Sarah Maldoror: Cinema Tricontinental
Sarah Maldoror, Maya Mihindou, Chloé Quenum, Anna Tje.
Patente até 27.11.2022
Horário: Terça a domingo das 10h-13h e 14h-18h
Local: Torreão Nascente da Cordoaria Nacional
As Galerias Municipais apresentam no Torreão Nascente da Cordoaria a exposição “Sarah Maldoror: Cinema Tricontinental”, organizada pelo Palais de Tokyo, Paris, e pelas Galerias Municipais, Lisboa, no âmbito da programação da Temporada Portugal – França 2022. A exposição foi apresentada no Palais de Tokyo entre 25/11/2021 e 13/03/2022.
A obra da cineasta Sarah Maldoror encontra-se associada às lutas de libertação de várias nações do continente africano nas décadas de 1960 e 1970, as quais constituem o tema e pano de fundo de muitos dos seus filmes. Nascida em Gers, em 1929, a cineasta emerge na cena cultural parisiense em meados da década de 1950, utilizando já o nome adotado de Maldoror em alusão ao herói maléfico dos Cantos de Maldoror (1868) do Conde de Lautréamont, redescobertos e celebrados pelos poetas surrealistas e nos quais Aimé Césaire encontrava “o homem de ferro forjado pela sociedade capitalista” (in Discurso sobre o Colonialismo, 1950).
À época, Sarah Maldoror fundava Les Griots, a primeira companhia de teatro de atrizes e atores afrodescendentes em França, que se tornou famosa com a escandalosa produção de Os Negros, de Jean Genet. Porém, Maldoror já se encontrava noutro lugar, a Leste e a Sul: em África, com o seu parceiro Mário Pinto de Andrade, em Moscovo para estudar cinema, e depois em Argel, antes de se instalar em Saint-Denis, perto de Paris, a partir de onde continuaria a viajar, pelas Caraíbas e pelos continentes africano e americano.