Respostas ao (Des)envolvimento

BAI Arte 2014, na Academia BAI, “Loy”, em Luanda, reúne 6 artistas com o título Luanda 02_14 Respostas ao (Des)envolvimento. A exposição estará aberta ao público até dia 5 de Dezembro, tem a curadoria de André Cunha, e conta com Erika Jamece, Francisco Vidal, Ihosvanny, Leda Baltazar, Nelo Teixeira e Patrícia Cardoso, numa matriz de arte contemporânea cuja linha criativa passa pela pintura e instalação.

Francisco VidalFrancisco Vidal

Alguns dados biográficos dos artistas participantes:

 

ERICA JAMECE

Luanda (1977). Frequentou o curso de artes plásticas (pintura), no INFAC – ENAP (Instituto Nacional de Formação Artística e Cultural – Escola Nacional de Artes Plásticas) Luanda, 1999, sendo membro da UNAP. Em 1996, data em que entra para a escola de artes plásticas, participa num concurso internacional de pintura patrocinado pela embaixada da Polónia em Luanda, tendo obtido o 1.o prémio. Em Portugal, concluiu em Lisboa, o curso profissional de decoração de interiores no INEP (Instituto de Ensino Profissional Intensivo), em 2003. Como artista é multifacetada, fez consultoria de arte, apresentação e decoração (pinturas, esculturas, cerâmicas, gravuras, tapeçarias e artesanato), tudo de artistas angolanos, residentes em Angola e no estrangeiro e está ligada ao projecto “Elas Expõem…”, com Patrícia Cardoso e Leda Baltazar.

 

FRANCISCO VIDAL

Lisboa, Portugal (1978). Francisco trabalha o desenho, a escultura e a instalação, construindo um universo que não visa a categorização fácil, mas que apresenta uma continuidade que reflecte o seu desenvolvimento enquanto pessoa. Os seus trabalhos são resultado de uma reflexão cada vez mais meticulosa sobre a realidade que ocupa. Se por um lado desenvolve, a par de ideias e conceitos, uma pretensa perfeição técnica na concretização das peças, por outro, encontramos nos seus diários gráficos, nas suas fanzines, na serigrafia, e na pintura exemplos de liberdade expressiva, onde os seus lugares emocionais trabalham mais a construção de um lugar opinativo, emocional e estético. “É o ritmo do meu corpo que determina o meu trabalho como africano.”, refere numa comunicação do e.studio, o ateliê em que trabalha em Angola, com Nelo Teixeira, RitaGT e António Ole.

 

IHOSVANNY

Moxico (1975). Este artista visual viveu alguns anos em Cuba, onde começou a fazer experiências artísticas, integrando-se posteriormente na cena cultural angolana com o colectivo “Nacionalistas” e através da Trienal de Luanda. Actualmente, vive e trabalha entre Barcelona e Luanda. É um dos nomes emergentes de uma nova geração de artistas nacionais que nasceu e atingiu a maioridade numa Angola já independente. Pintura e videoarte são as linguagens principais a que se dedica. O artista conta de como os seus vídeos da série Noise têm feito ruído por aí, “levando as suas inquietações para outras paragens que vivem a mesma problemática: o consumismo, o desperdício da matéria”, afirma, com algum fascínio: “somos todos pequenos acumuladores.” A partir da premissa de que “Ruído é actividade”, e que através dele se percebe muita coisa, questiona a natureza e intensidade dos ruídos urbanos.

 

LEDA BALTAZAR

Luanda (1979). Frequentou o curso de artes plásticas (pintura) no INFAC – ENAP (Instituto Nacional de Formação Artística e Cultural – Escola Nacional de Artes Plásticas) de 1996 a 1999, sendo membro da UNAP. Frequentou os cursos de professores de ensino básico de Educação Visual e Tecnológico (Lisboa 2000/2003), e de Design e Produção Gráfica (Lisboa 2004).

 

NELO TEIXEIRA

Mbanza Congo (1974). Membro da UNAP desde 1996, Nelo pinta desde os primórdios da década de 90, período em que fez o curso de carpintaria, para depois integrar o grupo “Os Nacionalistas”, com Kiluanji Kia Henda, Lino Damião, Ihosvanny e outros nomes da arte contemporânea made in Angola. “Fazia os aros deles, quase todos”, conta o também escultor e cenógrafo que trabalhou nos filmes “Na Cidade Vazia”, de Maria João Ganga e em “O Herói”, de Zezé Gamboa, mas está ligado a uma produção cinematográfica do cineasta português Hugo Vieira da Silva. “Sou apaixonado pela madeira. Vivo sempre de estudar as técnicas dos outros. Trabalho com materiais reciclados, quer em esculturas e quadros, dada a influência do meu tio, um grande artesão, no Zaire, de quem nós, os seus sobrinhos éramos ajudantes”, disse.

14.11.2014 | par martalanca | Erika Jamece, Francisco Vidal, Ihosvanny, Leda Baltazar, Nelo Teixeira e Patrícia Cardoso