Por isso, só podemos estar moderadamente optimistas com o futuro imediato e a médio prazo das duas línguas da República de Cabo Verde, desde que finalmente se ouse dar o passo decisivo: a co-oficialização plena dessas nossas duas línguas, assim instituindo de uma vez por todas o bilinguismo oficial em Cabo Verde (e sem quaisquer restrições que não sejam as advenientes da norma constitucional programática e relativa à natureza gradual dessa mesma oficialização plena da língua caboverdiana (aliás, complementar daquela que venha a oficializar de forma plena se bem que somente político-simbolicamente), bem como a introdução com a máxima urgência da língua caboverdiana no ensino formal caboverdiano.
A ler
06.12.2022 | por José Luís Hopffer Almada
É nessas incursões históricas, nessas narrações, nessas falas, a mais das vezes pejadas e investidas de ironia e revestidas de muita mordacidade e sátira do verbo sempre livre e bem-humorado, intrinsecamente pluralista do escritor, que se vaza, se entretece e se mostra em toda a sua plenitude sociocultural e político-ideológica e no seu cativante esplendor literário o olhar policlínico de Germano Almeida.
A ler
03.07.2018 | por José Luís Hopffer Almada
E será com esta nova gente que nos alinhamos na nova África, na renascença de uma Africanidade diferente, outra e emancipada, que não tem pejos, nem esteios de colonizados, nem complexos encravados de identidade; será com esta gente de liberto pensamento e de discurso livre, enquanto África múlplica e plural, ao tempo que assume suas especificidades, que nos assumimos, transculturais e mestiços, prontos para a intermediação do diálogo entre todos os mundos, inclusive com aquele que também nos é de pertença, que é o da Cultura de matriz Ocidental, pela sua vertente também da lusofonia,
A ler
02.10.2011 | por Filinto Elísio
Texto de apresentação do livro "Baltasar Lopes, um homem arquipélago na linha de todas as batalhas", de autoria de Leão Lopes.
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05.07.2011 | por Rui Figueiredo Soares
Transformar o romance Chiquinho (1947), de Baltazar Lopes, em audiolivro foi até agora a tarefa mais ambiciosa da Boca. Desde logo pela grandeza da obra, fundadora da moderna literatura caboverdiana, e do seu autor, um dos mentores da revista Claridade e do movimento de emancipação cultural de que esta foi o órgão difusor e agremiador.
Palcos
08.04.2011 | por BOCA
_É chegada a minha hora,
balbuciou a velha, que se encontrava havia mais de três meses no seu leito, diga-se mais morta do que viva, com forças apenas para aquelas palavras, como se as tivesse poupado para, desse modo, dar por anunciado o fim da mulher mais beata que o mundo alguma vez conhecera, estranha pronúncia foi aquela, a penúltima, uma cabala de uma morte evidente, porque a última da morte ninguém sabe, mas todos sabiam que era sem dúvida o adeus esperado da mais abnegada pessoa que a igreja e a sociedade alguma vez baptizaram naquelas ilhas abandonadas...
Mukanda
17.09.2010 | por Mário Lúcio Sousa
Felizmente, a literatura caboverdiana logrou superar, e com inegável sucesso, as reais e supostas crises de identidade que marcaram o processo da sua emergência, da sua autonomização e da sua consolidação como sistema literário, aliás concomitantes com a constituição histórica do povo que lhe vem servindo de esteio e com o processo, ainda em curso, se bem que acelerado, da sua plena consolidação como nação crioula soberana, sendo notáveis a pluralidade de estéticas e de estilos que caracterizam a nossa contemporaneidade literária e o pleno e descomplexado exercício da liberdade de criação que esse estado plural das coisas estéticas vem propiciando ao labor dos escritores caboverdianos.
A ler
04.09.2010 | por José Luís Hopffer Almada
A experiência poética universalizante valeu ao poeta João Vário a ostracização por parte da generalidade dos literatos e ensaístas nacionalistas e teluricistas caboverdianos da sua geração e da geração seguinte.
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31.08.2010 | por José Luís Hopffer Almada