Reconhecemos as ambiguidades que constituem formas de curto-circuito inerentes à processos coletivos de produção de conhecimento, que antes do que retenção de informação ou presunção de campos de exclusividade temática, ensaiam formas de distribuição de energias, capacidades e responsabilidades na invenção do comum. O posicionamento crítico e na fronteira dos espaços legitimados de conhecimento não supõe uma desvalorização da erudição (popular, acadêmica, indígena, militante, etc.), porém estejamos habitadxs por condições de acesso diferenciadas à distintos regimes discursivos (como os discursos hegemônicos acadêmicos ou sobre a arte, repertórios léxicos ativistas ou vozes indígenas).
Mukanda
10.08.2021 | por vários
A poesia existe nos fatos. Os casebres de açafrão e de ocre nos verdes da Favela, sob o azul cabralino, são fatos estéticos. O Carnaval no Rio é o acontecimento religioso da raça. Pau-Brasil. Wagner submerge ante os cordões de Botafogo. Bárbaro e nosso. A formação étnica rica. Riqueza vegetal. O minério. A cozinha. O vatapá, o ouro e a dança.
Toda a história bandeirante e a história comercial do Brasil. O lado doutor, o lado citações, o lado autores conhecidos. Comovente. Rui Barbosa: uma cartola na Senegâmbia. Tudo revertendo em riqueza. A riqueza dos bailes e das frases feitas. Negras de jockey. Odaliscas no Catumbi. Falar difícil.
O lado doutor. Fatalidade do primeiro branco aportado e dominando politicamente as selvas selvagens. O bacharel. Não podemos deixar de ser doutos. Doutores. País de dores anônimas, de doutores anônimos. O Império foi assim. Eruditamos tudo. Esquecemos o gavião de penacho.
Mukanda
31.10.2018 | por Oswald de Andrade
Se escrevo é para não sucumbir ao silenciamento corrosivo, é porque tantos lutaram - e morreram - para que possamos engatinhar no aprendizado trôpego de exercer a democracia. Escrevo para que sejamos atentos uns aos e com os outros, porque, destes tantos muitos, somos vários que no dia seguinte estávamos a bater, lado a lado, o cartão de ponto.
Mukanda
26.04.2016 | por Daisy Serena
Afrique 50 é um documentário assumidamente anti-colonial que procura revelar a verdade de um regime colonial francês que baseia a sua supremacia no primado da força e da violência, na exploração capitalista da mão-de-obra negra assalariada, na negação da liberdade dos povos africanos e na falsa ideologia do progresso e da superioridade da cultura europeia.
Afroscreen
21.12.2015 | por Joaquim Pedro Marques Pinto
No rescaldo de uma conversa de há uns minutos, a propósito de um ensaio ("A Importância de Tratar o músico como profissional e não um animador") que escrevi para uma revista de solidariedade social, dei por mim a pensar que há ensaios que têm de ser manifestados oralmente. Aos que não lêem, porque se desabituaram, e aos que queriam ler mas estão, infelizmente, fisicamente incapacitados para o poder fazer.
Soraia Simões
muralsonoro.tumblr.com
Mukanda
16.08.2012 | por Soraia Simões de Andrade