"Por ti, Portugal, eu juro!", filme sobre os comandos africanos do Exército português, estreia no DocLisboa

50 anos depois do 25 de Abril de 1974, os comandos africanos da Guiné dizem-se traídos por Portugal e contam pela primeira vez a sua história. Com estreia mundial no festival DocLisboa, o documentário chega às salas de cinema a 7 de novembro. 

 

 

 

  • A Guiné foi a única colónia portuguesa com uma tropa de elite unicamente composta por africanos negros; 
  • As Companhias de Comandos Africanos da Guiné foram criadas em 1971, pelo então Governador António de Spínola, que fez destes homens o seu braço-direito;
  • Os comandos africanos da Guiné foram obrigados a cumprir o serviço militar obrigatório no Exército português. Eram altamente treinados, conheciam bem o terreno e, por isso, tomavam a dianteira da tropa metropolitana nos combates no mato. Foram uma arma essencial contra o Partido Africano pela Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC);
  • Hoje, continuam a dizer-se traídos e abandonados pelo Estado Português. Reivindicam o direito à cidadania e o pagamento das pensões de reforma e invalidez prometidas por Portugal no Acordo de Argel, no qual o país reconhece a Independência da Guiné-Bissau;
  • Depois da apresentação no DocLisboa, o filme vai estrear nas salas de cinema nacionais a 7 de novembro;
  • Neste momento, os realizadores encontram-se na Guiné-Bissau a apresentar uma versão pré-final do filme às pessoas que foram entrevistadas para o documentário; 
  • Os realizadores Sofia de Palma Rodrigues e Diogo Cardoso são jornalistas da revista digital de jornalismo narrativo Divergente.
  • Joaquim Boquindi Mané, furriel da 1.ª Companhia de Comandos Africanos da GuinéJoaquim Boquindi Mané, furriel da 1.ª Companhia de Comandos Africanos da Guiné

“Por ti, Portugal, eu juro!”, documentário realizado por Sofia de Palma Rodrigues e Diogo Cardoso, tem estreia mundial na 22.ª edição do DocLisboa, que acontece entre 17 e 27 de outubro de 2024, em vários locais da capital. 

 

O filme integra a secção “Da Terra à Lua” deste festival, e resulta de uma premiada investigação jornalística que conta a história dos Comandos Africanos da Guiné, uma tropa de elite que arriscou a vida por uma pátria que a abandonou depois da Guerra Colonial.

 

“Estes guineenses que lutaram pelo regime colonial, e até 1974 eram cidadãos portugueses, não têm voz na narrativa histórica contada por nenhum dos lados desta guerra: nem de Portugal como país colonizador, nem do PAIGC como partido fundador da nação da Guiné-Bissau. O PAIGC fala destes homens como “monstros”; Portugal refere-os como heróis, mas nunca os reconheceu como tal. Entre estas duas narrativas oficiais, estão pessoas que vivenciaram em primeira mão aquele que é um dos maiores crimes cometidos pelas potências coloniais em África: a africanização das guerras. São essas vozes que se procuram ouvir neste documentário, evidenciando-se os relatos de homens que passaram de heróis a vilões e não couberam no ringue onde se narra a História”, declaram os realizadores, que neste momento se encontram na Guiné-Bissau para apresentar uma versão pré-final deste filme às pessoas ouvidas no documentário.

Produzido pela Divergente, revista digital de jornalismo narrativo, criada em 2014, “Por ti, Portugal, eu juro!” estreia nas salas de cinema nacionais a 7 de novembro.

 

Trailer aqui: https://vimeo.com/928025638?share=copy

dossier de imprensa

Para mais informações e marcações de entrevistas, por favor contactar:

Rita Bonifácio | ritabonifacio@paristexas.pt | 918453750

20.09.2024 | par martalanca | comando africanos