Frantz Fanon

Martinica; EUA (1925 - 1961). Psiquiatra, filósofo mas fundamentalmente revolucionário marxista anti-colonialista, Franz Fanon dividiu a sua curta vida entre a militância independentista, sobretudo na Argélia, e a teoria crítica comunista e pós-colonial, desenvolvendo ainda uma tese pioneira que baptizou de psicopatologia da colonização: Peles Negras, Máscaras Brancas (1952). Descendente de escravos africanos, Fanon cresce no seio de uma classe média ascendente, o que lhe permite prosseguir os estudos. No liceu conhece o seu conterrâneo escritor e militante anti-colonialista Aimé Césaire. Após a ocupação nazi da França, em 1940, o racismo na ilha agudiza-se o que vai contribuir bastante para a politização e dissidência de Fanon. Aos dezoito anos alista-se nas Forças Livres Francesas, unidades militares oposicionistas que operavam pelos aliados na vizinha ilha de Dominica. Vários anos de guerra passando pelo norte de África e Europa. Regressa a Martinica em 1945 onde se junta ao Partido Comunista Francês e faz campanha pela eleição de Césaire, mas rapidamente se muda para França onde inicia os estudos em medicina e psiquiatria. Em 1951 exerce em França e dois anos depois num hospital na Argélia, até 1957. Aí toma contacto com a brutal guerra de independência e adere à Frente de Libertação Nacional. É nesse período escreve Les Damnés  de la Terre onde defende o uso da violência na luta pela independência. Durante estes anos viaja abundantemente pelo país fazendo diversos estudos psico-culturais sobre o povo argelino e envolvendo-se em várias actividades clandestinas de resistência. Em 1957 é expulso para a França, daí viaja para a Tunísia onde mantém um trabalho activo de solidariedade com a luta independentista argelina. Por essa altura faz uma viagem ao deserto do Sahara onde lhe é diagnosticada leucemia. Com vista a ser tratado, viaja pela União Sovietica e pelos Estados Unidos da América onde morre de pneumonia devido ao seu debilitado estado.

As suas ideias estimularam obras influentes no pensamento político e social, da teoria da literatura, aos estudos culturais passando pela filosofia. Deixou livros fundamentais sobre a diáspora africana: Os Condenados da Terra (1961), Peles Negras, Máscaras Brancas (1952),  Sociologie d’une revolution: l’an V de la révolution algérieene (1959). Postumamente editou-se uma antologia com os seus escritos intitulada Pour la révolution africaine (1964).
 

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