"Sei o que se passa na cabeça de um animal." - entrevista a Ruy Duarte de Carvalho

"Sei o que se passa na cabeça de um animal." - entrevista a Ruy Duarte de Carvalho Hoje já não sei o que dessa recusa é consciente ou inconsciente. Sei é que as razões angolanas continuam a arrepiar-me e as razões portuguesas me deixam perfeitamente indiferente, desde que não impliquem as razões angolanas. Isto, para mim, é uma evidência. Não decorre de nenhuma elaboração mental, ou de uma qualquer afirmação de ordem política.

Ruy Duarte de Carvalho

24.09.2024 | por Maria João Seixas

“A Cesária permanece igual mesmo quando tudo muda à sua volta”, entrevista a Ana Sofia Fonseca

“A Cesária permanece igual mesmo quando tudo muda à sua volta”, entrevista a Ana Sofia Fonseca ML: A geração mais velha que, entretanto, conseguiu alguma ascensão social ainda terá presente essa memória da fome. Mas a Cesária também retribui com a partilha da comida. ASF: A Cesária usa a fama e o sucesso para quê? Para ter o que ela considera importante em termos materiais - ter uma casa e ter comida. E comida não só para ela, mas para todos ao seu redor. A Cesária tem esse sentido comunitário. A Cesária põe uma panela ao lume vinte e quatro horas por dia, tem três arcas frigoríficas. Sabia o que era a fome e tentava que à sua beira não existisse. Acho que isso mostra uma consciência social muito forte. A Cesária tinha a porta aberta para toda a gente e não fazia distinção mas, na verdade, preferia muito mais receber os marginalizados da sociedade do que a elite.

Afroscreen

03.03.2023 | por Marta Lança

Samora Machel. Uma biografia. PRÉ-PUBLICAÇÃO

Samora Machel. Uma biografia. PRÉ-PUBLICAÇÃO Samora Machel é recordado como o primeiro presidente de Moçambique e um dos líderes africanos notáveis que foram assassinados, nomeadamente Patrice Lumumba (Congo), Amílcar Cabral (Guiné-Bissau) e Thomas Sankara (Burkina Faso). Para os moçambicanos, foi o chefe da FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique), o exército guerrilheiro que, contra grandes adversidades, trouxe liberdade à sua pátria; na esfera internacional, no entanto, foi muito mais do que isso. Em toda a África Austral, Samora foi um herói para os oprimidos. Os seus êxitos militares contra um regime colonial apoiado pela África do Sul, a Rodésia, os Estados Unidos e os seus aliados da NATO, reforçaram a sua reputação revolucionária. O seu apoio às forças de libertação do Zimbabwe e ao Congresso Nacional Africano, que se revelou muito oneroso para Moçambique, elevou ainda mais a sua estatura.

Mukanda

25.01.2023 | por ALLEN ISAACMAN e BARBARA ISAACMAN

Livro | Cesária Évora

Livro | Cesária Évora ELA retira com um movimento o maço de tabaco com isqueiro e levanta-se da cadeira com um pesado “oi” e começa a seguir o trilho traçado pela lanterna do Ângelo, consciente de que, mal transgrida o limiar seguro da escuridão, vão acordar todas as luzes que vagueiam pelo palco, vão virar para ela todas as objetivas, vão acender luzinhas de controlo de máquinas de filmar, e, afinal, toda a sala vai vibrar com palmas e gritos.

A ler

13.12.2020 | por Elżbieta Sieradzińska

Ingmar Bergman, o caminho contra o vento de Cristina Carvalho

Ingmar Bergman, o caminho contra o vento de Cristina Carvalho Este livro é como uma radiografia e nela transparece e impressiona uma incómoda presença da humanidade, quase repulsa da mesma depois de a ter conhecido, uma necessidade de esquecer fantasmas (constantes sombras nas paredes) e, como pano de fundo, o desejo de esquecer o peso insuportável da popularidade, e de esquecer os pesadelos de uma infância dura e traumática.

Palcos

16.10.2019 | por José Manuel Castanheira

Encontros imediatos: Carlos Moore e Fela Kuti

Encontros imediatos: Carlos Moore e Fela Kuti O etnólogo/historiador cubano Carlos Moore conheceu Fela Kuti e travaram uma relação para além da música. Em 1981, Moore escreveu a biografia do rei do afrobeat, que irá ser lançada no Brasil por esses dias, pela editora Nandyalla. Goli Guerreiro fala sobre a relação biografo/ biografado e aproxima-nos a estes dois homens. Actualmente Carlos Moore habita na Bahia onde está há cerca de dez anos.

Palcos

22.06.2011 | por Goli Guerreiro

Desconstruindo utopias, António Tomás escreve sobre Cabral

Desconstruindo utopias, António Tomás escreve sobre Cabral António Tomás acolhia os elogios nesse momento de grande realização pessoal depois de tanta luta e sacrifício para um livro exigente como este dar à estampa. "O Fazedor de Utopias" mostrou novas facetas de um pensador e combatente africano.

Cara a cara

18.09.2010 | por Marta Lança