A publicação, a 26 de agosto de 1789, da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, que estipulava que todos os homens eram livres e iguais, é um marco incontornável. O documento abriu novas expectativas, rapidamente defraudadas no que respeita aos mulatos e aos negros de São Domingos. Prova disso foram a tortura e a execução de Vincent Ogé, em 1791. Ogé deixou Paris, onde trabalhou com Julien Raimond6, e liderou uma revolta em São Domingos, próximo de Le Cap. Para o efeito, contou com o apoio dos Amis des Noirs, e foi instigado e apoiado por Thomas Clarkson, tendo, inclusive, recebido armamento em Inglaterra. Ogé, mulato livre nascido na ilha de São Domingos, liberal, apelou a interesses comuns de brancos e mulatos, ambos proprietários de escravos. Esta postura não o salvou de ser barbaramente torturado e executado. Antes de morrer, Ogé pediu clemência. A sua morte inflamou o debate sobre a questão colonial em França.
A ler
16.03.2022 | por Mariana Carneiro
Yuri G tá na casa e a poesia é em crioulo. “Disseram para eu esquecer a minha cultura sem nenhuma razão”. Sem medo da igualdade, ele aponta o dedo ao racismo. É a resistência no gueto. O rap é a arma.
Afroscreen
26.10.2021 | por Otávio Raposo
A história de consumo do Outro, foi fulcral para garantir à igreja um plano estratégico de massacre da carne negra, uma carne amaldiçoada pelo olhar diabólico do mundo europeu com a marca de Caim que só seria expurgada através do trabalho servil, da entrega de si ao serviço do outro. Um corpo carne, um corpo máquina, um corpo deforme, um corpo de talho, pronto para um consumo voraz. Um corpo que serviu de suporte para manter toda a produção da sociedade europeia. Um corpo que ainda serve como cargueiro forte para elevar prédios, construir mansões ou servir de deleite sexual. Um corpo que é ainda é alvo, Um corpo sem política. Um não-corpo.
Mukanda
23.09.2021 | por Rodrigo Ribeiro Saturnino (ROD)
Depressa percebi o que era Abril. E hoje percebo ainda mais a sua necessidade e importância. A luta pelos direitos nunca foi nem nunca será garantida. É diária e extremamente instável. Precisa de vozes, de eco, de gritos. Precisa de inquietação. Abril foi e é também uma das razões pelas quais eu posso cá estar hoje. A ocupar este espaço que durante muito tempo não foi meu nem de nenhuma mulher. Um espaço pequenino, confinado, como uma quarentena obrigatória em que não era suposto sair à rua e muito menos reivindicar o que seria meu por direito. Em que não era suposto eu ter uma opinião e muito menos expressá-la num lugar qualquer, fosse ele político ou social, académico…
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03.11.2020 | por Marta Dias
Entendemos como as mulheres se tornam agentes da sua emancipação e confirma-se a necessidade de tratarmos da reconfiguração das relações no espaço privado, nas relações amorosas e, em particular, a reconfiguração das relações sob o ponto de vista masculino. Quais as controvérsias que o processo de emancipação feminina engendra em Cabo Verde? Que transformações radicais foram operadas? Que efeitos concretos foram trazidos pela entrada maciça das mulheres na vida pública?
Corpo
29.01.2019 | por Iolanda Évora