Brincar - apresentação do projecto e lançamento do super poster -Tigre de Papel

dia 17 de dezembro às 18h na Tigre de Papel

BRINCAR é um projecto de investigação histórica e artística que procura trabalhar sobre - e a partir de - experiências artísticas e sociais ocorridos com - e para - a infância nos anos que rodeiam a Revolução de Abril de 1974 e o final do séc. XX. Disto são exemplo, experiências como as de A Comuna – Centro Cultural Casa da Criança, Centro de Arte Infantil do ACARTE/FCG, Oficina da Criança de Benfica, em Lisboa, ou Oficina da Criança de Montemor-o-Novo, para referir algumas, apenas a sul.

Nesta sessão apresentaremos o projecto inaugurando um poster que de seguida ficará à venda na Tigre de Papel.

Aliando investigação de arquivo e trabalho artístico, a sua equipa nuclear é composta por artistas plásticos, historiadores, antropólogos, designers, professores, livreiros, pais, filhos, vizinhos…  convidados a desenvolver com a equipa propostas específicas a partir daquilo a que temos chamado “unidades mínimas do brincar” como o gesto, o som, a rima, o salto, a cambalhota, a linha, a letra, a palma, etc. 

Mais do que uma fusão das artes, ou de propostas de entretenimento complexas e elaboradas para um público com determinada faixa etária, procura-se aqui resgatar ideias simples de brincadeira e fugir de uma profissionalização do brincar que escusa os demais de o fazer e separa quem tem crianças de quem não tem. Tem igualmente a ver com questionar o lugar que hoje se deixa para as crianças e seus cuidadores, fechadas em escolas e dispersas por actividades especializadas por faixas etárias –experiência muito distinta da que encontramos nos arquivos, quando empreendemos pesquisa sobre o dia a dia dos artistas no pós-revolução de 1974. E, de facto, o desaparecimento das crianças do espaço público, a separação cada vez mais hiper especializada em faixas etárias e competências especializadas, e a diminuição da prática de brincadeira livre são muito notórios, o que faz pensar na própria forma de organização da cidade e da vida de hoje no seu conjunto.

desenho de Júlia Arandadesenho de Júlia Aranda 

Historial

Nos anos a seguir ao 25 de abril de 1974, foi fundada a Casa da Criança, no edifício de teatro a Comuna, em Lisboa, onde as crianças desfavorecidas dos circundantes bairros da lata passavam os seus tempos livres. Uns anos mais tarde, foi fundada em Montemor-o-Novo a Oficina da Criança, projeto que ainda hoje continua e que haveria de ser decisivo para a cultura local. Em 1984, abre portas o Centro de Arte Infantil do ACARTE na Fundação Calouste Gulbenkian (FCG), também conhecido por “centrinho”, lugar que se cruzaria com todos os outros, pelos apoios e formações que prestará uma rede de lugares onde a infância é vivida como infância - sem a infantilizar - e permitindo aos adultos o acesso à brincadeira. No “centrinho” culminam décadas de experimentação pedagógica de Madalena Perdigão e da sua equipa. Desta rede farão parte uma série de grupos, escolas e oficinas, um pouco por todo o país.

Tenho-me cruzado repetidas vezes com materiais de arquivo destas experiências desde a minha tese de Doutoramento sobre o Serviço ACARTE da FCG (de que fazia parte o “centrinho”) até, recentemente, aos arquivos das companhias de Teatro Independente de 1970-19780 no âmbito do projecto FCT ARTHE/Arquivar o Teatro, de que sou Co-Investigadora Responsável. Tenho igualmente feito uma série de entrevistas de História Oral (tanto para a tese como no ARTHE) em que estas experiências me são relatadas. Este projecto, que se chama Brincar em homenagem à exposição de Salette Tavares na Galeria Quadrum em 1979, parte da pesquisa de arquivo, tanto no Teatro A Comuna/Casa da Criança e na Oficina da Criança, em Montemor-o-Novo, num primeiro momento, como dos arquivos familiares de Salette Tavares ou do Teatro O Bando, num momento posterior para, reunindo um conjunto de artistas, os reinventar com eles.

 

Curadoria Ana Bigotte Vieira

Equipa Ana Bigotte Vieira, Isabel Lucena, Rosa Baptista, Pedro Cerejo, Maria Prata e convidad*s

Design Isabel Lucena

Produção Maria Folque Guimarães

Parceria Oficinas do Convento, BUALA, Tigre de Papel, O Espaço do Tempo

16.12.2024 | por martalanca | Ana Bigotte Vieira, brincar, infância, pedagogia

Tá faltando mundo aí: Literatura, infância e representações culturais

©Renato Parada©Renato Parada

Antropóloga, escritora, editora e consultora brasileira, Heloisa Pires Lima estará no CCB, no dia 6 de abril, às 18h30, a apresentar a conferência Tá faltando mundo aí: Literatura, infância e representações culturais, na qual irá falar sobre as dinâmicas do circuito livreiro infantojuvenil, destacando o caso da origem continental africana.

Esta palestra inaugura o ciclo Visualidades Negras, com curadoria e moderação de Filipa Lowndes Vicente (Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa), que propõe várias reflexões sobre a relação entre visualidade e negritude, com Billy Woodberry (13 abril), Deborah Willis (27 abril), Kenneth Montague (4 maio) e Ruth Wilson Gilmore (18 maio).

Com o apoio da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento.

20% desconto para estudantes (mediante apresentação de cartão de estudante ou comprovativo. Desconto válido apenas para bilhetes de sessão)

31.03.2022 | por Alícia Gaspar | heloisa pires lima, infância, literatura, representações culturais

AS CRIANÇAS, UM TEATRO E UMA CIDADE

O LU.CA – Teatro Luís de Camões é o primeiro espaço em Portugal exclusivamente dedicado às artes performativas para a infância e para a adolescência. Esta responsabilidade motivou-nos a propor uma reflexão conjunta com outros programadores de instituições com características semelhantes, artistas com circulação internacional, educadores, académicos e com as próprias crianças.

Queremos ouvir e pensar em conjunto sobre como é criar, construir e programar para e com as crianças e adolescentes; que opções culturais existem para esta faixa da população e que implicações têm nas cidades. Como são pensados e que lugares de escuta são dados a cada criança; que formas de fazer educação são mais amigas de uma educação integral e partilhada entre escolas, comunidades familiares (ou outras) e instituições culturais; o que tem trazido aos artistas o trabalho para estes públicos e, finalmente, mas da máxima importância, o que pensam as crianças e adolescentes de tudo isto? Que contributos podem dar para construir um espaço que lhes é dedicado?

Catarina Sobral (ilustradora/PT), Cristina Costa (professora Escola Básica Homero Serpa/PT), Fabrice Melquiot (diretor do Théatre Am Stram Gram/SW), Gabriela Trevisan (professora Escola Superior de Educação de Paula Frassinetti/PT), Gino Coomans (BRONKS Theater for a Young Audience/BE); Helena Singer (socióloga/BR), Jorge Ramos do Ó (professor Instituto da Educação UL/PT), Manuel Sarmento (professor e investigador Instituto da Educação UM/PT), Pedro Penim (ator e encenador/PT), Virgílio Varela (facilitador nas áreas da Capacitação, Participação e Criatividade/PT).

PROGRAMA:

5.ª feira, 24 janeiro 2019

14h00 -14h30

ABERTURA

Susana Menezes (diretora artística do LU.CA – Teatro Luís de Camões) e Liliana Coutinho (curadora e investigadora IHC)

14h30 – 16h00

TEATROS PARA INFÂNCIA E PÚBLICO JOVEM

Oradores:

Fabrice Melquiot – Théâtre Am Stram Gram, Teatro para a Infância e para a Juventude, Genebra/Suíça

Gino Coomans, Bronks – Teatro para o Público Jovem, Bruxelas/ Bélgica

Susana Menezes – moderação

16h30 -17h00

O QUE DIZEM AS CRIANÇAS

Coordenado por Virgílio Varela.

Com alunos do 4.º ano da Escola Básica Homero Serpa de Lisboa e a colaboração da professora Cristina Costa.

17h00 – 18h00

CRIAR PARA CRIANÇAS

Oradores:

Catarina Sobral, ilustradora e autora de livros infantis, Portugal

Pedro Penim, ator e encenador, Portugal

Susana Menezes – moderação

6.ª feira, 25 janeiro 2019

10h00 – 13h00, Casa da América Latina

ESCUTA E PARTILHA

Virgílio Varela – moderação

Sessão prática de debate e diálogo participativo, através da metodologia World Café

14h30 – 16h30

A CIDADE, UM TEATRO E A EDUCAÇÃO

Oradores:

Manuel Sarmento – professor e investigador, Portugal

Helena Singer – socióloga, Brasil

Jorge Ramos do Ó – professor, Portugal

Liliana Coutinho – moderação

17h00 – 18h00

RELATO E CONCLUSÕES

Oradora:

Grabriela Trevisan, investigadora e professora, Portugal

ENCERRAMENTO

Susana Menezes e Liliana Coutinho

Download do programa completo da conferência As crianças, um teatro e uma cidade

INFORMAÇÕES ARTÍSTICAS

CURADORIA LILIANA COUTINHO E SUSANA MENEZES 

25.01.2019 | por martalanca | infância, teatro