Exposição promovida pelo Núcleo de Imigrantes das Belas Artes (NIBA) destaca a diversidade artística e o posicionamento crítico de estudantes imigrantes
Na segunda-feira, 16 de setembro, foi inaugurada a exposição QUANDO MUITOS, organizada pelo Núcleo de Imigrantes das Belas Artes (NIBA). Reunindo trabalhos de 22 artistas imigrantes com curadoria de Luana Andrade e Marcela Pedersen, a mostra esteve em exibição na Galeria Painel da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (FBAUP) de 16 a 20 de setembro. QUANDO MUITOS é fruto de geografias específicas de saberes e estéticas, explorando os muitos possíveis da experiência imigrante - corpos, histórias e formas de expressão.
A exposição lança luz sobre a ausência de dados adequados para compreender a situação dos estudantes imigrantes em Portugal. As curadoras do projeto destacam que “A ‘questão da imigração’ é, na verdade, a ‘questão de Portugal’. As políticas excludentes e o racismo cotidiano refletem uma narrativa sustentada por números imprecisos que não contemplam a realidade dos estudantes internacionais. Propinas exorbitantes, preconceitos linguísticos e a falta de acolhimento são apenas alguns dos desafios enfrentados por quem imigra”.
A exposição, apoiada pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), contou com a participação dos artistas: Adônis Evangelista, Bruno de Almeida, Christine Andres, Doni Nigro & Paulo Pinto, Gabriela Manfredini, Julia Candemil, Lina de Albuquerque, Luana Andrade, Marcos Muthewuy, Mayra Deberg, Mariane Rubinato, Mirela Rodrigues, Nara Rossetto, Odette Boudet, OVF, Pedro Gomes, Pedro Ícaro, Rafael Campos, Igor Prado, Samuel Sanção de Moura e Tatiana Móes.
QUANDO MUITOS é uma resposta visual e política a essa invisibilidade. Através de trabalhos que refletem a diversidade de técnicas, materialidades e linguagens, os artistas imigrantes oferecem uma leitura crítica e estética de suas experiências. A exposição
consolidou-se como um espaço de resistência e diálogo, ocupando a faculdade como um gesto de acolhimento e contestação.
Complementando a programação da noite de abertura da exposição, foi apresentada a performance “A Devolução dos Espelhos”, do artista brasileiro Kácio Santos, um convite a pensar ancestralidades, estéticas e políticas contra-coloniais como estratégia para pensar corporeidades afro-atlânticas e denunciar os racismos.
As atividades fazem parte das ações do Núcleo de Imigrantes das Belas Artes, o NIBA, cujo trabalho acolhe as necessidades de estudantes imigrantes através de práticas artísticas decoloniais, políticas e escuta coletiva.
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