Buala na Folha de São Paulo
Site sobre cultura africana será lançado hoje na Bienal de SP
Buala.org reúne artigos sobre literatura, música e artes visuais
SILAS MARTÍ
De olho na mais nova geração de artistas africanos, um site que será lançado hoje na Bienal de São Paulo tenta mapear a produção cada vez mais forte dessa região.
Batizado de Buala, termo no dialeto quimbundo que significa casa ou aldeia, o novo portal deve cobrir todos os tipos de manifestação cultural na África, de literatura e música às artes, com foco em países de língua portuguesa.
“Existe uma nova geração de artistas que nasceu no pós-independência e começou a criar um discurso próprio”, diz a portuguesa Marta Lança, editora do buala.org. “Estão mais conscientes de seu lugar no mundo, buscando uma nova africanidade.”
Já de pé, em fase de testes desde maio, o site registra por volta de 10 mil acessos por mês e tem cerca de 50 colaboradores espalhados pelo mundo, em especial em Angola, Moçambique, Cabo Verde, Portugal e Brasil.
Para além da esfera lusófona, também há colaboradores no norte africano, no Senegal e na África do Sul.
“Para nós, interessa a situação atual, aquilo que é produzido hoje nesses países”, diz Lança. “Não é uma África cristalizada no tempo. Interessam as grandes transformações das metrópoles.”
Toda a reformulação urbanística de Luanda, por exemplo, é assunto para um amplo ensaio publicado no site.
Também há contribuições de escritores angolanos como Mia Couto e José Eduardo Agualusa, além da cobertura de fenômenos da cultura pop, como o estilo kuduro.
“É criar esse canal de informação entre o continente e a diáspora, usar a cultura digital para conhecer o continente”, diz Lança. “Muitos dos próprios africanos não têm acesso ao discurso que está sendo produzido sobre eles.”
Publicado hoje na Folha de São Paulo (link só para assinantes)