„Luta ca caba inda“ é o mote para continuarmos nesta aventura de sonhar e de tomar emprestado sonhos de outros sonhadores. Da primeira imagem de Amílcar Cabral em 1972, feito por guineenses, ao mais recente filme de Sana na N‘Hada em 2022 foram 50 longos anos; do início da construção do cinema guineense à construção do arquivo de Malafo foram longos sonhos; de Enxalé a Malafo não é tão grande a distância, mas juntar Farim, Berlim, Bissau, Porto, Lisboa, Sonaco e Malafo só mostra como o mundo é pequeno quando partilhado em grande.
A Mediateca Abotcha é um espaço germinado da colaboração entre a Geba Filmes, a Comunidade de Malafo e outros amigas e amigos para criar acesso ao arquivo audiovisual da Luta da Libertação, e a tão sonhada biblioteca de Malafo (a Bibliotera), florindo num espaço de encontros para além das primeiras sementes. Na Abotcha, que significa “na terra” em Balanta, estão sempre presentes outras formas de cultura, de agricultura e de escultura da alma, e também outras formas de mediações contemporâneas e transmissões mediúnicas de saberes.
É dentro deste espírito que a convidamos a comemorar connosco o início de um novo percurso neste velho caminho de terra e de „luta ca caba inda“, em Malafo (entre Jugudul e Bambadinca), para a inauguração da Mediateca Abotcha.
PROGRAMA
14:00 Boas vindas com Pereira e Bedan Na Onça, apresentação da Mediateca Abotcha
15:00 “A pesca do arco-íris”, performance poético-musical com os jovens de Malafo
15:30 Mostra do arquivo da luta de libertação (Semana da Informação, Conacri, 1972, e Declaração da Independência em Boé, 1973) com Sana na N‘Hada e Flora Gomes
16:00 Gigantone Cabral a caminho de Bafatá CTO
16:30 Kabas-garandi (refeição)
17:30 Mostra do filme Nossa Terra, 1966
18:30 Encerramento
Sana na N’Hada, Flora Gomes, Suleimane Biai, Filipa César, Marinho de Pina e Pereira na Onça.