etceteras, festival feminista de design e edição

Apresentamos: etceteras: uma celebração das muitas mãos que circulam textos feministas! Casa Comum, Praça Gomes Teixeira, Porto, Portugal,  5–7 outubro 2023.

Totalmente aberto e gratuito, este festival de três dias inclui palestras, workshops, conversas, performances, projecção de filmes, tour feminista, e uma Feira do Livro. 

Feminismos são redes colectivas de literacia. É através dos esforços interligados de escritoras, editoras, designers, artistas, impressoras, livreiras, distribuidoras, tradutoras, investigadoras, bibliotecárias, contrabandistas—e tantes outres—que as ideias feministas circulam. E quando o fazem, movem-nos e criam movimentos.

As palestrantes Bec Wonders, Hilda de Paulo, Loraine Furter, Raquel Lima, e Sharmaine Lovegrove, exploram histórias de mulheres na publicação, ferramentas editoriais feministas, imprensa LGBTQIA+, contrangimentos na escrita académica, e muito mais. As conversas com Ellen Lima Wassu, Paula Guerra, Carla Fernandes e outres mergulham nos mistérios da tradução, nas plataformas digitais feministas e na pesquisa de arquivos marginalizados. As exibições de filmes permitem-nos espreitar as histórias escondidas de editoras, jornalistas e escritoras na sua conquista de espaços de disseminação de mensagem radicais e anti-hegemónicas.

Os workshops com Alícia Medeiros, Flavia Doria, Gabriela do Amaral, Isabeli Santiago, MACHEIA, Mio Kojima, Parasto Backman, e Susana Carvalho oferecem novas competências e perspectivas sobre escrita criativa, tipografia, criação de zines, espaço urbano e muito mais. A Feira do Livro reúne 26 editoras, livreiras, e colectivos editoriais de Portugal, Espanha, França, Reino Unido, Holanda, Suécia, México, Uruguai e mais além. Ao final do dia 7 de outubro, sábado, o festival termina com uma perfomance de voz e áudio pela artista Ece Canlı.

A equipa de curadoria do etceteras é formada pela designer e investigadora Isabel Duarte, pela antropóloga, designer e educadora Maya Ober, e pela designer e editora Nina Paim, apoiada pela produção executiva da investigadora Geanine Escobar. etceteras é co-produzido pela Associação Cultural Calote Esférica e pela plataforma feminista Futuress

Marquem nos vossos calendários, passem a palavra, e venham reunir-se connosco para que o etceteras seja um evento inesquecíve!

Geanine, Isabel, Maya e Nina

Palestras

  • As redes de publicação da segunda onda feminista com a historiadora Bec Wonders.
  • O percurso de Sharmaine Lovegrove desde livreira até se tornar directora da Dialogue Books.
  • Entraves, barreiras e constragimentos na edição académica pelos olhos da poeta
    e investigadora Raquel Lima.
  • Ferramentas editoriais feministas com a designer Loraine Furter.
  • processos de exclusão de pessoas trans e travestis no mercado literário português dissecados pela artista Hilda de Paulo.

Workshops e Tours

  • escrita de correspondência com a designer Mio Kojima.
  • Artesania e autoria coletiva com o coletivo MACHEIA.
  • tipografias contra-hegemônias com a designer Parasto Backman.
  • Wikipedia, edição e ativismo com a jornalista Flavia Doria.
  • Silêncios, maternidade e a procura de uma nova língua com a poeta Gabriela do Amaral.
  • Fanzines mão-na-massa com a designer Susana Carvalho do atelier Carvalho-Bernau.
  • Tour Feminista do Porto com a arquiteta Alícia Medeiros e a curadora Isabeli Santiago.

Conversas moderadas

  • Arquivismo e narrativas fora da história instituída com a socióloga Paula Guerra e a historiadora Joana Matias.
  • Práticas de tradução que aproximam mundos com a editora Maria Múr Dean e a poeta
    Ellen Lima Wassu.
  • Tecnologias e plataformas digitais na organização e mobilização feminista com Carla Fernandes da Afrolis.pt e Zinthia Alvarez Palomino da Afrofeminas.com.

Filmes

  • Para Não Esquecer Virgínia Quaresma acompanha a vida de Virgínia Quaresma uma activista negra e lésbica, considerada a primeira mulher jornalista em Portugal.
  • O que Podem as Palavras é um relato em primeira mão das três autoras do livro As Novas Cartas Portuguesas, de 1972, que foi censurado em Portugal e criou uma onda de solidariedade com feministas de todo o mundo. 
  • The Books We Made conta a história de Kali for Women, a primeira editora feminista da
    Índia fundada por Urvashi Butalia e Ritu Menon em 1984.

Feira do Livro 

Nas bancas da Feira do Livro poderá descobrir-se o legado da literacia feminista através de livros, revistas, fanzines, edições, cartazes, jornais, ilustrações e muito mais! A Feira centra-se em editoras, livreiras, e coletivos editoriais que amplificam perspectivas historicamente marginalizadas, incluindo Almanac Press, “Amor?Luta!”, Archive Books, Cahiers des typotes, culturala, Edições Afrontamento, Félixe Kazi-Tani, ​​Girls Like Us magazine, ​​gentopia, Greta Livraria, Revista Leonorana, Hangar Books, Hopscotch Reading Room, Important & Stupid, microutopías, Mujeres negras que cambiaron el Mundo, Occasional Papers, Page Not Found, Roxanne Maillet, Sapata Press, Sismógrafo, Sold Out.

Créditos

Curadoria: Isabel Duarte, Maya Ober & Nina Paim

Produção Executiva: Geanine Escobar

Design gráfico: Joana & Mariana

Website: ReadyMag, a tool for creating websites without code.

Tipografia: Parallel, Joana Siniavskaja

Revisão: Susana Camanho (PT) & Sacha Fortuné (EN)

Consultadoria Curatorial: Isabeli Santiago

Local: Casa Comum, Universidade do Porto

Produção: Calote Esférica & Futuress.org

Apoio: Criatório, dgArtes, Graham Foundation & ProHelvetia

O nosso website foi desenvolvido e desenhado pela Readymag, uma ferramenta intuitiva que oferece composição livre e configurações de tipografia avançadas 

Design gráfico: Joana & Mariana; Tipografia: Parallel, by Joana Siniavskaja; © etceteras: festival feminista de design e edição

29.09.2023 | por martalanca | edição, feminismos

Práticas curatoriais e feminismos anticoloniais | Beatriz Lemos

MASP Palestras Pensar em curadoria, feminismo e anticolonialidade nos remetem a alguns questionamentos: é possível ser feminista hoje e corroborar com mecanismos racistas, classistas ou LGBTfóbicos? Como os feminismos se articulam enquanto ativismo no cerne do sistema de arte? Partindo de reflexões elaboradas por teóricas do feminismo negro interseccional e da noção comunitária praticada e construída por pensadoras indígenas, a palestra abordará os desafios de práticas feministas em contextos privilegiados de raça e classe, apresentando produções políticas, em diferentes linguagens, que proponham diálogos em favor de atuações artísticas e curatoriais antirracistas e anticoloniais.

PALESTRANTE Beatriz Lemos atua como curadora e pesquisadora. É idealizadora da plataforma de pesquisa Lastro – intercâmbios livres em arte. Entre 2015/2016, integrou o programa Curador Visitante da EAV – Parque Lage (RJ), que se desenvolveu na criação da Biblioteca e Centro de Documentação e Pesquisa. Em 2017, integrou o júri curatorial do 20º Festival de Arte Contemporânea – Sesc/Videobrasil e coordenou a residência autônoma Travessias Ocultas – Lastro Bolívia, qual teve sua versão em exposição no Sesc Bom Retiro (SP). Tem realizado cursos e oficinas sobre processos anticoloniais no Brasil e América Latina e, atualmente, coordena o Grupo de estudos Lastro na Casa 1 em São Paulo.Link: https://masp.org.br/palestras/pratica…

23.06.2019 | por martalanca | anticoloniais, Beatriz Lemos, feminismos, Práticas curatoriais