Conhecida como música do gueto, um novo ritmo chamado "batida" (ou afro-house) tem marcado as pistas de dança em Portugal e no mundo. Os Djs da Quinta do Mocho foram precursores nessa nova estética cosmopolita, beneficiando-se do fenómeno da digitalização da música para reinterpretar estilos e fazerem-se visíveis. Este é o caso do Studio Bros, cuja sonoridade afrodiaspórica é capaz de pôr a dançar todos aqueles que vivem nas "margens" do planeta.
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01.07.2022 | por Otávio Raposo
Embora invisível, há um “muro” a separar a Quinta do Mocho da cidade à sua volta. Empurrados para bairros precarizados e segregados, as populações imigrantes e/ou afrodescendentes são guetizadas por políticas públicas promotoras da marginalização social. É o que explica o Sr. Vítor sobre a construção da Quinta do Mocho: “já havia a ideia de se construir um gueto”.
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07.06.2022 | por Otávio Raposo
A história do Sr. Vítor encontra muitos paralelos com a de outros imigrantes, marcada pelo trabalho nas obras, as dificuldades em continuar os estudos e a habitação precária. A história da Quinta Mocho, onde vive o Sr. Vítor, tem muitas semelhanças com a de outros “bairros sociais” da periferia de Lisboa. O modelo de realojamento ali adotado não incorporou a opinião dos moradores e acabou por reproduzir as lógicas de silenciamento, imposição e exclusão entre aqueles que vivem em regime de subalternidade urbana.
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18.05.2022 | por Otávio Raposo
Durante os tours de street art o enfoque nas obras artísticas vai para “segundo plano” diante da curiosidade dos turistas pelo quotidiano multicultural da Quinta do Mocho. Nesse processo, o guia Kally promove uma “curadoria informal”, articulando em suas falas representações alternativas sobre o bairro com elementos estéticos que não raramente dialogam com o sonho de uma sociedade mais justa.
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12.05.2022 | por Otávio Raposo
O tempo tem os seus contrastes na Quinta do Mocho: da mãe que de emprego em emprego pouco tempo dispõe para estar com os filhos, às densas sociabilidades entre vizinhos que fazem da entrada dos seus prédios um ponto de encontro. Com tempo ou sem tempo, uma coisa é certa no bairro: a rotina deve ser quebrada.
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30.03.2022 | por Otávio Raposo
Antigo coletivo de artistas da Quinta do Mocho, Kebrada 55 tornou-se também o nome de um bar, onde DJs, rappers e kuduristas se reúnem para conviver e pôr em ação as suas inovações musicais.
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17.03.2022 | por Otávio Raposo
Recusando a imagem comum que associa a Quinta do Mocho a um território de pessoas incivilizadas e “sem cultura”, os jovens querem contribuir para o bem-estar do bairro.
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24.02.2022 | por Otávio Raposo
As ruas da Quinta do Mocho são locais de intenso convívio. Nelas, as tias vendem maçaroca na brasa, pastéis de milho, torresmo, frango no churrasco, e, claro, bebidas para acompanhar. O sorriso dessas mulheres sinaliza a simpatia que é comum a todo bairro.
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21.02.2022 | por Otávio Raposo
Da periferia ao centro de Lisboa, a música transita, e com ela reinventa-se uma cidade a partir de novos saberes, imaginários e pertencimentos promotores de uma cultura negra e africana. Em palco, PekaGboom e Bráulio Pitra saúdam os países africanos de língua oficial portuguesa, conclamando a todos a valorizarem a sua história.
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17.02.2022 | por Otávio Raposo
“Ainda somos escravizados na sociedade moderna, mas houve muitos grandes homens que morreram para hoje estarmos aqui a gozar dessa liberdade”, diz PekaGboom. Bráulio concorda, e evoca a importância do 25 de abril. As revoluções são ensinamentos e também uma urgência, pois o quotidiano de racismo, precariedade e salários indignos permanece. “Vida preta do negro” é o manifesto.
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22.12.2021 | por Otávio Raposo
No tabuleiro do rap haverá uma cor que identifique este estilo musical? As peças de damas de PekaGboom e Bráulio estão posicionadas, uma partida que inspira reflexões sobre as origens do rap, a identidade e a cultura.
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15.12.2021 | por Otávio Raposo
Ser artista mobiliza sonhos e responsabilidades. A aprendizagem é coletiva, não existindo qualquer perspetiva de evolução sem o apoio e a orientação dos colegas.
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13.12.2021 | por Otávio Raposo
O lema é do bairro para o mundo. Por via da arte, os jovens da Quinta do Mocho constroem horizontes de oportunidades, projetando novas visibilidades sobre si próprios e o bairro onde vivem.
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01.12.2021 | por Otávio Raposo
O corpo é rítmico e balança ao sabor da música rap. Os sentimentos de felicidade e liberdade acompanham a performance de Bráulio Pitra, que nem o ruído do avião é capaz de conter.
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30.11.2021 | por Otávio Raposo
Entre a música e a dança serve-se à noiva a refeição principal, à base de arroz, leite fermentado e óleo de palma. O tambor de água (ou tina) marca o ritmo do festejo, acompanhada pelo djembê, sikó, wafe e as canções tradicionais ligadas a esse ritual.
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16.11.2021 | por Otávio Raposo
Gueto é a tradução de um bairro entre “guerra” e “paz”. Para aqueles que lá vivem, recusa-se o rótulo de “piores” e reivindica-se o direito à cidade. Das “assadas” ao “amor”, novos sentidos são dados a esses territórios de “memórias” que não querem estar reféns da segregação urbana.
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10.11.2021 | por Otávio Raposo
“Hoje em dia o meu bairro é um local turístico. Antigamente era um local problemático, um local que ninguém queria pisar”, diz Yuri G entre freestyles de rap. Mas a beleza da street art, continua ele, não pode servir de ornamento para disfarçar as condições degradadas que permanecem no bairro.
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03.11.2021 | por Otávio Raposo
Yuri G tá na casa e a poesia é em crioulo. “Disseram para eu esquecer a minha cultura sem nenhuma razão”. Sem medo da igualdade, ele aponta o dedo ao racismo. É a resistência no gueto. O rap é a arma.
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26.10.2021 | por Otávio Raposo
Festa no Mocho - A festa é o momento de confraternização por excelência, quando diferentes gerações se juntam para comer, dançar e celebrar.
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20.10.2021 | por Otávio Raposo
A Quinta do Mocho tornou-se um bairro cool para os visitantes que buscam experiências alternativas ao turismo de massa.
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14.10.2021 | por Otávio Raposo