O jornalista angolano e apresentador de rádio, Alberto Chakusanga, foi morto em sua casa, na cidade de Viana, Luanda, no último dia 05. Chakusanga é o primeiro jornalista morto em Angola desde 2001, informa a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF). Ele foi atingido por um tiro pelas costas.
Chakusanga era apresentador de um programa de língua Umbundu - maior grupo étnico do país - na Rádio Despertar, estação criada após os acordos de paz entre o partido governista MPLA e a oposição UNITA em 2002, quando esta encerrou sua rebelião armada.
Segundo a RSF, a morte do jornalista “veio em momento de tensão entre o MPLA e UNITA, partido o qual a Rádio Despertar demonstra apoio”.
“Os investigadores não devem, portanto, eliminar qualquer hipótese, incluindo a possibilidade de o assassinato ser motivado pelas alianças políticas da vítima ou trabalho como jornalista”, afirma a organização.
O porta-voz do MPLA, Rui Falcão, criticou a estação de rádio dois dias depois do crime: “Afiliada ao partido UNITA, a Rádio Despertar continua chamando pela desobediência civil”.
Em seguida, comunicados do governo pediam ações legais contra a estação por parte de entidades como o Conselho Nacional de Comunicação Social (CNCS), regulador de mídia no país, “assumindo responsabilidades sobre Radio Despertar”.
De acordo com a RSF, três dias antes da morte de Chakusanga, o MPLA mandou avisos a cidadãos que “conspiram” com estrangeiros contra o presidente José Eduardo dos Santos e seu governo.
Redação Portal IMPRENSA