'Bustagate', de Welket Bungué

Bustagate com Isabél Zuaa e Cleo Tavares. // Um ano depois do incidente do Bairro da Jamaica (zona da margem Sul de Lisboa) eis o panorama escandaloso da violência e desigualdade social em Portugal. Eis um filme-intervenção póstumo à sua personagem imaginária, dedicado aos portugueses. // “Temos de entender quais são as questões sociais fraturantes da nossa sociedade. Somos brandos, e por isso acreditamos que a colonização de África, da América do Sul (…) foi uma missão importante que uniu a humanidade. Hoje grande parte da nossa riqueza deriva dos ganhos do nosso passado de violência, portanto devemos muito a esses povos agora ex-colonizados. LIVRES.”

Bustagate é um filme híbrido, que mistura textualidade e três narrativas visuais para contar e asfixiar o público, fingindo colocá-los no mesmo lugar que a nossa deflagrada heroína (a Sociedade). Bustagate, um ano depois do incidente do Bairro da Jamaica (zona da margem Sul de Lisboa). Através dos comentários do artista como agente político em nome do Ministério Público Português, Welket faz o recorte de um panorama escandaloso e desajustado de violência e desigualdade social em Portugal. Aqui está um filme-intervenção póstumo ao personagem imaginário aqui chamado Pretugal (personificando o Luís Giovani Rodrigues), dedicado ao povo português (aos tradicionalmente “nativos” e aos descendentes do continente africano que nasceram aqui). Esta criação segue o assunto principal do filme-manifesto (ou filme-intervenção) anterior Eu Não Sou Pilatus (Seleção Oficial DocLisboa - Competição Internacional, 2019).

 

05.06.2020 | par martalanca | Welket Bungué