inhabitants no DocLisboa
Quinta-Feira dia 26, pelas 18h São Jorge, sala 2. Seleção de episódios produzidos pelo Inhabitants, em diálogo com filmes por autores que metodológica ou politicamente se relacionam com o canal e com os temas abordados. Entre estes incluem-se filmes produzidos pelo canal de documentários Field of Vision, pelo centro de pesquisa londrino Forensic Architecture, do projecto The Native and The Refugee que tem filmado entre a Palestina e as reservas indígenas Norte-Americanas, ou dos realizador nativo-americanos Sky Hopinka e Adam e Zack Khalil, entre outros. Recomendadíssimo!
No seu todo, os filmes desta sessão refletem sobre a política da imagem, seja ao nível da sua distribuição online, enquanto disrupção com expectativas de representação pré-estabelecidas ou mesmo enquanto prova legal.
Lista de filmes:
- Beams of Cathodic Rays Shooting (2013-15) o episódio inaugural do inhabitants, sobre o encerramento dos serviços de televisão pública durante a crise grega, imaginado aqui como o fim de uma era na história da televisão. Duração: 8:00.
- Like (2016), realizado por Garret Bradley, é um documentário sobre a economia das redes sociais, a compra e venda de “likes” e a vida dos trabalhadores de uma “click-farm” no Bangladesh. Filme produzido pelo Field of Vision, um projecto de documentários online dirigido por Laura Poitras, AJ Schnack e Charlotte Cook. Duração: 9:00.
- Wages for Facebook: Ep. 3 (2016), produzido e realizado por inhabitants, é um de três vídeos produzidos para a campanha do mesmo nome iniciada em Nova Iorque, a qual readapta o clássico manifesto feminista escrito por Silvia Federici, “Wages Against Housework” (1975), para o trabalho imaterial das redes sociais. Duração: 1:40.
- How Does Video Become Evidence? (2017), produzido e realizado por inhabitants. Episódio sobre a legalidade e possível uso em tribunal de imagens de violência filmadas por cidadãos, bem como os métodos de segurança a ter em conta quando se filma tais situações. Duração: 7:34.
- excerto do documentário Rebel Geeks: A Bigger Brother (2015; uma produção Banyak Films) realizado por Orlando de Guzman, sobre o trabalho de ONGs como Witness ou de associações de cidadãos-jornalistas como Copwatch, que se dedicam a filmar e vigiar violência policial no EUA. Duração: 5:00.
- The Architecture of Hellfire Romeo: Drone Strike in Miranshah, Pakistan, 2012 (2017), produzido pelo Forensic Architecture, centro de pesquisa da Goldsmisths University em Londres, reconhecido pelo seu método forense feito a partir de imagens obtidas em zonas de conflito, neste caso o reconhecimento de uma cena de crime na Paquistão através da recolha de imagens dos estilhaços de bombas lançadas por drone, capturadas por satélite e telemóvel. Duração: 4:13.
- We Love Being Lakota (2015), pelo projecto The Native and The Refugee em colaboração com o realizador Adam Khalil. Um documento da soberania indígena norte-americana, premonitório da luta que se viria a desenrolar um ano depois em Standing Rock no Dakota do Norte. Duração: 12:00.
- The Violence of a Civilization Without Secrets (2017), uma comissão de inhabitants aos realizadores nativo-americanos (Ojibway) Adam e Zack Khalil em colaboração com Jackson Polys (Tlingit) sobre museologia e repatriação de artefactos indígenas num ambiente de crescente reaccionarismo “branco” nos EUA. Duração: 9:00.
- I’ll Remember You as You Were, Not as What You’ll Become (2016), realizado por Sky Hopinka, um tocante retrato da poetisa nativa-americana (Chemehuevi/ Anishinabe) Diane Burns (1957-2006). Duração: 12:00.