No “balanço pessoal” que faz da última edição do festival Mindelact, que terminou no passado dia 17 de Novembro, João Branco, director artístico do evento desde a sua criação, dá os parabéns à cidade do Mindelo pela forma como acolheu, “de braços abertos”, a 17.ª edição do Festival Internacional de Teatro daquela cidade.
“Há muitos anos que não tinhamos tanta gente a encher todos os espaços da programação”, afirma João Branco, aproveitando para voltar a alertar para a falta de espaços cénicos em São Vicente: “salas cheias, algumas delas a rebentar pelas costuras, vieram mais uma vez lembrar do que se poderia fazer havendo uma sala de espectáculos com mais condições e, principalmente, mais lugares disponíveis para um público crescente e apaixonado”. A este respeito, lembra também a situação do Éden Park, sala fechada há vários anos e que continua com o futuro incerto: “Mais um ano em que o festival mindelact se fez obrigando muita gente a ficar de fora das salas de apresentação por falta de espaço com o cadáver do cine-teatro Éden Park a assistir, impávido e sereno, do alto da principal praça da cidade, ao acontecimento e ao constrangimento”.
O festival foi, ainda assim, um “grande sucesso de público”, em todas as propostas de programação: no palco principal, no festival off, no espaço dedicado às crianças, no ciclo internacional de contadores de histórias. No depoimento que publicou no blog Café Margoso, Branco destaca ainda a intensidade da programação - “cerca de 30 espectáculos de teatro, uma média superior a três apresentações por dia” - , que envolveu “20 companhias oriundas de 12 países”. A procura registada para as oficinas (“superior a noventa por cento”) é outro factor valorizado pelo director do Festival, que afirma: “Acredito, cada vez mais, e tenho tido várias confirmações e testemunhos de quem conhece a realidade africana, que o festival mindelact é hoje o maior evento das artes cénicas africanas”.
notícia retirada de Cena Aberta
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