Quintal da língua portuguesa

Luiz Raul Machado conversa sobre Sylvia Orthof, na Editora Rovelle, dia 22 Novembro, 16:00h:

O Quintal da Língua Portuguesa, criado em 2011, no Rio de Janeiro, é um grupo de artistas que pretende divulgar a literatura de países de língua portuguesa.

Membros fundadores: Andre Neves, Edna Bueno, Fabio Sombra, Lucilia Soares, Luiz Raul Machado, Ninfa Parreiras, Ondjaki, Suzana Vargas, Volnei Canonica.

20.11.2012 | par herminiobovino | literatura, Literatura lusófona, lusofonia, Rio de Janeiro

José Eduardo Agualusa, no ritmo da escrita

Por Ramon Mello

Eduardo Agualusa ao SaraivaConteúdo O escritor angolano José Eduardo Agualusa é figura conhecida no Brasil. Entre seus livros mais conhecidos, destacam-se Nação crioula, O ano em que Zumbi tomou o Rio, O vendedor de passados – os três editados aqui pela Gryphus – e As mulheres do meu pai, que saiu pela editora lusófona Língua Geral, onde é um dos sócios. Sua obra está traduzida para mais de dez idiomas, sua literatura rompe as fronteiras. Dividindo-se entre Angola, Portugal e Brasil, Agualusa deixa-se contaminar pelas influências culturais dos caminhos traçados. A letra de uma canção, a cena de um filme, o trecho de um livro, ou a simples luz do ambiente podem ser fundamentais para a sua escrita, marcada por um ritmo próprio. Durante sua passagem pelo Festival da Mantiqueira, em São Francisco Xavier (SP), no final de maio, José Eduardo Agualusa conversou com o SaraivaConteúdosobre seu novo livro, Barroco tropical (Companhia das Letras), “a história de amor entre uma cantora e um escritor”. Além disso, ele falou sobre a experiência de escrever letras de canções e peças teatrais.

 

Seu novo livro, Barroco tropical, marca sua estreia na editora Companhia das Letras. Fale sobre a história dessa mulher que cai do céu…

José Eduardo Agualusa - Diferente de outros livros, esse é um livro escuro. E também um livro de excessos, torrencial, com excessos de personagens. Eu tenho uma imaginação um pouco delirante, meu trabalho com os livros anteriores foi tentar podar o excesso. E nesse eu resolvi fazer justamente o contrário, decidi que havia de ser um livro, justamente, “barroco tropical”. Portanto, criei uma estrutura que permitisse a entrada de um número grande de personagens. O Bartolomeu Falcato, narrador do livro, é a pessoa que está escrevendo a história. Há outra personagem, uma cantora, Kianda. É a história de amor entre uma cantora e um escritor. O escritor vem do romance anterior, o Bartolomeu Falcato, que é documentarista e escritor. Ele aparece 10 anos mais tarde, o livro se passa em 2020.

 

É um olhar sobre Angola em 2020. Em que medida Bartolomeu tem relação com Agualusa?

Agualusa - É um personagem parecido comigo sim. As pessoas perguntam: é um alterego? Sim, é um alterego. É um escritor, tem elementos da vida dele que realmente se passaram comigo. Mas tem outras coisas que não são minhas, naturalmente. A experiência de vida dele é diferente da minha, até as opiniões políticas dele são um pouco diferentes. Ele é um personagem que vem de uma família ligada ao regime - só mais tarde passa a questionar seu posicionamento em relação ao regime.

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16.11.2010 | par martalanca | Agualusa, Literatura lusófona

Literatura lusófona em destaque em eventos internacionais

A literatura lusófona terá uma participação ativa em festivais internacionais agendados até ao final do ano. O tema da Feira do Livro de Gotemburgo, na Suécia, o principal evento literário na Escandinávia, é a literatura africana. O evento que decorrerá de 23 a 26 de setembro contará com a presença dos moçambicanos Mia Couto e Paulina Chiziane e do angolano Ondjaki, que em 2008 foi laureado com o prêmio Grinzane for Africa como jovem autor africano do ano. O escritor luso-sueco Miguel Gullander, autor de Perdido de volta (publicado em Portugal e no Brasil), também tem presença garantida. A feira de Gotemburgo deverá receber 100 mil visitantes.

No mesmo período, acontecerá o Festival Internacional de Literatura de Berlim, na Alemanha. Entre 15 e 25 de setembro, mais de 20 autores lusófonos marcarão presença. Entre os brasileiros, destacam-se Milton Hatoum, Paulo Lins ou Nélida Piñon. Marina Colasanti, autora do livro Minha guerra alheia a ser publicado em breve pela editora Record, cujo trecho poderá ser lido em primeira mão na edição de lançamento da Pessoa, também estará presente.

A África lusófona será representada no Festival pelo angolano José Eduardo Agualusa, o moçambicano Mia Couto e a luso-são-tomense Grada Kilomba, autora de Plantation memories, publicado em 2008 na Alemanha. De Portugal irão António Lobo Antunes, que em 2009 publicou Que cavalos são aqueles que fazem sombra no mar?, Pedro Rosa Mendes, Alice Vieira e Paulo Teixeira.

Na Feira do Livro de Frankfurt, o principal evento mundial do setor editorial, o país convidado de 2010 é a Argentina. Para a edição desse ano, que decorrerá de 6 a 10 de outubro, são esperados 7 mil expositores de mais de 100 países, que devem atrair mais do que os 290 mil visitantes da feira em 2009. Cerca de 70 expositores brasileiros e 14 portugueses estarão presentes. Em 2013, o Brasil será o convidado do evento, repetindo a homenagem que recebeu em 1994. Na época, o Brasil foi o primeiro país da América Latina a ganhar espaço exclusivo. Em 1997, Portugal foi o tema central da feira.

 

da revista Pessoa

30.09.2010 | par martalanca | Literatura lusófona