IV Mostra de Cinema Olhares Sobre Angola, Hangar I LISBOA
A Mostra de Cinema OLHARES SOBRE ANGOLA regressa nos dias 25 e 26 de Outubro de 2017 para a sua IV edição. Depois do sucesso das últimas edições, com várias sessões esgotadas, Olhares Sobre Angola volta desta vez para um dos mais interessantes espaços culturais da cidade de Lisboa, o HANGAR – Centro de Investigação Artística. Com uma programação integralmente dedicada ao trabalho da produtora angolana GERAÇÃO 80, a edição da mostra deste ano permitirá ao público português conhecer novos trabalhos e autores deste país.
No dia 25 de Outubro, às 19h, iniciamos com uma sessão especial de homenagem à produtora, intitulada “A Nossa Geração”, que é uma selecção das melhores produções várias da Geração 80: videoclipes, vídeos experimentais e até making off’s, realizadas pela produtora nos últimos anos em Angola.
Na sessão das 21h de dia 25 de Outubro, exibimos o seu trabalho mais emblemático, o documentário Independência, do realizador Fradique (Mário Bastos), de 2015. Documentário que parte de memórias da situação colonial em Angola, revelando os passos iniciais da luta de libertação percorrendo alguns dos seus principais cenários. Além de Kamy Lara, estará para conversa com o público no final da sessão o sociólogo Manuel Dias dos Santos.
26 de Outubro, às 19h, uma sessão de curtas metragens seleccionada pela equipa da GERAÇÃO 80. Desde a primeira curta multipremiada Alambamento de Mário Bastos, até a novas propostas de Ery Claver e do premiado fotógrafo Kiluanji Kia Henda.
Às 21h de 26 de Outubro, terá lugar uma sessão aberta a debate com o novo documentário de Rui Sérgio Afonso “Do Outro Lado do Mundo”. Projecto vencedor do Concurso Nacional do programa DOCTV CPLP em Angola, é um documentário que fala das relações humanas contemporâneas derivadas do intercâmbio entre Angola e a China. Durante os 2 dias de apresentação da mostra, contaremos nas sessões com a presença de Kamy Lara, realizadora e directora de fotografia da Geração 80, para conversar com o público. sessões gratuitas. |
PROGRAMA Quarta-Feira, 25 Outubro com a presença de Kamy Lara, realizadora e directora de fotografia na Geração 80 “A NOSSA GERAÇÃO” Coletânea de videoclipes, com destaque para o álbum “Gatuno Emigrante & Pai de Família” do cantor e compositor Nástio Mosquito; o making-off do documentário “Independência”, entre outros trabalhos da Geração 80. 21h00 com a presença da realizadora e directora de fotografia Kamy Lara e do sociólogo Manuel L. Dias dos Santos INDEPENDÊNCIA (Angola, 2015, 95’) Realização: Fradique (Mário Bastos) Consultoria Histórica: Conceição Neto Fotografia: Kamy Lara Música: Victor Gama Prémio Nacional da Cultura, Angola, 2015 | Selecção Oficial Festival Internacional de Durban, África do Sul, 2016 | Selecção Oficial Festival Pan Africano, Estados Unidos da América, 2017 | Melhor Documentário Festival Internacional dos Camarões, Camarões, 2016 | Selecção Oficial Festival de Luxor, Egipto, 2015 A 11 de Novembro de 1975 Angola proclamou a independência, 14 anos depois do início da luta armada contra o domínio colonial português. O regime de Salazar recusava qualquer negociação com os independentistas, aos quais restava a clandestinidade, a prisão ou o exílio. Quando quase toda a África celebrava o fim dos impérios coloniais, Angola e as outras colónias portuguesas seguiam um destino bem diferente. Só após o golpe militar de 25 de Abril de 1974 ter derrubado o regime, Portugal reconheceu o direito dos povos das colónias à autodeterminação. Os anos de luta evocados em “Independência” determinaram o rumo de Angola após 1975. Opções políticas, conflitos internos e alianças internacionais começaram a desenhar-se durante a luta anti-colonial. As principais organizações (FNLA e MPLA e, mais tarde, UNITA) nunca fizeram uma frente comum e as suas contradições eram ampliadas pelo contexto da Guerra Fria. A independência foi proclamada já em clima de guerra, mas com muita emoção e orgulho, como é contado no filme. Quinta-Feira, 26 Outubro 19h00 com a presença de Kamy Lara, realizadora e directora de fotografia na Geração 80 (Sessão: Curtas-Metragens) ALAMBAMENTO (Angola, 2008, 15’) Realização e Argumento: Mário Bastos Produção: Hassan Said e Jorge Cohen Elenco: Correia Adão, Marieta Cabuço O dia em que Matias entrega o alambamento ao pai da sua namorada é interrompido por um acidente na complicada Ilha de Luanda, o que vai pôr à prova até onde Matias está disposto a ir pelo seu amor. A LUZ NO QUARTO ERA VERMELHA PORQUE NÃO EXISTIA AMOR (Angola, 2016,10’) Realização: Ery Claver Edição: Davide Nogoode Som e Música: João Ana Curta-metragem experimental “Vi-as as duas ou vindo Ou como se cala a cada gesto ouvindo E mesmo essa pose será cortada Na paisagem que não dizem nada O fatal que lhes ordena Também não rouba a cena De quem procura a imortalidade Ou encontra o bom, o mau e o ladrão A lata e as cinzas mais fáceis que pão A ambição do passante E a putas sem bolso Ou o inverso No quarto fechado e a luz vermelha Ou a luz no quarto era vermelha Porque não existia amor” HÁ UM ZUMBIDO, HÁ UM MOSQUITO, SÃO DOIS (Angola, 2017, 8’) Realização: Ery Claver Edição: Davide Nogoode Som e Música: João Ana “O mosquito erra frenético e também em mim o zumbido. As águas paradas do dia tornam-se também espelhos apodrecidos no ar abafado, e cansado lanço uma suspeita, um remorso falso e fugitivo. Um homem devastado tenta perceber o ruído e o que se passa à sua volta. O que procura e o seu destino, só o farão perceber que realmente não caminha sozinho.” HAVEMOS DE VOLTAR (Angola, 2017, 17’) A curta-metragem, Havemos de Voltar, é a síntese do projecto de Kiluanje Kia henda, intitulado In The days Of Dark Safari, que reflecte o momento artístico contemporâneo vivido em Angola. O filme narra a história de uma Palanca empalhada que tenta regressar ao passado para se vingar da história, uma vez que foi assassinada a fim de se tornar um objecto ao serviço da história num centro de arquivo. O lugar que sonha um dia regressar e que julga ser o seu lugar de origem, o Museu de História Natural. 21h00 com a presença de Kamy Lara, realizadora e directora de fotografia na Geração 80 DO OUTRO LADO DO MUNDO (Angola, 2016, 52’) Realização e fotografia: Sérgio Afonso Edição: Kamy Lara O documentá rio retrata duas histó rias de amor, protagonizadas por duas mulheres de culturas diferentes. A de Paulina, uma angolana do Bentiaba que conhece Johnny, um cidadão chinê s que veio para Angola construir uma estrada que fica inacabada, e que deixa à Paulina dois filhos e a esperança de Agosto finalmente chegar. A de Sofia, que chega a Angola com o seu marido, Inácio, ex-bolseiro angolano na China, deixando no seu paiś o filho de ambos. Inserida numa cultura diferente, com um nome “adaptado” para ser mais fácil de pronunciar, ‘Sofia’ procura entender se a mudança não a separou demasiado de si própria. As duas mulheres partilham a coragem e a ousadia de mudar o seu destino e quebrar barreiras culturais em prol da felicidade. O primeiro passo foi dado. O futuro é desconhecido. Dossier – GERAÇÃO 80 Geração 80 é uma produtora angolana, com obras de referência na área cinematográfica, audiovisual e multimédia; destacando-se com produções de curtas e longas-metragens, documentários, videoclipes, publicidade, entre outros; focadas no desenvolvimento cultural do seu país. Criada em 2010 pelo realizador Fradique (Mário Bastos) e os produtores Tchiloia Lara e Jorge Cohen, com o objectivo de documentar e contar histórias de Angola através de imagens. À equipa fundadora, juntam- se, a realizadora Kamy Lara, Hugo Salvaterra, Ery Claver, Sérgio Afonso, e muitos mais, como fotógrafos, engenheiros, técnicos audiovisuais, gestores, designers, enfim, criativos; todos com uma única ambição: inspirar uma nova geração. “Somos uma produtora angolana que nasce de uma geração pós-independência, urbana, dinâmica e apaixonada por desafios. Estamos empenhados no desenvolvimento da Cultura e Artes, com e para os angolanos. Queremos olhar o nosso país desde dentro e perto. Queremos reflectir e dar a conhecer as memórias, as cores, os sons, os traumas, os desejos e as histórias que Angola vive actualmente. Para nós, cultura não é só entretenimento. É mudança, é crítica, é a construção de uma identidade - é a possibilidade de um novo começo a cada filme.” Geração 80 |