Somos suscetíveis à obscuridade. Não apesar, ou por causa da tecnologia moderna. Mas porque "o que é a história senão uma fábula na qual concordamos?" (Napoleão, talvez). Nossas ‘postagens’, ‘partilhas’ e hashtags se dissiparão no vazio digital quando começarmos a nos enxergar como geração que experienciou um excesso de visibilidade individual, se empolgou e esbaldou. E o ‘esbaldar’ é indiferente à mudança, assim como a mídia social é indiferente à justiça social. Hoje em dia, parece que atribuir natureza revolucionária à tecnologia é depreciar nosso potencial revolucionário como seres sociais, com todas as suas complexidades.
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24.05.2020 | por Mirna Wabi-Sabi
Além da sistematização do luso-tropicalismo, Um brasileiro… fornece-nos informação parcelar sobre a viagem de Gilberto Freyre pelos territórios ultramarinos portugueses, elementos para o estudo da recepção do seu pensamento em Portugal e nas colónias portuguesas e para o conhecimento da sua rede de sociabilidades neste país.
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31.03.2013 | por Cláudia Castelo
Analisa-se a relação do Estado Novo português com o luso-tropicalismo no período do colonialismo tardio, com base na leitura crítica de documentos políticos. A visita de Gilberto Freyre a Portugal e às suas colónias, em 1951-1952, marca um ponto de viragem entre a rejeição e à apropriação das máximas lusotropicais para legitimar a soberania portuguesa no ultramar. Depois do início da luta de libertação em Angola, esse processo é ‘radicalizado’: paradoxalmente, o regime português esforça-se por inculcar a norma anti-racista nos portugueses e conformar o comportamento dos funcionários administrativos e dos colonos ao ideário luso-tropicalista.
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05.03.2013 | por Cláudia Castelo
Amador, o líder da grande revolta de escravos de 1595, é uma figura emblemática da história de São Tomé e Príncipe. ste artigo aborda as fontes primárias e a literatura secundária sobre Amador e a sua insurreição que, em termos da dimensão, duração e impacto, foi uma das maiores revoltas de escravos de toda a história atlântica. Em seguida, discute um conhecido mito colonial, segundo o qual Amador teria sido rei dos angolares.
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08.02.2011 | por Gerhard Seibert
Mal ou bem eis os alicerces conceptuais daquilo que seria, após as independências africanas, a lusofonia, cujas linhas de força e definição são ainda objecto de debate. Gilberto Freyre destacou o papel de Portugal na construção de um espaço cultural comum lusotropical, sem perder de vista o protagonismo presente e futuro do Brasil naquele espaço faltando-lhe, no entanto, uma visão mais clara acerca da evolução e o papel a desempenhar por parte dos futuros países africanos. O seu legado ainda hoje reverbera na tentativa de construção de comunidades linguísticas e culturais numa era ambivalentemente pós-colonial, de processos híbridos intensificados e globalização acelerada.
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28.06.2010 | por Fernando Arenas
O episódio mais controverso de "Aventura e rotina" foi a breve visita realizada por Gilberto Freyre a três ilhas do arquipélago, S. Vicente, Santiago e Sal. Esta visita era aguardada com grande expectativa por parte da intelectualidade cabo-verdiana aglutinada em torno da revista Claridade. (...) Pouco tempo depois da publicação de Aventura e rotina, Baltasar Lopes refutou ponto por ponto as observações feitas por Gilberto Freyre nas questões do Criolo, a identidade cultural cabo-verdiana, gastronomia, arte popular, a caracterização do tipo de mestiçagem que houve no arquipélago, assim como a comparação cultural feita por Freyre entre Cabo Verde e as Antilhas.
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16.05.2010 | por Fernando Arenas