O cineasta de origem angolana Jeremy Xido, autor do aclamado documentário “Death Metal Angola”, estreia hoje a terceira parte do seu mais recente trabalho, “The Angola Project”, no festival COIL, em Nova Iorque.
“Ao longo de quatro dias, vou mostrar as três partes do projeto. A parte 1 e a parte 2 já foram apresentadas em Lisboa no ano passado, no Teatro Maria Matos, mas esta última parte tem tudo a ver com Nova Iorque e fazia todo o sentido que estreasse aqui”, disse Xido à agência Lusa.
O realizador centra o seu trabalho na interseção entre ficção e realidade e em “The Angola Project”, mistura cinema e performance ao vivo para contar a história do processo de realização do seu mais recente filme.
Na primeira parte, planeia uma viagem a Angola, mas os seus planos falham; na terceira parte, convida a audiência a participar na realização do filme e, na terceira e última parte, convida os espectadores a partilhar pormenores da sua vida, das suas viagens e experiências sobre o colonialismo.
“É como se estivessem a editar o filme comigo. As pessoas vêm o filme a ser construído e, ao mesmo tempo, a ser destruído”, explicou.
“Quero sublinhar a ficção da realidade e a ficção que existe nos espaços reais”, adiantou, dizendo que espera “que as pessoas abandonem o teatro com a convicção de que o mundo em vivem é muito mais complexo do que achamos.”
Jeremy tem origens angolanas e nasceu em Detroit, nos Estados Unidos. Estudou na Universidade de Colúmbia e, além de cineasta, trabalha como ator, artista e performer.
Xido acredita que este será o seu último projeto sobre Angola.
“Neste momento, já estou a trabalhar noutros dois projetos. Uma ficção sobre a nação do Islão e um documentário sobre o tráfico de ossos de dinossauro na Mongólia”, relatou.
“The Angola Project” poderá ser visto esta semana no espaço Invisible Dog, em Brooklyn, como parte da programação do COIL, o festival de inverno do Performance Space 122.