com Cristina Roldão, Flávio Almada, José Semedo Fernandes, Matamba Joaquim
Conversa co-organizada pelo Teatro GRIOT e Casa Independente
Casa Independente 28.09.2024 | 19H00 Entrada livre
Porque o que todo o homem ou animal teme, a essa hora em que o homem caminha no mesmo plano que o animal, e em que o animal caminha no mesmo plano que qualquer homem, não é o sofrimento, porque o sofrimento pode ser medido, e a capacidade de infligir e tolerar o sofrimento também pode ser medida; teme-se, sobretudo, a estranheza do sofrimento, ser-se levado a suportar um sofrimento que não se conhece.
Bernard-Marie Koltés, Na solidão dos campos de algodão
Carcerário Negro, conversa com a socióloga Cristina Roldão, o MC e ativista Flávio Almada, o advogado José Semedo Fernandes, o ator Matamba Joaquim e o público, pretende refletir, ainda, outra e uma vez mais e quantas mais forem necessárias, sobre as formas operativas da Justiça Portuguesa, que promove, reproduz e vai perpetuando um sistema judicial que é seletivo e abusivo para com os corpos negros, tanto nas ruas como no cárcere. Fá-lo-emos ainda, outra e uma vez mais e quantas mais forem necessárias, até que medidas efetivas sejam implementadas de forma a quebrar o elo entre discriminação racial e brutalidade policial.
©Neusa Trovoada
Cristina Roldão é socióloga e investigadora do Iscte-IUL e docente da Escola Superior de Educação de Setúbal (ESE/IPS). Questões como a segregação escolar, os manuais escolares, a recolha de dados étnico-raciais nos Censos e a história negra em Portugal têm sido centrais na sua participação no debate académico e público sobre o racismo na sociedade portuguesa.
Flávio Almada, conhecido como LBC Soldjah, é MC e ativista. É licenciado em Tradução e Escrita Criativa e Mestre em Estudos Internacionais. É autor de diversas publicações, sendo a mais recente “Fanon Today: Reason and Revolt of the Wretched of the Earth”. Foi coordenador geral da Associação Cultural Moinho da Juventude e integra vários colectivos. Tem editadas coletâneas de poesia e Hip Hop, a solo ou em colaborações nacionais e internacionais.
José Semedo Fernandes é advogado. Trabalhou no Gabinete Jurídico do Centro Nacional de Apoio ao Migrante, na Coordenação do Gabinete de Apoio à Integração de Refugiados - Alto Comissariado para as Migrações, atualmente é membro da Ordem dos Advogados Portugueses tendo no exercício dessa profissão procurado combater as manifestações do racismo na estrutura policial/judicial/prisional.
Matamba Joaquim é ator e autor. É membro fundador e ator residente do Teatro GRIOT, membro permanente da Academia Portuguesa de Cinema e da La Plateforme - Pôle cinéma audiovisuel des Pays de la Loire. Em 2018 foi distinguido pela GDA com o prémio Novo Talento na categoria de cinema pelo seu desempenho no filme “Comboio de sal e açúcar” de Licínio Azevedo.
Projeto financiado pela República Portuguesa - Cultura I DGARTES – Direção-Geral das Artes
Apoio: BANTUMEN, Câmara Municipal da Moita, Casa Independente, Polo Cultural Gaivotas Boavista, Teatro Ibérico
O Teatro GRIOT é uma estrutura financiada pela Câmara Municipal de Lisboa