Esta edição organizada por Margarida Calafate Ribeiro e Odete Costa Semedo (Ed. Afrontamento, 2011), oferece uma reflexão polifónica e multifacetada sobre uma literatura em fase de busca e de afirmação e que encontra a sua força vital na tradição oral e na oratura; uma literatura que se vai alimentando dos acontecimentos sociais, políticos e culturais; escritos que encontram a sua força e identidade na tradição e nas línguas locais – instrumentos usados pelos poetas, contistas e romancistas para desconstruir e reconstruir aquela que foi a língua do opressor, que evoluiu para mais uma das línguas da emancipação e que é hoje, por opção e apropriação, a língua de contacto com o mundo e também a língua do coração.
Com textos de ensaio de Odete Costa Semedo, Carmen Lúcia Tindó Secco, Tony Tcheka, Maria Nazareth Soares Fonseca, Teresa Montenegro, Íris Amâncio, Moema Parente Augel, Pires Laranjeira, Amarino Oliveira de Queiroz, Robson Dutra, Joaquim Bessa, Laura Padilha e dos criadores guineenses Abdulai Sila,, Raul Mendes Fernandes, Carlos Lopes, Fafali Koudawo e Filomena Embalo o livro torna acessível ao leitor um universo crítico e literário até então desconhecido.
Com Literaturas Insulares: leituras e escritos de Cabo Verde e São Tomé e Princípe eLiteraturas da Guiné-Bissau: cantando os escritos da história encerra-se um ciclo que teve início com a publicação de Lendo Angola (Afrontamento, 2008), Moçambique: das palavras escritas(Afrontamento, 2008), mas não se coloca um ponto final.