O poeta cabo-verdiano Arménio Vieira completa este sábado, dia 29, 70 anos, com várias entrevistas para a imprensa a contrariar-lhe a rotina entre a sua casa do Platô (“o meu Castelo”) e a esplanada do Café Sofia, sua segunda residência.
“Hoje já joguei xadrêz”, diz Arménio, ao sair de casa, depois do almoço. “Mas eu agora dou aulas aos mais novos”, continua, “não tenho pedalada para esses gajos que ganham tudo”. Dos aniversários não faz caso, adianta, “às vezes chego mesmo a esquecer-me, não sei porque não se lembraram o ano passado quando fiz 69…”, graceja, com o seu inevitável sentido de humor.
No seu trigésimo aniversário escreveu o Poema da Esplanada, com caviar e champanhe: “Arriscando-me a uma gaffe gastronómica, pensei, mas depois verifiquei que os dois até que combinavam na perfeição.”
Os Bichos de Mito e de Arménio Vieira
Para além de algumas surpresas preparadas por amigos da cidade da Praia, em Lisboa prepara-se um espectáculo em homenagem ao poeta Prémio Camões, pela mão do artista plástico Mito, e alguns nomes da cultura das ilhas, residentes em Portugal. Zé Cunha, poeta e amigo de longa data e Zé Brasão, percussionista, fazem parte do projecto, juntamente com o contrabaixista Elmano Caleiro, que apresentam Tempo de Bichos - Projecto Magina, na livraria Bucholz, na Rua Duque de Palmela, às 18h30.
Arménio Vieira, que passou recentemente dois meses na cidade de Sines, no litoral alentejano, tira do nada de que “a rima perfeita é divina e bovina”, para depois explicar: “Deus que é nada do nada fez tudo, incluindo a rima; e já que o boi é o rei da paciência, esta também é indispensável à boa rima…”