Gaye Su Akyol (Turquia) I LISBOA
Numa época em que é difícil - e raro - apresentar em Lisboa músicos e autores pouco conhecidos e que “não tenham deuses nem donos”, a vinda ao Teatro da Trindade de Gaye Su Akyol é um acontecimento! Além do mais é uma mulher que luta sem medo pela liberdade, numa Turquia onde por exemplo os direitos dos curdos, os direitos das mulheres e a liberdade de imprensa são constantemente violados e se faz uso da tortura.
Dans un pays difficile comme la Turquie, bordant le Proche-Orient, la Russie et l’Europe, dans une atmosphère de plus en plus conservatrice et un monde qui contribue à sa propre obscurité avec son chaos et ses luttes de pouvoir, je crois qu’il faut défier le mal organisé et la réalité horrible qu’il engendre, et l’option la plus forte reste le « rêve cohérent ». En outre la vision matérialiste du monde attribue des significations et des valeurs suprêmes à ce qu’elle appelle « réel » tout en ignorant l’énorme puissance, la nature incroyable et la valeur des rêves. Comme tous les enfants, petite mon super-pouvoir était de rêver. Je l’ai presque oublié pendant un moment, mais j’ai fini par m’en souvenir. Il n’y a rien de plus beau et spectaculaire qu’un esprit libre. (Les rêves libérateurs de Gaye Su Akyol)
concerto dia 25/09/2018 no INATEL
As influências de Gaye Su Akyol confundem-se com as da sua cidade de nascimento, a magnifica Istambul. Antropóloga de formação, Gaye afirma essa influência “É um clichê, mas a cidade é uma ponte que combina culturas, e isso é muito verdadeiro na música, especialmente na influência grega”. A música tradicional foi muito importante para o inicio do percurso de Gaye que se foi definindo com o seu crescimento, com a descoberta de rock em especial do grunge de Seattle e mais tarde do rock psicadélico dos anos 70’. De voz envolvente e hipnótica que pode ser muito doce mas muito sombria ao mesmo tempo, leva-nos em viagens onde podemos sentir todas estas tão diferentes fontes e experiências que Gaye viveu. O seu segundo e último álbum “Hologram Imparatorlugu”, lançado em Novembro de 2016, foi um marco na cena musical underground de Instambul num contexto político cada vez mais difícil e mais severo para com artistas como Gaye.