De 4 a 6 de junho terá lugar o festival digital Latitude. O programa dedica-se, em performances artísticas e debates, à questão de como estruturas coloniais perduram até à atualidade e como podem ser ultrapassadas. Partindo de projetos artísticos e discursivos que foram iniciados e apoiados pelo Goethe-Institut durante os últimos anos, o Festival Latitude reúne posições internacionais das áreas da cultura, da ciência e da política e reflete sobre assimetrias e injustiças sociais, políticas e económicas que se foram perpetuando desde os tempos coloniais até aos nossos dias.
Film Archives, foto de Bruno Castro
Entre estas iniciativas encontra-se o projeto Tudo passa exceto o passado, no âmbito do qual o Goethe-Institut Portugal organizou em Lisboa, em setembro de 2019, um workshop sobre arquivos cinematográficos e formas de lidar com material cinematográfico de origem colonial.
Num painel a realizar sexta-feira, dia 5 de junho, às 18h30, 15 dos participantes - artistas, cineastas, arquivistas e investigadores de 12 países diferentes - reunir-se-ão novamente para discutir o passado, o presente e, especialmente, o futuro das coleções coloniais em arquivos cinematográficos. O ponto de partida para o debate é a leitura coletiva de um apelo desenvolvido em conjunto para mudar a forma como os arquivos cinematográficos europeus lidam e permitem acesso a material de origem colonial.
O documento é o resultado dos debates durante o workshop de Lisboa, que tratou da relação entre arquivo e poder, bem como de diferentes estratégias artísticas com material de arquivo de origem colonial e material das lutas de libertação colonial. O documento, que será lido, comentado e discutido em conjunto pela primeira vez no contexto do Festival Latitude, reflete a diversidade de vozes e posições do workshop.
A participação gratuita realiza-se online através do livestream e do chat.
Pode consultar o acesso, links e outros detalhes sobre o festival aqui.
FESTIVAL LATITUDE
Leitura e debate com: Inês Beleza Barreiros (Historiadora Cultural, Lisboa, Portugal), Ganza Buroko (Agente cultural, Goma, Congo), Maria do Carmo Piçarra (Curadora, Lisboa, Portugal), Filipa César (Artista plástica, Berlim, Alemanha), Didi Cheeka (Cineasta, Lagos, Nigéria), Inadelso Cossa (Cineasta, Maputo, Moçambique), Fradique (Cineasta, Luanda, Angola), Sana Na N’Hada (Cineasta, Bissau, Guinea-Bissau), Yaa Addae Nantwi (Investigadora, Accra, Gana), Inês Ponte (Antropóloga, Lisboa, Portugal), Tom Rice (Professor Sénior de Cinema, Londres, UK), Tamer El Said (Cineasta, Cairo, Egito), Raquel Schefer (Investigadora, Paris, França), Catarina Simão (Artista plástica, Lisboa Portugal), Stefanie Schulte Strathaus (Curadora, Berlim, Alemanha) e Antje Van Wichelen (Artista plástica, Bruxelas, Bélgica).
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