“SOU BAKONGO”, Tributo ao Mestre Kapela

4ª Edição do Tributo ao Mestre Kapela de título “SOU BAKONGO”, uma Exposição Colectiva de obras de mais de 40 Artistas Angolanos e Internacionais, incluíndo: ALCIDES MALAIKA, OKSANNA DIAS, DANICK BUMBA, FRANCISCO VIDAL DOS SANTOS, GUILHERME MAMPUYA, Cristiano Mangovo, Hamilton Francisco / Babu, Joana Taya, Jone Ferreira, SUEKÍ, entre outros.

Vamos apoiar a memória do Mestre Kapela! Vamos apoiar a Arte Contemporânea em Angola!

Kapela Paulo nasceu em Maquela do Zombo, no Uíge, Angola em Abril de 1947. Era orgulhosamente Bakongo - dizia que era Congolês, mas alusivo ao ´Reino do Congo´. Para além de ter vivido na sua terra-natal Angola, também viveu na República Democrática do Congo e na República do Congo, em Brazzaville, aonde foi aluno da escola endógena ´Poto-Poto´. Regressou a Angola em 1989 e assentou-se em Luanda, primeiro no edifício da União Nacional dos Artistas Plásticos (UNAP), depois no Beiral, e depois de forma auto-suficiente numa casa no Palanca e depois Vila Alice.

Kapela Paulo expôs internacionalmente desde 1995, tendo participado em exposições como “Africa Remix, que viajou por Londres (Reino Unido), Paris (França), Tóquio (Japão), entre outras cidades. Em 2003 venceu o Prémio CICIBA (Centro Internacional de Civilizações Bantu), em Brazzaville. Em 2007 participou na mostra “Check List Luanda Pop” na 52ª Bienal de Veneza, Itália. E em 2009 sua obra fez parte da mostra da 2ª Trienal de Luanda, Angola e, ainda no mesmo ano, sua obra fez parte da Exposição Colectiva “Luanda Smoth and Rave”, França. Em 2013, a sua obra esteve exposta na Exposição Colectiva “No Fly Zone, no Museu Coleção Berardo, Portugal. Em 2015 realizou a sua primeira Exposição Individual de sempre em Angola de nome “Kapela”, na Galeria Tamar Golan, Luanda. Ainda em 2015 apresentou a Exposição Individual “Entre Suplícios na Galeria Hall de Lima Pimentel, também em Luanda. Em 2016 realizou uma Exposição Colectiva no ´ELA-Espaço Luanda Arte´ de nome “Velhos Papéis, Novas Histórias” sob a plataforma ´Pop-Up Mash-Up´ em conjunto com o Artista Angolano Binelde Hyrcan. Em 2017 realizou uma Exposição Individual no ´ELA-Espaço Luanda Arte´ de nome “Luvuvamu + Nzola  I  Paz + Amor”. Em 2018 viajou para Congo Brazzaville, que não visitava há 50 anos, e esteve na ´Escola Poto-Poto´ - após o qual realizou a Exposição Individual “Regresso a Poto-Poto no ´ELA-Espaço Luanda Arte´. Em 2019 expôs sua obra no Camões de Luanda numa mostra com o título simbólico “Regresso à UNAP” que veio a ser a sua última exposição em vida.

Em Outubro 2020 a sua enorme mestria foi reconhecida com a atribuição do ´Prémio Nacional de Cultura e Artes (PNCA)´ 21ª edição - ficou muito feliz com esse reconhecimento. Tragicamente, Kapela Paulo faleceu em Novembro 2020 devido a complicações com o Covid-19.

Com a ajuda dos Artistas Angolanos presentes nesta mostra colectiva - a quem muito agradecemos - continuaremos a fazer ao Papá Kapela esta merecida homenagem! Paz e Amor!

O ´ELA-Espaço Luanda Arte´ é um espaço de arte contemporânea com mais de 9 anos de existência. Re-emergiu em 2022 no armazém Cunha & Irmão SARL / ex-Escola Portuguesa, situado na Rua Alfredo Troni 51/57, na baixa de Luanda ao lado do Ministério das Relações Exteriores. 

14.06.2024 | by martalanca | Mestre Kapela

1001 Noites Irmã Palestina

1001 NOITES | IRMÃ PALESTINA chega esta semana a Palmela para oito atuações, de 7 a 16 de Junho, no Cineteatro São João.

1001 NOITES - IRMÃ PALESTINA é uma cocriação do Teatro O Bando, da Companhia Olga Roriz e da Banda Sinfónica Portuguesa. Integrado nas celebrações do 50º aniversário do Teatro O Bando, este é o segundo espetáculo da tetralogia 1001 NOITES, desta vez numa coprodução com o Coliseu do Porto / FITEI e com o São Luiz Teatro Municipal / EGEAC.

Sob direção artística conjunta de Olga Roriz e João Brites, em cena temos oito atores e bailarinos que representam inúmeros personagens, entre os quais Xariar, Xerazade e Doniazade, representada por Maria Dally, bailarina palestiniana. A estes junta-se ainda um conjunto de trinta músicos.

Em cena o Teatro, a Dança e a Música unem-se numa incursão pela antologia das fascinantes histórias preservadas na ancestral tradição oral, que se tornou numa das mais importantes obras da literatura universal. O espetáculo continua uma viagem percorrida pelas 1001 NOITES, fio condutor da tetralogia que durante quatro anos ganha vida pela mão de diferentes encenadoras e encenadores do Teatro O Bando. À semelhança da teia tecida por Xerazade, noite após noite, ano após ano, um novo espetáculo nasce a partir do final do espetáculo anterior.

A senda continua agora nesta nova cumplicidade em que Olga Roriz e João Brites intercetam os seus processos criativos, convocando a reflexão e a construção com quatro artistas de cada uma das companhias, procurando em conjunto as verdades que se escondem nas ficções e as ilusões que enevoam a realidade, procurando aceitar que num mundo tão dividido e com tantos pontos de vista, a dúvida e a indagação podem ainda ser lugares de reconhecimento e encontro.

Horário dos espetáculos: dias 7, 8, 9, 13, 14 e 15 às 21h, dias 10 e 16 às 17h.

Os bilhetes já se encontram à venda em bilheteira@obando.pt, 910 306 101 ou aqui.

12.06.2024 | by administrador | Teatro O Bando

Do filme à música: jovens pensam os Direitos Humanos através da criação artística

Com a facilitação de António-Pedro, da Companhia Caótica (Portugal), a formação acontece entre 8 e 31 de julho em Viana/Luanda.

Após o sucesso da primeira edição, que deu origem ao premiado “Nzila Ngola”, a oficina Do Filme à Música regressa a Angola, entre os dias 8 e 31 de julho. A iniciativa é uma parceria da Companhia Caótica com o Mosaiko| Instituto para Cidadania, e dirige-se a jovens entre os 16 e 30 anos.

O desejo do projeto é contribuir para a formação de aspirantes a trabalhar nas áreas do cinema e da música em Angola e incentivar um olhar crítico e sensível do mundo através da arte. “Criamos um espaço de experimentação artística onde são valorizadas as experiências de vida e interesses das pessoas, o trabalho coletivo e o empoderamento, incentivando que outros projetos possam nascer no futuro”, conta António-Pedro, criador da oficina e cofundador da Caótica, companhia multidisciplinar que desde a sua fundação desenvolve projetos de formação e criação com a comunidade, movida pelo interesse de sensibilizar diferentes públicos para as artes e potenciar processos de transformação individual e coletiva. Desde 2012, cerca de 300 pessoas já participaram da oficina, em Angola e Portugal.

A oficina engloba duas turmas (uma de cinema e outra de música/som) e inclui a escrita, rodagem e montagem do filme; bem como a composição e interpretação da sua banda-sonora ao vivo num filme-concerto. Neste ano, a obra final chega aos olhos do público no Dia da Mulher Africana, celebrado no dia 31 de julho. Tal como na edição anterior, os Direitos Humanos são o foco temático da criação.

“Nzila Ngola”, obra realizada durante a formação em 2020, recebeu os prémios de Melhor Curta Metragem no FESTin 2021, PrimeirOlhar do Júri e PrimeirOlhar Cineclubes no Encontros de Cinema de Viana (2022) e Menção Honrosa no Doc Luanda, além de ter representado o cinema angolano em diversos festivais internacionais, como: Festival International du Film Fribourg (Suíça), Toronto Multicultural Film Festival (Canadá), FestIn (Portugal e Angola), África Human Rights Festival (África do Sul), AfrikaFilm Festival (Bélgica), Mostra de Cinema Africano (Brasil), Zimbabwe International Film Festival (Zimbabué), entre outros. O trailer encontra-se disponível online.

Mais informações sobre as inscrições para a Oficina Do Filme à Música poderão ser consultadas brevemente nas redes sociais do Mosaiko | Instituto para Cidadania (Instagram e Facebook).

12.06.2024 | by martalanca | Do filme à música

Dino Santiago e rapper brasileira MC Carol dão concertos performance na Escola das Artes

Exposição “Enciclopédia Negra” pela primeira vez em Portugal

Entre os dias 17 e 21 de junho, a cidade do Porto vai receber um conjunto de iniciativas abertas ao público. Estão confirmadas as presenças do músico Dino d’Santiago, do artista brasileiro Jaime Lauriano, da artista visual e realizadora Keila Sankofa, da historiadora Lilia Schwarcz e da rapper brasileira MC Carol. O tema desta edição é “Não Foi Cabral” e pretende estimular o debate sobre o fazer da(s) História(s), mostrando como muitos artistas contemporâneos têm contribuído para a alteração de paradigmas de conhecimento do mundo. Este ano, o programa divide-se entre a Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa e o Cinema Batalha. 

“Esta semana internacional é o culminar de um ciclo que permitiu trazer ao Porto artistas contemporâneos para falar sobre ‘decolonialismo’ e mudança de paradigmas,” refere Nuno Crespo, diretor da Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa. “É para nós importante, como universidade, expor os nossos estudantes, mas também restante comunidade, a estes temas e ajudá-los a conhecer o passado para refletir no futuro”, frisa Nuno Crespo.

 Porto Summer School on Art & Cinema 2024 inicia o seu programa aberto ao público no dia 17 de junho, às 19h, na Blackbox do Auditório Ilídio Pinho, na Escola das Artes da Universidade Católica no Porto, com um showcase do músico Dino d’Santiago, que desde cedo se envolveu nos movimentos de música urbana globalizada, fundindo os universos do soul, hip-hop com o Batuku e Funaná. Em 2019, na primeira edição dos Prémios Play, Dino foi distinguido nas categorias de Melhor Artista Solo, Melhor álbum e Crítica, com o álbum Mundu Nôbu. A GQ Portugal atribuiu-lhe o prémio Man of The Year na área da música. É também um ativista pelas causas sociais sendo participante em vários projetos pela equidade e igualdade social.

No dia 19 de junho, pelas 21h15, haverá uma sessão de cinema e Q&A “Sankofa e seus Espelhos” na presença de Keila Sankofa e a investigadora Ellen Lima, no Cinema Batalha. A sessão é composta por uma seleção de curtas da realizadora e filmes por ela escolhidos.

A 20 de junho, pelas 19h, será inaugurada a “Enciclopédia Negra”, na Sala de Exposições da Escola das Artes. Uma exposição de Flávio dos Santos Gomes, Jaime Lauriano e Lilia Moritz Schwarcz que é exibida pela primeira vez fora do Brasil. O objetivo é passar em revista a história do Brasil, da colonização aos nossos dias. A inauguração será seguida de uma roda de fala com rapper brasileira MC Carol e os DJs Farofa e Dorly, no Pátio das Artes da Universidade Católica no Porto.

Dia 21 de junho, pelas 19h, Lilia Schwarcz e Jaime Lauriano darão uma conferência no Auditório Ilídio Pinho sobre “Escravidão e reparação: nosso passado do presente”. Será uma conferência que concluirá todo o programa “Não Foi Cabral”, que ocupou a Escola das Artes nos últimos meses.

Ao longo de cinco dias, a Escola das Artes da Universidade Católica no Porto irá proporcionar uma experiência cultural e imersiva direcionada a todos os amantes de cultura da cidade do Porto. 

A Porto Summer School on Art & Cinema 2024 é organizada pela Escola das Artes e pelo Centro de Investigação em Ciência e Tecnologia das Artes (CITAR) da Universidade Católica Portuguesa, em colaboração com a Universidade de São Paulo e Princeton University.


11.06.2024 | by martalanca | Dino Santiago, MC Carol

Dino Santiago e rapper brasileira MC Carol dão concertos performance na Escola das Artes

Exposição “Enciclopédia Negra” pela primeira vez em Portugal

Entre os dias 17 e 21 de junho, a cidade do Porto vai receber um conjunto de iniciativas abertas ao público. Estão confirmadas as presenças do músico Dino d’Santiago, do artista brasileiro Jaime Lauriano, da artista visual e realizadora Keila Sankofa, da historiadora Lilia Schwarcz e da rapper brasileira MC Carol. O tema desta edição é “Não Foi Cabral” e pretende estimular o debate sobre o fazer da(s) História(s), mostrando como muitos artistas contemporâneos têm contribuído para a alteração de paradigmas de conhecimento do mundo. Este ano, o programa divide-se entre a Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa e o Cinema Batalha. 

“Esta semana internacional é o culminar de um ciclo que permitiu trazer ao Porto artistas contemporâneos para falar sobre ‘decolonialismo’ e mudança de paradigmas,” refere Nuno Crespo, diretor da Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa. “É para nós importante, como universidade, expor os nossos estudantes, mas também restante comunidade, a estes temas e ajudá-los a conhecer o passado para refletir no futuro”, frisa Nuno Crespo.

 Porto Summer School on Art & Cinema 2024 inicia o seu programa aberto ao público no dia 17 de junho, às 19h, na Blackbox do Auditório Ilídio Pinho, na Escola das Artes da Universidade Católica no Porto, com um showcase do músico Dino d’Santiago, que desde cedo se envolveu nos movimentos de música urbana globalizada, fundindo os universos do soul, hip-hop com o Batuku e Funaná. Em 2019, na primeira edição dos Prémios Play, Dino foi distinguido nas categorias de Melhor Artista Solo, Melhor álbum e Crítica, com o álbum Mundu Nôbu. A GQ Portugal atribuiu-lhe o prémio Man of The Year na área da música. É também um ativista pelas causas sociais sendo participante em vários projetos pela equidade e igualdade social.

No dia 19 de junho, pelas 21h15, haverá uma sessão de cinema e Q&A “Sankofa e seus Espelhos” na presença de Keila Sankofa e a investigadora Ellen Lima, no Cinema Batalha. A sessão é composta por uma seleção de curtas da realizadora e filmes por ela escolhidos.

A 20 de junho, pelas 19h, será inaugurada a “Enciclopédia Negra”, na Sala de Exposições da Escola das Artes. Uma exposição de Flávio dos Santos Gomes, Jaime Lauriano e Lilia Moritz Schwarcz que é exibida pela primeira vez fora do Brasil. O objetivo é passar em revista a história do Brasil, da colonização aos nossos dias. A inauguração será seguida de uma roda de fala com rapper brasileira MC Carol e os DJs Farofa e Dorly, no Pátio das Artes da Universidade Católica no Porto.

Dia 21 de junho, pelas 19h, Lilia Schwarcz e Jaime Lauriano darão uma conferência no Auditório Ilídio Pinho sobre “Escravidão e reparação: nosso passado do presente”. Será uma conferência que concluirá todo o programa “Não Foi Cabral”, que ocupou a Escola das Artes nos últimos meses.

Ao longo de cinco dias, a Escola das Artes da Universidade Católica no Porto irá proporcionar uma experiência cultural e imersiva direcionada a todos os amantes de cultura da cidade do Porto. 

A Porto Summer School on Art & Cinema 2024 é organizada pela Escola das Artes e pelo Centro de Investigação em Ciência e Tecnologia das Artes (CITAR) da Universidade Católica Portuguesa, em colaboração com a Universidade de São Paulo e Princeton University.


11.06.2024 | by martalanca | Dino Santiago, MC Carol

Dossiê: Textos e imagens: transparência e opacidade

CHAMADA PRORROGADA ALETRIA – v. 35, n.1 (jan. - mar. 2025) 

Esta edição da Aletria: Revista de Estudos Literários propõe acolher artigos que adotem uma abordagem multidisciplinar para a questão de como as imagens funcionam em relação à transparência e à opacidade, conceitos desenvolvidos pelos estudos da Intermidialidade. Como os deslocamentos, as apropriações e os hibridismos, a reciclagem e a reutilização constituem características distintas das imagens, seja a do cinema, da fotografia, da tela digital? Quais processos midiáticos podem ser considerados mais transparentes ou opacos? A própria natureza das imagens nos permite ir além da ideia de simples mediação?  Basta pensar no trabalho de escritores como W.G. Sebald, M. Duras, I. Calvino, A. Smith, D. DeLillo e P. Modiano, por exemplo, para ver como essas questões também podem ser levantadas na literatura. As propostas para esta edição devem “interrogar” a imagem por meio de estudos de caso e práticas artísticas e culturais (sem limitações cronológicas, epistemológicas ou discursivas), das artes visuais à literatura, da arquitetura ao cinema. Assim, para além da temática específica sobre a transparência e a opacidade, este dossiê temático propõe uma abordagem estética, histórica e mesmo política sobre as imagens, com base no princípio de que elas nunca são uma mera aparência e que são sempre uma reinterpretação.

Algumas sugestões de referências bibliográficas:

  • ALLOA, Emmanuel (Org.). Pensar a imagem. Trad Marianna Poyares et all. Belo Horizonte: Autêntica Ed. 2015.
  • DIDI-HUBERMAN, Georges. Images malgré tout. Paris: Minuit, 2004.
  • RANCIÈRE, JacquesA partilha do sensível: estética e política. São Paulo: Editora 34, 2009.
  • MARINIELLO, Silvestra, « L’intermédiali té : un concept polymorphe », dans Isabel Rio Novo, Célia Vieira, Inter Média, Paris, L’Harmattan, 2011.

Prazo para submissão de propostas: 10 de julho de 2024.

Organizadores: Márcia Arbex (UFMG) Luciene Guimarães de Oliveira (UFSJ) Biagio D’Ângelo ( UnB) Rémy Besson ( Université de Montréal)

11.06.2024 | by martalanca | revista

Ciclo de Cinema Ambiental - II° Edição

O projecto Cinéfilos & Literatus e EcoAngola, em parceria da KinoYetu, Embaixada dos EUA em Angola (Espaços Americanos), Goethe-Institut Angola e com apoio da Rosalina Express e Refriango, promovem de 11 a 14 de Junho, no Hotel Globo, às 18h30, a segunda edição do Ciclo de Cinema sobre Clima e Educação Ambiental. 
Trata-se de um evento que visa reflectir de maneira crítica temáticas importantes sobre o ambiente, educação e consciência ambiental (ecológica), preservação da biodiversidade, assim como temáticas contemporâneas urgentes relacionadas como sustentabilidade, humanidade, desigualdade de gêneros, direitos humanos, justiça e mudanças climáticas, crimes ambientais e etc. 
Com a curadoria de André Gomes e Mi Medrado, o ciclo acontece anualmente no âmbito das celebrações do dia Mundial do Ambiente (5 de Junho) e Dia Internacional das Alterações Climáticas (21 de Junho), e tem como tema curatorial “Terra e Humanidade” inspirado no livro “Ideias para adiar o fim do mundo” do socioambientalista e escritor brasileiro Ailton Krenak.
Cada sessão conta com uma mesa de conversa conduzida por especialistas. 
Juntem-se a nós, pelo que a entrada é inteiramente gratuita! 

Eliseu Tafári (Designer)Eliseu Tafári (Designer)

10.06.2024 | by martalanca | cinefilos & Literatus, cinema ambiental

Corre, bebé!, de Ary Zara e Gaya de Medeiros, vence a 7.ª edição da Bolsa Amélia Rey Colaço

Este anúncio é feito no dia em que “POPULAR”, de Sara Inês Gigante, projeto vencedor da anterior edição da bolsa, se estreia em absoluto no Centro Cultural Vila Flor, no âmbito dos Festivais Gil Vicente, em Guimarães

Corre, bebé!, de Ary Zara e Gaya de Medeiros, é o projeto vencedor da 7.ª edição da Bolsa Amélia Rey Colaço, uma iniciativa promovida pelo Teatro Nacional D. Maria II (Lisboa), o A Oficina / Centro Cultural Vila Flor (Guimarães), O Espaço do Tempo (Montemor-o-Novo), e o Teatro Viriato (Viseu), com o objetivo de apoiar a produção de espetáculos de jovens artistas e companhias emergentes.
Ary Zara destaca-se como argumentista e realizador de cinema. A sua curta-metragem Um Caroço de Abacate integrou a shortlist para o Óscar de Melhor Curta-Metragem em Imagem Real. Integra o coletivo BRABA como cocriador e interprete das peças Atlas da Boca e BAqUE. É o diretor criativo da Queer Art Lab.
Gaya de Medeiros é atriz, bailarina, produtora e criadora. Desde a sua chegada a Portugal, assinou a criação de Atlas da BocaBAqUE e Pai para jantar, que circularam por vários pontos do mundo. Fundou a BRABA para fomentar ações protagonizadas por pessoas trans e não binárias. A sua pesquisa concentra-se na expansão das narrativas autobiográficas e na tensão entre o corpo, a palavra e o público. 

Corre, bebé! é um projeto multidisciplinar, que cruza performance e cinema. Em palco, estarão Ary Zara e Gaya de Medeiros, para protagonizar uma performance de cerca de 1 hora, que dará depois origem a uma curta-metragem de cerca de 15 minutos, filmada por Rita Quelhas. Esta curta-metragem pretende acompanhar uma mulher trans e um homem trans em torno das problemáticas de gerarem um bebé, pensando as questões da parentalidade.

foto de Cristina Assisfoto de Cristina Assis

O prémio para o projeto vencedor da Bolsa Amélia Rey Colaço traduz-se na atribuição de um valor pecuniário de 24.000€, para além do acesso a várias residências artísticas e da possibilidade de apresentar o espetáculo nos quatro teatros parceiros. Nesta 7.ª edição da Bolsa, foram recebidas 61 candidaturas, que foram submetidas à apreciação de um júri, que pré-selecionou 7 projetos para entrevista, tendo depois escolhido o projeto vencedor. Fizeram parte do júri: Pedro Penim (Diretor Artístico do Teatro Nacional D. Maria II), Sofia Campos (Conselho de Administração do Teatro Nacional D. Maria II), Pedro Barreiro (Diretor Artístico d’O Espaço do Tempo), Patrícia Carvalho (Diretora Executiva do d’O Espaço do Tempo), Rui Torrinha (Diretor Artístico do Centro Cultural Vila Flor – A Oficina), Marta Silva (Educação e Mediação Cultural – A Oficina), Henrique Amoedo (Diretor Artístico do Teatro Viriato) e Carla Augusto (Direção do CAEV).

Criada em 2018, em homenagem à atriz e encenadora Amélia Rey Colaço, pelo seu importante papel na História do Teatro Português, a Bolsa Amélia Rey Colaço, atribuída anualmente, visa apoiar jovens artistas e companhias emergentes, contribuindo para um aumento do seu acesso a meios de produção fundamentais e a espaço de pesquisa, permitindo-lhes com isso consolidar o seu corpo de trabalho.

Em seis anos consecutivos, a Bolsa Amélia Rey Colaço apoiou já a criação de seis espetáculos de jovens artistas: Parlamento Elefante, de Eduardo Molina, João Pedro Leal e Marco Mendonça (2018), Aurora Negra, de Cleo Diára, Isabél Zuaa e Nádia Yracema (2019), Ainda estou aqui, de Tiago Lima (2020), Another Rose, de Sofia Santos Silva, As Três Irmãs, de Tita Maravilha (2022), e POPULAR, de Sara Inês Gigante, que se estreia agora no Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães, seguindo depois em digressão e sendo apresentado em Viseu, no dia 14 de junho, no Teatro Viriato, e em Lisboa de 20 a 30 de junho, no Teatro Meridional.

Na noite desta sexta-feira 7 de junho, que marca a estreia absoluta do espetáculo “POPULAR” no Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães, realiza-se o ato presencial do anúncio do novo projeto vencedor, com a presença dos vários parceiros culturais constituintes da Bolsa Amélia Rey Colaço e das artistas Sara Inês Gigante e Gaya de Medeiros, vencedoras da prévia e atual edição desta bolsa.

 

09.06.2024 | by martalanca | Ary Zara, Gaya de Medeiros

Porto Summer School on Art & Cinema 2024 · Não Foi Cabral

17-21 JUN 2024


A sexta edição da Porto Summer School on Art & Cinema apresenta um programa público, composto por concertos, sessões de cinema e abertura de exposições, nas quais participarão os realizadores/artistas que estão presentes no curso. Este programa é oferecido à cidade e ao seu público cultural e acontecerá na Escola das Artes e em espaços culturais do Porto.
Artistas e curadores convidados:

  • Dino D’Santiago
  • Jaime Lauriano
  • Keila Sankofa
  • Lilia Schwarcz
  • MC Carol

Programa público: Entrada gratuita. +info

 

09.06.2024 | by martalanca | “Não foi Cabral: revendo silêncios e omissões”

O terceiro inconsciente: a psicoesfera na Era Viral, Franco "Bifo" Berardi

O inconsciente não conhece o tempo, não tem antes e depois, não tem uma história própria. No entanto, nem sempre permanece o mesmo. Diferentes condições políticas e econômicas transformam a maneira pela qual o Inconsciente emerge dentro da “psicosfera” da sociedade. No início do século XX, Freud caracterizou o Inconsciente como o lado sombrio do quadro de boa ordem do Progresso e da Razão. No final do século passado, Deleuze e Guattari o descreveram como um laboratório: a força magmática trazendo incessantemente à tona novas possibilidades de imaginação. Hoje, em um momento de pandemias virais e em meio ao colapso catastrófico do capitalismo, o Inconsciente começou a emergir de outra forma. Neste livro, Franco ‘Bifo’ Berardi retrata vividamente a forma em que o Inconsciente se manifestará nas próximas décadas e os desafios que ele representará às nossas possibilidades de ação política, imaginação poética e terapia.

— “Uma ampla exploração do presente e do futuro do Inconsciente”

DESCRIÇÃO

Assumindo uma prévia presunção, Bifo elenca que até ao momento o Inconsciente obteve apenas duas elaborações: primeira, aquela, mais comum, psicanalítica, de Freud, em que a profissão do capitalismo exerce na condição psicológica do sujeito a sua aparente ordem natural de aliança entre Progresso e os processos de racionalização do mundo e de seus fenômenos; segunda, ainda em exercício e em constante questionamento, em que o espaço de manifestação do Inconsciente é um campo de experimentação infinito do sujeito perante a sua potência de subjetivar a si e o mundo, de Deleuze e Guattari. E, para quem imaginou que a pretensão de Bifo se aportaria numa simples enumeração da epistemologia do Inconsciente, se enganou, pois o autor propõe uma terceira via, em construção, a ocorrer, na obscuridade do futuro. O neoliberalismo estaria gerando no Inconsciente, de maneira adversa na contemporaneidade ocidental, comportamentos cada vez mais conscientes, tornando os sujeitos cada vez mais indissociáveis do procedimento necessário do capitalismo na atualidade, e com isso não apenas gerando perda de crenças em outras formas de vida possíveis como também criando modos de eliminá-las. Mas, para quem imagina que Bifo para por aí, numa conjuntura, engana-se, ele ainda nos apresenta representações deste horizonte nebuloso e oferta possibilidades de fuga.

ver Glac Edições

06.06.2024 | by martalanca | Franco Bifo Berardi, inconsciente, psicoesfera

BIG BANG HENDA de Fernanda Polacow

Cinema Ideal, segunda, 10 Junho, 21:30com a presença de Fernanda Polacow e Kiluanji Kia Henda

2 filmes do Doclisboa 2023, em estreia no cinema Ideal – dias 10, 13 e 16 de Junho, às 21:30
O filme que recebeu, entre outros, o Prémio Fernando Lopes, e uma curta-metragem sobre o artista Kiluanji Kia Henda (que apresenta também agora uma antologia dos seus videos no Museu Arpad Szenes Vieira da Silva, em Lisboa), estreiam agora em Lisboa no Cinema Ideal.
AS MELUSINAS À MARGEM DO RIO de Melanie Pereira, recebeu não apenas o Prémio Fernando Lopes, mas também o Prémio HBO Max e o Prémio Escolas ETIC para Melhor Filme da Competição Portuguesa da última edição do Doclisboa. 
E o filme BIG BANG HENDA, estreado no Doclisboa, uma Menção Especial do Júri no FIFA (festival de filmes sobre arte), Montréal. 

Sinopse Derrubando estátuas e símbolos, construindo novas memórias, enquadrando a paisagem destruída, escrevendo cartas para o futuro, revertendo dinâmicas de poder: Big Bang Henda é um documentário-poesia-manifesto sobre o trabalho do artista angolano Kiluanji Kia Henda. Ele leva-nos numa viagem pelas suas criações e reflexões, que estão na vanguarda do pensamento anticolonial, instando-nos a considerar a forma como as gerações que cresceram durante ou no rescaldo da guerra reinterpretam esse acontecimento.

06.06.2024 | by martalanca | BIG BANG HENDA, kiluanji kia henda

Contos do Esquecimento, de Dulce Fernandes

Numa manhã quente de verão em 1444, na aldeia piscatória de Lagos, no sul de Portugal, foi desembarcado um grupo de pessoas africanas. No campo junto ao porto, foram entregues como escravos aos nobres e comerciantes locais. Durante os 400 anos seguintes, mais de seis milhões de africanos seriam traficados em navios portugueses para a Europa e para o outro lado do Atlântico.

Numa tarde chuvosa de inverno de 2009, em Lagos, arqueólogos que escavavam o local onde estava a ser construído um parque de estacionamento subterrâneo, começaram a encontrar esqueletos humanos. Trabalhando no local durante os cinco meses seguintes, enquanto o parque de estacionamento estava a ser construído à sua volta, os arqueólogos descobriram os esqueletos de 158 homens, mulheres e crianças africanos escravizados. Os seus corpos tinham sido depositados numa lixeira do século XV. Entrelaçando estas duas histórias, Contos do Esquecimento cruza histórias de violência e brutalidade do passado com imagens e sons do presente. Evocando o que aconteceu nestes locais e revelando memórias do passado, Contos do Esquecimento é um filme-território onde não temos outra escolha senão olhar para como o presente continua a ser moldado pela história que carregamos dentro de nós.


FICHA TÉCNICA

ARGUMENTODulce FernandesELENCODulce Fernandes, Lucy Shaw Evangelista, Denise VianaF OTOGRAFIA Paulo Menezes SOM Armanda Carvalho MONTAGEM Mário Espada PRODUTOR Pablo Iraola, Ansgar Schaefer, Pandora TellesVENDAS Ukbar Filmes

29.05.2024 | by martalanca | cinema, escravatura, Lagos

‘BANZO’, DE MARGARIDA CARDOSO

O filme BANZO, de Margarida Cardoso, fará a sua estreia nacional dia 30 no Indie e a estreia internacional na 58ª edição do Festival Internacional de Cinema de Karlov Vary, na Chéquia, que decorre entre 28 de Junho e 6 de Julho. O filme integra a secção competitiva Crystal Globe, ao lado de outras 11 longas-metragens. 

“A selecção oficial do 58º KVIFF, o núcleo do programa anual do festival, que inclui as competições Crystal Globe e Proxima, bem como o programa de Projecções Especiais, oferece um epicentro único de géneros e temas que vibram no cinema contemporâneo. Um novo olhar revisionista sobre os cânones estéticos de um filme de época. Um olhar equilibrado, cuidadoso, mas também provocador, sobre o destino de uma mulher na sociedade contemporânea em qualquer momento da sua vida. A influência imediata dos acontecimentos políticos na vida de um ser humano individual em qualquer parte do mundo. Os meus colegas e eu descobrimos que estes temas atravessavam a nossa selecção de filmes. Quinze dos 32 filmes apresentados na selecção oficial são estreias e não podíamos estar mais entusiasmados”, refere o director artístico do festival, Karel Och, em comunicado.

A acção de BANZO, rodado entre São Tomé e Príncipe e Portugal, situa-se no começo do século XX. Acompanhamos Afonso, que recomeça a vida numa ilha tropical na costa africana como médico de uma plantação de cacau, onde terá de curar um grupo de serviçais “infectados” pelo Banzo, a nostalgia dos escravizados. Morrem às dezenas, de inanição ou suicidando-se. Por receio que a nostalgia profunda se espalhe, o grupo é enviado para um morro isolado, chuvoso, cercado pela floresta. Ali, Afonso tenta curar os serviçais mas a incapacidade de entender o que lhes vai na alma revela-se mais forte que todas soluções.

Os elementos para a narrativa de BANZO começaram a aparecer durante a pesquisa e as filmagens de Understory (2019), ensaio pessoal de Margarida Cardoso sobre o cacau e todas as suas ramificações culturais e económicas, também apresentado no IndieLisboa. “Tive oportunidade de passar alguns meses na ilha do Príncipe, vivendo em contacto com muitas pessoas diferentes e conhecendo bem a geografia através das viagens e caminhadas que tinha de fazer durante o trabalho. As extravagantes ruínas das roças são uma constante na paisagem da ilha. Há algo de estranhamente fantasmagórico naquelas estruturas, não só pelo lado mais evidente da decadência, mas porque tudo parece estar paralisado no tempo, como se as pessoas que hoje habitam essas ruínas estivessem ali há quase tanto tempo quanto os decrépitos edifícios. Parecem presas num limbo histórico à espera que o violento e absurdo passado se funda lentamente com a natureza até se dissipar”, diz a realizadora. 

Regressada a Lisboa, a cineasta decidiu mergulhar nos arquivos das roças. “Li todo o tipo de documentos: correspondências internas e externas, pessoais e comerciais, gráficos, relatórios dos Curadores dos Serviçais, boletins oficiais da colónia, vi filmes de arquivo e centenas de fotografias (…). Quanto mais me embrenhava na revisitação do passado, mais se tornava evidente que o que ali se passou, num tempo que nos parece tão distante é, no fundo, uma ‘história contemporânea’.”

Assim começou a desenhar-se BANZO, terceira longa-metragem de ficção de Margarida Cardoso. O filme conta no elenco com Carloto Cotta, Hoji Fortuna, Rúben Simões, Gonçalo Waddington, Sara Carinhas, João Pedro Bénard, Maria do Céu Ribeiro, Matamba Joaquim, Romeu Runa e Cirila Bossuet. Tem a participação especial de Beatriz Batarda e Albano Jerónimo.


MARGARIDA CARDOSO
Margarida Cardoso começou o seu trabalho como realizadora em 1995, explorando temas que cruzam as suas experiências históricas pessoais com questões pós-coloniais proeminentes na história recente de Portugal, como a revolução portuguesa e a guerra colonial em África. O seu trabalho prévio inclui Sita: A Vida e o Tempo de Sita Valles (IndieLisboa, 2022) Understory (IndieLisboa 2019 ) Yvone Kane (Tallinn Black Nights, 2015), A Costa dos Murmúrios (Veneza, 2004, IFFR, 2005), Kuxa Kanema - The Birth of Cinema (FIDMarseille, Cinéma du Réel, Visions du Réel, 2003) e a curta-metragem Entre Nós  (Locarno, 1999).

UMA PEDRA NO SAPATO
Produtora independente sediada em Lisboa, fundada em 2008 pela realizadora Filipa Reis. As mais recentes produções incluem GRAND TOUR de Miguel Gomes (Cannes Competição 2024), BAAN de Leonor Teles (Locarno Competição 2023), LÉGUA de Filipa Reis e João Miller Guerra (Quinzena dos Cineastas Cannes 2023), GREAT YARMOUTH de Marco Martins (San Sebastián Competição 2022) e DIÁRIOS DE OTSOGA de Miguel Gomes e Maureeen Fazendeiro (Quinzena dos Realizadores Cannes 2021), com destaque para o prémio Urso de Ouro na Berlinale Shorts 2016 por BALADA DE UM BATRÁQUIO de Leonor Teles.

29.05.2024 | by martalanca | BANZO, Margarida Cardoso

CINEMA E PÓS-NATUREZA, Escola de Verão FCSH

De 2 a 16 Julho 2024 Horário: terças e quintas-feiras das 17h00 às 20h00
Duração: 15hDocente: Salomé Lopes Coelhosalomecoelho@fcsh.unl.ptEnsino Presencial+ Info e Inscrições


OBJETIVOS
O curso oferece uma introdução aos modos como o cinema figura as relações entre humanos e não-humanos, destacando os ritmos da matéria no cinema experimental latino-americano. Discutiremos as interseções entre cinema e problemáticas ambientais, abordando criticamente alguns dos seus conceitos-chave. Analisaremos imagens em movimento que, para além da representação e no sentido de uma compreensão performativa do cinema, abordam múltiplas formas de estar-no-mundo, incluindo existências vegetais e minerais. O curso permitirá a familiarização com a noção de ritmos da matéria como chave de análise ecocrítica. Espera-se que os/as participantes desenvolvam ferramentas para o estudo e criação artística que desafiem perspectivas antropocêntricas.
PROGRAMA
Fundamentos Teóricos: Imagens em Movimento, Ritmos da Matéria e Mundos Pós-Naturais
Introdução à relação do cinema com preocupações ambientais; definição de conceitos-chave e mapeamento de debates atuais;
Cinema experimental e mundos não-humanos: dos primórdios da teoria do cinema às concetualizações dos novos materialismos e pós-humanidades feministas;
Os ritmos da matéria como âmbito privilegiado para abordar as relações entre humanos e não-humanos.
Ritmos da matéria vegetal
Ritmos vegetais e imagens em movimento, da produção à receção fílmica,
Filosofias do pensamento vegetal;
Mundos vegetais para além das ontologias ocidentais;
Ritmos da matéria inorgânica e Cinema Geológico
Figurações cinematográficas e modos de relação com a matéria inorgânica que excedem lógicas extrativas e de progresso;
Geologia dos média e intersecções entre cinema, escalas temporais, processos e ritmos geológicos;
Cinema geológico: práticas teóricas e práticas fílmicas.
Projecto Final
Apresentações orais dos/as participantes, incluindo análise crítica de filmes ou projectos criativos próprios, que articulem os conteúdos do curso.
BIBLIOGRAFIA
Braidotti, Rosi & Maria Hlavajova (Eds.) (2018). Posthuman Glossary. London/New York: Bloomsbury.
Della Noce, Elio & Lucas Murari (Eds.) (2022). Expanded nature. Écologies du cinéma expérimental. Paris: Light Cone.
Fornoff, Carolyn & Gisella Heffes (Eds.) (2021). Pushing past the human in Latin American cinema. Albany: State Uni. of New York Press.
Iovino, Serenella & Serpil Oppermann (Eds.) (2014). Material Ecocriticism. Bloomington/ Indianapolis: Indiana University Press.
Viveiros de Castro, E. (2014). Cannibal Metaphysics. Minneapolis: Univocal.
Yusoff, Kathryn (2018). A Billion Black Anthropocenes or None. Minneapolis: University of Minnesota Press.
*Imagem: Osario analógico, Azucena Losana 

26.05.2024 | by martalanca | cinema, natureza, Salomé Lopes Coelho

Não Foi Cabral: Revendo Silêncios e omissões

Dias 23 e 24 de maio, no Auditório Ilídio Pinho da UCP no Porto, pelas 18h30

A Escola das Artes da Universidade Católica no Porto convida-o a assistir a duas masterclasses inseridas no programa “Não foi Cabral” com Flávio Cerqueira, um escultor de significados, e Hélio Menezes, antropólogo que atua como crítico, pesquisador e curador de alguns dos eventos mais importantes da cena cultural brasileira, nomeadamente da última bienal de São Paulo.

Inseridas na programação do ciclo “Não foi Cabral: revendo silêncios e omissões “que está a decorrer na Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa no Porto, vão ter lugar no Auditório Ilídio Pinho, duas aulas abertas, nos dias 23 e 24 de maio, pelas 18h30, continuando assim o propósito de estimular o debate sobre o fazer da(s) História(s).

A primeira masterclasse, dia 23 de maio, é conduzida pelo artista e professor brasileiro, Flavio Cerqueira que irá apresentar um panorama da sua trajetória artística de 15 anos. Nesta sessão abordará os seus processos criativos e da produção da escultura em bronze, além das questões conceituais e simbólicas que traz na sua poética. O artista irá começar por contar a sua primeira experiência numa residência artística e do seu primeiro atelier na cidade de Lisboa e como isso influenciou sua carreira.

Flávio CerqueiraFlávio CerqueiraHélio MenezesHélio Menezes

No dia 24 de maio, pela mesma hora, a aula é de Hélio Menezes, pesquisador, crítico e curador de alguns dos eventos mais importantes da cena cultural brasileira. Nesta conversa, pretende analisar a história e legado do Museu AfroBrasil, no ano em que completa 20 anos de existência, bem como sublinhar desafios e propostas de renovação para os seus anos vindouros. Através da leitura de obras dos acervos do MAB e da sua expografia inaugural, propõe investigar em que medida o museu antecipou um olhar contracolonial nas artes ao contar, num arranjo entre História, Memória, Cultura e Contemporaneidade, outra história do Brasil - tendo as matrizes africanas que o formaram e estruturam como protagonista.

Este ciclo “Não foi Cabral: revendo silêncios e omissões” é o tema do programa cultural da Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa, em parceria com a Escola das Artes com a Universidade de São Paulo (Brasil) e a Universidade de Princeton (EUA).

Nuno Crespo, diretor da Escola das Artes e co-curador do programa, sublinha que o ciclo “pretende construir um espaço de debate onde juntos possamos pensar as narrativas históricas e o modo como artistas de diferentes geografias e culturas têm sido motores fundamentais no alargamento e transformação dessa história oficial.” Sobre esta nova edição do programa, o diretor da Escola das Artes completa que “é fruto de um trabalho continuado da Escola das Artes em trazer temáticas com expressão no mundo não só artístico, como atual e global.

22.05.2024 | by martalanca | “Não foi Cabral: revendo silêncios e omissões”

Universidade de Lisboa discute fronteiras, jihadismo e alterações climáticas no Norte de África

A Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa será o cenário de um colóquio de dois dias, que trará a Portugal especialistas dos EUA, de Marrocos, dos Países Baixos e do Reino Unido, para discutirem, com académicos portugueses, temas como fronteiras, jihadismo, alterações climáticas e conflitos espoletados pela disputa da água no Sahel, e a sua dimensão histórica associada ao Magrebe e à Península Ibérica.

“O Sahel, o Magrebe e a Península Ibérica: Fronteiras, Trânsitos e Conflitos” é o nome deste encontro científico, que se realizará entre 28 e 29 de maio, e que reunirá investigadores das áreas da história medieval e contemporânea, da arqueologia, da antropologia, da sociologia e da política.

O historiador neerlandês Joas Wagemakers, da Universidade de Utrecht, que se distinguiu com a obra A Quiet Jihadist: The Ideology and Influence of Abu Muhammad al-Maqdisi (2012), redigida a partir da entrevista a este ideólogo da al-Qaeda, será o orador principal e abrirá os trabalhos. Da sua investigação, fazem parte estudos sobre o pensamento salafista, a Irmandade Muçulmana, o Hamas e os direitos das mulheres no mundo xiita e na Arábia Saudita.

A discutir noções de fronteira e fronteiro durante a presença portuguesa em Marrocos, no século XVI, estará o historiador Gonçalo Matos Ramos (Universidade de Lisboa). O antropólogo e historiador marroquino Rahal Boubrik (Universidade Mohamed V de Rabat) centrar-se-á na jihad lançada pelo shaykh Ma’ al’Aynayn contra espanhóis e franceses, na Mauritânia, entre o final do século XIX e o princípio do século XX. Já o antropólogo Francisco Ramos (Universidade Nova de Lisboa) contribuirá para este debate sobre fronteiras e colonialismos com uma análise sobre a revisitação contemporânea de políticas postas em prática na Mauritânia pós-independência.

A influência dos almorávidas no território do Sahel e do Magrebe será também explorada. O arqueólogo britânico Timothy Insoll (Universidade de Exeter) abordará as redes de circulação e os vestígios deixados por esta confederação política que, entre meados do século XI e meados do seguinte, construiu um império que se estendia entre as margens dos rios Senegal e Níger até ao Tejo. A historiadora Inês Lourinho (Universidade de Lisboa), por sua vez, analisará um “artigo” de uma revista do DAESH, que recorre à memória dos almorávidas para legitimar politicamente grupos jihadistas contemporâneos.

Ricardo René Larémont, cientista político e sociólogo norte-americano, da Universidade de Binghamton, trará a discussão para os violentos conflitos entre pastoralistas nómadas e agricultores do Sahel, em virtude das alterações climáticas, que têm levado ao recuo das bacias hidrográficas. Um cenário de instabilidade e de condições de vida frágeis favorece o aparecimento de grupos armados. Outro cientista político, o norte-americano Aaron Y. Zelin, da Universidade Brandeis, falará do recrutamento de combatentes para o jihadismo global. Criador do site Jihadology, que acompanha as comunicações de redes jihadistas, Zelin abordará o percurso de Abu ‘Iyad al-Tunisi, um destacado membro da al-Qaeda ao tempo de Usama b. Laden e depois de Ayman al-Zawahiri.

O historiador Hermenegildo Fernandes, diretor da Faculdade de Letras, e especialista nas transições entre as sociedades islâmicas e cristãs no Ocidente Peninsular medieval, fechará os trabalhos, com uma reflexão sobre as temáticas em debate, procurando estabelecer linhas de raciocínio e continuidades entre a Idade Média e a contemporaneidade.

Cada dia do colóquio será concluído com uma mesa-redonda, que viverá do animado debate entre os vários oradores, uma importante contribuição para aclarar e pensar questões com impacto direto na nossa sociedade.

22.05.2024 | by martalanca | Sahel

txon-poesia, Festival Internacional de Poesia e Poética 2024

Amílcar Cabral é homenageado nesta 4ª edição, para quem a escrita de poemas esteve ligada à ação cultural. Viveu parte da infância em Mindelo, Cabo Verde, onde fez o liceu e começou a escrever poemas. Cabral desenvolve a sua obra poética em torno de temas como a insularidade, o isolamento, a emigração e os flagelos causados pela seca, aridez e a erosão. Nas suas palavras, poesia é “como um produto do meio em que tem expressão”, por isso deve ter os “pés fincados na terra” para poder cantar a realidade humana.

A convidada internacional do txon-poesia, Festival Internacional de Poesia e Poética em Mindelo 2024 é Olinda Beja, escritora, poeta, narradora, contadora de histórias, nascida em Guadalupe, São Tomé e Príncipe. Com vasta obra publicada entre poesia, romances, contos e infanto-juvenil, dedicada à difusão da cultura santomense. Tem poemas e contos traduzidos para várias línguas, é detentora de prémios literários, distinções e homenagens. Embora já seja presença conhecida em Cabo Verde, estará na cidade de Mindelo pela primeira vez.

PROGRAMA

QUINTA FEIRA, 23 DE MAIO

18:00 horas
POESIA, IMAGEM E DECOLONIZAÇÃO DO OLHAR
Projeção de vídeo-poema de Carol Braga e conversa com João Paradela e Maiky Miller, moderada por Érico Medina
Alternativa Galeria

21:00 horas
MAUMDIA
Espetáculo de Zenaida Medina (TriPé)
Espaço Fernando Pessoa do Centro Cultural Português, Polo do Mindelo
Entrada livre com lugares limitados. Reserva pelo: +238 9867231

SEXTA FEIRA, 24 DE MAIO

18:00 horas
KILÊLÊ: A DANÇA SAGRADA DO FALCÃO
Conversa em torno do livro de Olinda Beja com apresentação de Filinto Elísio e Olavo Bilac Cardoso e presença da autora
Centro de Língua Portuguesa – Mindelo, Universidade de Cabo Verde (Liceu Velho)

21:00 horas
ROTEIRO POÉTICO
Ponto de encontro: “Kilêlê: a dança sagrada do falcão”, performance poética de Olinda Beja na Alternativa Galeria, seguindo para: “Novidades do Passado e Déjà-vus do Futuro”, showcase com Revan Almeida no Espaço Fernando Pessoa do Centro Cultural Português, Polo do Mindelo

SÁBADO, 25 DE MAIO

10:00 horas
PARA ALÉM DA PALAVRA: A ARTE DO DIZER E DO CONTAR
Oficina de performances da palavra com Olinda Beja
Espaço Zeca Afonso do Centro Cultural Português, Polo do Mindelo
Entrada livre mediante inscrição para: txonpoesia@gmail.com

16:00 horas
VIVA AMÍLCAR CABRAL!
Projeção do filme “Canhão de boca” de Ângelo Lopes seguida de conversa com Ana Cordeiro, Carlos Santos e Rita Rainho, moderada por Érico Medina
Alternativa Galeria
18:30 horas
POEMAS DE LIBERDADE
Performance poética pela Academia Cesária Évora com direção de Yannick Fortes
Alternativa Galeria

21:00 horas
SPOKEN WORD MINDELO #23
Slammers: Christy Roberto, Cuktel, Érico Medina, Helena Moscoso, Indzayz, Márcia C. Brito, Valódia Monteiro
MICRO ABERTO // OPEN MIC
Performances musicais:
Caplan Neves
Bertânia Almeida com Nuno Tavares
Hosted by: Anaísa Lopes e José Pinto
Espaço Fernando Pessoa do Centro Cultural Português, Polo do Mindelo

22.05.2024 | by martalanca | txon-poesia

O Árabe do Futuro

NOVIDADE NOVELA GRÁFICA: ÁRABE DO FUTURO 6. SER JOVEM NO MÉDIO ORIENTE (1994-2011, escrita e desenhada por Riad Sattouf, Teorema

Sinopse:

O Árabe do Futuro, conta a vida de um jovem no Oriente Médio (1978-2011) numa série em BD dividida em seis volumes, escrita e desenhada por Riad Sattouf. Vendeu mais de 3 milhões de exemplares e foi traduzido para 23 idiomas, conta a infância e a adolescência do autor, filho mais velho de mãe francesa e pai sírio. A história leva-nos da Líbia do Coronel Gaddafi à Síria de Hafez Al Assad, passando pela Bretanha, de Rennes ao Cabo Fréhel. Este sexto volume cobre os anos 1994-2011 e é o último da série.

RIAD SATTOUF Autor de origem franco-síria, Riad Sattouf nasceu em Paris em 1978. Passa a sua infância na Argélia, na Líbia e na Síria, onde recebe uma educação muçulmana. Regressa a França com 12 anos de idade, prosseguindo os seus estudos, primeiro em Cap Fréhel e mais tarde em Rennes, onde cursa a Escola de Belas-Artes. É atualmente um autor de BD de grande sucesso. É igualmente um (re)conhecido cineasta, tendo realizado Les BeauxGosses, galardoado com um César para o Melhor Primeiro Filme em 2010, e Jacky au Royaume des Filles, que estreou em França nos inícios de 2014.

 

18.05.2024 | by martalanca | árabe

Exposição "Problemas do Primitivismo – a partir de Portugal" » Inauguração 18 maio, 17h00

De 18 de maio a 17 de novembro, 2024 Centro Internacional das Artes José de Guimarães

Curadoria: Mariana Pinto dos Santos (IHA-NOVA FCSH / IN2PAST) e Marta Mestre (CIAJG)

Este sábado, 18 de maio, às 17h00, o Centro Internacional das Artes José de Guimarães inaugura ”Problemas do Primitivismo – a partir de Portugal”uma exposição que, assente numa pesquisa ampla em arquivos e coleções portuguesas, interroga o «primitivismo» e as suas contradições. A exposição aborda os contextos da ditadura, da colonização, do anticolonialismo e do pós-colonialismo, propondo uma máquina visual impregnada de imagens e referências artísticas e culturais que problematiza a invenção do «primitivo» e a sua persistência até à contemporaneidade. Seis palavras-chave, permeáveis entre si, organizam a exposição: Civilização, Museu, Ingénuo, «Mar Português», «Jazz-Band» e Extração. Através delas, dá-se a ver não uma cronologia fixa, mas percursos e correlações diagramáticas, tensões entre textos e imagens, que enfatizam a estrutura ideológica, social e cultural sobre a qual assentou e assenta a ideia de «primitivo».  

A partir das 19h00, o CIAJG recebe também o “antimuseu”, um programa com intervenções musicais contínuas em lugares inesperados, que explora o contexto arquitetónico e acústico e estabelece novos parâmetros para a experiência do museu. Depois de uma 1ª edição em 2022, o “antimuseu” volta a afirmar-se como um momento de cruzamento entre a música exploratória e a arte contemporânea espelhado num programa de extensa catarse, até às 02h00, com apresentações de nomes fulgurantes como Croatian Amor, DJ Lynce, DJ Veludo, Miguel Pedro, oqbqbo e Vanity Productions.

Entrada gratuita, até ao limite da lotação disponível

 

Problemas do Primitivismo – a partir de Portugal é uma exposição que interroga o «primitivismo» e as suas contradições. A exposição aborda os contextos da ditadura, da colonização, do anticolonialismo e do pós-colonialismo, propondo uma máquina visual impregnada de imagens e referências artísticas e culturais que problematiza a invenção do «primitivo» e a sua persistência até à contemporaneidade. Seis palavras-chave, permeáveis entre si, organizam a exposição: Civilização, Museu, Ingénuo, «Mar Português», «Jazz-Band» e Extração. Através delas, dá-se a ver não uma cronologia fixa, mas percursos e correlações diagramáticas, tensões entre textos e imagens, que enfatizam a estrutura ideológica, social e cultural sobre a qual assentou e assenta a ideia de «primitivo».  
Na modernidade, em tempo de fascismos e imperialismos, essa ideia tanto foi ferramenta nacionalista e de legitimação do projeto colonial, como ferramenta libertária e anticolonial, pois muitos intelectuais e artistas beberam no ideário primitivista movidos pela vontade de subversão da ordem social estabelecida. Porém, os estereótipos, preconceitos, e a visão homogénea sobre o «Outro», estiveram presentes nos vários usos, por vezes conflituosos e antagónicos, do primitivismo.
De cunho investigativo e experimental, e sem pretensão de esgotar o assunto, a proposta curatorial convoca todo o museu para uma abordagem crítica através de uma polifonia de vozes nas fontes e nos autores e artistas convidados a participar. Mais de setenta artistas, autoras e autores, de diversas proveniências e inscrições culturais, colaboram nesta exposição com obras de arte, originais e reproduções, textos e citações.
A exposição resulta de um mergulho em arquivos e coleções portuguesas e que incorpora muitas perspetivas e pesquisas recentes, na área da história e crítica da arte, antropologia, museologia, etc. Deriva, em parte, do projeto PIM – Modernismos Ibéricos e o Imaginário Primitivista, que esteve sediado no IHA de 2018 a 2022, com investigação adicional dos últimos dois anos e incluindo artistas contemporâneos.
Problemas do Primitivismo – a partir de Portugal é possível graças ao apoio da Fundação Millennium bcp, tanto financeiro como no empréstimo de obras, e ao apoio do IHA, que financiou uma bolsa de investigação de 6 meses no âmbito do IHA seed-project Investigação documental e visual no âmbito da exposição ‘Primitivo’, atribuída a Margarida Moura (IHA – GI ArtTHC), que assume assistência de curadoria.

 

 

16.05.2024 | by martalanca | primitivismo

GERMINAR com Ariana Furtado, Colectivo FACA, Kitty Furtado

22 maio quarta 18h30 Teatro do Bairro Alto - programa de Melissa Rodrigues

Num ciclo dedicado a semear futuros coletivos, refletimos sobre educação e as suas ramificações e intersecções com a arte, a decolonialidade e a contra-colonialidade, a imaginação e a transgressão como prática de liberdade, como nos ensinou bell hooks.  

Inspiramo-nos nas palavras-sementes de Amílcar Cabral, Lilica Boal, Frantz Fanon, Paulo Freire, Lélia González, entre tantas outras, para fazer da educação a primeira e principal arma de mudança.

Antes da conversa será projetado o filme Skola di Tarafe/Mangrove School de Filipa César e Sónia Vaz Borges.

Skola di Tarafe/Mangrove School  

Video & 16mm transferido para vídeo, 2K, som, cor, 35’, 2022

 Numa viagem recente à Guiné-Bissau, fomos pesquisar sobre as condições dos alunos nas escolas de guerrilha situadas nos mangais. Em vez disso, rapidamente nos tornámos nós próprias as alunas e a primeira lição foi como andar. Se andares erguida, colocando primeiro os calcanhares no chão, logo escorregas nos ouriques e cais no arrozal inundado ou ficas presa na lama do mangal. Então, tens que baixar o corpo, dobrar os joelhos e espetar os dedos dos pés verticalmente na lama, estender os braços para a frente e avançar num movimento consciente e presente. Na escola do mangue, a aprendizagem acontece com o corpo todo.

Este trabalho parte de uma pesquisa profunda sobre o sistema militante educativo desenvolvido pelo Partido Africano para a Independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde (PAIGC) durante o processo de libertação, os onze anos de luta armada (1963-74) contra a ocupação colonial portuguesa e o interesse recorrente no imaginário da tarafe – a palavra criola para mangue. O mangue é uma arquitetura natural aérea, onde a memória ainda flutua através das redes das raízes e o respiro da maré oxigena um conhecimento de resistência numa condição de resistência pelo conhecimento. Aqui entramos num imaginário entrelaçado de várias dimensões convergentes: a epistemologia do rizoma, conceitos de educação militante e política, os ensinamentos de habitantes da comunidade Malafo, arquivos nómadas e noções agronómicas/botânicas de engenharia de mangais.

Sónia Vaz Borges & Filipa César 

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ARIANA FURTADO nasceu em Cabo-Verde, cresceu em Portugal, é professora do 1.º Ciclo e coordenadora da Escola Básica do Castelo em Lisboa, Agrupamento de Escolas Gil Vicente. É coautora dos projetos premiados Com a mala na mão contra a discriminação e Ge(ne)rando polémica…ou antes pelo contrário. Traduziu ainda os livros para a infância: O Senhor da Dança e O Grão de Milho Mágico de Véronique Tadjo, O Colar Mágico e O Camaleão que se achava feio de Souleymane Mbodj.

KITTY FURTADO é crítica cultural empenhada na diluição de fronteiras entre academia e esfera pública. Doutora em Estudos Culturais, tem sido curadora de mostras de cinema (pós-)colonial e promovido a discussão pública em torno da Memória Cultural, do Racismo e das Reparações.

 O COLECTIVO FACA é um projeto de cidadania ativa, que questiona as narrativas da cultura visual, formado em 2019 por Andreia Coutinho e Maribel Mendes Sobreira. Trazem discussões para o debate cultural português acerca das temáticas do feminismo, colonialismo, racismo, LGBTQI+ e não-normatividade em geral em espaços museológicos. Não apagando a História, cruzam as diversas narrativas, puxando as margens para o centro do debate.

16.05.2024 | by martalanca | ariana furtado, colectivo FACA, filipa césar, Kitty Furtado, Sónia Vaz Borges