Não é portuguesa o suficente

A artista de banda desenhada, Amanda Baeza, não foi considerada “portuguesa o suficiente” para poder participar na criação de cartazes comemorativos do 25 de Abril deste ano na Amadora.Convidada pela organização do AmadoraBD para participar num grupo de artistas na criação de cartazes comemorativos do 25 de Abril naquele município, Amanda Baeza foi depois “desconvidada” com um argumento insustentável.

Pedro Moura, colaborador esporádico do Buala, e investigador dedicado à banda desenhada, escreveu um artigo no site da especialidade Bandas Desenhadas, no qual expõe toda a situação. Sendo um tema muito caro à missão do Buala, divulgamos aqui o mesmo.

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 Amanda Baeza Amanda Baeza

04.04.2023 | por martalanca | Amanda Baeza, banda desenhada, nacionalidade, Pedro Moura, Portugalidade, xenofobia

Mundo de Aventuras de José Fonte Santa I Évora

Curadoria de José Alberto Ferreira

Fundação Eugénio de Almeida I Centro de Arte e Cultura, Piso 2


Horário

MAIO - SETEMBRO
De terça-feira a domingo, 10h00-13h00 / 14h00-19h00

OUTUBRO - ABRIL
De terça-feira a domingo, 10h00-13h00 / 14h00-18h00

Entrada livre

João Fonte Santa é um dos artistas mais representativos da sua geração. O seu trabalho aborda a incessantemultiplicação de instâncias produtoras de imagens, a sua circulação na cultura de massas e a legibilidadeideológica destes processos. Fonte Santa apropria-se habitualmente de imagens — da banda desenhada aosjornais, da pintura à fotografia, da iconografia popular ao cinema — a partir das quais interroga sentidos,filiações, sensibilidades e identidades.As imagens e os seus modos de circulação integram as formações discursivas que produzem narrativasde poder e de saber. Por elas tanto se mitificam identidades como se caucionam relatos históricos ouhegemonizam discursos. É talvez por isso que elas são o campo privilegiado de questionação e de desafio,análise, desconstrução ou insubmissão por parte de muitos artistas. E é seguramente por isso que estesgestos de apropriação, transformação, re-significação e leitura instalam o acto de criação num territórioonde se cruzam crise e crítica, ética e estética, arte e sociedade.No percurso artístico de João Fonte Santa, a problematização das mitologias nacionais e a desconstruçãoda história, como acontece neste Mundo de Aventuras, tem sido uma constante. Nesta exposição, comefeito, interrogam-se narrativas identitárias em torno de três núcleos. No primeiro, aborda-se a identidadenacional, entre o Berço da nação e A portuguesa, duas peças que tensionam o tempo histórico atravessandoo espaço expositivo.Num segundo núcleo, abordam-se as imagens publicadas no relato dos exploradores portuguesesHermenegildo Capelo e Roberto Ivens, De Angola à contra-costa. As grandes telas que abrema exposição representam imagens daquele livro, originalmente publicado em 1886. Elas evocam a leituraaventurosa desta Descrição de uma viagem através do continente africano compreendendo narrativasdiversas, aventuras e importantes descobertas, como reza o subtítulo encantatório da obra, onde a faunae a flora são analisadas, fotografadas e reproduzidas ilustrando cada passo da travessia continental.Na exposição, é a fauna africana que domina as escolhas do artista, cujas telas de cores fortes e traçopreciso convidam a ler a evidência do mundo natural, submetido pelas armas e pela caça aos exploradoreshumanos. Não um paraíso, mas um paraíso selvagem que as armas domesticam e ordenam.É nesse contexto que se inscreve o terceiro núcleo, no qual o artista trabalha sobre um original debanda-desenhada português anónimo, sem título, datado de 1977, no qual se mitifica o herói branco emação numa África em guerra. A análise, apropriação, re-produção (isto é, literalmente, produção de novo)de vinhetas deste objecto contraria abertamente o eufórico mundo de aventuras que dá título à exposição.Em rigor, desafia-nos a mergulhar nos 31 desenhos da série, em chave serial, iterativa, elíptica e traumática.A exposição apresenta-se como um exercício de desmontagem das imagens de dominação, no queMarie-José Mondzain caracteriza como «descolonização do imaginário». Num mundo fortemente dominadopela imagem, o gesto de criação de (mais) imagens só pode recusar a lógica da acumulação e verter-se emanalítica do imaginário, desafiando-nos a reler as narrativas à luz das suas e das nossas contradições.É este o mundo de aventuras que lhe propomos.

José Alberto Ferreira, curador



Programa Inaugural

Sábado, 9 de julho | 16h00

Alice Geirinhas e José Alberto Ferreira conversam com João Fonte Santa sobre a exposição, seguindo-se uma visita guiada

Entrada livre, limitada à lotação do espaço

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João Fonte Santa

Estudou Pintura na Faculdade de Belas Artes da Universidade Clássica de Lisboa. Começou por se dedicar à produção de banda-desenhada underground no contexto do surgimento de fanzines. Lentamente, contudo, o seu trabalho afirmar-se-ia no campo da pintura. Trabalhando a partir de um extenso fundo de imagens e referências de cultura pop, edificaria uma obra que tem tanto de visualmente atraente como de pertinente no modo como apresenta uma visão do mundo particularmente crítica.  

Expõe regularmente desde meados dos anos 90. Das suas exposições individuais, destacam-se: 

Frozen Yougurt Potlash, Galeria VPF Cream Art, Lisboa;

O Aprendiz Preguiçoso, Festival Sonda, Atelier-Museu António Duarte, Caldas da Rainha;
Do Fotorrealismo à Abstração, Salão Olímpico, Porto.
Pintura Para Uma Nova Sociedade, Museu do Neo-Realismo, Vila Franca de Xira;
TODOS OS DIAS A MESMA COISA – CARRO – TRABALHO – COMER – TRABALHO – CARRO – SOFÁ – TV – DORMIR – CARRO – TRABALHO – ATÉ QUANDO VAIS AGUENTAR? – UM EM CADA DEZ ENLOQUECE – UM EM CADA CINCO REBENTA!, Galeria VPF Cream Art, Lisboa;
O Colapso da Civilização, VPF Cream Art, Lisboa;
Bem-vindos à Cidade do Medo, MAAT, Lisboa

Algumas exposições coletivas:

Zaping Ecstazy, CAPC, Coimbra
Plan XX!, G-Mac, Glasgow
Terminal, Fundição de Oeiras, Oeiras
Gabinete Transnatural de Domingos Vandelli, Museu de História Natural da Universidade de Coimbra, Museu Nacional/Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Café Portugal
, Design Factory, Bratislava; FEA, Évora
Glocalização ou Colapso, Obras na Coleção MG, espaço Adães Bermudes, Alvito
Portugal Portugueses, Museu Afro-Brasil, São Paulo
Utopia/Dystopia, MAAT, Lisboa
Studiolo XXI, FEA, Évora
A Incontornável Tangibilidade do Livro ou o Anti-Livro, MNAC, Lisboa
Cosmo/Política #7, Museu do Neo-Realismo, Vila Franca de Xira;

José Alberto Ferreira
Docente convidado da Universidade de Évora, onde leciona disciplinas da área da história e teoria do teatro. Tem colaboração dispersa em vários jornais e revistas, nacionais e internacionais.  Dirigiu e produziu o Festival Escrita na Paisagem (2004-2012), no âmbito do qual programou projetos e criações de artistas nacionais e internacionais na área do teatro e do transdisciplinar. Foi o curador português do projeto INTERsection: Intimacy and Spectacle, integrado na Quadrienal de Praga. Dirigiu e programa Ciclos de São Vicente, em Évora (2011-2017). É o Director Artístico do Centro de Arte e Cultura da Fundação Eugénio de Almeida desde 2018. 

Publicou, além de textos dispersos por catálogos e revistas, Uma Discreta invençam (2004), sobre Gil Vicente, Por dar-nos perdão (2006), sobre teatro medieval, Da vida das Marionetas, sobre os Bonecos de Santo Aleixo (2015). Editor e coeditor de vários títulos, de que destaca Escrita na paisagem (2005), Autos, passos e Bailinhos (2007), Tradução, Dramaturgia, Encenação  (2014), Perpectivas da investigação e(m) artes: articulações (2016), Teatro do Vestido. Um dicionário (2018). Colabora com várias organizações ministrando cursos e seminários.

08.08.2022 | por Alícia Gaspar | banda desenhada, cinema, Descolonização, exposição, fotografia, joão fonte sana, jornais, mundo de aventuras

Concurso Internacional de Banda Desenhada/ Histórias em Quadrinhos Avenida Marginal

A quarta edição do Concurso Internacional de Banda Desenhada/ Histórias em Quadrinhos Avenida Marginal está a receber narrativas numa única prancha (página) até 25 de novembro de 2018. O primeiro prémio consiste de 500 euros e um ano de propinas pagas em licenciatura ou mestrado na Universidade Lusófona de Lisboa.
Não temos limite de idade e o tema é livre. Para além disso as melhores histórias farão parte de uma exposição itinerante até 2021. O concurso está aberto a todos os autores que residem em países lusófonos (CPLP) e diáspora portuguesa no mundo. Para mais informação leia o regulamento em https://concursobdavenidamarginal.blogspot.com

05.09.2018 | por martalanca | Avenida Marginal, banda desenhada

Banda Poética - Fanzine de Poesia e Banda Desenhada

Amanhã, dia 24 de julho, será lançada na Praia, Cabo Verde a Fanzine Banda Poética.


Apresentação por Abraão Vicente. 
Com a presença da editora (Inês Ramos), dos autores (Anilton Levy, Álvaro Cardoso, António Lopes Teixeira, Sai Rodrigues, Flor Porto e Heguinil Mendes) e do artista plástico Bento Oliveira.
Leitura dos poemas incluídos no fanzine. 
Exposição dos originais das ilustrações e da Banda Desenhada do fanzine.

 

 

EDITORIAL

A ideia deste fanzine colectivo surgiu durante as feiras do livro de Poesia e Banda Desenhada que desenvolvi na Praia, em Cabo Verde. A essas feiras vinham ter comigo jovens artistas (desenhadores e poetas), querendo mostrar os seus trabalhos. Deparei-me com obras de qualidade feitas por gente jovem, disponível, interessada e, acima de tudo, humilde.
Não havendo meios para editar, essas obras foram ficando nas gavetas ou nos estiradores. Muitas outras, muitas mesmo, estarão nas suas cabeças, prontas a sair para o papel. E foi exactamente por isso que me surgiu a ideia de um fanzine colectivo. Essa criatividade que fervilha nas suas cabeças não pode perder-se. Estes jovens com tanto talento não podem cair no desânimo. Há que mostrá-los ao mundo. Há que incentivá-los. Há que reconhecer o seu mérito.
O Álvaro, o Anilton, o António, a Flor, o Hegui e o Sai são a esperança na juventude cabo-verdiana. Será este tipo de jovens o motor da cultura no futuro. 
Mesmo sem meios, muitas vezes sem dinheiro para comprar material, estes jovens persistem e resistem, desenhando com o que têm à mão, mas sempre solidários uns com os outros. Este fanzine é o grande exemplo disso: da solidariedade, da generosidade, da humildade.
Espero, muito sinceramente, que todos eles tenham um futuro próspero nas artes. Que todos eles possam um dia editar as suas obras e o público lhes reconheça o talento.
Deixo, por fim, um grande abraço agradecido a todos os autores, por este projecto tão bonito que ajudaram a nascer.

Inês Ramos  

 

contacto aqui

24.07.2012 | por samirapereira | banda desenhada, cabo verde, poesia

CBDPT 2012 Call for Papers | 2ªs Conferências de Banda Desenhada em Portugal


Na biblioteca Orlando Ribeiro, dias 28 e 29 de Setembro de 2012.
‘A banda desenhada pode ser entendida enquanto arte e disciplina artística, meio e modo de expressão, mas também uma rede específica de relações sociais e uma tecnologia, um conjunto de instituições e uma relação económica. Isso permite que possa, a um só tempo, ser estudada por disciplinas tão variadas quanto a estética, a teoria da cultura, a economia, a sociologia, a semiologia, a narratologia, a mediologia, a psicanálise, os estudos pós-coloniais, os estudos feministas, a queer theory, a história da arte, a história do livro, assim como estruturações muito específicas dos discursos desenvolvidos no interior da área dos já chamados Estudos de Banda Desenhada (Comics Studies) como do cruzamento interdisciplinar entre as disciplinas indicadas ou além delas.
Estão abertas as inscrições a todos aqueles que desejem apresentar uma comunicação em torno destes objectos artísticos.’
Para mais informações consulte: http://www.cbdpt.blogspot.pt/.

28.05.2012 | por joanapereira | banda desenhada, conferências, Portugal

Concurso Internacional de Banda Desenhada (Comics) 2012

2ª Edição do Concurso Internacional de Banda Desenhada Avenida Marginal.

Uma prancha, tema livre. O prazo de entrega termina no dia 29 de Abril.
Pode enviar trabalhos já publicados.

Participe!

26.04.2012 | por herminiobovino | banda desenhada