados.

A RTP tem a responsabilidade de atuar eticamente no mercado audiovisual, honrando os compromissos assumidos e defendendo os conteúdos de produção original em língua portuguesa. A RTP tem também um papel de apoio ao sector cultural, obrigações perante os produtores e criadores independentes de língua portuguesa, e perante os músicos. Pode e deve ser a principal aliada e interessada em manter viva e acessível a Cultura e a memória colectiva de um país — neste caso, Portugal e Brasil.

É por isso que exigimos à RTP uma rápida resolução deste impasse, que temos vivido com perplexidade, incompreensão e frustração ao longo dos anos. Pedimos à RTP que cumpra o nosso acordo inicial, autorizando a cedência do Arquivo para este projecto e negociando uma verba de exibição digna, possibilitando o licenciamento e a exibição comercial do filme a todo o seu público mundial. É para isso que fazemos filmes: para serem vistos. É também para isso que defendemos a RTP: para que os mostre e os dê a conhecer.

Pedimos à RTP que colabore activamente com a nossa comunidade e que facilite o acesso ao seu Arquivo aos mais diversos agentes da Cultura e da Educação, agora e no futuro, evitando a repetição destas situações. O Arquivo RTP é uma parte essencial da memória audiovisual do nosso país e do nosso referencial de memória colectiva, permitindo-nos manter vivo o diálogo sobre democracia, liberdade, pós-memória e cultura.

Por respeito ao trabalho dos profissionais da cultura, do cinema e audiovisual, dos músicos, autores, intérpretes e técnicos; pelo público; por esta e por outras obras em situação semelhante, manifestamos o nosso apoio a este filme.

28 de outubro de 2021

 

Os autores,

Joana Barra Vaz — Realizadora / Argumentista / Produtora
Maria João B. Marques — Argumentista
Rui Pires — Montador / Argumentista

 

Para subscrever, enviar email para meucaroamigochico@gmail.com

com Nome + Profissão + País + “Subscrevo”

Subscritores serão atualizados diariamente.

 

A equipa artística e técnica do filme,

Catarina Viana -— Artista / Ilustrações e Lettering

Gil Chagas — Chefe de Produção, Projecto Marginal / Assistente de Realização

Hugo da Nóbrega Cardoso — Câmara / Apoio Produção

Ivânia West — Câmara / Ass. Realização

Ivo Tomás Costa — Ass. Realização

José de Castro — Banda Sonora

Lisa Persson — Câmara

Maria Helena Viegas — Ass. Produção / Catering

Mário Dias — Dir. Som

Pedro Pereira  — Produção, Projecto Marginal / Produtor, Portugal

Tiago Miguel Nicolau Alves — Câmara

Tiago Raposinho — Dir. Som / Mistura de som

Vanda Noronha — Fotografia de Cena

Vasco Monteiro — Montagem

 

Artistas e Músicos participantes no filme, 

Ana Brandão / Real Combo Lisbonense — Atriz, Músico

Jacinto Lucas Pires / Os Quais — Escritor, Músico

João Afonso — Músico

José Eduardo Agualusa — Escritor

João Cabrita / Sérgio Godinho — Músico, Portugal

JP Simões — Músico

Luanda Cozetti de Freitas / Couple Coffee  — Músico

Sérgio Nascimento  / Sérgio Godinho — Músico

Norton Daiello / Couple Coffee — Músico, Portugal

Nuno Prata — Músico

Nuno Rafael  / Sérgio Godinho — Músico

Marco Armés / Feromona — Músico

David João Linhares dos Santos / Bernardo Barata — Músico

 

Entidades subscritoras,

APORDOC — Associação pelo Documentário

APTA  — Associação Portuguesa de Técnicos de Audiovisual - Cinema e Publicidade

A.R.A. — Assistentes de Realização e Anotadores

Latoaria — Associação Cultural, Portugal

19.11.2021 | par Alícia Gaspar | carta aberta, Chico Buarque, cultura, meu caro amigo chico, prémio Camões, RTP

JUST MY IMAGINATION (Running Away with Me)


Exposição com curadoria de Azu Nwagbogu  

Abertura: 25 de Novembro - 17h / 21h 

Duração: 25 de Novembro de 2021 a 29 de Janeiro de 2022 | Quarta a Sábado - Das 15h às 19h

Artistas: Zanele Muholi & Ayogu Kingsley

No rescaldo das lutas pelas Liberdades Civis dos anos sessenta, nos Estados Unidos, e do movimento independente que varreu o continente africano, os anos setenta proporcionaram uma nova era aos artistas Negros, na qual sentiram a liberdade para escrever, produzir canções, arte, acolher eventos mundiais (FESTAC 77), combates de boxe (Rumble in the jungle 74), música e literatura que não estavam enraizados nas lutas, mas sim na alegria, no amor, na diversão, e na família Negra, sem deixar de abordar, de modo subtil, as injustiças sociais a partir de dentro – uma experiência intra-negra e não em reação ao “outro”, por assim dizer. Esta ideia de Negritude pós-moderna é hoje recuperada na cultura visual contemporânea, através do Retrato Negro. A Negritude passou da angústia existencialista a realidade natural, imaginação, aspiração, fantasia e agora nostalgia. Encontramo-nos num momento de nostalgia por fragmentos do passado, que guia e alimenta o presente, e desperta a imaginação. Just My Imagination (Running Away with Me) é uma canção do grupo americano de Soul, The Temptations. Nesta canção, a icónica banda fantasia acerca da felicidade doméstica, o tipo de futuro utópico que é nitidamente negado e dissociado da experiência Negra contemporânea. Just My Imagination foi uma ode à esperança de viver uma vida familiar simples e tranquila. Esta exposição apresenta um realismo natural que se torna visível através da pintura e da fotografia, uma vez que ambos os meios interagem e dominam a arte contemporânea de hoje em dia.

Zanele Muholi e Ayogu Kingsley são artistas contemporâneos com esperanças e aspirações moldadas por fragmentos da sua perceção da experiência Negra africana na infância. Esta exposição pretende recriar os atos de resignação perante fantasias emancipatórias moldadas por memórias pesadas de infância, histórias e cultura visual. Tal como as melodias psicadélicas Soul da obra epónima dos Temptations, lançada em 1971, o artista funde-se e atravessa o imaginário e a realidade para enfrentar o eu. Entre a auto-exploração vulnerável e declarações arrojadas, cada obra de arte desafia os arquétipos normativos e os padrões de comportamento ditados pela cultura contemporânea. 

Cada narrativa visual apresenta a imagem do próprio. Seja através do autorretrato performativo ou da pintura hiper-realista, os meios arrojados escolhidos pelos artistas abrem espaço à coragem de romper com a servidão.

Notas Biográficas:

_Azu Nwagbogu é o Fundador e Diretor da African Artists’ Foundation (AAF), uma organização sem fins lucrativos sediada em Lagos, na Nigéria. Nwagbogu foi nomeado Diretor/Responsável de Curadoria Interino do Museu Zeitz de Arte Contemporânea na África do Sul, de junho de 2018 a agosto de 2019. Nwagbogu é também Fundador e Diretor do LagosPhoto, um festival anual internacional de fotografia artística realizado em Lagos. É editor do Art Base Africa, um espaço virtual para descobrir e conhecer arte contemporânea de África e das suas diásporas. Nwagbogu é um curador com um especial interesse na museologia futura.

_Zanele Muholi, ativista visual que trabalha com fotografia, nascida em Umlazi, Durban. Atualmente vive e trabalha em Umbumbulu. A missão autoproclamada de Muholi é “reescrever uma história visual negra, queer e trans da África do Sul para que o mundo tome conhecimento da nossa resistência e existência no auge dos crimes de ódio na África do Sul e além-fronteiras”. Está atualmente a construir a primeira escola de artes em KwaZulu Natal. Muholi co-fundou o Forum for Empowerment of Women (FEW) em 2002. Em 2009, fundou também o Inkanyiso, um fórum para meios visuais (de ativismo) queer. Continua a oferecer formação e a co-proporcionar workshops de fotografia para jovens mulheres nos bairros da cidade. Muholi estudou Fotografia Avançada no Workshop de Fotografia de Mercado em Newtown, Joanesburgo, e em 2009 concluiu um mestrado em Documentary Media na Universidade de Ryerson, Toronto. Em 2013, tornou-se Professora Honorária na Universidade de Artes/Hochschule für Künste Bremen.

_Ayogu Kingsley Ifeanyichukwu é um artista nigeriano conhecido pelo seu estilo hiper-realista. Nascido em Enugu, na região oriental da Nigéria, Ayogu interessou-se pela pintura e pela arte desde muito jovem. Isto levou-o a estudar pintura e gráfica no Enugu State College of Education (Technical). A obra de Ayogu pode ser descrita como deslumbrante e detalhada, retratando situações com um amplo espetro de emoções expostas através de lágrimas, desespero e afinidade. Quem observa as suas peças sente invariavelmente uma ligação aos quadros.

*Todos os direitos de imagem reservados aos artistas. 

19.11.2021 | par Alícia Gaspar | arte, ayogu kingsley ifeanyichukwu, azu nwagbogu, exposição, fotografia, HANGAR, pintura, realismo, Zanele Muholi

ATLANTICA: Contemporary Art from Cabo Verde, Guinea Bissau, São Tomé and Príncipe and their Diasporas

Pão, pão, queijo, queijo, 2010 | Gelantin silver print | 60 x 200 cm © Sandim Mendes Pão, pão, queijo, queijo, 2010 | Gelantin silver print | 60 x 200 cm © Sandim Mendes

Lançamento do livro Atlantica: Contemporary Art from Cabo Verde, Guinea Bissau, São Tomé and Príncipe and their Diasporas

10 de Dezembro 2021 | 18h00 – 21h00

Local: Hangar | Rua Damasceno Monteiro, n.º 12 - r/c, 1170-112 Lisboa 

ATLANTICA: Contemporary Art  from Cabo Verde, Guinea Bissau, São Tomé  and Príncipe and their Diasporas é o terceiro livro da editora Hangar Books, especializada em publicações no contexto das artes contemporâneas, com foco nas espistemologias do sul. 

Na sequência das duas obras anteriores dedicadas, respectivamente, a Angola e a Moçambique, este novo livro da série “Atlantica” centra-se na arte de Cabo Verde, da Guiné-Bissau e de São Tomé e Príncipe, bem como nas suas diásporas.  É editado pelo artista César Schofield Cardoso, em conjunto com Mónica de Miranda, que assina também a coordenação.

Entre os artistas selecionados, encontramos Olavo Amado, Nú Barreto, Welket Bungué, César Schofield Cardoso, Irineu Destourelles, Vanessa Fernandes, Ângelo Lopes, Sandim Mendes, Melissa Rodrigues, Herberto Smith, Abdel Queta Tavares e René Tavares. E nos ensaios teóricos:  Azu Nwagbogu, Mónica de Miranda, César Schofield Cardoso, Ana Balona de Oliveira, Ana Cristina Pereira, Inês Beleza Barreiros, Raquel Schefer, Ana Nolasco, Álvaro Luís Lima, Michelle Salles, Paula Nascimento, Mariana Aboim, Raquel Lima, Valdívia Delgado Tolentino, Cristiana Tejo, Luísa Santos, Inocência Mata e Joacine Katar Moreira. 

Este quadro curatorial destaca artistas contemporâneos dentro e das regiões que atuam desde a viragem do milénio até ao presente. São artistas envolvidos em pesquisas e práticas de arte experimental e conceptual que investigam narrativas coloniais e pós-coloniais. As obras dos artistas representados neste livro são diversas em meio e abordagem, bem como no que respeita a questões sociais de endereço, como identidade e política corporal, lugar, memória e história. O novo milénio assistiu a uma produção cultural sem precedentes, caracterizada por um misto de radicalidade e marginalidade, nostalgia e utopia. Estes artistas estão principalmente comprometidos em desafiar noções fixas de lugar e afirmar conexões entre a produção artística e as formações políticas, sociais, ideológicas e pessoais.

“Atlantica” é o título e o princípio organizador desta série e o seu significado semântico remonta à mitologia clássica. Está carregado de potencial interpretativo sobre questões de localização, geografia, exílio, migração, separação, êxodo, diáspora e deslocamento, e representa o movimento de deixar a terra natal, uma experiência comum para muitos dos artistas representados nos outros livros da série. Atlantica aponta também para a história bem estudada da travessia do Atlântico Sul e do Norte e remete para o conceito de The Black Atlantic (1993), de Paul Gilroy. Gilroy usa as imagens do Atlântico para demonstrar a posição de identidades entre duas (ou mais) terras, culturas, que não podem ser definidas por fronteiras. Atlantica situa-se neste lugar de dupla consciência no trabalho de W.E.B. Du Bois, em The Souls of Black Folk (Du Bois 1903, 8).

Na celebração do lançamento deste livro, no dia 10 de Dezembro, às 18h, no Hangar, teremos um seminário moderado por César Schofield Cardoso com conversas com teóricos, artistas e investigadores. Este ciclo se estenderá por outros eventos como video-screenings, residências e rádio durante 2022.  Organização de Mónica de Miranda.

PROGRAMAÇÃO

Dia 10 de Dezembro. (18h00-21h30)

18h00

César Schofield Cardoso, “The space we share” (Editor’s note).

18h30

Ana Balona de Oliveira “Contemporary Art and the Interwoven Histories of Cabo Verde, Guinea-Bissau and São Tomé e Príncipe”. 

19h00

Inocência Mata “Between Sankofa and Janus…”transterritorialized” artists”.

19h30

Joacine k Moreira “TO DECOLONIZE IS TO D.E.P.R.O.G.R.A.M.E. Systemic Racism, Body, Gender and Diaspora in Arts”.

20h00

Artists Talk 

  • Vanessa Fernandes 
  • Irineu Destourelles
  • Nú Barreto
  • Melissa Rodrigues 
  • René Tavares 

 

CICLO DE VIDEO ONLINE DIÁSPORA: ITINERÁRIO DIALÓGICO

Curadoria de JOÃO SILVÉRIO

Artistas: Cesar Schofield Cardoso, Melissa Rodrigues, Vanessa Fernandes, Sandim Mendes, Welket Bungué

Lançamento 15/12/2021 às 19h

Diáspora: itinerário dialógico

Esta seleção de artistas para exibição na plataforma Hangar Online inclui trabalhos em vídeo e fotografias.  A extensão, por assim dizer, à fotografia, tenta reforçar uma ligação à prática documental tão presente nas imagens que os arquivos da diáspora se revelam como uma memória colonial do século passado.  Nesse sentido, procura-se propor um itinerário dialógico, ou seja, uma sequência de narrativas e documentos que exploram temas e temas atuais e comuns, como a (s) diáspora (s), o período colonial e diferentes abordagens das questões identitárias que representam a suposição de diferença, desejo e liberdade.

JOÃO SILVÉRIO

Mestre em Estudos Curatoriais pela Faculdade Belas-Artes da Universidade de Lisboa. É curador associado da colecção de arte contemporânea da Fundação PLMJ. Curador e tutor no projeto RAMA Residências para Artistas, Maceira, Portugal. Inicia a sua actividade como curador independente em 2003.

Cria o projecto independente EMPTY CUBE em Outubro de 2007 que tem apresentado projectos de artistas, designers e arquitectos (www.emptycube.org). Foi Presidente da Secção Portuguesa da AICA – Associação Internacional de Críticos de Arte, desde Março de 2013 até Dezembro de 2015. Cria, em 2019, a editora independente EMPTY CUBE_reader que lançou a primeira edição com uma obra dos artistas Musa paradisiaca.

Escreve regularmente sobre projectos artísticos em catálogos, publicações e websites entre os quais no www.emptycube.org

Conheça a editora Hangar Books:

https://hangar.com.pt/edicoes/ 

18.11.2021 | par Alícia Gaspar | arte, cabo verde, contemporary arts, cultura, diasporas, Guinea Bissau, HANGAR, lançamento de livro, livro, política, São Tomé and Príncipe

'Arrábida Bound' de Miguel Palma e Luís Palma

Miguel Palma + Luís Palma

Curadoria de Miguel von Hafe Pérez

18 novembro 2021


Depois de uma abertura surpreendente em setembro, e que foi considerada um dosacontecimentos mais marcantes da rentré eartística de Lisboa, a .insofar inaugura no próximo dia 18 de Novembro o projeto Arrábida Bound com curadoria de Miguel von Hafe Pérez. Neste segundo momento expositivo serão apresentadas obras de Luís Palma (Porto, 1960) e Miguel Palma (Lisboa,1964).

A partir de uma vivência geracional compartida, a exposição vai dar visibilidade a produções recentes, num caso, inéditas noutro, de dois dos protagonistas nacionais da renovação das linguagens escultóricas e fotográficas nos anos noventa do século passado.

Na verdade, foi a partir da exposição Imagens para os anos 90, que teve lugar em Serralves em 1993, que estes três autores cimentaram uma amizade e um continuado trabalho que se estabeleceu ao arrepio de modas, conjunturas e determinações exteriores.

Arrábida Bound parte de uma coincidência verdadeiramente extraordinária: ambos os artistas desenvolveram nos últimos tempos uma série de trabalhos que de forma mais ou menos literal se associam à ponte da Arrábida, estrutura icónica da cidade do Porto. Construída entre 1957 e 1963, a estrutura revelou-se um desafio assoberbante nos seus princípios de engenharia, bem como um conseguido exemplo de uma elegância formal que viria a eternizar o seu autor, o engenheiro Edgar Cardoso.

O projeto Vinte e cinco palavras ou menos de Luís Palma parte de uma série fotográfica realizada no interior de uma autocaravana estacionada precisamente nas imediações da ponte da Arrábida e que era a habitação de um velho rock ́n’roller. A partir daí o autor faz uma viagem por memórias pessoais, incluindo um conjunto de fotografias dos finais dos anos oitenta, e socioculturais, onde se entre cruzam narrativas da política (nomeadamente do colonialismo e da revolução), da vida da estrada e do universo musical como definidor de atitudes e comportamentos.

Miguel Palma ancora os seus trabalhos inéditos na representação explícita da ponte da Arrábida num desdobramento entre a escultura e o desenho. Como sempre, referencia um universo ficcional onde a modernidade se apresenta enquanto paradigma tensivo entre eficácia e derrisão, entre conforto e desastre. Os seus mecanismos são uma espécie de máquinas celibatárias no sentido duchampiano, onde desejo e morte se confundem no lastro de movimentos repetitivos e circulares sem nexo evidente.

Arrábida Bound é, então, uma oportunidade para testemunhar como através da arte contemporânea se podem ativar criticamente conceitos como os de memória, história e sequelas da reflexão (ou falta dela) sobre o nosso passado recente.

18.11.2021 | par Alícia Gaspar | Arrábida bound, colonialismo, fotografia, luís palma, miguel palma, miguel von hace Pérez

Temos de Falar 4 - André Tecedeiro e Laura Falésia

À conversa com Gisela Casimiro

André Tecedeiro & Laura Falésia à conversa com Gisela Casimiro.

André Tecedeiro é artista plástico e poeta. Laura Falésia é académica das áreas de estética, filosofia e gestão. São activistas. São também um casal.Conversam sobre poesia, cartas, amor, cinema, o dinheiro e o seu gato, Cotão de Umbigo Punk.

Sábado, 20 de novembro às 16h na Livraria Barata. Avenida de Roma 11 A.

Entrada livre! Streaming BUALA.


Laura: “Eu sinto que a nossa frequência é quase sempre a mesma - e quando não é, equilibra-se quando estamos juntos. Houve uma vez que me disseste que tu estavas comigo como quem está sozinho e eu senti isso como um elogio porque estar sozinha é uma das minhas sensações mais preciosas. Sinto-me honrada por quereres estar comigo, por me dares o teu tempo de solidão e por, ao mesmo tempo, não abdicares dele enquanto estamos juntos.” 

André: “A fuga é o exacto ponto em que tudo se transformaainda que nada tenha mudado.”

Laura:“Quando dizemos que daqui para a frente tudo vai ser diferente, é mentira. Não vai ser tudo diferente, na verdade até há a possibilidade de não mudar assim tanto. Podemos mudar uma casa inteira, mas não vamos remover os seus alicerces. E quando mudamos os alicerces, sinto que só compreendemos que os mudámos quando eles já estão completamente renovados.”

André: “A fuga é o grandioso final em que os milagres acontecem a partir de dentro.”

16.11.2021 | par Alícia Gaspar | André tecedeiro, Laura falésia, livraria barata, temos de falar

MÚSICA NEGRA, de LeRoi Jones (Amiri Baraka)

Os críticos de jazz têm sido, na sua maioria, americanos brancos, mas os músicos mais importantes não. — LeRoi Jones

MÚSICA NEGRA é um dos mais livres e radicais exercícios de crítica musical. Nesta reunião de ensaios, recensões, crónicas e considerações pessoais, Amiri Baraka retrata a florescente cena do free jazz norte-americano dos anos 60. Num registo vívido e electrizante, Baraka traduz em palavras a liberdade de improvisação de um género que só pode ser entendido enquanto expressão de uma atitude sobre o mundo, e não apenas como uma forma de fazer música. É dessa expressão única e autêntica da cultura afro-americana que surgem músicos singulares e revolucionários como John Coltrane, Thelonious Monk, Miles Davis, Ornette Coleman, Cecil Taylor, Archie Shepp e Sun Ra.

Já disponível na nossa loja online e nas livrarias de todo o país.

Ler um excerto aqui.

LeRoi Jones, mais tarde Amiri Baraka (1934-2014), foi poeta, dramaturgo, crítico de música, professor, activista político e uma das vozes proeminentes da cultura norte-americana da segunda metade do século XX. Figura central do movimento beatnik dos anos 50 e do Black Power nas décadas posteriores, Amiri Baraka evidenciou-se pelo seu estilo inflamado e controverso, tendo contribuído para uma nova consciência do que significava ser negro nos Estados Unidos. Publicou numerosos artigos e ensaios sobre racismo, colonialismo e música afro-americana. Entre as suas obras, destacam-se Blues People: Negro Music in White America e Música Negra.

15.11.2021 | par Alícia Gaspar | Amiri Baraka, crítica musical, jazz, leroi jones, música negra

Abertura Alkantara Festival 2021 | Alkantara Festival 2021 Opening

O Alkantara Festival 2021 arranca já no próximo sábado, dia 13 de novembro, com espetáculos de Cherish Menzo, Chiara Bersani, Clara Amaral e Faustin Linyekula, para além da festa de abertura MEIOFIO. Convidamos todas as pessoas a juntar-se a nós de 13 a 28 de novembro, para uma programação que se espalha por vários palcos.

The 2021 Alkantara Festival starts this Saturday, 13 November, with shows by Cherish Menzo, Chiara Bersani, Clara Amaral and Faustin Linyekula, and MEIOFIO, the festival opening party. We invite everyone to join us from 13 to 28 November, and enjoy a programme at theatres around the city.

@ AGATHE POUPENEY@ AGATHE POUPENEY

FAUSTIN LINYEKULA
Historia(s) do Teatro II

CULTURGEST
13 NOV
21H
14 NOV
19H

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@ THE BOOK PHOTOGRAPHER@ THE BOOK PHOTOGRAPHER

CLARA AMARAL
She gave it to me I got it from her

BIBLIOTECA PALÁCIO GALVEIAS 
13—14 NOV
15H, 16H30, 18H30, 20H
16—17 NOV
17H, 18H30, 20H30, 22H

SESSÕES COM LGP: 13.11 SÁB 18H30 | 16.11 TER 20H30

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Mais cedo, no mesmo dia, Clara Amaral apresenta o seu She gave it to me I got it from her, um livro que é uma coreografia, sobre três gerações de mulheres na sua família e o que transmitem entre elas. 

Earlier, on the same day, Clara Amaral performs She gave it to me I got it from her, a piece where she presents a book that is a choreography about three generations of women in her family, and what they pass on to each other.

© BAS DE BROUWE© BAS DE BROUWE

CHERISH MENZO
Jezebel

CCB - BLACK BOX
13—15 NOV
19h

Últimos bilhetes / Last tickets

Conversa pós-espetáculo
15 novembro, com Cherish Menzo e Chong Kwong, mediada por Carla Fernandes

No Centro Cultural de Belém, recebemos a Jezebel de Cherish Menzo, uma mulher que se assume como protagonista de um universo musical controlado por homens, o hip hop, para desconstruir estereótipos. Jezebel desacelera a batida do hip hop, apropria-se das suas imagens e das suas letras, para se redefinir.

Post show talks
15 November, talk with Cherish Menzo and Chong Kwong, moderated by Carla Fernandes

At Centro cultural de Belém, we will welcome Cherish Menzo’s Jezebel, a ‘hip hop honey’ who deconstructs the stereotypes in 90s music videos. She navigates the landscape of hip hop culture, looking for ways to reclaim her own image, beyond those stereotypes. 

@ ALICE BRAZZITI@ ALICE BRAZZITI

CHIARA BERSANI
Gentle Unicorn

TNDMII - SALA ESTÚDIO
13,15,16 NOV
19H
14 NOV
16H30

Últimos bilhetes / Last tickets

No Teatro Nacional D. Maria II, podemos observar o Gentle Unicorn de Chiara Bersani que, sozinha em cena, dá corpo a um unicórnio. Lentamente, Bersani permite-nos observar os seus gestos, a sua delicadeza e rever o que achamos que sabemos sobre ela.

At Teatro Nacional D. Maria II, we will have the chance to observe Chiara Bersani’s Gentle Unicorn. In this solo, Bersani dedicates her body to the figure of the unicorn. Slowly, she allows us to observe her gentle gestures and reconsider what we think we know about her.

   

FESTA DE ABERTURA
MEIOFIO

ESTÚDIO TIME OUT
13 NOV
21H -02H 
Entrada Livre

13.11.2021 | par Alícia Gaspar | abertura do festival, alkantara festival, cherish menzo, chiara Bersani, Clara amaral, faustin linyekula, festa de abertura MEIOFIO

Apresentação do livro "Diário do Medo" de João Melo

Hoje, 12 de Novembro, o poeta, escritor e jornalista angolano João Melo traz a público o seu novo livro de poemas, «Diário do Medo», em edição da Editora Urutau, na Livraria Snob, Travessa de Santa Quitéria, 32-A, em Lisboa, pelas 18h30m.

A apresentação estará a cargo do escritor português Rui Zink.

Entrada livre.

O autor assume que este livro “constitui uma tentativa pessoal de descrever e, sobretudo, de posicionar-me, ao mesmo tempo como poeta e indivíduo, perante tais dramáticos acontecimentos”.

12.11.2021 | par Alícia Gaspar | angola, apresentação, diário do medo, João melo, livro, poesia, rui zink

Alkantara Festival | Tarantode no Espaço Urbano Desmemoriado

@ © Irineu Destourelles - Sobre o original chafariz D’el Rey, C. 1570-80, Anónimo, Coleção Berardo@ © Irineu Destourelles - Sobre o original chafariz D’el Rey, C. 1570-80, Anónimo, Coleção Berardo

20.11 2021, sábado, 19h30
TERRA BATIDA
Vídeo Performance - 180 Min Conversa Performance - 60 Min

Nesta vídeo-performance transmitida em direto via Internet, o artista visual Irineu Destourelles reflete sobre a ausência ideológica e histórica dos corpos negros na cidade de Lisboa, contraposta à exacerbação da vídeo-vigilância e da punição.

À vídeo-performance, segue-se uma conversa performance, intitulada “Leituras dos desassossegos de Tarantode: performance”, entre Irineu Destourelles e Gio Lourenço, do Teatro Griot, sobre desmemorização, violência, vigilância, e ‘animalização’ do corpo negro.

Dizem que Tarantode é a feia alma penada de João de Sá Panasco que anda pela nossa cidade sem segredo. Outrora, por desígnio real, nobre cavaleiro ao serviço da Ordem de Santiago. O “Preto da casa do Rei” com língua sanguinária e desdenhado pela corte. Morreu infeliz e só. Seguido à distância, Irineu Destoureles na pele de Tarantode, meio-pessoa, meio-animal, percorre Lisboa à procura de borboletas. Uma vídeo-performance transmitida em directo via internet.

— Irineu Destourelles

Nota biográfica

Irineu Destourelles é um artista visual cuja prática artística é sublinhada por um tratamento especulativo do impacto da violência discursiva sobre a personalidade. Trabalhando predominantemente com a imagem em movimento e com particular atenção ao conceitos que constroem categorias sociais ele propõem estados de ser problemáticos. Os seus trabalhos tem sido apresentados no Museu Calouste Gulbenkian (Lisbon, 2019), MAMA Showroom (Rotterdam, 2019), Goodman Gallery (Cidade do Cabo, 2019), Transmission (Glasgow, 2017), Transmediale (Berlim, 2015), Videobrasil 18 (São Paulo, 2013) entre outros. Estudou Belas artes na Willem de Kooning Academy (Roterdão) e Central Saint Martins (London). Nascido em Santo Antão, Cabo Verde em 1974 e vive em Edimburgo, Reino Unido.

Mais informação aqui.

Bilhetes aqui.

12.11.2021 | par Alícia Gaspar | alkantara festival, cultura, Irineu destourelles, negritude, tarantode no espaço urbano desmemoriado, vídeo performance

Alkantara Festival arranca no sábado com quatro espetáculos no mesmo dia

Os primeiros dias do festival são marcados pelas criações de Cherish Menzo, Chiara Bersani, Clara Amaral e Faustin Linyekula.

Alkantara Festival – Festival Internacional de Artes Performativas, que este ano decorre entre 13 e 28 de novembro, arranca no próximo sábado (13 de novembro) com quatro espetáculos, que serão apresentados em quatro palcos lisboetas, nomeadamente da Culturgest, Centro Cultural de Belém (CCB), Teatro Nacional D. Maria II (TNDMII) e Teatro do Bairro Alto (TBA). O arranque do festival será assinalado pela festa de abertura Meio Fio, com curadoria de Cigarra, que se realiza no Estúdio Time Out (no Time Out Market), a partir das 21h00.

O primeiro momento do festival está a cargo da artista portuguesa Clara Amaral, que apresenta She gave it to me I got it from her na Biblioteca Palácio Galveias, nos dias 13, 14, 16 e 17 de novembro, uma coprodução do Alkantara com o Teatro do Bairro Alto e a Veem House for Performance (Amesterdão). Clara Amaral tem desenvolvido um trabalho feminista, interseccional e interdisciplinar para explorar o aspeto performativo da leitura e da linguagem. Nos dias 13 e 14 de novembro há sessões às 15h, 16h30, 18h30 e 20h. Na terça e quarta-feira, 16 e 17 de novembro, as sessões decorrem às 17h, 18h30, 20h30 e 22h. No dia 13 de novembro às 18h30 e no dia 16 de novembro às 16h30 as sessões terão interpretação em Língua Gestual Portuguesa.
She gave it to me I got it from her, de Clara Amaral @The Book PhotographerShe gave it to me I got it from her, de Clara Amaral @The Book Photographer
Também com apresentação no primeiro dia do festival, a coreógrafa holandesa Cherish Menzo leva Jezebel ao CCB nos dias 13, 14 e 15 de novembro, às 19h. Aqui, a criadora e intérprete assume-se como protagonista de um universo musical controlado por homens, o hip hop, para desconstruir estereótipos associados ao corpo hipersexualizado da mulher. No dia 15 de novembro, após o espetáculo, haverá, na Black Box do CCB, uma conversa (falada em inglês) com Cherish Menzo e a rapper Chonk Kwong mediada pela tradutora, jornalista e ativista cultural angolana Carla Fernandes.

Jezebel, de Cherish Menzo @Bas De BrouwerJezebel, de Cherish Menzo @Bas De Brouwer

Já no Teatro Nacional D. Maria II, estará Chiara Bersani com Gentle Unicorn  de 13 a 16 de novembro (sábado, segunda e terça-feira, às 19h; domingo às 16h30). A artista italiana reflete sobre o significado político do seu próprio corpo, assumindo-se como agente na criação da imagem que o mundo terá dela. Após a sessão de domingo, dia 14, haverá na Sala Estúdio do TNDMII, uma conversa entre Chiara Bersani e a artista portuguesa Diana Niepce, com moderação de Carla Fernandes. A conversa será em inglês.

Gentle Unicorn, de Chiara Bersani @Alice BrazzitGentle Unicorn, de Chiara Bersani @Alice Brazzit

Ainda no primeiro dia do festival, às 21h00, já na Culturgest, dá-se o espetáculo de abertura oficial do festival, com o bailarino e coreógrafo congolês Faustin Linyekula. Linyekula, que em 2016 foi o artista convidado da Bienal Artista na Cidade, em Lisboa, estreia em Portugal História(s) do Teatro II, peça que revisita a nação congolesa nos anos 70 e a criação do Ballet National du Zaïre com três dos seus membros originais. O espetáculo pode também ser visto no sábado, dia 14 de novembro, às 19h00.

História(s) do Teatro II, de Faustin Linyekula ©Agathe PoupeneyHistória(s) do Teatro II, de Faustin Linyekula ©Agathe Poupeney

Uma festa de abertura repleta de performances

Na noite de sábado, 13 de novembro, o Time Out Market acolhe a festa de abertura da edição deste ano do Alkantara Festival, com curadoria de Cigarra (Ágatha Barbosa) e intitulada Meio Fio. Durante 5 horas, Meio Fio será mais do que uma festa ou pista de dança, assumindo-se como espaço performativo. O programa inclui música, performances, instalações e “degustações sinestésicas” preparadas por Cigarra, Jajá Rolim, Kurup, Jaçira, Eubrite, Muleca XIII, Judas, Paulo Fluxuz_, entre outros artistas. A festa acontece no espaço do Estúdio Time Out, entre as 21h e as 02h. A entrada é livre.

Até ao dia 28 de novembro, a programação do Alkantara Festival vai circular pelas salas dos habituais parceiros do festival, como o Centro Cultural de Belém, a Culturgest, o São Luiz Teatro Municipal, o Teatro do Bairro Alto e o Teatro Nacional D. Maria II, assim como pelo Espaço Alkantara, em Santos, e a Casa da Dança, em Almada.

Os bilhetes para os espetáculos, cujos preços variam entre os 7 e 16 euros, podem ser adquiridos nas bilheteiras, físicas e online, dos teatros parceiros. Há ainda várias atividades de entrada livre, como performances ou ensaios abertos. A programação completa encontra-se disponível no site do Alkantara Festival: https://alkantara.pt

11.11.2021 | par Alícia Gaspar | alkantara festival, arte, cinema, conversas, cultura, espetáculos, teatro

Itinerários — Internacionalização e circulação da dança

Os Estúdios Victor Córdon, plataforma criativa pertencente ao OPART, reafirmam o seu diálogo com o Camões – Centro Cultural Português em Maputo, e alargam a sua colaboração na co-produção de um programa exclusivamente dedicado à internacionalização e circulação da dança.  Itinerários é um programa de incentivo à criação artística, dirigido a criadores moçambicanos e pretende criar uma ponte entre países de expressão portuguesa em África e a Europa, promovendo iniciativas que correlacionem os territórios.

Desafiado a propor um coletivo de artistas, o coreógrafo moçambicano Horácio Macuácua traz-nos a esta 1ª edição do programa - Mai-Júli Machado, Osvaldo Passirivo e Yuck Miranda. Estes artistas desenvolvem uma criação durante duas semanas de residência artística, que culmina com uma apresentação de resultados do trabalho realizado a artistas e operadores culturais convidados, no dia 13 de novembro, nos EVC. Segue-se uma conversa moderada pelo coreógrafo David Marques, que enquanto facilitador desta iniciativa em Lisboa, criou um programa de atividades durante o período de residência, possibilitando a interação e contacto direto com artistas e atividades culturais. São exemplos Anaísa Lopes, Marco da Silva Ferreira, Tiago Cadete e David Zambrano. O programa inclui também, uma aula aberta à comunidade da dança de acesso gratuito, orientada pelos três artistas moçambicanos, no dia 12 de novembro, das 18 horas às 20 horas, nos EVC. São Luiz Teatro Municipal, TBA - Teatro do Bairro e Teatro Nacional D. Maria II juntam-se a este projeto, possibilitando o acesso a espetáculos das suas programações.

O programa termina em Maputo com uma apresentação no Kinani - Plataforma Internacional de Dança Contemporânea, no final de novembro. 

Para participar nas atividades deve inscrever-se previamente em estudiosvictorcordon@estudiosvictorcordon.pt

10.11.2021 | par Alícia Gaspar | arte, Camões centro cultural português em maputo, cultura, dança, David marques, estúdios victor córdon, evento, Horácio macuácua, itinerários

Workshop Zine Anti-racista — A prova do crime

Data: Sábado, 11 de Dezembro, 14h-20h

Lugar: Recreios Desportivos da Trafaria – Casino – R. Guedes Coelho nº7, Trafaria, Almada

Máximo 12 participantes

A partir de um arquivo do tempo colonial em Angola e Moçambique, o KPerrom prepara uma revista anti-racista, em que se encontram as provas do crime. A partir deste material, queremos incluir outras pessoas num workshop, para construirmos uma outra revista juntos. Tem uma visão crítica ou técnica que queira partilhar? Oferecemos apoio para deslocação e alimentação. Para inscrição enviar algumas palavras que expliquem porque quer participar (máximo 30 palavras) ou, se tiver mais à vontade com vídeo ou expressão gráfica, envie resposta por vídeo (máximo 3 minutos) ou em desenho/ ilustração.

Contacto: cantodocurio@outlook.pt , tlf: 964 86 86 85

NKAKA “KPERROM” BUNGA SESSA (Angola, 1994) é músico (compositor, contrabaixo, rapper). Um dos impulsionadores do projeto 2825 | 2GTO que trabalha a emancipação da imagem e voz da comunidade da Trafaria. É estudante de Contabilidade no ISCAL, Lisboa. A sua relação com a arte impressa começa com a sua  exploração independente de serigrafia têxtil.

CANTO DO CURIÓ ASSOCIAÇÃO CULTURAL

Canto do Curió é uma associação cultural que faz intervenção sócio-cultural a partir dos bairros da Trafaria, em Almada nos domínios de emancipação e participação social nas ciências, nas artes e na política. Em 2021 trabalha com três projectos principais: O “2T/2825”, que ensaia uma resposta integrada e de base comunitária a diferentes necessidades e riscos (saúde, ambiente, cultura) com financiamento do Programa Nacional Bairros Saudáveis e Junta de União de Freguesias de Caparica e Trafaria; O projecto independente “2GTO 2825” de rap/hiphop e serigrafia comunitárias; O projecto de ciência cidadã “Novos Decisores” que estuda galgamentos marítimos durante tempestades, financiado pela Fondation de France e Câmara de Almada.

Esta iniciativa resulta de uma proposta desenvolvida pela associação Canto do Curió e o projecto de investigação Photo Impulse(ICNOVA) em parceria com a Universidade NOVA de Lisboa, no âmbito do projecto europeu T-Factor. Este projecto visa desbloquear o potencial transformador do uso temporário na regeneração urbana e envolver a população local na sua dinâmica criativa, bem como locais emblemáticos representantes da história da Trafaria numa relação directa com a comunidade. 

Parceiro: Universidade de Lisboa/Museu de História Natural e da Ciência (colecções do Instituto de Investigação Ciêntifica Tropical – IICT)

***EN***

WORKSHOP

ANTIRACIST ZINE – PROOF OF CRIME

Date: Saturday, December 11, 14h-20h

Location Recreios Desportivos da Trafaria – Casino – R. Guedes Coelho nº7, Trafaria, Almada

Maximum 12 participants

From an archive of colonial times in Angola and Mozambique, KPerrom is preparing an anti-racist magazine in which the evidence of the crime is found. From this material, we want to include other people in a workshop, to build another magazine together. Do you have a critical or technical view that you want to share? We provide support for travel and food. For registration, send a few words that explain why you want to participate (maximum 30 words) or, if you are more comfortable with video or graphic expression, send a response by video (maximum 3 minutes) or a drawing/illustration.

Contact: cantodocurio@outlook.pt , tlf: 964 86 86 85

NKAKA “KPERROM” BUNGA SESSA (Angola, 1994) is a musician (composer, bass player, rapper). One of the drivers of the 2825|2GTO project that works the emancipation of the image and voice of Trafaria’s community. He is a student of Accounting at ISCAL, Lisbon. His connection with printmaking began with his independent exploration of textile silkscreen.

CANTO DO CURIÓ CULTURAL ASSOCIATION

Canto do Curió is a cultural association that carries out socio-cultural intervention from the neighborhoods of Trafaria, Almada in the fields of emancipation and social participation in the sciences, arts and politics. In 2021 it works with three main projects: 1) The “2T/2825”, which attempts an integrated and community-based response to different needs and risks (health, environment, culture) with financial support from the National Program “Bairros Saudáveis” and from the Municipal council of Caparica and Trafaria; 2) The independent project “2GTO 2825” of community rap/hiphop and silkscreen; The citizen science project “Novos Decisores” (“New Stakeholders”) which studies maritime flooding during storms, with financial support by the Fondation de France and the City Hall of Almada.

This initiative is the result of a proposal developed by Canto do Curió and the research project Photo Impulse (ICNOVA) in partnership with Universidade NOVA de Lisboa, within the scope of the European project T-Factoraimed at unlocking the transformative potential of temporary use in urban regeneration and involve the local populations in its creative dynamics, as well as emblematic places representing the history of Trafaria in a direct relationship with the community.

Partner: University of Lisbon/Museum of Natural History and Science (IICT, Instituto de Investigação Tropical archive)

09.11.2021 | par Alícia Gaspar | evento, pós-colonialismo, workshop, zine antiracista

Bienal Anozero regressa com Meia-Noite, em dois momentos, até 2022

Meia-Noite. Parte 1

27.11.2021 – 15.01.2022

Meia-Noite. Parte 2

09.04 – 26.06.2022

Luís Lázaro MatosLuís Lázaro Matos

Meriç AlgunMeriç Algun

O Anozero – Bienal de Arte Contemporânea de Coimbra dá início em 27 de novembro ao programa da sua quarta edição, intitulada Meia-Noite pelas curadoras Elfi Turpin Filipa Oliveira. 

Organizada desde 2015 pelo Círculo de Artes Plásticas de Coimbra (CAPC), a Câmara Municipal de Coimbra e a Universidade de Coimbra, a Bienal apresenta pela primeira vez um programa que acontece em dois momentos e se prolonga até 2022: Meia-NoiteParte 1, de 27 de novembro de 2021 a 15 de janeiro de 2022, e Meia-Noite. Parte 2, em curso entre 9 de abril e 26 de junho de 2022.

O Anozero’21–22 tem como curadoras convidadas Elfi Turpin e Filipa Oliveira. O título Meia-Noite parte da observação da «noite» como «espaço de fluidez e quebra de normas, lugar aberto a outras possibilidades de visão, de conhecimento, de interação, aberto a outros corpos». Para as curadoras, «a noite» é também «um espaço que sempre foi muito contestado, e ultimamente altamente politizado».

A partir desta ideia, Turpin e Oliveira propõem «trabalhar com outros territórios, ou metodologias que ajudam a pensar neste conceito de fluidez de pensamento que tenta dsfazer e encontrar outras possibilidades para as dicotomias impostas pela cultura ocidental». No Anozero’21–22, pretendem assim aplicar metodologias curatoriais que visam atuar, simultaneamente, como zonas de investigação: relações interpoéticas — entre diferentes espécies; depois do patriarcado — para englobar uma visão feminista interseccional; e formas alternativas de produção de conhecimento.

Meia-Noite. Parte 1 inicia-se já em 27 de novembro com uma exposição-conversa que estará patente até 15 de janeiro de 2022 na Sala da Cidade. A exposição apresenta uma instalação do artista Carlos Bunga (Portugal, 1976) e um programa de filmes que ambiciona explorar com a participação do público as zonas de investigação propostas: La cabeza mató a todos, de Beatriz Santiago Muñoz (Porto Rico, 1972), Les mains negatives, de Marguerite Duras (Vietname, 1914), À Bissau, le Carnaval, de Sarah Maldoror (França, 1929) Shadow-Machine, de Elise Florenty (França, 1978) & Marcel Türkowsky (Alemanha, 1978). 

Meia-Noite. Parte 1 lança assim, para a cidade de Coimbra e para o País, um desafio à participação e discussão no âmbito da quarta edição do Anozero. Todos os dias, diferentes grupos da cidade, e de fora desta, serão convidados pelas curadoras e pelo Serviço Educativo do CAPC a visionar os filmes e a iniciar conversas sobre diversidade, igualdade, justiça social, produção de conhecimento, relações poéticas entre espécies e a noite como espaço de resistência. Às quintas-feiras, entre 2 de dezembro e 13 de janeiro, às 18 h, estarão sempre presentes convidados para discutir com o público o filme do dia. 

O segundo momento do Anozero’21–22 — Meia-Noite. Parte 2 — tem lugar entre 9 de abril e 26 de junho, com o habitual circuito expositivo por espaços emblemáticos de Coimbra. É da própria cidade que emergem os propósitos da proposta curatorial de Elfi Turpin e Filipa Oliveira. Veja-se o caso concreto da Biblioteca Joanina, do século XVIII: nesta fortaleza do conhecimento, reside uma colónia de morcegos, animais notívagos que encontram o seu alimento nos insetos e lagartas presentes nos 55 mil livros da biblioteca barroca. De relações poéticas como estas, emergirão os paralelismos necessários para pensar na noite como criadora de conhecimento que dilui as margens e convida a outras leituras do mundo. 

Anozero’21–22 Meia-Noite integra a Temporada Cruzada Portugal-França, uma iniciativa do Institut Français, avançada em julho de 2018 pelo Presidente Emmanuel Macron e o Primeiro-ministro António Costa. A temporada decorrerá entre fevereiro e outubro de 2022 e visa mostrar a excelência de artistas, pensadores, cientistas e empresários, com vista a fortalecer, ou até mesmo renovar, os alicerces da cooperação entre os dois países. A Bienal é um dos momentos altos da temporada em Portugal e promove múltiplos cruzamentos artísticos entre os dois países, como o são a curadoria a cargo da dupla luso-francesa, a criação da identidade pelo ateliê de design Charles Mazé & Coline Sunier, a parceria com o Centre Régional d’Art Contemporain Occitanie/Pyrénées Méditerranée e a participação de vários artistas franceses no programa.

A UNIVERSIDADE, O JORNALISMO E A ARQUITETURA NA PROGRAMAÇÃO CONVERGENTE

Como prova do trabalho contínuo do Anozero, e de forma a acentuar a reflexão central desta quarta edição, a bienal volta a apresentar propostas no âmbito da sua Programação Convergente. Estão já agendados três momentos, dedicados ao Jornalismo, à Arquitetura e à Curadoria de uma exposição que concretiza o desejo desta edição da Bienal de trabalhar em proximidade com a Universidade de Coimbra.

O primeiro momento acontece em 9 de novembro, com a realização do workshop «Mahalla: Journalisms of the South», no Círculo de Artes Plásticas de Coimbra. Organizado por Stefan Candea e moderado por Irina Velicu, do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, este workshop irá debater os modos como a investigação jornalística está a reproduzir problemas sistémicos, alimentando estruturas de poder patriarcais, racistas e capitalistas e excluindo aqueles que se encontram nas margens. Os jornalistas Micael Pereira, do Expresso, e Cândida Pinto, da RTP, juntam-se à discussão.

Já em 16 e 17 de novembro, o auditório do Mosteiro de Santa-Clara-a-Velha acolhe o colóquio «COIMBRA 30-2030», organizado por José António Bandeirinha, Luís Miguel Correia e Carolina Coelho. Especialistas na área da arquitetura procurarão traçar uma renovada perspetiva da evolução da cidade de Coimbra, da presença romana à contemporaneidade. No âmbito do colóquio, estará também patente, entre 17 de novembro e 17 de janeiro de 2022, no CAPC Sereia, a exposição fotográfica Pharmakon: Remédio-veneno-bode expiatório, de Jorge das Neves. Pharmakon surge de um convite lançado ao autor para o confronto com um conjunto de obras de arquitetura identificadas durante o curso de dois dias. 

Nesta fase da Programação Convergente, dá-se também espaço a novos nomes no campo da curadoria, com a exposição No sonho do homem que sonhava, o sonhado acordou — patente no Círculo Sede do Círculo de Artes Plásticas de Coimbra (CAPC), com a curadoria dos alunos do segundo ano do mestrado em Estudos Curatoriais do Colégio das Artes da Universidade de Coimbra, a convite da dupla de curadoras do Anozero’21–22 e em colaboração com a UmbigoLAB. A exposição convida a refletir nos círculos viciosos do pensamento e convoca a noite — que oculta e revela — a partir de trabalhos de Alberto Carneiro, Bárbara Bulhão, Zé Ardisson, Marilá Dardot, Hector Zamora, Margarida Alves, Clara Imbert, Pedro Pedrosa da Fonseca e Rita Gaspar Vieira. A mostra também estará patente até 15 de janeiro de 2022 e conta com um programa de atividades que envolve o lançamento da revista Umbigo e a projeção de filmes 16 mm pertencentes ao acervo do CAPC, na Sala das Caldeiras em parceria com o TAGV.

A Programação Convergente do Anozero contará com novas propostas no decorrer de 2022, que serão oportunamente anunciadas. A permanência e a pertinência deste pilar programático comprovam-se inclusive com os trabalhos apresentados entre edições.

Mais informações sobre Anozero – Bienal de Arte Contemporânea de Coimbra: 

A bienal foi criada com o objetivo de promover uma reflexão acerca do significado simbólico e efetivo da classificação da Universidade de Coimbra, Alta e Sofia como Património Mundial da Humanidade pela UNESCO, e tem colocado em diálogo a arte contemporânea e o património conimbricense, explorando os espaços mais emblemáticos da cidade.

Ao longo dos últimos anos, vários artistas têm sido convidados a realizar peças específicas para o contexto da Bienal, debruçando-se sobre a história da cidade e as suas idiossincrasias. As diferentes equipas curatoriais têm também procurado um cruzamento entre artistas portugueses e o circuito internacional, visando facilitar a integração da arte portuguesa neste último contexto. 

Uma constante releitura da cidade tem sido possível devido à renovação do leque de artistas participantes. Esta diversidade consolida a discussão bem como a participação e o envolvimento da população, princípios fundadores e orientadores do projeto, no sentido da construção de um legado cultural atuante e transformador de Coimbra e da própria Região Centro.

Com foco na qualidade, as propostas curatoriais têm resultado de uma investigação continuada de dois anos, onde se estabelecem pontes entre a produção académica, o universo da arte e da arquitetura e a própria sociedade civil. Este poder modificador é notório na crescente adesão não só dos residentes mas também daqueles que seguem de perto o universo da arte contemporânea. 

A edição de 2019 contou com mais de 81 mil registos de participação nas diferentes componentes da programação: Programa Expositivo, Programação Convergente, Programa de Ativação, Publicações e Voluntariado.

Edições anteriores:

2015 |UM LANCE DE DADOS
Curadores Gerais: Carlos Antunes, Luís Quintais, Pedro Pousada | Curadora Executiva: Luísa Santos

2017 | CURAR E REPARAR
Curador Geral: Delfim Sardo | Curadora Adjunta: Luísa Teixeira de Freitas

2019 | A TERCEIRA MARGEM
Curador Geral: Agnaldo Farias | Curadores Adjuntos: Lígia Afonso, Nuno de Brito Rocha

anozero-bienaldecoimbra.pt

21-22.anozero-bienaldecoimbra.pt

09.11.2021 | par Alícia Gaspar | arte contemporânea, bienal anozero, curadoria, noite

(De)Othering Final Conference

The event aims to present its field work in dialogue with members of its consultants, advisory board, and other stakeholders. Its team will thus discuss findings and published insights with activists, journalists, artists, early career scholars and intellectuals from the five case studies: Portugal, Italy, Germany, France and the UK. In this conference, organised with the collaboration of ITM (the Inter-Tematic research group on Migrations at CES), the first day – entirely online – is dedicated to the internationalisation of the project’s research, and the second – mixed format: hosted by the CIUL Lisboa and also accessible online – is dedicated to Portugal. 

Find the programme here:https://www.ces.uc.pt/en/agenda-noticias/agenda-de-eventos/2021/de-othering/programa

Day 1 - 18 November 2021 | From 09:00 (GMT)

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05.11.2021 | par Alícia Gaspar | (De)Othering final conference, colóquio, evento online, zoom

Festival InShadow regressa a Lisboa com a 13ª edição

De 15 de novembro a 15 de dezembro, tem lugar a 13a edição do InShadow decorre no Museu da Marioneta, Teatro do Bairro, Cinemateca Portuguesa, Espaço Santa Catarina, Espaço Cultural Mercês, Cisterna da Faculdade de Belas Artes, Livraria Ler Devagar, Biblioteca de Alcântara, Fnac Chiado, Museu das Comunicações, Galeria Note e conta com várias propostas e encontros imprevisíveis entre cinema, dança e tecnologia.

Esta edição teve o seu início no Museu da Marioneta, nos dias 7, 8 e 12 de outubro com o LittleShadow, que consistiu na exibição dos filmes de animação e o LAC – Laboratório de Atividades Criativas, com todas as sessões esgotadas.

Num ano em que o número de inscrições aumentou e a qualidade dos filmes fez-se notar, a Competição Internacional de DOCUMENTÁRIO decorre no Museu das Comunicações a 30 de novembro a 2 de dezembro, às 11h e às 15h, com a exibição de várias sessões de filmes que retratam percursos documentais em torno da relação do corpo com a dança, tecnologia e performance. Já a Competição Internacional de VÍDEO-DANÇA decorre no Teatro do Bairro de 6 a 10 de dezembro.

A cerimónia de entrega de prémios será no Teatro do Bairro no dia 11 de dezembro, junto com a performance Dance is my heroine da coreógrafa espanhola Cristina Gomez. A 10 de dezembro a coreógrafa dará um workshop onde relaciona a dança e o vídeo ao espaço público e às redes sociais.

Contaremos ainda com a presença da coreógrafa Salud Lopez nos dias 26 e 27 de novembro com a performance Danzáfono na Biblioteca de Alcântara, e realizará 2 workshops de escrita coreográfica a 24 e 25 de novembro. Performances inseridas na programação da Mostra de Espanha em Portugal.

Rita Vilhena apresenta a 24 de novembro, na Cisterna FBAUL a performance e vídeo instalativo do projecto Pele a nossa Pele. Na Livraria Ler Devagar a 8 dezembro às 17h a artista italiana Madalena Ugulini irá apresentar a sua nova performance com o colectivo Dança Imaginal.

Esta edição do Festival contará com uma Mostra de filmes Argentinos, centrada no conceito do festival parceiro Movimiento en Foco, uma sessão do Panorama América em parceria com a Mostra Internacional de Vídeo-Dança de São Carlos (Brasil) e uma curadoria em parceria com o Festival Choreoscope de Barcelona.

De 2 a 4 de dezembro, na Cinemateca Portuguesa, uma homenagem a Jorge Salavisa, figura incontornável da dança, que nos deixou no ano passado, e teve uma relação pessoal com o InShadow, contribuindo também para o seu nascimento.
Celebraremos a dança através do cinema, com a exibição do Documentário Keep Going, de Marco Martins, o filme Hotel Müller, de João Salaviza e Lissabon Wuppertal Lisboa, de Fernando Lopes e uma sessão retrospetiva do InShadow, fazendo uma simbólica homenagem a Rolf Hepp com o filme realizado pela Nicola Hepp (filha), Echo. Serão 3 sessões seguidas de conversas com convidados que partilharão as suas experiências com a arte de programar do Jorge Salavisa.

InShadow destaca-se internacionalmente na área do vídeo-dança e performance assumindo um caminho essencialmente de risco no cruzamento de áreas artísticas do corpo e da imagem.

InShadow, o corpo imagina-se na sombra.

Toda a programação estará disponível em breve no site da VOARTE e no novo site InShadow.



A Vo’Arte, projeto inovador que em 1998 nasceu da vontade de produzir, promover e valorizar a criação contemporânea, através do cruzamento de linguagens artísticas, que se desenvolvem em projectos nacionais e internacionais. Promove o diálogo, o intercâmbio e a transdisciplinaridade na criação entre artistas emergentes e consagrados e a descentralização cultural, com vista ao estreitamento das relações entre comunidades e à formação e desenvolvimento de novos públicos. Com direcção artística de Ana Rita Barata (coreógrafa) e Pedro Sena Nunes (realizador).

05.11.2021 | par Alícia Gaspar | arte, cinema, cultura, dança, festival inshadow