Augusta Conchiglia Luttes de libération en Angola et enjeux géopolitiques.

Témoignage d’une journaliste et cinéaste dans la guérilla angolaise

Augusta Conchiglia, Moxico. Angola, 1968Augusta Conchiglia, Moxico. Angola, 1968

Quand lun, 20 novembre, 2017  18:30 Jusqu’à 20:00

Fondation Calouste Gulbenkian Paris, Salle de conférences 39 Boulevard de la Tour Maubourg, Paris 

Billets Entrée libre

En 1968, deux ans après l’ouverture du Front Est par le Mouvement populaire de libération de l’Angola, Augusta Conchiglia se rend sur les zones de guérilla et coréalise un documentaire sur la guerre anticoloniale pour la télévision italienne (RAI) dont une version longue sera projetée au festival panafricain d’Alger de 1969. Elle réalisera un deuxième documentaire en 1970. Sa conférence partira de ces expériences pour penser les enjeux géopolitiques de ces luttes.

Cycle d´études interdisciplinaires sur l’Afrique Lusophone, organisé par Maria-Benedita Basto, Agnès Levécot, Olinda Kleiman, Egídia Souto e Irene dos Santos, en partenariat avec l’université Paris Sorbonne/CRIMIC – Centre de recherche sur les mondes ibériques et ibéro-américains contemporains, l’université Sorbonne Nouvelle/CREPAL – Centre de recherches sur les pays lusophones et le Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS).

20.11.2017 | por martalanca | Augusta Conchiglia, Luttes de libération, Maria-Benedita Basto

Caçando Histórias

Com nove anos de existência, o projeto itinerante Caçando Histórias promove espetáculos com atividades lúdicas e narrativas afro-brasileiras para o público infantil. A ideia vem de Kemla Baptista, pedagoga pernambucana que viveu um período no Rio de Janeiro. Kemla é uma equede, nome dado no candomblé ao posto de “zeladora dos orixás”.

As apresentações têm como objetivo difundir a cultura afro-brasileira. O trabalho permite que as crianças tenham contato com obras e contos clássicos de tradições de origem africana. A musicalidade também é desenvolvida por meio da inclusão de ritmos como o samba, o jongo e o maracatu. Após os espetáculos, acontecem atividades em grupos com base em técnicas de arte-terapia e ligadas à dança e expressão corporal.

O projeto começou entre as crianças de axé nas comunidades de terreiro no Rio de Janeiro. Hoje também ocorrem oficinas em escolas, organizações não-governamentais e espaços públicos. Kemla está agora em Pernambuco e nessa nova temporada propõe, por meio dos contos míticos, o encontro das tradições do candomblé Ketu com a tradição Nagô Egbá, tão forte no estado. O local que vai acolher a temporada é o Ilê Axé Orixalá Talabí, terreiro reconhecido como patrimônio imaterial pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), situado no município de Paulista, na região metropolitana de Recife.

17.11.2017 | por martalanca | Caçando Histórias, cultura afro-brasileira

Fazer pela Vida na Estação Seca

No âmbito da semana da Ciência e Tecnologia, o ICS-ULisboa promove a exibição do documentário Fazer pela Vida na Estação Seca (35’, Angola, Reino Unido, Portugal), com a presença da realizadora, Inês Ponte.

A sessão decorrerá na 3ª, 21 Novembro, pelas 18h, no Auditório Sedas Nunes (ICS-ULisboa). O filme será projectado com legendas em português.

Fazer pela Vida na Estação Seca é um documentário realizado no contexto de uma pesquisa de doutoramento em “Social Anthropology with Visual Media”, na Universidade de Manchester. Usando todas as fases de realização de um filme como método de pesquisa, o produto final retrata dois labores numa aldeia de montanha no Sul de Angola durante a estação seca: o usual fazer pela vida, e uma excepcional boneca, a pedido da realizadora.

 

 

16.11.2017 | por martalanca | angola, antropologia, Inês Ponte

“(Des)construção” de Mónica Anapaz, Companhia de Dança Contemporânea de Angola

A Companhia de Dança Contemporânea de Angola realiza este mês de Novembro uma digressão europeia, apresentando-se em Portugal e Espanha com a peça da sua última temporada, “(Des)construção” de Mónica Anapaz.

Sem recursos financeiros para honrar os convites, a direcção da CDC Angola envidou todos os esforços para compensar o trabalho investido pelos seus bailarinos e demais equipa, tendo a agradecer publicamente à TAAG Linhas Aéreas Angolanas, que assegurou as viagens para podermos deslocar-nos e ao banco BFA o apoio que permitirá o tempo de permanência desta companhia no estrangeiro.

Recordamos que esta companhia, à qual se deve a grande transformação do panorama da dança em Angola, foi fundada em 1991, é membro do Conselho Internacional da Dança da UNESCO, possui um historial de centenas de espectáculos apresentados em Angola e no exterior, com dezenas de obras originais e já actuou em diversos países em todos os continentes, sendo hoje a referência da dança cénica angolana no estrangeiro.

Cabe ainda referir que, passadas várias edições do mesmo, a CDC Angola foi contemplada este ano com o Prémio Nacional de Cultura e Artes na categoria Dança.

foto de Rui Tavaresfoto de Rui Tavares

Teatro Lethes | Novembro | Faro

Sexta, dia 17 - 19.00

Livro: Máscaras Cokwe: a linguagem coreográfica de Mwana Phwo e Cihongo

Sábado, dia 18 - 21h30

Domingo, dia 19 - 16h00

 

Segunda, dia 20 - 18.30H  

Bertrand Picoas Plaza | Lisboa  

Livro: Máscaras Cokwe: a linguagem coreográfica de Mwana Phwo e Cihongo

Teatro da Comuna | Novembro | Lisboa

Quinta, dia 23 - 21h30

Sexta, dia 24 - 21h30

Sábado, dia 25 - 21h30

Domingo, dia 26 - 17h00

13.11.2017 | por martalanca | Companhia de dança contemporânea de Angola

Unforgettable (you!)

Curated by Inês Valle I opening: 17.NOV | 6 pm17. I Nov. 017 - 19. Jan. 2018

This art Exhibition that focus on how tattoo art can have a impact in someone’s life. As a form of self confidence, identity, an exhibition will present multiple layers of understanding and reflecting about the subject, from modern sex slavery, tribal marks, auto confidence, tattoo&science…etc.

The famous Tattoo Artist Chaim Machlev (Israel) will present an unique video body mapping tattooed.
Joana Choumali (Ivory Coast) with the awarded photo project “Hââbré, the last generation” 
Chibuike Uzoma (Nigeria) with his series of self-portraits
Christophe Beauregard (France) showing for the 1st time in UK his series Pentimento, that was shown this year in Arles Photo Festival and will be at in Paris during Paris Photo.
Also for the 1st time, Survivor’s INK will disclose to the public their archive, that contains more than 100 photos of women that received a tattoo to cover the marks of being trafficked and Statements that reflect the impact of tattoo in their lives ,along to other documents.
Also for the 1st time inside of an Art Space the Documentary: Rebranded: how Survivors Ink is erasing the marks of the US sex trafficking industry “done by Almudena Toral, Annie Kelly and Claudine Spera for the Guardian. 
Projects that will disclose powerful and real stories of human trafficking survivors and how tattoo art can have a bigger purpose in someone’s skin. 
Also, on the 17th November: Survivor’s Ink and human trafficking survivors will be having a conversation at the gallery, disclosing what they do and how their work have been impacting peoples lives. Also the musician Scott McFarnon will perform the music “Crazy Heart” that is inspired in Jennifer’s life as a survivor of human trafficking. 
The Artists and Survivor’s INK will only be in London for 3 days, and I feel that is such an important theme, that unfortunately many people still aren’t aware, and  I would love to reach as many people as possible.

Muse, Christophe BeauregardMuse, Christophe BeauregardDarkness, Christophe BeauregardDarkness, Christophe Beauregard

13.11.2017 | por martalanca | Unforgettable (you!)

Residência ROOTS

O LAC trás de volta a Lagos ROOTS ROOTS é uma residência artística que aborda o tema da escravatura através de uma visão contemporânea, criando novas rotas e fluxos transculturais, através da reflexão da diversidade cultural dos países outrora colonizadores e colonizados e as suas influências na criação de uma miscigenação global e plural, questionando e identificando as raízes desse processo. Partindo da descoberta de um “cemitério” de antigos escravos – tratando-se na realidade de uma “lixeira” com 155 esqueletos amontoados uns sobre os outros no Vale da Gafaria – o LAC decidiu levar a cabo o projeto ROOTS, convidando artistas das artes plásticas, música, dança e performance para, em residência artística,desenvolverem um trabalho que tenha como ponto de partida a realidade esclavagista, sendo estes livres para desenvolverem o seu trabalho, individual ou coletivamente.Artistas Convidados: El Conguito (França), Kwame Sousa (S. Tomé ePríncipe), Mikko Angesleva (Finlândia), Valdemar Doria (S. Tomé ePríncipe), M-PeX (Portugal).

+ infos

09.11.2017 | por martalanca | Residência ROOTS

Fuck it’s too late, de Binelde Hyrcan

Primeira exposição individual do artista Binelde Hyrcan em Portugal. Com curadoria de Ana Cristina Cachola, a exposição fuck it’s too late reúne um conjunto alargado de trabalhos, na sua maioria inéditos e criados entre o atelier do artista em Luanda e a cidade de Lisboa.

Com instalação, pintura, fotografia, vídeo e outros “mambos”, Hyrcan traz até à Balcony toda a “sua banda” – candongueiros, jacarés e artefactos “hidráulicos”, histórias de rua e vozes dos manos e manas que com ele criam economias de afetos na Luanda contemporânea. Entre os novos trabalhos, destaca-se a frase que dá título à exposição - fuck it’s too late, escrita a néon e que Hyrcan quer manter aberta à pontuação de cada visitante.

“fuck it’s too late para que um artista angolano possa enviar uma galinha para o espaço, uma história que só faz sentido se contada por Binelde Hyrcan em discurso directo. Contudo, Fuck is too late  refere também a  ambiguidade latente da ideia de tempo e temporalidades na sua relação com a dimensão sócio-local da economia. Partindo do contexto da Luanda contemporânea, aliás, da ilha de Luanda, onde Hyrcan reside com a sua família, o artista recupera diversas camadas biográficas, configuradas em conversas, visualidade vernácula, e um comércio benigno de afetos e produtos distintos. Hyrcan, que nunca abandona o registo tragicómico, traz à discussão uma economia angolana obliterada do discurso mediático: o comércio local, os candongueiros, as relações pessoais que permeiam as trocas ou as vontades comerciais”, descreve a curadora Ana Cristina Cachola.

Binelde Hyrcan (Luanda, 1982). Vive e trabalha em Luanda. Estudou artes plásticas no Mónaco e a sua produção cruza escultura, pintura, design, vídeo-arte e performance. Os diferentes suportes são os mecanismos utilizados pelo artista para refletir paradoxos e complexidades, de costumes e atitudes político-sociais, criticando, desta forma, estruturas de poder e vaidade humana. O artista tem vindo a desenvolver projetos artísticos em várias cidades por todo o mundo. Das suas exposições individuais, destacam-se a abertura da 2ª Trienal de Luanda - Angola (2016) e No Restriction, II Columbia Gallery, Mónaco (2014). Uma seleção das suas exposições coletivas inclui: How to Live Together, Kunsthalle Vienna - Áustria (2017); Gran Turismo no Centre Pompidou - Paris, França, Capital Debt – Territory – Utopia na Nationalgalerie im Hamburger Bahnhof - Berlin, Alemanha, (2016); 56ª Edição da Bienal de Veneza, artista representante de Angola com o tema, All the World ́s Futures (2015); No Fly Zone, no Museu Berardo - Lisboa, e Transit, na Bienal de São Paulo - Brasil (2013).

A galeria Balcony inaugurou no dia 20 de setembro com a exposição New Work, que até 11 de novembro mantém patente uma seleção de trabalhos dos cinco artistas que inspiraram a criação do projeto, são eles Binelde Hyrcan, DeAlmeida ESilva, Horácio Frutuoso, Nikolai Nekh e Tiago Alexandre. A inauguração da exposição fuck it’s too late, no dia 16 de novembro, insere-se no roteiro das arte do Bairro de Alvalade, com a Galeria Vera Cortês a inaugurar no mesmo dia 2 desenhos, 2 esculturas de José Pedro Croft, a Fundação Leal Rios, a galeria Maisterravalbuena e a nova Uma Lulik, com horários alargados. 

BALCONY CONTEMPORARY ART GALLERY Rua Coronel Bento Roma 12A, Alvalade - Lisboa

17 de novembro de 2017 a 13 de Janeiro de 2018 - Inauguração: 16 de novembro, 22h

www.balcony.pt

06.11.2017 | por martalanca | angola, arte contemporânea, Binelde Hyrcan

MAPUTO FAST FORWARD (MFF) 15 de Novembro -16 de Dezembro

O Programa desta edição – que inclui uma conferência internacional, várias exposições, workshops, debates e encontros – desenrola-se sob o lema MAPUTO CIDADE CRIATIVA e pretende ser o embrião de um modelo de intervenção cultural descentralizado e em rede capaz de, não apenas estimular o desenvolvimento de parcerias e partilhas criativas, mas também de dar à cidade um protagonismo e uma visibilidade que a coloque, a prazo, no mapa do continente e do mundo, enquanto cidade criativa.

Lançado em 2016, o MFF é uma plataforma que pretende estimular a criatividade e a inovação em todas as áreas (arte, cultura, tecnologia, design, etc.), promover um diálogo transdisciplinar e incentivar o desenvolvimento de redes colaborativas entre os diversos agentes culturais e criativos (www.maputofastforward.com).

Do Programa do MFF 2017 destacamos:

CONFERÊNCIA
ESTILOS DE VIDA DIGITAL – CULTURA & TECNOLOGIA NO SÉCULO XXI

O efeito conjugado da revolução tecnológica e das “sociedades em rede” evidencia que, mais do que “conviver” com os artefactos da tecnologia a vida contemporânea se define por um “estilo de vida” que se deixou impregnar pelo espírito, pela estética e pela aceleração imposta por estas tecnologias. O objectivo desta conferência é proporcionar um espaço de reflexão sobre as relações entre cultura e tecnologia neste novo século e abrir um diálogo entre a comunidade criativa moçambicana e a comunidade criativa global na perspectiva de contribuir para o estabelecimento de redes e o desenvolvimento de projectos em comum.

Jepchumba - artista digital queniana que participa na ConferênciaJepchumba - artista digital queniana que participa na ConferênciaA conferência contará com a presença de vários participantes internacionais:   Jepchumba (Quénia) – Artista digital, curadora e fundadora do website African Digital Art; considerada pela revista “Forbes” e pelo jornal “The Guardian” como um das personalidades mais interessantes na cena cultural em África;   Ng’endo Mukii (Quénia) – Realizadora, fotógrafa e ilustradora. Vencedora de inúmeros prémios internacionais com as suas obras “Yellow Fever” e “This Migrant Business”;   Henri Vergon (África do Sul) – Curador e fundador da Galeria Afronova em Joanesburgo;   António Pinto Ribeiro (Portugal) – Curador, Programador Cultural, Docente e Investigador. Foi responsável pela programação da Culturgest (Lisboa), coordenador do Programa Futuro Próximo da Fundação Gulbenkian e curador de “Passado e Presente, Lisboa capital ibero-americana de cultura 2017”;   Luis Teixeira (Portugal) - Director do Centro de Criatividade Digital da Universidade Católica de Portugal. Coordenador Cientifico do Mestrado em Gestão de Indústrias Criativas (Escola das Artes/Un.Católica - Porto Business School);

  • Dos participantes moçambicanos destacamos:

  •   António Sopa (Historiador)

  •   João Roxo (Designer gráfico e fundador da ANIMA – Estúdio Criativo);

  •   Tiago Borges Coelho (Co-fundador da empresa tecnológica UX e representante de Moçambique na SeedStars World);

  •   Andrea Moreira (Directora do Centro de Investigação associado à Galeria 1834 fundada por Gonçalo Mabunda)

  •   Tavares Cebola (Programador Cultural, fundador da editora Rhizoma e editor do magazine musical online “Orelha Suja”).

    Esta conferência terá lugar a 16 e 17 de Novembro na Fundação Fernando Leite Couto

    EXPOSIÇÕES

    BITS OF MAPUTO/ENTRE ACÁCIAS RICARDO PINTO JORGE

    Ricardo Pinto Jorge (exposição 'Bits of Maputo')Ricardo Pinto Jorge (exposição 'Bits of Maputo')Ricardo Pinto Jorge é um artista visual e um dos talentos emergentes na cena criativa moçambicana. A sua mais recente exposição, intitulada “Heands Up”, foi apresentada, em 2016, no Centro Cultural Franco Moçambicano e posteriormente na África do Sul (Galeria Erdmann Contemporary, Cape Town).

BITS OF MAPUTO / ENTRE ACÁCIAS”, a sua nova exposição, com curadoria de João Roxo, é um projecto audiovisual composto de 20 foto-montagens,10 obras de video-arte e 10 temas músicais da autoria de Nandele Maguni e Ailton “TRKZ” Matavela.

A exposição inaugura a 15 de Novembro, às 18h, no Centro Cultural Brasil Moçambique

(DES)CONSTRUÇÕES
Maísa Chaves| Hugo Mendes |Hélio Januário Pene | Chonga | Nemésio Zuber

Maputo está a ferver de criatividade. Hoje, jovens designers, ilustradores, arquitectos, fotógrafos e criadores de áudio exploram o uso das ferramentas digitais nos seus processos criativos permitindo-lhes inovar e redefinir limites.

A rede urbana e a sua dinâmica alimentam estas novas criações. Articulados ao longo de uma série de sessões de brainstorming e trocas cognitivas intuitivas, os seus processos criativos desenvolveram um caminho metafórico traçado dentro da cidade. Estes artistas e as suas peças tornam-se interconectados permitindo-lhes traçar novas narrativas e expressar novas rotas. Tanto ocultas como reveladoras, estas expressões oscilam entre o visível e o invisível, o objectivo e o imprevisível.

Esta exposição pretende reflectir sobre diferentes aspectos de Maputo, desde influências formais a significados mais intangíveis e dar espaço a novas formas e expressões dentro do cenário artístico local, projectando-o para o futuro. Trata-se de participar na construção da história das coisas que estão por vir.

A curadoria da exposição é de Tavares Cebola, João Roxo e Geraldine Darpoux
23 de Novembro às 18h no espaço 16 Neto (Av. Agostinho Neto 16)

Imagem da exposição 'Press Play' da Taíla CarrilhoImagem da exposição 'Press Play' da Taíla Carrilho

DEBATES

INTERFERÊNCIAS
Concepção e Organização da ANIMA – ESTÚDIO CRIATIVO

A interferência incomoda, altera, perturba, destrói. Obriga a recriar. Consideradas geralmente acções intrusivas, revelam simultaneamente as excepções à regra, e representam em si uma janela para universos inesperados e resultados imprevisíveis. Vivemos em sociedades caracterizadas por padrões calcificados. Em oposição, o valor do intangível mostra-se cada vez mais relevante e neste sentido, a

criatividade dá-nos a oportunidade de questionar o assumido. Este espaço experimental de debate pretende questionar formatos convencionais e revisitar fórmulas estabelecidas, através de um diálogo dinâmico e interactivo. Propõe-se também a reconhecer o valor da intuição e a acentuar o volume, a relevância e a legitimidade da Voz, individual ou colectiva.

Artistas, Poetas, Economistas, Engenheiros ou outros Pensadores são convidados a participar neste diálogo aberto, transparente, disruptivo e absolutamente desgovernado. O conceito “Interferência” é transversal a todos estes debates. Partindo desta base vamos explorar os seguintes subtemas, todos eles inter-relacionados:

DIA 22 NOV

Replicação. Apropriação. Assimiliação.

Influências externas são por vezes encaradas como uma conotação negativa. Nos tempos que correm, consequência também da crescente mobilidade e da interação entre polos geográficos, de que forma devemos encarar a realidade da (r)evolução do conceito de identidade local?
Com Diana Manhiça, Filipe Branquinho, Felix Mula

DIA 29 NOV

Persistência da Informalidade

Os poderes instituídos tendem à criação de regras e leis que possam prever toda e qualquer situação. No entanto, estamos rodeados de evidências que comprovam uma enorme riqueza criativa na existência da informalidade. Actos e Efeitos do domínio da imprevisibilidade, do intuitivo e da necessidade. Como podemos atingir um equilíbrio entre o Formal e o Informal?

Com Mauro Pinto, Ana Lúcia Cruz, Wacy Zacarias

DIA 6 DEZ

Resistência ou Envolvência

A História conta histórias de movimentos de resistência, mas também de evolução e mudança através do envolvimento com o sistema. Que postura devemos assumir perante o descontentamento? Neste mundo feito de equilíbrios, qual a importância da irreverência e de acções disruptivas – de sabotagem – em oposição à aceitação do estado actual das coisas? A energia criativa precisa de mais revoluções ou de continuidade?

Com António Cabrita, Miguel Prista, Carlos Serra, Quito Tembe, Ruth Castel-Branco

Os debates serão seguidos por uma série de intervenções musicais de Tushimitsu, May Mbira, Rita Silva Couto e Nandele.

As sessões terão lugar na sede da ANIMA – Estúdio Criativo (Av. Tomás Nduda, 151)

WORKSHOP CROWDFUNDING DE PROJECTOS CULTURAIS

Conseguir obter financiamento de projectos culturais é vital para a boa execução dos mesmos, pois sem financiamento multiplicam-se as dificuldades na execução das actividades programadas. Existe uma diversidade de fontes de financiamento, tais como as receitas próprias, os financiamentos públicos (apoios e subvenções) ou o financiamento privado (mecenato, patrocínio, …). Dada a diminuição do financiamento público de uma forma generalizada é importante encontrar novas formas estratégicas de obter financiamento. O objetivo deste evento é promover uma nova lógica de financiamento através das multidões (crowd): o Crowdfunding. Discutir os seus usos, formas de implementação e apresentar casos de sucesso.

Coordenador: Luis Teixeira

Director do Centro de Criatividade Digital da Universidade Católica de Portugal. Coordenador Cientifico do Mestrado em Gestão de Indústrias Criativas (parceria entre a Escola das Artes e a Catolica Porto Business School).

O workshop terá lugar no dia 17 de Novembro entre as 14h30 e as 18h30 nas instalações da 16 Neto (Av. Agostinho Neto 16)

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03.11.2017 | por martalanca | MAPUTO FAST FORWARD (MFF)

Avenida da Liberdade, de Tatiana Macedo

Avenida da Liberdade é uma peça inédita que consiste numa instalação vídeo e som em quatro canais, que partem de imagens fotográficas analógicas tiradas por mim em 2004, 2005 e 2013, bem como de novas filmagens aéreas realizadas agora. As imagens de Março de 2013 (que constituem a base de dois dos vídeos expostos), foram captadas na Avenida da Liberdade durante um protesto contra as medidas de austeridade, e aqui foquei três situações específicas: um homem que filmava os manifestantes em cima de uma árvore, um grupo de pessoas à volta da estátua aos combatentes da 1ª Grande Guerra, e uma senhora que segura um cartaz onde se lê “ O Desemprego Mata-nos”. A estas três situações juntei uma fotografia de uma escultura de Rodin (intitulada “Irmão e irmã”) de cerca de 1890. O terceiro vídeo mostra uma série de naturezas mortas fotografadas em 2004 e o quarto uma filmagem aérea a partir dos telhados do Aljube.

O som é o resultado de uma colaboração com o músico Benjamim,que não só dá voz ao texto (enquanto textura sonora) como tocao piano e o sintetizador compostos para esta peça. Os textos são excertos recolhidos por mim de testemunhos escritos, como é o caso da descrição das fugas por Jaime Serra ou o de Diário Miguel Torga, nas datas de 25 de Abril de 1974 e dias posteriores.São descrições da determinação na luta pela liberdade, pela democracia e por direitos básicos no trabalho, por aqueles quepassaram não só pelo Aljube mas pelos “Aljubes” de Portugal e África, pela clandestinidade, pela prisão e pela tentativa de fuga.Decorrente do meu trabalho de pesquisa no centro de documentação deste museu, teci relações entre os textos que ia lendo ou os relatos que ia ouvindo e o meu arquivo pessoal, onde vim a descobrir imagens que faziam eco com estas vozes. Deste modo, nenhuma imagem aqui apresentada pertence a um arquivo de memória colectiva, tendo sido todas produzidas por mim, em anos diferentes.Esta relação com a contemporaneidade, ou o passado recente, é essencial uma vez que, nascida em 1981, a melhor forma de agradecer a estas pessoas que se sacrificaram para que eu hoje possa usufruir de algumas liberdades, é fazer isso mesmo – criar em liberdade. O título é irónico e embarca tudo o que hoje representa a ‘Avenida da Liberdade’, entre aspas, nas suas múltiplas contradições.

28.10.2017 | por martalanca | Avenida da Liberdade, fotografia, Tatiana Macedo

inhabitants no DocLisboa

The Violence of a Civilization Without Secrets, por Adam e Zack Khalil com Jackson Polys, uma comissão de inhabitants com o apoio de Contour8, 2017.  The Violence of a Civilization Without Secrets, por Adam e Zack Khalil com Jackson Polys, uma comissão de inhabitants com o apoio de Contour8, 2017. Quinta-Feira dia 26, pelas 18h São Jorge, sala 2. Seleção de episódios produzidos pelo Inhabitants, em diálogo com filmes por autores que metodológica ou politicamente se relacionam com o canal e com os temas abordados. Entre estes incluem-se filmes produzidos pelo canal de documentários Field of Vision, pelo centro de pesquisa londrino Forensic Architecture, do projecto The Native and The Refugee que tem filmado entre a Palestina e as reservas indígenas Norte-Americanas, ou dos realizador nativo-americanos Sky Hopinka e Adam e Zack Khalil, entre outros. Recomendadíssimo!
No seu todo, os filmes desta sessão refletem sobre a política da imagem, seja ao nível da sua distribuição online, enquanto disrupção com expectativas de representação pré-estabelecidas ou mesmo enquanto prova legal.

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26.10.2017 | por martalanca | caminhos do cinema português

IV Mostra de Cinema Olhares Sobre Angola, Hangar I LISBOA

GERAÇÃO 80GERAÇÃO 80

A Mostra de Cinema OLHARES SOBRE ANGOLA regressa nos dias 25 e 26 de Outubro de 2017 para a sua IV edição. Depois do sucesso das últimas edições, com várias sessões esgotadas, Olhares Sobre Angola volta desta vez para um dos mais interessantes espaços culturais da cidade de Lisboa, o HANGAR – Centro de Investigação Artística. Com uma programação integralmente dedicada ao trabalho da produtora angolana GERAÇÃO 80, a edição da mostra deste ano permitirá ao público português conhecer novos trabalhos e autores deste país.

No dia 25 de Outubro, às 19h, iniciamos com uma sessão especial de homenagem à produtora, intitulada “A Nossa Geração”, que é uma selecção das melhores produções várias da Geração 80: videoclipes, vídeos experimentais e até making off’s, realizadas pela produtora nos últimos anos em Angola.

Na sessão das 21h de dia 25 de Outubro, exibimos o seu trabalho mais emblemático, o documentário Independência, do realizador Fradique (Mário Bastos), de 2015. Documentário que parte de memórias da situação colonial em Angola, revelando os passos iniciais da luta de libertação percorrendo alguns dos seus principais cenários. Além de Kamy Lara, estará para conversa com o público no final da sessão o sociólogo Manuel Dias dos Santos.

26 de Outubro, às 19h, uma sessão de curtas metragens seleccionada pela equipa da GERAÇÃO 80. Desde a primeira curta multipremiada Alambamento de Mário Bastos, até a novas propostas de Ery Claver e do premiado fotógrafo Kiluanji Kia Henda.

Às 21h de 26 de Outubro, terá lugar uma sessão aberta a debate com o novo documentário de Rui Sérgio Afonso “Do Outro Lado do Mundo”. Projecto vencedor do Concurso Nacional do programa DOCTV CPLP em Angola, é um documentário que fala das relações humanas contemporâneas derivadas do intercâmbio entre Angola e a China.

Durante os 2 dias de apresentação da mostra, contaremos nas sessões com a presença de Kamy Lara, realizadora e directora de fotografia da Geração 80, para conversar com o público. sessões gratuitas.

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19.10.2017 | por martalanca | cinema angolano, geração 80

GRADA KILOMBA, exposição "The Most Beautiful Language" I LISBOA

The Most Beautiful Language é a primeira grande exposição individual de Grada Kilomba, que traz a sua prática transdisciplinar e singular de dar corpo, voz e imagem aos seus próprios textos, usando num único espaço a instalação de vídeo, a leitura encenada, a performance, a colagem de texto e a instalação de som.

Sendo-lhe muitas vezes dito que o seu idioma materno é “a língua mais bela”, a artista portuguesa questiona: quais são os corpos que podem representar esta língua? E quais são as “línguas” que estes corpos falam?

Com uma beleza intensa e precisa, Kilomba explora não apenas os desejos coloniais e as contradições das narrativas dominantes, como também desvenda um espaço recheado de novas linguagens. Linguagens, que revelam as vozes urgentes de um passado e presente reprimidos; e que se opõem ao que a artista chama uma “dupla ignorância”: não saber, e não ter que saber.

Com curadoria de Gabi Ngcobo, a exposição apresenta novos corpos de trabalho que combinam uma variedade de formatos e géneros, levantando questões fundamentais sobre falar, silenciar e ouvir, numa sociedade pós-colonial. Para Kilomba, “the most beautiful language” é a língua que fala da própria realidade silenciada.

O trabalho de Grada Kilomba vai estar em exibição, simultaneamente e pela primeira vez no seu país de origem, em duas instituições – na Galeria Avenida da Índia/EGEAC-Galerias Municipais com The Most Beautiful Language e no MAAT-Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia, com Secrets to Tell - o que, incluindo diferentes corpos de trabalho, cria um diálogo entre os dois espaços expositivos. Reflexões sobre o seu trabalho terão lugar em conversas no Teatro Maria Matos e no Hangar.
Exposição individual
Curadoria: Gabi Ngcobo | Produção Criativa: Moses Leo
27 Outubro 2017 - 4 Março 2018
Galeria Avenida da Índia  
Avenida da Índia, 170 – Belém
1400-207 LISBOA
Terça a Sexta-feira, 10h-13h/14h-18h
Sábado e Domingo, 14h-18h
Última admissão: 30 min antes da hora de encerramento
Entrada gratuita

19.10.2017 | por martalanca | Grada kilomba, The Most Beautiful Language

Entrega das Assinaturas: Campanha por outra Lei da Nacionalidade

Convida todas e todos para o Ato Simbólico de Entrega das Assinaturas no próximo dia 19 de outubro (5.º feira) às 16h30 na Assembleia da República.
Ao longo do último ano mais de 40 coletivos e associações colaboraram nesta campanha que procura alterar uma injustiça histórica que deixa milhares de pessoas sem a nacionalidade portuguesa. Embora tenham nascido em Portugal, crescido em Portugal, trabalhado em Portugal, muitas pessoas não têm os mesmos direitos, as mesmas liberdades e garantias que os restantes portugueses. Desde 1981, com a Lei n.º 37/81, o princípio de jus sanguinis (direito de sangue) tem vedado o acesso a milhares de pessoas à nacionalidade portuguesa. Apenas exigimos o que é devido: que todos os que nasçam em Portugal tenham os mesmas direitos e oportunidades, independentemente da situação dos pais.
A Campanha desenvolveu vários atos de sensibilização e consciencialização junto das pessoas através de eventos culturais, de debate e também por meio da recolha de assinaturas. Esta injustiça, durante tanto tempo invisibilizada, começa agora a ganhar outra dimensão, tendo a Campanha cumprido um papel decisivo. Conseguimos fazer com que a injustiça da atual lei da nacionalidade fosse debatida tanto nos espaços mais formais de discussão política, como a Assembleia da República, como nos espaços mais informais: associações culturais, universidades, bairros da periferia.
Apesar de já termos ultrapassado o número mínimo de assinaturas, o que revelou um forte envolvimento de inúmeros coletivos, associações e personalidades da sociedade portuguesa, sabemos que não basta entregar as assinaturas para resolver este problema. É preciso continuar o debate, é preciso pressionar as instituições e organizações políticas, é preciso mobilizar e mostrar que a maioria da população está contra esta divisão entre cidadãos de 1.ª e de 2.ª categoria.
É por isso que reiteramos o apelo para que participem na campanha, falem com os vossos familiares, amigos, colegas e estejam presentes no dia 19 de outubro a partir das 16h30 na Assembleia da República. Neste dia haverá teatro, performance, recitações de poesias e um microfone aberto a todas e todos que se queiram pronunciar.
Não descansaremos enquanto existirem restrições ao acesso da nacionalidade! Porque QUEM NASCE EM PORTUGAL É PORTUGUÊS, PONTO FINAL !!!

13.10.2017 | por martalanca | Campanha por outra Lei da Nacionalidade

Allen Isaacman no ICS

No dia 18 de Outubro próximo o historiador norte-americano Allen Isaacman irá apresentar no ICS-UL a sua pesquisa mais recente, num seminário intitulado: “Invisible Histories: Clandestine Migration from Mozambique to Zimbabwe 1900-2000”.

Allen IsaacmanAllen IsaacmanTrabalhando sobre a história de Moçambique, Isaacman é um dos mais importantes investigadores do colonialismo português nos séculos XIX e XX. Ao longo da sua obra, parcialmente escrita em conjunto com Barbara Isaacman, Allen Isaacman oferece uma visão historiográfica fundadora sobre a sociedade moçambicana. Analisa as estruturas políticas e sociais africanas, o processo de ocupação colonial portuguesa, as principais características do seu modelo colonizador e o modo como afetou a vida das populações . O seu livro sobre a cultura forçado do algodão  (Cotton is the Mother of Poverty:  Peasants, Work and Rural Struggle in Colonial Mozambique 1938-1961) é um dos melhores exemplos deste trabalho historiográfico. Apoiante da luta pela libertação do território, Issacman envolveu-se pessoalmente na formação da nova nação moçambicana.

Nas suas obras, que listamos à frente, há uma preocupação constante com a realização de uma historiografia preocupada com os processos no terreno, nomeadamente com a intenção de trazer para o primeiro plano da análise historiográfica as práticas, expectativas e visões do mundo das populações locais.

Livros publicados

Mozambique: The Africanization of a European Institution, The Zambezi Prazos, 1750-1902 (University of Wisconsin Press, June 1972)

The Tradition of Resistance in Mozambique: The Zambezi Valley, 1850-1921  (Heinemann and University of California Press, 1976)  Translated into Portuguese in 1979.

A Luta Continua: Creating a New Society in Mozambique (Fernand Braudel Center, SUNY, 1978)

Mozambique: From Colonialism to Revolution: 1900-1982 (Westview Press, 1983), written jointly with Barbara Isaacman

Confronting Historical Paradigms: Peasants, Labor, and the Capitalist World System in Africa and Latin America, Co-authored with Fred Cooper, Florencia E. Mallon, Steve J. Stern, and William Roseberry (University of Wisconsin Press, 1993)

Cotton is the Mother of Poverty:  Peasants, Work and Rural Struggle in Colonial Mozambique 1938-1961 (Heinemann, 1996)

Slavery and Beyond: The Making of Men and Chikunda Ethnic Identity in the Unstable World of South Central Africa, 1750-1920 (Heinemann, 2005), written jointly with Barbara Isaacman. Translated into Portuguese published 2009 in Mozambique.

Dams, Displacement, and the Delusion of Development: Cahora Bassa and Its Legacies in Mozambique, 1965-2007  (Ohio University Press, 2013), written jointly with Barbara Isaacman. Translated in to Portuguese and  to be published Fall 2016 by the Universidade Eduardo Mondlane Press

12.10.2017 | por martalanca | Allen Isaacman, ics, mozambique

Serviçais, a vida dos trabalhadores contratados nas Roças I STP

Estreou o segundo documentário realizado no âmbito do projecto ROÇAS DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE, criado por Nilton Medeiros e Magdalena Bialoborska. Através de uma polifonia de vozes, o filme Serviçais debruça-se sobre a vida dos trabalhadores contratados que vieram para as roças de cacau e café em São Tomé e Príncipe.
Nos finais do século XIX, depois da introdução do café e do cacau, a abolição da escravatura obrigou os colonos portugueses a contratação de mão-de-obra de Angola, Moçambique e Cabo Verde, que abriria caminho para o trabalho forçado. Esses trabalhadores contratados, chamados também de serviçais, viviam separados da população local. As suas vidas limitavam-se ao trabalho árduo nas plantações.
Com a independência do país e a nacionalização das roças em 1975, o novo estado independente concedeu a plena cidadania e direitos iguais a todos os habitantes.
Passados mais de meio século desde a chegada dos últimos serviçais cabo-verdianos, as antigas barreiras coloniais não desapareceram completamente. Muitos ex-serviçais e seus descendentes ainda vivem à margem da sociedade, remetidos ao seu destino nas roças onde tentam encontrar o seu sustento.

Projeto:
Roças de São Tomé e Príncipe do passado ao presente… que futuro?
Concebido por Nilton Medeiros e Magdalena Bialoborska
Produção: Jerónimo Moniz, Magdalena Bialoborska e Victor Ulisses Avelino Pires
Locução: David João Jochua
Imagem e Montagem: Nilton Medeiros
Assistente de Imagem: Onildo de Guadalupe
Tradução Crioulo: Victor Ulisses Avelino Pires
Música
Filipe Santo
Blue Dot Sessions: album Aeronaut
David Szesztay: album Cinematic
Rocco Granata: album Works
Blue Dot Sessions: album Algea Fields
Blue Dot Sessions: album Bayou Birds
Blue Dot Sessions: album Crab Shack
Borrtex: album Courage and album Creation
All the albums available under Public License in Freemusicarchive.org
52 min
Apoio CST - Companhia Santomense de Telecomunicações | STP Airways  | Universidade Lusíada de STP
Website: https://www.youtube.com/channel/UCm8YVxX5il2TJCH5v0jfFwQ
https://www.facebook.com/projetorstp/
Contacto: projetorstp@gmail.com

06.10.2017 | por martalanca | roças, São Tomé e Príncipe

Fixando breve o momento – crónicas na Casa Fernando Pessoa

Ler as cidades em textos de jornal ou rádio.
A fechar o ciclo ibero-americano na Coelho da Rocha, nos próximos dias 13 e 14 de Outubro a Casa Fernando Pessoa recebe jornalistas do Brasil, Argentina e Peru para uma mesa-redonda e leitura dos seus textos com sonoplastia ao vivo – as últimas sessões de Fixando breve o momento são novamente sobre crónica.

Leila Guerriero e Graciela Mochkofsky (argentinas) juntam-se  a Julio Villanueva Chang (peruano) e Rafael Cariello (brasileiro). Adelino Gomes (Portugal) modera a conversa no dia 13 , sobre crónicas – e o mundo.  Fernando Mota faz a sonoplastia ao vivo no dia 14 a lembrar que a rádio também é  lugar para crónicas que começaram por ser escritas.
Há um modo de ler as cidades em que vivemos pelos textos de jornal e da rádio. A crónica leva ainda mais longe essa possibilidade de leitura e aproxima-se da poesia quando fixa, breve, o momento.
Fixando breve o momento é o programa sobre poesia e crónica, da Casa Fernando Pessoa para Passado e Presente – Lisboa, Capital Ibero-americana de Cultura. Ao longo deste ano, temos trazido a esta casa da literatura textos (poemas, crónicas) lidos em Português e Espanhol e convidamos os leitores para o encontro com quem os escreveu para falar sobre passado e presente.
+ infos : margaridaferra@egeac.pt | 927520879
Uma iniciativa da UCCI e da Câmara Municipal de Lisboa (Direcção Municipal de Cultura e EGEAC.

06.10.2017 | por martalanca | crónicas

Subjectividades Escravas nos Mundos Ibéricos (sécs. XV-XX)

2-3 de Julho de 2018 CONFERÊNCIA INTERNACIONAL Call for papers PRAZO: 31 de Outubro de 2017

Coordenação:Ângela BARRETO XAVIER (Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa), Michel CAHEN (Casa de Velázquez‒ EHEHI/ Sciences Po Bordeaux), António CORREIA DA SILVA (Universidade de Cabo Verde), Cristina NOGUEIRA DA SILVA (Faculdade de Direito ‒ Universidade Nova de Lisboa).

Organização:Grupo Impérios, Colonialismo e Sociedades Pós-Coloniais ‒ Instituto de Ciencias Sociais da Universidade de Lisboa/Casa de Velázquez ‒ École des hautes études hispaniques et ibériques, Madrid.

Localização: Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, Lisboa, Portugal(www.ics.ul.pt)

Solicita-se a submissão de um resumo de 250 palavras, bem como o envio de uma breve exposição sobre os interesses de investigação e pesquisas atuais para: subjectividadesescravas@gmail.com

Calendário:

Prazo para a submissão de propostas (resumos): 31 de Outubro de 2017

Selecção de propostas e comunicação dos resultados aos participantes: 20 de Novembro de 2017

Pré-circulação de um resumo do paper aos comentadores:30 de Maio de 2018

Línguas de trabalho:Inglês, Português, EspanholInscrição é necessária (mais informação será dada brevemente)

Apresentação

Entre 1760 e 1860, na América do Norte e na Inglaterra, foram publicadas cerca de 70 narrativas de escravos, escritas na primeira pessoa. “Eu fui escrava, senti o que uma escrava sente, sei o que uma escrava sabe… Ouvi de uma escrava o que uma escrava sentiu e sofreu”, escreveu Mary Prince, em 1831, descrevendo desta maneira a sua condição de escravizada. Não surpreendentemente, este tipo de narrativas são lugares privilegiados (embora não únicos) para investigar as ‘subjetividades escravas’, i.e., a consciência que as pessoas escravizadas tinham da sua condição ‒nas palavras de Frederick Douglas, em 1845, “a minha condição miserável, sem remédio”. Juntamente com as entrevistas a antigos escravos e seus descendentes, estas narrativas ‒algumas das quais até retrataram a escravidão como uma instituição benigna ‒, são portas de acesso às ‘subjectividades escravas’, tendo suscitado, nas últimas décadas, o interesse da academia. Umas e outras também disponibilizam informação crucial para estudar a construção da memória pública da escravidão. As crenças religiosas, o mundo afetivo, as mundovisões, os modos de resistência, as experiências quotidianas, as memórias pós-escravidão, tornaram-se, dessa forma, mais acessíveis, especialmente para aqueles que estudam a escravidão do Caribe e da América do Norte, onde a maioria destes documentos foi produzida.Em contraste com a historiografia sobre esta dimensão da experiência das populações escravizadas no Atlântico Norte e no Caribe, é escassa a literatura que a estuda nos mundos ibéricos. De facto, as regiões e sociedades da Ásia, Oceânia, África e Américas que estiveram sob a dominação política e/ou cultural ibéricadesdeo século XV atéao séculoXX, bem como as regiões e sociedades que, desde o século XIX em diante, experimentaram uma condição pós-colonial, suscitaram menos estudos deste tipo. Uma das razões explicativas para esta escassez é a raridade de escritos de escravizados na primeira pessoa, quer narrativas, quer entrevistas. Será que esta ausência resulta das culturas políticas e das estruturas culturais que caracterizaram os mundos ibéricos e as suas formas de colonização? E quais são as diferenças que se podem identificar entre a experiência portuguesa e a experiência espanhola? Como é que esta discussão nos pode ajudar a comparar experiências nos, e para além,dos mundos ibéricos? A este primeiro conjunto de questões pode ser adicionado um segundo: Como é que os investigadores que trabalham sobre as formas ibéricas de escravidão, onde as narrativas de escravos na primeira pessoa são raras, podem aceder às suas experiências, aos seus pontos de vista, às suas vozes? Como é que se pode aceder à sua memória? Que fontes históricas e “arquivos” podem ser utilizados para reconstruir essas dimensões cruciais da história da escravidão?ObjectivosA conferência “Subjetividades Escravas nos Mundo Ibéricos (sécs. XV-XX)” tem como objetivo abordar estas questões e discutir as formas de estudar as experiências das populações escravizadas nos mundos ibéricos. Um conceito heurístico aberto, o de‘subjetividades escravas’ permite-nos entender as múltiplas formas através das quais as pessoas escravizadas se auto-percepcionaram dentro das estruturas da escravidão, individual e coletivamente, incluindo a maneira como manejaram, estrategicamente, a sua condiçãoescrava, do ponto de vista político, cultural, social e económico. Queremos identificar e analisar percepções, sentimentos, sonhos, medos, memórias, crenças, estratégias, utopias e distopias em contexto ibérico, bem como, tendo em conta as diferentes posições que os escravizados podiam ocupar, as suas auto-percepções identitárias. Mais do que abordagens clássicas das experiências de pessoas escravizadas, tais como as histórias tradicionais sobre revoltas de escravos, ou as das suas experiências tal como estas surgem descritas nas narrativas hegemónicas, pretendemosinstigar estudos sobre a sensibilidade e a consciência dos que foram escravizados, observar os processos históricos a partir dos seus pontos de vista, e as formas como os escravosse entendiam e se definiam. Assim sendo, convidamos os investigadores dos colonialismos ibéricos a abordar analiticamente estas múltiplas expressões da experiência escravanos territórios ibéricos (metropolitanos, coloniais e pós-coloniais), a partir de material empírico e de reflexões/propostas teóricas. A conferência tem dois grandes propósitos: por um lado, estimular o estudo das experiências de pessoas escravizadas como fenómeno histórico nas diferentes geografias e temporalidades dos colonialismos ibéricos, comparando-as com outros colonialismos (europeus e não-europeus). Por outro, reavaliar o potencial e as limitações do estudo dessas experiências nos mundos ibéricos, convidando os investigadores a pensar sobre as condições de produção de conhecimento sobre estas temáticas e sobre metodologias de análise alternativas.A conferência é multidisciplinar e pretende reunir historiadores, antropólogos, arqueólogos eoutros cientistas sociais e das humanidades. A par disso, encoraja uma análise comparativa em relação a diversos lugares e períodos históricos. Os estudiosos que trabalham a escravidão em qualquer situação histórica e localização espacial ibérica, do século XV ao século XX, são particularmente bem-vindos. Esperamos propostas de investigadores sénior, pesquisadores no início de carreira e estudantes de pós-graduação, que assentem sobre materiais empíricos, refletindo, ao mesmo tempo, conceptual e analiticamente, sobre as experiências e subjectividades das pessoas escravizadas relacionadas com os seguintes tópicos:

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05.10.2017 | por martalanca | conferência, escravatura

Um ciclo para reflectir o colonialismo português

Portugal: a mais longa ditadura fascista da Europa, estendendo-se 48 anos, e o mais duradouro império colonial do mundo, com permanência de quase 500 anos.
O jovem encenador e actor André Amálio/Hotel Europa dedica a sua tese de doutoramento em Teatro Documental ao fim do colonialismo português, aliando a investigação académica à criação artística. O seu trabalho combina elementos como pesquisa de arquivo, recolha de testemunhos, material autobiográfico e verbatim. Amálio interessa-se por “investigar histórias reais que se tornam memórias, herdadas com o tempo”, bem como por “situações onde pessoas reais contribuem para contestar e reconstruir identidades culturais”.
Com base na convicção que “o teatro pode contribuir para a reescrita da história, dando voz a um grupo silenciado, e trabalhando na transmissão da memória entre gerações”, Hotel Europa traz para palco desde 2015, em três partes, uma reflexão sobre o vasto período da história nacional e mundial que foi o colonialismo.
 
Pela primeira vez desde o seu início, vai ser possível assistir ao ciclo completo com a estreia de “Libertação”, entre 12 e 15 de Outubro no Teatro Maria Matos (com ante-estreia no dia 6 de Outubro em Almada), e a reposição de “Portugal não é um país pequeno” (2015) e “Passa-Porte” (2016), nos dias 22 e 29 de Setembro respectivamente, no Teatro Municipal Joaquim Benite.
 
Se o primeiro espectáculo se foca sobre a ditadura e a presença portuguesa em África, o segundo centra-se nas alterações de nacionalidade decorrentes dos processos de independência das antigas colónias de Angola e Moçambique, em particular na forma como a sociedade portuguesa recebe estes novos cidadãos.
 
Em “Libertação”, espectáculo que vem encerrar o ciclo, Amálio debruça-se sobre o mais traumático episódio da nossa história recente: a Guerra do Ultramar ou Guerra Colonial, como ficou conhecida em Portugal, ou as Guerras de Libertação ou de Independência, como são chamadas em Angola (1961-1975), Guiné-Bissau (1963-1975) e Moçambique (1964-1975). A partir da perspectiva de nacionalistas africanos, a peça descreve e analisa o movimento das independências em África, para melhor entender o caso do Colonialismo Português no contexto mundial, o impacto destas guerras em Portugal e a sua contribuição para a queda do Estado Novo.
 
“Libertação” é um espectáculo apoiado pela DGArtes com co-produção do Teatro Maria Matos e estreia neste Teatro no âmbito do ciclo “Descolonização” (12 a 28 de Outubro).
 
Criação de André Amálio em co-criação com Tereza Havlíčková, conta com interpretação do encenador, de Lucília Raimundo e de Nelson Makossa, com sonoplastia do último, cenografia e figurinos da autoria de Maria João Castelo e desenho de luz de Joaquim Madaíl. Uma produção Hotel Europa.

PORTUGAL NÃO É UM PAÍS PEQUENO
// 22.09, sexta-feira, às 21h30 [reposição]
Teatro Municipal Joaquim Benite, Almada | 5-10€ | Dur: 90min
Bilhetes http://bit.ly/2wYYhDJ
Vídeo https://vimeo.com/171266021
 
PASSA-PORTE

// 29.09, sexta-feira, às 21h30 [reposição]
Teatro Municipal Joaquim Benite, Almada | 5-10€ | Dur: 90min
Bilhetes http://bit.ly/2wb979T
 
LIBERTAÇÃO
// 6.10, sexta-feira, às 21h [ante-estreia]
Teatro Municipal Joaquim Benite, Almada | 5-10€ | Dur. aprox.: 1h45
Bilhetes http://bit.ly/2f7kmcs
// 12.10 a 14.10, quinta-feira a sábado, às 21h30 e 15.10, domingo, às 18h30 [estreia]
Teatro Maria Matos, Lisboa | 6-12€; 5€ [menores 30]; 3€ [menores 18]
Dur. aprox.: 1h45
Bilhetes http://bit.ly/2wbNJ4y
 *no dia 13.10, sexta-feira, há conversa após o espectáculo a propósito dos movimentos de libertação africanos, com André Amálio (Hotel Europa), Miguel Cardina (Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra) e Beatriz Dias (Djass Associação de Afro-descendentes)

28.09.2017 | por martalanca | André Amálio, ciclo, colonialismo, teatro

SEI PORQUE CANTA O PÁSSARO NA GAIOLA MAYA ANGELOU

TRADUÇÃO TÂNIA GANHO POSFÁCIO DIANA V. ALMEIDA

Maya Angelou enfrenta a sua vida com uma admiração tocante e com uma dignidade luminosa. James Baldwin
Grandioso livro de memórias, Sei porque Canta o Pássaro na Gaiola (1969) é uma poética viagem de libertação e um glorioso bater de asas num mundo opressivo. Este relato inspirador da infância e da juventude da autora, nos anos 30 e 40, devolve-nos o olhar de uma extraordinária criança sobre a violência inexplicável do mundo dos adultos e a crueldade do racismo, na procura da dignidade em tempos adversos. Do Arkansas rural às cidades da Califórnia, Maya Angelou traça neste livro um tocante retrato da comunidade negra dos Estados Unidos, durante a segregação, e de uma consciência que, incapaz de se resignar, desperta rumo à emancipação. Um clássico americano que marcou gerações e que conserva toda a sua actualidade.
Figura fundamental da cultura afro-americana e da luta pelos direitos civis nos EUA dos anos 60, ao lado de Martin Luther King e Malcolm X, Maya Angelou (1928-2014) celebrizou-se com a publicação deste primeiro volume autobiográfico, incentivada pelo seu grande amigo e escritor James Baldwin. A sua extensa obra poética – que lhe valeria a nomeação para o Prémio Pulitzer em 1972 – e o activismo social granjearam-lhe um lugar maior na cultura americana. No seu empolgante percurso de vida, da pobreza à consagração, trabalhou em clubes nocturnos como cantora de calipso e, aos 16 anos, foi a primeira revisora negra nos eléctricos de São Francisco. Na sua escrita, nunca deixou de acreditar no direito à sobrevivência num mundo ameaçado pelo ódio. Além da sua extensa autobiografia, é autora de livros de poesia como And Still I Rise (1978) e On the Pulse of Morning (1993).

22.09.2017 | por martalanca | MAYA ANGELOU

Teatro GRIOT ESTREIA ​OS NEGROS Jean Genet encenação Rogério de Carvalho

Os negros. Treze actores negros. Uma peça escrita por um branco. Para um público de brancos. Mas afinal o que é ser negro? O que é ser negro quando não se vive num país negro? E antes de tudo, qual é a cor de um negro?

encenação: Rogério de Carvalho

tradução: Armando Silva Carvalho
actores: Angelo Torres, Binete Undonque, Cleo Tavares, Gio Lourenço, Igor Regalla, Júlio Mesquita, Laurinda Chiungue, Matamba Joaquim, Mauro Hermínio, Orlando Sérgio, Renée Vidal, Sandra Hung, Zia Soares

cenografia: José Manuel Castanheira

luz: Jorge Ribeiro

figurinos: Catarina Graça

adereços: Mónica de Miranda

desenho de som: Chullage

voz e elocução: Luis Madureira

fotografia: Sofia Berberan e Mário César

apoio à produção: Underground Railroad

produção executiva: Urshi Cardoso

co-produção Teatro GRIOT e São Luiz Teatro Municipal

 

5-15 Outubro

qua a sáb 21:00  dom 17:30

Sala Luis Miguel Cintra - São Luiz Teatro Municipal

informações do bilhete

18.09.2017 | por martalanca | os Negros, Rogério de Carvalho, teatro griot