Chiquinho (1947), de Baltazar Lopes, em audiolivro
Transformar o romance Chiquinho (1947), de Baltazar Lopes, em audiolivro foi até agora a tarefa mais ambiciosa da Boca. Desde logo pela grandeza da obra, fundadora da moderna literatura caboverdiana, e do seu autor, um dos mentores da revista Claridade e do movimento de emancipação cultural de que esta foi o órgão difusor e agremiador.
Texto polifónico, assente na oralidade, Chiquinho pedia também mais vozes do que as que cabiam no orçamento e no prazo acordados com o IAC – Instituto Açoriano de Cultura, numa encomenda que incluía a versão áudio de A Terra do Bravo, do escritor açoriano Carlos Enes, ambos destinados a integrar a plataforma de e-learning do programa “Chronos” – projecto de divulgação da cultura da Macaronésia.
Mas como resistir à tentação de fazer um casting, seleccionando de entre os filhos portugueses da diáspora caboverdiana os sotaques de que precisávamos para dar vida à fala daquele texto? E como prever que assim nos chegariam Marco Rocha, Celina Pereira, Ana Firmino, Joaquim Arena, Avelino Chantre, Vera Cruz, Adriano Reis, Andredina Cardoso, Bilocas, Edna Lopes, Flávia Rocha, Jaclin Freire, Matísia Rocha, Reginaldo Spínola, Samira Lopes e William Brandão, entre outros que não pudemos integrar? E que a estes se juntaria Jon Luz, autor da morna que atravessa o livro, e de caminho interpretando Nonó.
O resto foi milagre de entusiasmo colectivo, vertido em 76 capítulos (perto de sete horas de audição), com direcção artística de Maria do Céu Guerra e sonoplastia e mistura de António J. Martins.
ouvir o terceiro capítulo da segunda parte:
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participam Marco Rocha (Chiquinho narrador), Adriano Reis (Andrezinho) e Jon Luz (Nonó).