Teleteatro de Bissau

Sinopse: 

Teleteatro de Bissau é uma mostra de teleteatros guineenses, realizados na Guiné-Bissau e na sua diáspora em Portugal. Geradores de fluxos artísticos entre geografias, dão a conhecer, com humor, formas de invisibilidade social, nomeadamente os desafios de quem luta por uma vida melhor, emigrando ou dubriando …. 

Calendarização 

4 de Outubro

Lixo de Europa (2022; 8’) de Nbana Kabra & Samba Tenen

Sinopse: Curta-metragem humorística sobre emigrantes respigadores, nos contentores de lixo na zona de Queluz. 

Nunde Independência (2023; 4’) de Axy Demba

Sinopse: Reflexão crítica sobre as conquistas alcançadas pela independência. 

Poder di Tchom (2022; 22’) de Tcharlaça Comedy Bissau

Sinopse: As aventuras de um jovem guineense que deseja imigrar para a Europa.

02.10.2023 | by martalanca | Teleteatro de Bissau

Mulheres nas descolonizações, modos de ver e saber

II Encontros

“Descolonizar, dizem elas” *
(*a partir de Destruir, diz ela, Duras, 1969)

Hangar, 29-30 de Setembro

Toca Tchoro © Daniel Barroca e Catarina Laranjeiro (Fogo no lodo, 2023)

A segunda edição dos Encontros MULHERES NAS DESCOLONIZAÇÕES. MODOS DE VER E SABER junta criadorxs, curadorxs e investigadorxs para uma reflexão sobre os olhares, saberes e práticas de mulheres nas libertações e nos processos decoloniais, e sobre como, partindo destes, encetando novas práticas artísticas e comunicacionais, e potenciando novas perspectivas identitárias, se (re-)imagina o (pós-)colonialismo
Programa de investigação-acção, parte das práticas artísticas, de novos modelos de comunicação e da reflexão sobre os mesmos para questionar “políticas da memória” e identidade, ensaiando gestos de restituição. A reflexão sobre e a afirmação de modos de ver e fazer no feminino são centrais num processo necessário de cura e restituição.

Curadoria: Maria do Carmo Piçarra

Doutorada em Ciências da Comunicação, Maria do Carmo Piçarra é professora na Universidade Autónoma de Lisboa, investigadora contratada no ICNOVA e programadora de cinema. Tem investigado propaganda cinematográfica e a censura durante o Estado Novo, o cinema militante africano e os modos de ver e conhecer das mulheres durante os processos de descolonização. Entre outros livros e artigos, é autora de Olhar de Maldoror. Singularidade de um cinema político (2022), Projectar a ordem. Cinema do Povo e propaganda salazarista 1935 – 1954 (2020), Azuis ultramarinos. Propaganda colonial e censura no cinema do Estado Novo” (2015). Coordenou, com Jorge António, a trilogia Angola, o nascimento de uma nação (2013, 2014, 2015) e, com Teresa Castro, (Re)Imagining African Independence. Film, Visual Arts and the Fall of the Portuguese Empire (2017). Dinamiza a Aleph – Rede de Acção e Investigação Crítica da Imagem Colonial.

DIA 29

Identidade e memória nas práticas artísticas e da comunicação

10h-11h15: Sobre o colonialismo português tardio: uma breve imersão

Apresentação e conversa com Rita Cássia Silva

Rita Cássia Silva iniciou-se nas artes cénicas aos doze anos. Natural de Salvador-Bahia-Brasil, radicou-se em Portugal, a partir de 2000. Escolheu Lisboa enquanto primeira morada. Lagos e Mértola enquanto recônditos afetivos cruciais. Mãe de Martim. Escreve, interpreta, encena, pratica artivismo, intervém educacionalmente. Licenciada em Antropologia pelo ISCTE-UL. Doutoranda em Ciências da Comunicação – Comunicação e Artes, pela Universidade Nova de Lisboa. Integra o ICNOVA, Projeto Photo Impulse. Bolseira do Programa Aliança EUTOPIA (FCT / NOVA / CY CERGY PARIS). Curadora participativa da exposição “O Impulso Fotográfico (des) Arrumar o Arquivo Colonial”, patente temporariamente até 31 de Dezembro de 2023, no MUHNAC, Lisboa. As suas áreas de interesse situam-se na pesquisa baseada em criação artística, cruzamentos disciplinares, autoetnografia, género, comunicação, pensamento decolonial e cultura visual.

11h15-11h45: As donas da Casa: A presença (in)visível das mulheres na Casa dos Estudantes do Império

Apresentação por Vânia Maia, seguida de debate

Vânia Maia iniciou-se no jornalismo aos microfones de rádios locais. Para a imprensa escrita, fez reportagens na Central Nuclear de Chernobyl, em campos de refugiados no Uganda ou em áreas devastadas por ciclones, em Moçambique. Integra a bolsa de formadores da Associação Literacia para os Media e Jornalismo. Os seus trabalhos receberam mais de uma dúzia de distinções — seis delas relacionadas com a cobertura da pandemia. No 30.º aniversário do Prémio Lorenzo Natali, promovido pela Comissão Europeia, venceu na categoria Europa. Ganhou uma Bolsa de Investigação Jornalística pela Fundação Calouste Gulbenkian, que deu origem a uma grande reportagem sobre a presença feminina na Casa dos Estudantes do Império.

12h-13h30: Análise da iconografia da mulher negra na banda desenhada de Casa Grande & Senzala – em quadrinhos (Livia Sampaio), O feminismo é uma prática (Lorena Travassos) e Afrolis: jornalismo com cor e sotaque (Amina Bawa)

Apresentações por Livia Sampaio, Lorena Travassos e Amina Bawa, seguidas de debate

Livia Sampaio é brasileira, formada em História pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Veio para Portugal para fazer o mestrado em Estudos Africanos no ISCTE com a dissertação Mulheres negras e o cabelo: Racismo, sexismo e resitência defendida em 2021, e, desde então, vem se dedicado no estudo do reflexo do racismo e misoginia no corpo da mulher negra em Portugal. Co-editora do livro Uma História com mulheres e autora do capítulo “Como o status social colonial é refletido no cotidiano das mulheres negras”. É doutoranda no curso de Media e Sociedade no Contexto da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, da Universidade Autónoma de Lisboa.

Lorena Travassos é fotógrafa, livreira e investigadora do ICNOVA. Actualmente é docente convidada no ICNOVA e investiga o arquivo a partir das questões decoloniais e de género. É fundadora da livraria feminista Greta em Lisboa.

Amina Bawa é jornalista, produtora cultural e mestre em Cultura e Comunicação pela Universidade de Lisboa. No Brasil, trabalhou em áreas diversas como comunicação sindical e na produção de museus e espaços de cultura. Em Portugal, trabalha como Gestora de Conteúdo, Marketing e Comunidade na Associação Afrolis e como professora de Tecnologia da Informação e Comunicação na escola de circo do Chapitô. É Produtora Editorial no Gerador, além de ser co-fundadora do observatório de tendências brasileiras, Brasil Mood.

Modos de ser e fazer. Práticas artísticas

15h-16h15: Museu Pessoal

Performance e conversa com Gisela Casimiro

Gisela Casimiro é escritora, artista, performer e activista. Formou-se em Estudos Portugueses e Ingleses pela NOVA/FCSH. Trabalha sobre identidade, corpo, memória, trauma, racismo, pós-colonialismo e quotidiano. A sua prática envolve escrita, fotografia, instalação, colagem e som. É autora de Erosão e Giz (poesia), Estendais (crónicas) e Casa com Árvores Dentro (dramaturgia, encenado por Cláudia Semedo/Companhia de Actores). Em teatro foi co-criadora e actriz de SET THE TABLE, de Raquel André e Cristina Carvalhal. Participou em exposições no Armário, Galerias Municipais do Porto e de Lisboa, entre outros. Integra a Coleção António Cachola. Coordena, com Teresa Coutinho, o Clube de Leitura do Batalha Centro de Cinema. É membro fundador da UNA – União Negra das Artes. De momento faz o apoio à dramaturgia de BLACKFACE!, de Marco Mendonça, a estrear em 2023.

Toca Tchoro © Daniel Barroca e Catarina Laranjeiro (Fogo no lodo, 2023)Toca Tchoro © Daniel Barroca e Catarina Laranjeiro (Fogo no lodo, 2023)

DIA 30

Modos de ser e fazer. Práticas artísticas

10h-11h15: Mankaka Kadi Konda Ko

Performance e conversa com Filipa Bossuet

Filipa Bossuet (1998) Licenciada em Ciências da Comunicação e aluna do mestrado em Migrações, Inter-Etnicidades e Transnacionalismo, na NOVA FCSH. Utiliza a performance, a pintura, a fotografia e o vídeo experimental para retratar processos de identidade, negritude, memória e cura.

Luta e luto. Entre passado e presente

11h30-12h45: Mulheres de fogo, no lodo

Apresentação e conversa com Catarina Laranjeiro e Daniel Barroca

Catarina Laranjeiro (1983) estudou Psicologia Social na FPCE-UL (Lisboa), Cinema/Imagem em Movimento no Ar.Co (Lisboa), Antropologia Visual na FU (Berlim) e doutorou-se em Pós-Colonialismo e Cidadania Global no CES-UC. É investigadora no Instituto de História Contemporânea da NOVA-FCSH. Tem autoria e colaboração em diversos projetos que aliam a investigação à criação artística, cruzando a antropologia, o teatro e o cinema. Realizou o filme PABIA DI AOS (2013).

Daniel Barroca estudou Artes Plásticas na Escola de Arte e Design das Caldas da Rainha e no Ar.Co. Foi artista residente na Künstlerhaus Bethanien em Berlim, na Rijksakademie em Amesterdão, no Ashkal Alwan em Beirute, e no Drawing Center em Nova Iorque. Foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, da Fundação Botin e da Comissão Fulbright, entre outras. Neste momento, desenvolve uma pesquisa doutoral sobre imagem antropológica e guerra colonial. Ao longo do seu percurso artístico, tem desenvolvido projetos de cinema expandido e experimental, que têm sido apresentados em festivais de cinema e espaços de arte contemporânea em diversas partes do mundo.

14h30-15h30: “Eu sou a rixa”: traçando a evolução da identidade da segunda geração no Reino Unido através dos arquivos audiovisuais

Apresentação e conversa com Ana Naomi de Sousa

Ana Naomi De Sousa é uma realizadora e jornalista independente. Realizou os documentários The Architecture of Violence, Angola – Birth of a Movement; Guerrilla Architect; e Hacking Madrid – todos exibidos na Al Jazeera em inglês. Colaborou com Forensic Architecture e Amnesty International, no documentário interativo Saydnaya sobre uma prisão militar síria, tendo vencido um prémio Peabody em 2017. Escreve sobre a política pós-colonial, espacial e cultural para diversas plataformas, incluindo The Funambulist, The Guardian, e Al Jazeera. Colabora como realizadora na rede de ‘Decolonizing Architecture’, e como tradutora no projeto ‘Traduzindo Ferro, Transformando Conhecimentos’, entre outros. Actualmente, está a realizar a sua primeira longa-metragem.

16h00-17h30: Projecção de Entre Eu e Deus (Yara Costa Pereira, 2018, 60), seguida de conversa (via zoom) com Yara Costa

Yara Costa (1982) nasceu em Moçambique. Depois de ter terminado o ensino secundário na África do Sul, estudou jornalismo na Universidade Federal Fluminense, no Brasil. Após um mestrado em cinema documental na Universidade de Nova York, frequentou um curso de cinema em Cuba.


29.09.2023 | by martalanca | Descolonização, mulheres

etceteras, festival feminista de design e edição

Apresentamos: etceteras: uma celebração das muitas mãos que circulam textos feministas! Casa Comum, Praça Gomes Teixeira, Porto, Portugal,  5–7 outubro 2023.

Totalmente aberto e gratuito, este festival de três dias inclui palestras, workshops, conversas, performances, projecção de filmes, tour feminista, e uma Feira do Livro. 

Feminismos são redes colectivas de literacia. É através dos esforços interligados de escritoras, editoras, designers, artistas, impressoras, livreiras, distribuidoras, tradutoras, investigadoras, bibliotecárias, contrabandistas—e tantes outres—que as ideias feministas circulam. E quando o fazem, movem-nos e criam movimentos.

As palestrantes Bec Wonders, Hilda de Paulo, Loraine Furter, Raquel Lima, e Sharmaine Lovegrove, exploram histórias de mulheres na publicação, ferramentas editoriais feministas, imprensa LGBTQIA+, contrangimentos na escrita académica, e muito mais. As conversas com Ellen Lima Wassu, Paula Guerra, Carla Fernandes e outres mergulham nos mistérios da tradução, nas plataformas digitais feministas e na pesquisa de arquivos marginalizados. As exibições de filmes permitem-nos espreitar as histórias escondidas de editoras, jornalistas e escritoras na sua conquista de espaços de disseminação de mensagem radicais e anti-hegemónicas.

Os workshops com Alícia Medeiros, Flavia Doria, Gabriela do Amaral, Isabeli Santiago, MACHEIA, Mio Kojima, Parasto Backman, e Susana Carvalho oferecem novas competências e perspectivas sobre escrita criativa, tipografia, criação de zines, espaço urbano e muito mais. A Feira do Livro reúne 26 editoras, livreiras, e colectivos editoriais de Portugal, Espanha, França, Reino Unido, Holanda, Suécia, México, Uruguai e mais além. Ao final do dia 7 de outubro, sábado, o festival termina com uma perfomance de voz e áudio pela artista Ece Canlı.

A equipa de curadoria do etceteras é formada pela designer e investigadora Isabel Duarte, pela antropóloga, designer e educadora Maya Ober, e pela designer e editora Nina Paim, apoiada pela produção executiva da investigadora Geanine Escobar. etceteras é co-produzido pela Associação Cultural Calote Esférica e pela plataforma feminista Futuress

Marquem nos vossos calendários, passem a palavra, e venham reunir-se connosco para que o etceteras seja um evento inesquecíve!

Geanine, Isabel, Maya e Nina

Palestras

  • As redes de publicação da segunda onda feminista com a historiadora Bec Wonders.
  • O percurso de Sharmaine Lovegrove desde livreira até se tornar directora da Dialogue Books.
  • Entraves, barreiras e constragimentos na edição académica pelos olhos da poeta
    e investigadora Raquel Lima.
  • Ferramentas editoriais feministas com a designer Loraine Furter.
  • processos de exclusão de pessoas trans e travestis no mercado literário português dissecados pela artista Hilda de Paulo.

Workshops e Tours

  • escrita de correspondência com a designer Mio Kojima.
  • Artesania e autoria coletiva com o coletivo MACHEIA.
  • tipografias contra-hegemônias com a designer Parasto Backman.
  • Wikipedia, edição e ativismo com a jornalista Flavia Doria.
  • Silêncios, maternidade e a procura de uma nova língua com a poeta Gabriela do Amaral.
  • Fanzines mão-na-massa com a designer Susana Carvalho do atelier Carvalho-Bernau.
  • Tour Feminista do Porto com a arquiteta Alícia Medeiros e a curadora Isabeli Santiago.

Conversas moderadas

  • Arquivismo e narrativas fora da história instituída com a socióloga Paula Guerra e a historiadora Joana Matias.
  • Práticas de tradução que aproximam mundos com a editora Maria Múr Dean e a poeta
    Ellen Lima Wassu.
  • Tecnologias e plataformas digitais na organização e mobilização feminista com Carla Fernandes da Afrolis.pt e Zinthia Alvarez Palomino da Afrofeminas.com.

Filmes

  • Para Não Esquecer Virgínia Quaresma acompanha a vida de Virgínia Quaresma uma activista negra e lésbica, considerada a primeira mulher jornalista em Portugal.
  • O que Podem as Palavras é um relato em primeira mão das três autoras do livro As Novas Cartas Portuguesas, de 1972, que foi censurado em Portugal e criou uma onda de solidariedade com feministas de todo o mundo. 
  • The Books We Made conta a história de Kali for Women, a primeira editora feminista da
    Índia fundada por Urvashi Butalia e Ritu Menon em 1984.

Feira do Livro 

Nas bancas da Feira do Livro poderá descobrir-se o legado da literacia feminista através de livros, revistas, fanzines, edições, cartazes, jornais, ilustrações e muito mais! A Feira centra-se em editoras, livreiras, e coletivos editoriais que amplificam perspectivas historicamente marginalizadas, incluindo Almanac Press, “Amor?Luta!”, Archive Books, Cahiers des typotes, culturala, Edições Afrontamento, Félixe Kazi-Tani, ​​Girls Like Us magazine, ​​gentopia, Greta Livraria, Revista Leonorana, Hangar Books, Hopscotch Reading Room, Important & Stupid, microutopías, Mujeres negras que cambiaron el Mundo, Occasional Papers, Page Not Found, Roxanne Maillet, Sapata Press, Sismógrafo, Sold Out.

Créditos

Curadoria: Isabel Duarte, Maya Ober & Nina Paim

Produção Executiva: Geanine Escobar

Design gráfico: Joana & Mariana

Website: ReadyMag, a tool for creating websites without code.

Tipografia: Parallel, Joana Siniavskaja

Revisão: Susana Camanho (PT) & Sacha Fortuné (EN)

Consultadoria Curatorial: Isabeli Santiago

Local: Casa Comum, Universidade do Porto

Produção: Calote Esférica & Futuress.org

Apoio: Criatório, dgArtes, Graham Foundation & ProHelvetia

O nosso website foi desenvolvido e desenhado pela Readymag, uma ferramenta intuitiva que oferece composição livre e configurações de tipografia avançadas 

Design gráfico: Joana & Mariana; Tipografia: Parallel, by Joana Siniavskaja; © etceteras: festival feminista de design e edição

29.09.2023 | by martalanca | edição, feminismos

Open Restitution Africa

No âmbito das atividades do Grupo de Trabalho – Reparação e Restituição do GI-Práticas e Políticas da Cultura do Centro em Rede de Investigação em Antropologia CRIA no dia 25 de setembro, das 16h às 18h na Associação Passa Sabi, terá lugar a apresentação do projeto OPEN RESTITUTION AFRICA. 

O projeto, liderado por Áfrican*s, reúne dados sobre os atuais processos de restituição em todo o continente africano, serve como portal de estudos de caso e exemplos de melhores práticas, e incentiva um debate baseado em dados, aprofundado e desafiador sobre as complexidades, responsabilidades e imperativos éticos da restituição. O projeto é impulsionado pela necessidade de tornar central e acessível a amplitude do conhecimento que está a ser construído em torno dos debates sobre restituição, mas também para a urgência de uma abordagem afro-centrada conduzida pelos próprios africanos. 

Por que é importante?

Atualmente, a informação disponível para os profissionais, as partes interessadas e para o público em geral é escassa, sobre o atual estatuto internacional da restituição – debates, políticas e práticas no continente. Por causa disso, não somos capazes de observar tendências, mudanças e impactos objetivos, e permitir que mais pessoas operem a partir de uma posição de conhecimento. 

O que precisamos de saber?

 

Programa do dia 

16.00-16.05 Introdução por Laura Burocco

16.05-16.40 Apresentação ORA Report por Molemo Moiloa com tradução consecutiva do Inglês pelo Portuguese da Lara Menezes do NEAL-NOVA e Bernardo Smith Lima do NEAISCSP-UL

16.40-17.40 Debate

18.00 Encerramento

Dia : Segunda 25 de Setembro de 2023 

Local :  Associação Passa Sabi -  R. Augusto Abelaira 1600, Lisboa

Horário: 16.00-18.00 

Promotores : CRIA através do seu Grupo de Trabalho - Reparação e Restituição

Parceiros : NEAL-NOVA-Núcleo de Estudos Africanos e Lusófonos da Nova; ISCSP - UL -Núcleo de Estudantes Africanos; Mamadou Ba- SOS Racismo; Apolo de Carvalho; Associação Passa Sabi. 

Molemo Moiloa lidera a pesquisa na Andani.Africa. Vive e trabalha em Joanesburgo, em diversas funções na intersecção da prática criativa e da organização comunitária. O trabalho académico de Molemo centra-se nas subjetividades políticas da juventude sul-africana. Colabora artísticamente com MADEYOULOOK, que explora imaginários populares do cotidiano e suas modalidades de produção de conhecimento. Foi Diretora da Rede de Artes Visuais da África do Sul (VANSA). Molemo também trabalha com o Market Photo Workshop, os departamentos da Escola de Artes e Antropologia Social da Universidade de Witwatersrand, entre outros. Possui bacharelado em Belas Artes e mestrado em Antropologia Social pela Wits University.

MADEYOULOOK foi indicado para o Prêmio Vera List Center de Arte e Política 2016/17 na New School, Nova York. Molemo foi Chevening Clore Fellow 2016/17 e vencedor do Prêmio Vita Basadi em 2017.

20.09.2023 | by martalanca | Open Restitution Africa

Chamada de Trabalhos | Reparar (n)o Irreparável (N.º 13) |

De 18 de setembro a 31 de dezembro de 2023

Editoras temáticas: Ana Cristina Pereira (Universidade do Minho, Portugal), Gessica Correia Borges (Universidade do Minho, Portugal) e Marta Lança (BUALA)

Propomos, neste novo número da Vista, pensar as reparações do mundo estilhaçado em que vivemos enquanto um programa de contravisualidade, no sentido em que procura compreender a mentira instituída pela visualidade e propor-lhe alternativas (Mirzoeff, 2011, 2023). Esta sugestão comporta a consciência da sua própria impossibilidade conceptual e ética, uma vez que implicaria acabar com este mundo para que uma nova possibilidade de vida pudesse emergir (Ferreira da Silva, 2022; Mbembe, 2020/2021). No entanto, a consciência do direito à reparação é tão antiga como o colonialismo e a escravatura, e tem sido uma demanda das vítimas desses processos históricos (Araujo, 2017; Azoulay, 2019; Savoy, 2022). Face à impossibilidade de reparar a brutalidade da violência colonial (Mbembe, 2020/2021) — a ocupação, a espoliação, o etnocídio, o desenraizamento, os raptos, as violações, o epistemicídio, o saque em grande escala, e o extrativismo — é preciso, ainda assim, fazer a sua “necrologia” (Hicks, 2020), insistir no gesto de reparação, através de uma “ética da incomensurabilidade” (Tuck & Yang, 2012), parte essencial de um processo de cura e cuidado permanentes.

Hoje, por todo o mundo, governos de antigas potências coloniais e instituições — como a universidade e o museu — estão a ser pressionados para estabelecer políticas de reparação. Nestas se incluem acautelar os direitos dos descendentes de espoliados e escravizados, pedidos de desculpa pelas atrocidades do colonialismo e pela prática da escravatura em larga escala, a implementação de políticas afirmativas (por exemplo, quotas étnico-raciais no acesso à universidade e aos lugares de decisão nas estruturas), a revisão das narrativas históricas e, consequentemente, dos curricula (através da inclusão de narrativas, sujeitos históricos e artistas até agora excluídos), a devolução de objetos saqueados, a descolonização do espaço público (por exemplo, através do desmantelamento de estátuas racistas e a memorialização às vítimas da escravatura), o perdão de dívidas odiosas e o pagamento de indemnizações.

A discussão sobre os processos de reparação não é de hoje, mas tem vindo a ganhar preponderância à escala mundial, e em Portugal aparecem pontualmente vozes que querem participar nessa conversa global, sobretudo na academia, mas também fora dela, como na Assembleia da República, no meio artístico e no ativismo. Destacamos, neste âmbito, o “IV Encontro de Cultura Visual” e a Oficina de Reparações organizados por Ana Cristina Pereira e Inês Beleza Barreiros, coordenadoras do Grupo de Trabalho de Cultura Visual da Associação Portuguesa de Ciências da Comunicação, em colaboração com o teatro da mala voadora (Porto), entre 23 de junho e 8 de julho de 2023, onde se procurou articular práticas artísticas, académicas e do ativismo social em torno do tema reparações. O presente número da Vista pretende também ser uma continuação do trabalho desenvolvido durante esse período.

Convidamos à submissão de trabalhos (que podem ser disruptivos relativamente ao formato tradicional de textos em revistas científicas) que contribuam para o debate crítico e contra-hegemónico, sobre:

  • Reparar restituindo: sobre as restituições dos objetos roubados, adquiridos em circunstâncias pouco claras ou no âmbito de uma relação de poder colonial (Figueiredo, 2022), e a repatriação de restos humanos. Sobre como descolonizar os museus e “curadorias do desconforto” (Vlachou, 2022);
  • Reparar o espaço público: sobre as políticas de memória no espaço público, sejam as estátuas, os nomes das ruas, decoração de espaços de poder, entre outros. Sobre o “trabalho da memória como reparação” (Sturken, 2022);
  • Reparar a narrativa histórica: sobre os programas escolares, os compêndios e as suas imagens, as fontes (visuais) da narrativa histórica e a representatividade (Sousa et al., 2022);
  • Reparar a paisagem: sobre ecologia e política, o extrativismo e como combatê-lo. Sobre formas de “justiça reparativa” que contemplem também a natureza;
  • Reparar através da arte: sobre o papel da produção artística e das práticas culturais nestes processos (Demos, 2020; Eugénio, 2019). Como estes estão a ser trabalhados e com que resultados;
  • Outros temas que possam contribuir para a reflexão sobre reparações e visualidade.

 

DATAS IMPORTANTES

Submissão (texto completo): de 18 de setembro a 30 de novembro de 2023
Publicação do número: edição contínua (janeiro a junho de 2024)

LÍNGUA

Os artigos podem ser submetidos em inglês ou português. Os artigos selecionados para publicação serão traduzidos para português ou inglês, respetivamente, devendo ser publicados integralmente nos dois idiomas.

EDIÇÃO E SUBMISSÃO

Vista é uma revista académica de acesso livre, funcionando de acordo com exigentes padrões de revisão por pares, operando num processo de dupla revisão cega. Cada trabalho submetido será enviado a dois revisores previamente convidados a avaliá-lo, de acordo com a qualidade académica, originalidade e relevância para os objetivos e âmbito da revista.

Os originais deverão ser submetidos através do website da revista (https://revistavista.pt/). Se está a aceder à Vista pela primeira vez, deve registar-se para poder submeter o seu artigo (indicações para se registar aqui).

O guia para os autores pode ser consultado aqui.

Para mais informações, contactar: vista@ics.uminho.pt

 

REFERÊNCIAS

Araujo, A. L. (2017). Reparations for slavery and the slave trade. Bloomsbury.

Azoulay, A. A. (2019). Potential history: Unlearning imperialism. Verso.

Demos, T. J. (2020). Beyond the worlds’ end: Arts of living at the crossing. Duke University Press.

Eugénio, F. (2019). Caixa-Livro AND. Editora Fada Inflada.

Ferreira da Silva, D. (2018, 4 de outubro). A dívida impagável. Bualahttps://www.buala.org/pt/mukanda/a-divida-impagavel-lendo-cenas-de-valor...

Figueiredo, J. (2022). Falling into history: A case for the restitution of Mbali tombstones and the revival of the realms of memory of the enslaved. Postcolonial Studieshttps://doi.org/10.1080/13688790.2022.2152163

Hicks, D. (2020). The brutish museums. The Benin bronzes, colonial violence and cultural restitution. Pluto Press.

Mbembe, A. (2021). Brutalismo (M. Lança, Trad.). Antígona. (Trabalho original publicado em 2020)

Mirzoeff, N. (2011). The right to look: A counterhistory of visuality. Duke University Press.

Mirzoeff, N. (2023). White sight. Visual politics and practices of whiteness. MIT Press.

Savoy, B. (2022). Africa’s struggle for its art: History of a postcolonial defeat. Princeton University Press.

Sousa, V., Khan, S., & Pereira, P. S. (2022). Reparações históricas: Desestabilizando construções do passado colonial. Comunicação e Sociedade41, 11–22. https://doi.org/10.17231/comsoc.41(2022).4039

Sturken, M. (2022). Terrorism in American memory: Memorials, museums, and architecture in the post-9/11 era. New York University Press.

Tuck, E., & Yang, K. W. (2012). Decolonization is not a metaphor. Decolonization: Indigeneity, Education & Society1(1), 1–40. https://jps.library.utoronto.ca/index.php/des/article/view/18630

Vlachou, M. (2022). O que temos a ver com isso? O papel político das organizações culturais. Buala; Tigre de Papel.

mais informações.

18.09.2023 | by martalanca | Reparações

Bustagate, de Welket Bungué

Bustagate, um ano depois do incidente do Bairro da Jamaica (zona da margem Sul de Lisboa) eis o panorama escandaloso da violência e desigualdade social em Portugal. Eis um filme-intervenção póstumo à sua personagem imaginária, dedicado aos portugueses. 

Bustagate é um filme híbrido, que mistura textualidade e três narrativas visuais para contar e asfixiar o público, fingindo colocá-los no mesmo lugar que a nossa defraudada Sociedade, personificada pela nossa heroína Cláudia Simões. Bustagate, surge um ano depois do incidente do Bairro da Jamaica (zona da margem Sul de Lisboa). Através dos comentários do artista como agente político em nome do Ministério Público Português, Welket faz o recorte de um panorama escandaloso e desajustado de violência e desigualdade social em Portugal. Antes da estreia  em festival, a crítica ao filme feita pelo website Hoje Vi(vi) Um Filme diz “Desde o sentimento de pertença/não pertença ao país que é nosso mas não nos tem como seus, ou ao país que nos acolhe mas onde há alguém que prefere usar da violência e do preconceito para não nos tratar como iguais, retirando direitos a quem os detém, Bustagate clama a defesa dos que foram e ainda são oprimidos pela brutalidade retrógrada. Clama Liberdade, Igualdade e Justiça.” Assim sendo, a estreia do filme é assumida através das redes sociais, num momento em que o mundo clama por um sentido democrático de direitos que se desvanece, através de uma mobilização gobal massiva pelo movimento #blacklivesmatter que em Portugal despertou as silenciadas indignações da diáspora africana e portuguesa, que conhece bem o que é dor e perda. Aqui está um filme-intervenção póstumo ao personagem imaginário aqui chamado Pretugal (personificando o Luís Giovani Rodrigues), dedicado ao povo português (aos tradicionalmente “nativos” e aos descendentes do continente africano que nasceram aqui). Esta criação segue o assunto principal retratado no filme-manifesto Eu Não Sou Pilatus (Seleção Oficial DocLisboa - Competição Internacional, 2019).

Um curta-metragem de Welket Bungué, baseado em fatos reais do caso de “Brutalidade policial contra Cláudia Simões” (Amadora, Portugal, 19 de janeiro de 2020). Com a participação de Isabél Zuaa e Cleo Tavares. Criação da KUSSA PRODUCTIONS, filmado em Cabo Verde, com imagem e som de vídeos virais online de vários autores. In memoriam Luís Giovani Rodrigues, o estudante caboverdiano que morreu em Dezembro de 2019, após ter sido agredido por pelo menos dez homens em Bragança (norte de Portugal).

‘Bustagate’ is a hybrid movie, mixing textuality and three visual narratives to tell and asphyxiate the audience, pretending to put them in the same place as our deflated heroine (society).

“We will try to understand what are the civil rights problems in our society. We still believe that our domination over four centuries in Africa, South America and everywhere else was an important mission that bridged the humanity, although we don’t know why they still come to our country P*rtugal.” ‘Bustagate’ is a hybrid movie, mixing textuality and three visual narratives to tell and asphyxiate the audience, pretending to put them in the same place as our deflated heroine (society). ‘Bustagate’ emerges one year after the incident in the neighborhood of Jamaica (south bank of Lisbon). Through the artist commentaries as a politician agent on behalf of the Portuguese public prosecutor, Welket reports a scandalous and misfit panorama of violence and social inequality in Portugal. Here is a posthumous interventional film for this imaginary character called Pretugal (as Luís Giovani Rodrigues), dedicated to the Portuguese people (“natives” and the descendants of the African continent who born here). This creation follows the main subject of the previous manifesto-film ‘I Am Not Pilatus’ (Official Selection DocLisboa - International Competition, 2019).

A short film by Welket Bungué, based on true facts from the case of “Police brutality against Cláudia Simões” (Amadora, Portugal 19th January 2020). Performed by Isabél Zuaa & Cleo Tavares. A KUSSA PRODUCTIONS’ creation, filmed in Cape Verde, with image and sound from online viral videos by several authors. In Memoriam of Luís Giovani Rodrigues, the Cape Verdean student who died after been assaulted by at least ten men in Bragança (North of Portugal).

Kussa Productions © ALL (CIVIL) RIGHTS MUST BE (P)RESERVED, 2020

16.09.2023 | by martalanca | Bustagate, Cláudia Simões, Welket Bungué

LIBERTAR A MEMÓRIA Ciclo de Cinema

Junho a Setembro 2023 DESTAQUE - SESSÃO 23 DE SETEMBRO

Curadoria: KITTY FURTADO

SÁBADO - 17:30

Entrada livre com pré-reserva: ccf@cineclubefaro.pt

Seguir Evento: fb.me/e/567I8wmo3 | Vídeo-Trailer Libertar a Memória

Filmes:

Eu não sou Pilatus / I’m not Pilatus (2019) - Portugal, DOC, 11min

Realização, montagem e edição: Welket Bungué

+

Monumento Catástrofe (2022) - Portugal, DOC, 69min

Realização: Colectivo Left Hand Rotation

Produção: Cósmica

Música: Daniel Birch, Fuck Buttons 

Eu não sou Pilatus (2019) de Welket Bungué (Guiné-Bissau, 1988) é um manifesto artístico antirracista, feito através do diálogo entre dois vídeos de telemóvel, difundidos nas redes sociais, que testemunham dois olhares distintos e opostos sobre Portugal, a democracia e as suas instituições. Um destes vídeos expressa a total rejeição de uma manifestação por direitos civis na Avenida da Liberdade, em Lisboa. O outro é a denúncia da carga policial no Bairro da Jamaica, que deu origem à referida manifestação. A montagem reflexiva de Bungué chama-se Eu não sou Pilatus – Dizer eu não sou Pilatus é desde logo um posicionamento político. Eu não sou Pilatus quer dizer eu não lavo as minhas mãos como Pilatus; eu não me abstenho, eu não enfio a cabeça na areia, eu não olho para o lado, eu não ignoro o problema. Ao dizer eu não sou Pilatus, Welket Bungué deixa implícita uma pergunta: e vocês?

Monumento Catástrofe (2022) do coletivo Left Hand Rotation é um road-movie, em Portugal, que mapeia uma parte da construção do espaço público de forma crítica, partindo da ideia de Catástrofe, que está também relacionada com fatores locais e globais e relações de poder. O que é uma Catástrofe? Quem nomeia um dado acontecimento como Catástrofe? Quem decide memorializar determinadas Catástrofes, como e para quê? Para quem? Monumento Catástrofe forma um díptico com o livro A volta ao Mundo em 80 catástrofes – especial Portugal, que é editado como um guia turístico e revela o fenómeno natural, o capitaloceno, a necropolítica e o acidente enquanto produtores das catástrofes.

Os monumentos, incluindo memoriais, podem funcionar como ativadores da memória que desvelam discursos e atrocidades passadas. Como nos diz Patrícia Freire, da Cósmica – a produtora, narradora e chofer desta viagem - «Não esquecer é um ato de resistência e o monumento também cumpre essa função de “despertar as centelhas da esperança” ao contribuir para que os erros do passado não ressurjam».

A comunidade que se cria numa sala de cinema pela partilha de um filme pode virtualmente transformar o mundo. Assim, ainda que a história partilhada venha do passado o cinema projeta-se no futuro como o melhor companheiro para o presente.

Kitty Furtado sobre Libertar a Memória - Sessão 23 de Setembro 

Aveiro, 2023

O Cineclube de Faro traz este ano à Fortaleza de Sagres o ciclo de cinema Libertar a Memória, com coordenação artística de Luísa Baptista que decorre uma vez por mês, sempre aos sábados, pelas 17:30h durante os meses de Junho a Setembro, com entrada livre através de pré-reserva: ccf@cineclubefaro.pt

Através de escolhas de um grupo de curadores convidados vamos abordar o tema Patrimónios (des)confortáveis do DiVaM 2023, com os contributos de Gisela CasimiroLuca ArgelSuzano Costa e Kitty Furtado que em cada mês serão responsáveis pelo conteúdo a exibir. Temas como (des)colonização, escravatura, segregação social, lugares e identidades, formas de organização, dicotomias sociais e culturais, aqui numa pluralidade de perspectivas e visões alternadas de questões fragmentárias da sociedade, que à luz dos acontecimentos actuais, sugerem que talvez a História não esteja assim tão bem contada.

Haverá também uma curadoria literária da responsabilidade de Marta Lança e do projecto Buala - livros escolhidos para enquadrar, desafiar e abrir novos caminhos e que poderão ser adquiridos em cada sessão

 

Agradecemos a vossa divulgação desta iniciativa e convidamos desde já a estarem presentes nas próximas sessões.


 Downloads_Press Kit: press release editável, imagens e todos os materiais exclusivos para Imprensa nesta pasta: 


 Press-kit - 23 de Setembro - Libertar a Memória

Mais informações:

Comunicação: Luísa Baptista - 966 803 707

E-mail: ccf@cineclubefaro.pt

Site: https://www.cineclubefaro.pt/libertar-a-memoria

Facebook: www.facebook.com/cineclubefaro

Instagram: www.instagram.com/cineclube_faro/

Youtube: www.youtube.com/@cineclubedefaro8605

 

Libertar a Memória é um projeto do Cineclube de Faro, com a coordenação e direção artística de Luísa Baptista, apoiado pela Direção Regional de Cultura do Algarve / DiVaM - Dinamização e Valorização dos Monumentos.

Conta com BUALA e a livraria A Internacional como parceiros e com apoio da Multicópias - Centro de Soluções Gráficas.

 

14.09.2023 | by martalanca | libertar a memória

Festival Interferências

15,16 e 17 de setembro Projecto da Companhia Olga Roriz de apoio à criação anuncia programação completa

A 3.ª edição do Interferências, festival bi-anual de apoio à criação da Companhia Olga Roriz, realiza-se de 15 a 17 de setembro, nos diferentes espaços do Palácio Pancas Palha, em Lisboa.
As portas abrem no dia 15 de Setembro às 17h e nos dias 16 e 17 de Setembro às 15h. 

O Interferências partiu de uma vontade de acolher, apoiar e incentivar a criação artística, procurando expandir as suas possibilidades, ao cruzar espectáculos, conversas de jardim e uma feira focada em edições realizadas por artistas.

O Interferências define-se pelo seu lado plural, experimental e transversal a várias práticas artísticas, numa lógica de relação horizontal entre público, artistas e programadores culturais, contribuindo assim para uma ampliação das escalas de visibilidade dos projectos seleccionados.
Segundo Bruno Alexandre, director do Interferências: “Ao pensarmos o Festival Interferências, reconhecemos que as palavras desejo e fragilidade estão presentes desde a primeira edição.

O desejo assenta na vontade de criar um espaço real, embora efémero, onde oito projectos artísticos possam expor o seu imaginário, fruto de uma residência artística de um mês, onde procuramos proporcionar as condições de trabalho para uma nova criação.

A ideia é transformar o Palácio Pancas Palha, espaço de trabalho da Companhia Olga Roriz, numa rede de intimidade onde o risco é vivido de uma forma colectiva, assumindo a interferência não como um ruído que afasta, mas como a vibração necessária e urgente que une o trabalho artístico.

E aqui chegamos à fragilidade, palavra que tem estado na linha da frente do estado de excepção permanente em que se vive na área da cultura, propondo que a olhemos com a instabilidade que a define, deslocando-nos para a possibilidade de a habitarmos em conjunto, seja na forma de um espectáculo, de uma conversa de jardim, ou de uma feira do livro imaginada por um conjunto de artistas.

Sabendo que é um privilégio poder continuar a insistir, continuaremos a fazê-lo, porque após duas edições, parece-nos importante manter um espaço que assume o compromisso e a urgência de ser casa de todxs aqueles que ainda não vimos e não conhecemos, questionando o porquê de não estarem aqui.”

 

11.09.2023 | by martalanca | dança, Festival Interferências

SABURA FESTIVAL.

Acontecerá já no próximo fim de semana (8, 9 e 10 de setembro) o SABURA FESTIVAL. Sabura, palavra do Criolo cabo verdiano e guineense significa “momento ou atividade que dá prazer ou alegria”. É isso que o festival pretende, criar momentos de “comunhão entre povos e culturas, uma celebração da vida, do amor, da alegria e da liberdade, ao som de ritmos dos mais diversos estilos e origens.”

O festival será no SESIMBRA NATURA PARK e terá 5 palcos e mais de 80 artistas, da recriação da música popular portuguesa, do samba ao reggae, passando pelo hip hop, música africana e balcânica, eletrónica. 

Alguns artistas são conhecidos do público, outros virão pela primeira vez a Portugal. O festival pretende ser não só diversão e festa, mas também um espaço para partilha de projetos, encontros de associações e ativismos, reforçando a consciencialização cultural e os debates de ideias. Tem já nesta edição, o acolhimento de 2 projetos sociais, Porbatuka, que traz formação musical a jovens da zona da Costa da Caparica e também o projeto Lolaboard 360 que leva a prática do skate a diferentes comunidades. 

Há ainda outros programas para todas as idades com: yoga, capoeira, skate, kayak, arborismo, artesanato, prova de vinhos, feira de gastronomia, atividades para crianças. Por ser fora de uma zona urbana, este é um festival onde se pode pernoitar em campismo ou glamping, e ainda há disponibilidade para reservas.

Um dos nomes a descobrir neste festival, Nish Wadada, a diva do reggae cabo verdiano, tem sido presença habitual em vários festivais pela Europa e vai atuar com BlackBoard Jungle.  As palavras da mesma, dadas em entrevista ao jornal caboverdiano Expresso das Ilhas, refletem a importância da iniciativa e produção de encontros culturais como este: 

Estar de volta aos palcos da Europa levando a minha música, as minhas mensagens e a bandeira de Cabo Verde, a públicos de diferentes países, quando a Europa vive, atualmente, vários desafios relacionados com a imigração, racismo e maior justiça social, é uma grande responsabilidade” 

A Programação de sexta feira e domingo será das 15horas àté à 1 hora da manhã.

No Sábado, dia 9, das 12 horas até às 6 da manhã. 

Ainda há lugares para campismo e para voluntariado, espreitem as redes sociais do Festival e descubram mais. Espera-se que o SABURA estreie com sol e muito público! 

04.09.2023 | by martalanca | SABURA FESTIVAL.

Conversas por Fazer”: Joacine Katar Moreira e Ellen Lima Wassu

Conversas por Fazer”, promovido pelo colectivo O Lado Negro da Força, regressa ao Goethe-Institut no próximo dia 2 de Setembro, às 15h, para mais uma discussão temática. Com o título “Dívida histórica: como reparar os crimes do passado?”, o encontro vai juntar à conversa a historiadora Joacine Katar Moreira, e a poeta e investigadora Ellen Lima Wassu. Enquanto Joacine apresentou na Assembleia da República, em 2020, uma proposta para implementação de um programa de “descolonização da cultura”, prevendo a restituição aos países de origem, de “todas as obras, objectos e património trazidos das ex-colónias”, Ellen integrou a “Oficina de Reparações” que, no passado mês de Julho, emitiu a “Declaração do Porto”, para “alargar e aprofundar o debate sobre reparações históricas em Portugal”. A entrada é livre.

30.08.2023 | by martalanca | Ellen Lima Wassu., joacine katar moreira

Teleteatro de Bissau

Teleteatro de Bissau é uma mostra de teleteatros guineenses, realizados na Guiné-Bissau e na sua diáspora em Portugal. Geradores de fluxos artísticos entre geografias, dão a conhecer, com humor, formas de invisibilidade social, nomeadamente os desafios de quem luta por uma vida melhor, emigrando ou dubriando …. 

Calendarização 

2 de Setembro

Barafunda (2006; 118’) de Mário de Oliveira

Sinopse: História de uma família de classe média baixa de Bissau, em que o pai não consegue mais ser o provedor da família, e a mãe tem de assumir esse papel, vingando na economia informal. Esta foi a história vivida à época por muitas famílias, para responder à crise económica e política que assolou o país, desencadeando transformações estruturais na sociedade.

9 de Setembro 

Lixo de Europa (2022; 8’) de Nbana Kabra & Samba Tenen

Sinopse: Curta-metragem sobre emigrantes respigadores, nos contentores de lixo na zona de Queluz. 

Fera di Bamdé (2018; 10’) de Nelka Lopes

Sinopse: História de uma mulher, que foi repatriada para a Guiné-Bissau. Retratando o quotidiano guineense, o filme foi realizado no Carregado, em Portugal.

A Lisboeta (2023; 28’) de Tcharlaça Comedy Bissau

Sinopse: Depois de viver muitos anos em Lisboa, uma mulher regressa à Guiné-Bissau, para tentar a sua sorte. 

Poder di Tchom (2022; 22’) de Tcharlaça Comedy Bissau

Sinopse: As aventuras de um jovem guineense que deseja imigrar para a Europa.

30.08.2023 | by martalanca | Bissau, Teleteatro

Terra e Democracia

segundas, 19-23h, sala 105,  FFLCH, https://edisciplinas.usp.br/course/view.php?id=112797

Jean Tible jeantible@usp.br

Em Discurso sobre a origem os fundamentos da desigualdade entre os homens (1754), Jean-Jacques Rousseau situa a questão da propriedade da terra como cerne da irrupção da desigualdade. Em célebre passagem, o filósofo de Genebra imagina essa virada: “O primeiro que, tendo cercado um terreno, atreveu-se a dizer: Isto é meu, e encontrou pessoas simples o suficiente para acreditar nele, foi o verdadeiro fundador da sociedade civil. Quantos crimes, guerras, assassínios, quantas misérias e horrores não teria poupado ao gênero humano aquele que, arrancando as estacas ou enchendo o fosso, houvesse gritado aos seus semelhantes: ‘Evitai ouvir esse impostor. Estareis perdidos se esquecerdes que os frutos são de todos e que a terra não é de ninguém!’”

A questão dos cercamentos aparece em contexto bastante distinto, em publicação recente (2010) de um pensamento antigo. O que costumamos chamar de “meio ambiente”, insiste Davi Kopenawa em A queda do céu, é composto tanto por humanos quanto pelos “xapiri, os animais, as árvores, os rios, os peixes, o céu, a chuva, o vento e o sol! É tudo o que veio à existência na floresta, longe dos brancos; tudo o que ainda não tem cerca. As palavras da ecologia são nossas antigas palavras, as que Omama deu a nossos ancestrais”. Os processos de colonização buscam ignorar e aniquilar essa multiplicidade de seres-habitantes dessas espacialidades. Pode-se compreender desse modo o conceito jurídico de terra nullius – clássica aspiração tirânico da página em branco sobre a qual escreve fortes páginas Naomi Klein em A doutrina do choque, analisando os planos neoliberais do poder dos anos 1970 para cá.

Em seus estudos acerca do sistema político-econômico capitalista ao qual se dedicou toda sua vida, Karl Marx opõe a propriedade comunal – que seria no princípio generalizada – à privada. Se nos Manuscritos Parisienses (1844), o pensador europeu caracteriza “a propriedade fundiária” como “raiz da propriedade privada”, em A nacionalização da terra (1872) defende que “a propriedade do solo é a fonte original de toda riqueza, e ela se transformou no grande problema cuja solução determinará o futuro da classe operária”. Salienta, ademais, que juristas, filósofos e economistas “disfarçam esse fait initial da conquista sob o argumento do ‘direito natural’” – evidentemente direito natural de alguns. Seu primeiro texto sobre uma questão material, no qual acompanha a discussão na Dieta renana para definir se a prática tradicional de colheita da lenha por parte dos pobres configurava-se num roubo ou não. Com a madeira valorizada por sua integração no circuito mercantil, havia uma pressão dos proprietários de terra para transformar a colheita da lenha em delito. A alternativa a isto seria sua manutenção como bem para satisfação de necessidades elementares e um embate, então, ocorre entre duas formas de direito, o de propriedade e o dos costumes, que incluía direito de passagem, de pasto e colheita de lenha. Estava, assim, em jogo a definição da propriedade.

Tal questão da terra é onipresente em certos debates político-intelectuais. Ativo participante da República dos Conselhos da Bavária em 1919, o poeta e anarquista Gustav Landauer percebe “o combate do socialismo” como “um combate pelo solo”. O capitalismo somente existe pelo fato de as “massas serem sem-terra” e a revolução se sintoniza com uma grande transformação no regime da propriedade fundiária, na qual o chão “volta a ser o portador da vida comum e da obra comum”. Em outro contexto, movimentos formulam essa antiquíssima demanda por justiça com o lema de terra e liberdade, do México revolucionário e da resistência ao jugo czarista à Catalunha em ebulição passando pela multiplicidade de mobilizações camponesas atravessando tempos e espaços.

Propõe-se, desse modo, estudar essas questões, da terra e da democracia, articuladas. Tal esforço é efetuado a partir do Brasil, mas em conexão com processos de outras partes do planeta. Num primeiro momento, trata-se de compreender o surgimento do capitalismo e seu longo confronto com práticas de coletividades dissidentes, desde as comunidades anabatistas no século 16 no coração da Europa às organizações comunais dos povos indígenas, quilombolas e camponeses nas Américas. A segunda parte busca apreender a privatização da terra em três sessões: a história do Brasil, desde seu início, como apropriação fundiária; a atuação do ator econômico e político do agronegócio e o caso californiano de articulação entre acaparamento de terras rurais e economia carcerária.

A seção final do curso se dedica a experiências de retomadas, com dois exemplos históricos (a cabanagem, no Pará do início do século 19 e a revolução no México em 1910) e de um caso contemporâneo no extremo-sul da cidade de São Paulo. No fim de sua vida, Marx se debruça, para a redação do volume 3 de O Capital, sobre as sociedades agrárias. Recebe do historiador russo Kovalevsky seu livro Obshchinnoe Zemlevladenie e (re)pensa a distinção entre posse e propriedade da terra e sublinha a impossibilidade de aplicar o mesmo conceito de ‘propriedade’ usado para a Europa, para estudar sociedades onde a terra não pode ser alienada (vendida). Marx troca, num ponto que Oswald de Andrade enfatizará depois, sistematicamente “propriedade” por “posse” nesses chamados Cadernos Kovalevsky, indicando a comunidade/comuna como proprietária, ou melhor, possuidora da terra. À apropriação capitalista, pode ser contraposta outra, a reapropriação como retomada. Essa palavra não diz respeito a um tomar para si e ser dono absoluto de uma terra a ser dominada, mas de conviver e adaptar-se a ela, em consonância com os desafios urgentes (dada a emergência climática) de outras compreensões de naturezas-culturas e com inúmeras práticas cotidianas dos povos da terra. Por fim, a última sessão é dedicada à um debate a respeito dos elos costurados entre lutas pela terra e aspirações democráticas.

14 de agosto

abertura

Davi Kopenawa e Bruce Albert. A queda do céu: palavras de um xamã yanomami.

São Paulo, Companhia das Letras, 2015 [cap. 23. O espírito da floresta].

Gustav Landauer. “The settlement” (1909) em Gabriel Kuhn (org.) Revolution and Other Writings: A Political Reader. Oakland, PM Press, 2010.

Manuela Carneiro da Cunha. “Povos da megadiversidade: o que mudou na política indigenista no último meio século”. Revista Piauí, n. 148, janeiro de 2019.

Habitantes da ZAD, Notre-Dame-des-Landes. Tomar a terra. São Paulo, Glac, 2021 [2019].

José Celso Martinez Corrêa. Sertões: histórias de Canudos. Instituto Moreira Salles, 3 de julho de 2019.

terras cercadas

21 de agosto

cristãos, comunistas, hereges

Friedrich Engels. “As guerras camponesas na Alemanha” (1850) em A Revolução antes da revolução – Vol. 1. São Paulo, Expressão Popular, 2008. [trecho]

Ernst Bloch. Thomas Müntzer, teólogo da revolução. Rio de Janeiro, Tempo Brasileiro, 1973 [1921]. [trecho]

complementar:

Thomas Müntzer. Sermão aos príncipes, 1524.

Dagmar Talga. O Voo da Primavera (2019) - documentário sobre a vida de dom Tomás Balduíno.

28 de agosto

comum contra capital

Karl Marx. Os despossuídos: debates sobre a lei referente ao furto de madeira. São Paulo, Boitempo, 2017 [1842]. [trecho]

Karl Marx. O Capital: crítica da economia política (livro 1: o processo de produção do capital). São Paulo, Boitempo, 2013 [1867] [Capítulo 24 – A Chamada Acumulação Original].

complementar:

Troca de cartas entre Karl Marx e Vera Ivanovna Zasulitch (1881) em Michael Löwy (org.) Lutas de classes na Rússia. São Paulo, Boitempo, 2013. [trecho]

Pierre-Joseph Proudhon. O que é a propriedade? ou Pesquisa sobre o Princípio do Direito e do Governo. São Paulo, Martins Fontes, 1988 [1840]. [capítulos 1 e 2]                      

4 de setembro

antagonismo ameríndio

com Marina Ghirotto Santos e Salvador Schavelzon

Marina Ghirotto Santos. Conversas com florestas viventes: política, gênero e festa em Sarayaku (Amazônia equatoriana). Tese de doutorado em Antropologia Social, FFLCH/USP, 2023 [cap. 3 Terra: formas de cuidar e viver bonito].

complementar:

Ailton Krenak. “A Aliança dos Povos da Floresta” (entrevista de A. Krenak e Osmarino Amâncio, por Beto Ricardo e André Villas Boas, 10 de maio de 1989) em Sergio Cohn (org.) Encontros. Rio de Janeiro, Azougue, 2015.

Edward Valandra. “Mni Wiconi: water is [more than] life” em Nick Estes e Jaskiran Dhillon (orgs.). Standing with Standing Rock: Voices from the #NoDAPL Movement. Minnesota, University of Minnesota Press, 2019.

11 de setembro

brasil quilombola, terra preta

com Salloma Salomão e Ronaldo Santos

Antônio Bispo dos Santos. A terra dá, a terra quer. São Paulo, Ubu e Piseagrama, 2023.

Mariléa de Almeida. Devir quilomba: antirracismo, afeto e política nas práticas de mulheres quilombolas. São Paulo, Elefante, 2022. [introdução e capítulo 1]

complementar:

Joelson Ferreira de Oliveira. “Terra Vista, Terra-Mãe: Existência grandiosa no campo”. Caderno de Leituras n. 111 Série Políticas da terra. Edições Chão da Feira, Belo Horizonte, agosto de 2020.

Flávio dos Santos Gomes. Mocambos e quilombos: uma história do campesinato negro no Brasil. São Paulo, Claro Enigma, 2015. [trecho]

Clóvis Moura. Sociologia política da guerra camponesa de Canudos: da destruição do Belo Monte ao aparecimento do MST. São Paulo, Expressão Popular, 2000. [trecho]

propriedade fundiária, nó do brasil (e do mundo)

25 de setembro

A grilagem como fundamento

com Gustavo Prieto e Douglas Rodrigues Barros

Gustavo Prieto. “Nacional por usurpação: a grilagem de terras como fundamento da formação territorial brasileira” em Ariovaldo Umbelino de Oliveira (org.). A grilagem de terras na formação territorial brasileira. São Paulo, FFLCH/USP, 2020.

complementar:

Ariovaldo Umbelino Oliveira, Camila Salles de Faria e Teresa Paris Buarque de Hollanda. “Registros Públicos e Recuperação de Terras Públicas – Relatório Final”. Série Pensando o Direito n. 48, Brasília, Ministério da Justiça, 2012.

Douglas Rodrigues Barros. “O agro realmente é pop: sobre a hegemonia do sertanejo na era da pós-música”. Revista Rosa, vol. 7, março de 2023.

2 de outubro

O agronegócio

com Yamila Goldfarb e Caio Pompeia

Marco Antonio Mitidiero Junior e Yamila Goldfarb. O Agro não é Tech, o Agro não é Pop e Muito Menos Tudo. São Paulo, ABRA e FES Brasil, 2021.

Caio Pompeia. Formação política do agronegócio. São Paulo, Elefante, 2021. [trecho]

complementar:

Yamila Goldfarb. “Reforma agrária como política de reparação histórica para a população negra no Brasil”. Campo-Território: revista de Geografia Agrária, Uberlândia-MG, v.18, n.49, p. 330-344, abr. 2023.

Caio Pompeia. “Uma etnografia do Instituto Pensar Agropecuária”. Mana, 28 (2), 2022.

9 de outubro

Ajuste prisional: terras rurais e economia carcerária

com Bruno Xavier Martins

Ruth Wilson Gilmore. Golden gulag: prison, surplus, crisis, and opposition in globalizing. Los Angeles, University of California Press, 2007. [no prelo, São Paulo, Igrá Kniga, 2023, tradução de Bruno Xavier Martins]. [trecho]

complementar:

Jackie Wang. Capitalismo carcerário. São Paulo, Igrá Kniga, 2022 [2018] [capítulo 4].

terra habitada

23 de outubro

Cabanagem

com Charles Trocate

Pasquale Di Paolo. Cabanagem, a revolução popular da Amazônia. Belém, Cejup, 1990.

Domingos Antônio Raiol. Motins políticos ou, História dos principais acontecimentos políticos da província do Pará desde o ano de 1821 até 1835. Belém, Universidade Federal do Pará, 1970.

Vicente Salles. Memorial da Cabanagem: esboço do pensamento político-revolucionário no Grão-Pará. Belém, Cejup, 1990.

Mark Harris. Rebelião na Amazônia: Cabanagem, Raça e Cultura Popular no Norte do

Brasil (1798-1840). Campinas, Unicamp, 2018.
Décio Freitas. A miserável revolução das classes infames. Rio de Janeiro, Record, 2005.

Célia Maracajá. O auto da cabanagem.

30 de outubro

Tierra y libertad (México, 1910)

com Cassio Brancaleone e Ester Rizzi

Manifiesto de Partido Liberal Mexicano. Regeneración Tomo IV, No. 56 Los Ángeles, California. 23 de septiembre de 1911.

INEHRM (org). El plan de ayala (1911). Mexico, Fondo de Cultura, 2019.

Rubén Trejo Muñoz. “Vínculos entre los zapatistas y los magonistas durante la Revolución Mexicana”, UACM, 2020.

complementar:

Cassio Brancaleone. “Revolução mexicana, magonismo e anarquismo” em Beatriz Silvério e Fernanda Grigolin (orgs.). Infatigável guerrilheira: Margarita Ortega Valdés na Revolução Mexicana. São Paulo, Tenda de Livros, 2022.

Ester Gammardella Rizzi. Revolução Mexicana - O direito em tempos de transformação social. São Paulo, Expressão Popular, 2023. [capítulo 2 “O Direito e a organização fundiária mexicana”].  

6 de novembro

retomadas

com Jerá Guarani, Lucas Keese e Lauriene Seraguza

[domingo 5 de novembro – dia na Kalipety]

Jerá Guarani. “Tornar-se selvagem”. Piseagrama, n. 14, p. 12-19, jul. 2020.

Lucas Keese dos Santos. A esquiva do Xondaro: movimento e ação política entre os Guarani Mbya. São Paulo, Elefante, 2021. [capítulo 4: esquiva e resistência histórica]

Lauriene Seraguza. As donas do fogo: política e parentesco no mundo guarani. Tese de doutorado em Antropologia Social, FFLCH/USP, 2023 [trecho do capítulo 3: corpos de reservas, vidas em retomadas].

13 de novembro

debate de encerramento ao ar livre na casa líquida [perto do metrô Sumaré]:

apropriação coletiva e territórios libertos

com Mauro William Barbosa de Almeida

11.08.2023 | by martalanca | ameríndio, antagonismo, comunistas, cristãos, curso, democracia, hereges, terra

Em Tempo de Erros (1992), Muhammad Chukri

 

«Procurei o jogo da vida e os seus símbolos, não a sua verdade: a obscuridade e o enigma em vez do claro e do simples, o desconhecido em vez do óbvio, a miragem em vez da água.» 

Em Tempo de Erros (1992), Muhammad Chukri prossegue o duro relato autobiográfico iniciado em Pão SecoNesta história de uma vida no fio da navalha, assistimos aos anos de aprendizagem do autor, à sua crescente obsessão pela leitura, num quotidiano de pobreza e delinquência, e ao advento de um escritor. Entre a família em Tânger e a escola em Laraxe, preenchem os seus dias uma galeria de almas perdidas, amigos e amantes com a marca da loucura e, diz-nos, «bárbaros com quem vivi de noite em estreitas ruelas e tabernas duvidosas». Num país onde «os inteligentes enlouqueceram e deliram pelas ruas, e os que merecem ficar aqui emigraram», Chukri revisita a doença, a idade adulta e as amizades com os marginais estrangeiros atraídos por Tânger, reiterando a impossibilidade de aniquilar os desejos que o movem.

TÍTULO ORIGINAL ﺯﻣﻦ الأخطاء (Zaman al-Akhṭāʾ), TRADUÇÃO DO ÁRABE Hugo Maia, ILUSTRAÇÃO DA CAPA Gonçalo Duarte.

07.08.2023 | by martalanca | árabe, literatura, Marrocos, Muhammad Chukri

Johnson Lowe Gallery presents Ilídio Candja Candja: O Silêncio Negro em Forma de Chocolate [Black Silence in the Form of Chocolate]

On view August 4 – September 9, 2023

“Can we intervene in the future, in the near future? We certainly can. Not in the sense of determining it, shaping it, prophesying it, or grounding it in utopia or dystopia. But we know that each of us, or all of us together in the daily decisions, acts, episodes, constructed fictions and updates of the reality we produce, is incidentally interfering in the future.” – António Pinto Ribeiro, 2009

Atlanta, Georgia — Johnson Lowe Gallery is pleased to announce an exhibition of work by Mozambican artist Ilídio Candja Candja: O Silêncio Negro em Forma de Chocolate [Black Silence in the Form of Chocolate]. This exhibition features a series of the artist’s latest large-scale paintings that, while chromatically vibrant and compositionally poetic, critically investigate the structural mechanisms used in the perpetuation, suppression,

and silencing of the Indigenous populations on the continent of Africa in the colonial era. Elements of pre-colonial African sculpture and devices utilized in the subordination of these communities are [dis]placed across heavily collaged, seismically shifting abstract backgrounds, laying the bedrock for Candja Candja’s constellation of revisionist realms.

Candja Candja strategically inserts various instruments of torture and control into his compositions, underscoring the lasting effects of a colonial system historically built upon the manipulation and commodification of existing communities. Chocolate appears, in subtle references, as a pacifying element, palliating the saccharine whiteness of an economy entirely reliant on exploitation through the farming of ‘white gold’ — ivory, sugar, or cotton — and revealing hidden facets relating to the history of slavery in Mozambique.

The multi-tiered dimensions of the artist’s frenetically charged paintings materialize a deliberate visual schema mirroring the structure found in some vernacular African architecture, underscoring the sophisticated blend of mathematical principles and local building techniques inherent in these traditional styles. Such elements of visual representation provide a foundation for the audience to contemplate imaginative territories of empyrean order.

Rising above turbulent, expressive seas awash with vibrant hues of yellow, red, green, and black, among others — evocative of the Mozambican Flag of Independence — African masks, sacred power objects, maps, and figures associated with wayfinding, ceremony, and celebration pair with various apparatuses historically employed to assert physical and psychological dominion, suggesting a complex interplay between tradition and a desire for progress. These symbols, inalienable from vast histories across the African continent, coalesce into unpredictable, rippling scales that delicately balance one another. Within these cosmic systems lie the blueprints for utopian futures envisioned through the eyes of this Mozambican futurist.

This will be the artist’s first exhibition at Johnson Lowe Gallery following notable solo exhibitions, Octopus & Myopia, Galerias Municipais (2021), and Magnificência Luz e Fusão, Galeria São Mamede (2022), both held in Lisbon, Portugal. The exhibition is accompanied by an essay by Titos Pelembe titled O Silêncio Negro em Forma de Chocolate [Black Silence in the Form of Chocolate].

Ilídio Candja Candja’s Black Silence in the Form of Chocolate will be on view from August 4, 2023, through September 9, 2023.

764 Miami Circle NE, Suite 210, Atlanta, GA 30324
O. (404) 352 8114 info@johnsonlowe.com johnsonlowe.com

About Johnson Lowe Gallery

Johnson Lowe Gallery is devoted to championing emerging, mid-career, and established artists from diverse cultural backgrounds. The gallery’s program is built upon a reverence for the alchemical nature of artistic expression, with the intention to honor the profound nature of visual language and the role it can play in affecting paradigm shifts at both personal and societal levels.

Johnson Lowe Gallery is committed to presenting work across all media, including but not limited to painting, sculpture, installation, and photography. Alongside a commitment to support and foster the Atlanta arts community, our curatorial and programming initiatives aim to facilitate cross-cultural and global dialogues.

The gallery was founded in the summer of 1989 in Atlanta, Georgia, by Bill Lowe. Longtime artists in the gallery program include Thornton Dial, Michael David, Todd Murphy, Jimmy O’Neal, and Kathleen Morris. The gallery’s exhibition history includes internationally renowned artists such as Ida Applebroog, Markus Lupertz, Dale Chihuly, Hiro Yamagata, and Leiko Ikemura.

Notes to Editors
Title: Ilídio Candja Candja: O Silêncio Negro em Forma de Chocolate

Dates: August 4, 2023 – September 9, 2023

Address:
764 Miami Cir NE #210, Atlanta, GA 30324

Hours:
Tuesday – Friday | 10:00 AM – 5:30 PM Saturday | 11:00 AM – 5:30 PM
Sunday, Monday, and Evenings by appointment

Instagram Facebook

For all media inquiries, please contact Pelham Communications: Emma Gilhooly | emma@pelhamcommunications.com | +1 929 613 9790

Alison Andrea Lopez | alison@pelhamcommunications.com | +1 917 378 0172

764 Miami Circle NE, Suite 210, Atlanta, GA 30324
O. (404) 352 8114 info@johnsonlowe.com johnsonlowe.com

06.08.2023 | by martalanca | Ilídio Candja Candja

Former Portuguese Colonies: Media and Decolonization

International conference (Dec. 12-13) / Film Retrospective (Dec. 10-13)

Rome, venues to be determined


The independence of the Portuguese colonies came at the end of the long process of decolonization of African nations: the last countries on the continent to free themselves from European colonialism were Angola, Cape Verde, Guinea-Bissau, São Tomé and Príncipe, and Mozambique between 1973 and 1975, after long wars against Portugal. After the 1974 Carnation Revolution in Portugal, former Portuguese colonies in Africa achieved independence, most recently Angola and Mozambique in 1975. Fifty years later, we want to remember these events by looking at them through the role of film and media.

In recent years, film and media studies has been increasingly concerned with anticolonialism, Third-Worldism, and internationalism, as part of a larger push to include topics such as migration, colonialism, and postcolonialism in this field. At the same time, scholarly investigations into the role of cinema during the Cold War are also finding new outlets particularly with regard to dynamics of transnational solidarity, internationalism, anticolonialism, and more generally the anti-imperialism of the long ’68. This conference takes its cue from these new areas of study, but seeks to approach them from an angle that has received relatively little attention: the relationship between the media (cinema, television, photography) and the former Portuguese colonies. Building on recent studies (such as those by Maria do Carmo Piçarra, Teresa Castro, Catarina Laranjeiro, and Ros Gray) and the recent rediscovering of the photographic and cinematographic work of Augusta Conchiglia, with this conference we aim to highlight these topics and to spotlight new, hitherto marginalized films that will be screened during the conference and in the days leading up to it. If in fact the works of foreign filmmakers such as Sarah Maldoror or Mario Marret, or of Angolan, Cape Verdean, Guinean, and Mozambican filmmakers (Ruy Duarte, among others) are relatively popular, practically unknown is the role of Italian filmmakers in narrating the wars of independence and their afterlives. The photographs of Uliano Lucas, Bruna Polimeni, Augusta Conghiglia, and movies like Labanta Negro! (Piero Nelli, 1966) circulated widely at the time, just as with the films by Valentino Orsini and Alberto Filippi (I dannati della terra, 1969), Lionello Massobrio, Joaquin Jorda, Elena Bedei, Sergio Spina (preserved at AAMOD, the Audiovisual Archive of the Workers’ and Democratic Movement in Rome), and even Carlo Lizzani, who in 1976 made a film for RAI on Angola, Black Africa, Red Africa.

Non-governmental organizations and Italian militants, filmmakers included, played an important role in the solidarity for and with the peoples struggling against colonialism, hosting, among other things, two conferences with the participation of former Portuguese African leaders (in Rome, 1970 and Reggio Emilia, 1973). Our conference aims to broaden the gaze and reopen the debate on the relationship between media (not only Italian) and former Portuguese colonies, in search of those “affinities”—or rather “intimacies” (according to Lisa Lowe’s definition)—between continents united in capitalist oppression and anticolonial solidarity.

We would like to solicit proposals in Italian or English that address queries around media and its relationship with the former Portuguese colonies. We suggest the following topics for participants to consider:

– Representations, renditions, and narratives of the wars of independence;

– Travels of filmmakers and photographer(s);

– Recycling and circulations of images;

– Internationalist solidarity through the media;

– Cinema’s role in Portuguese decolonization;

– Archives and methods of anticolonial studies and work;

– Feminist and gendered approaches to the colonial and anticolonial question;

– Reportage, investigations, and other forms of documentary filmmaking for television.

– We also invite artists to submit works of research-creation, or more generally works of creative artistic practices, that engage with the topics of this conference.

Have confirmed participation: Livia Apa (Centro Studi sull’Africa Contemporanea dell’Università di Napoli L’Orientale),  Andrea Brazzoduro (Università degli Studi di Napoli L’Orientale), José Manuel Costa (Cinemateca Portuguesa, tbc), Ilaria Ferretti (Home Movies), Mario Lanzafame (archivist and researcher), Mariano Mestman (Universidad de Buenos Aires), Carlo Podaliri (archivist and researcher), Roberto Silvestri (film critic), Vincenzo Russo (Università degli Studi di Milano Statale), Masha Salazkina (Concordia University, Montreal), Mariamargherita Scotti (Istituto de Martino), Gabriele Siracusano (CNR e Fondazione Gramsci), Alessandro Triulzi (Università degli Studi di Napoli L’Orientale), and the filmmakers Elena Bedei, Filipa César, Augusta Conchiglia. The retrospective will include films (short, medium, and feature length) rarely screened and/or recently found.

Proposals for papers (20 minutes max.) for the Rome conference may be sent in the form of abstracts of 150-200 words, along with a brief bio (100 words max.) no later than September 22, 2023. The official language of the conference will be English, but there will be sections in Italian with simultaneous translation provided.

The conference is part of the project “A Forgotten History: Italian Cinema and the Decolonization of the Former Portuguese Colonies” promoted by AAMOD, and it is organized as part of the series “The Project and Forms of a Political Cinema.”

Convenors: Luca Caminati (Concordia University, Montreal), Damiano Garofalo (Sapienza University of Rome), Luca Peretti (University of Warwick), Paola Scarnati (AAMOD) with Maria do Carmo Piçarra (ICNOVA-UNL).

The conference is promoted by AAMOD, in collaboration of Fondazione Gramsci, Sapienza-University of Rome, Concordia University, Montreal, University of Warwick, in partnership with

ICNOVA-UNL, Cattedra Antonio Lobo Antunes (Università degli studi di Milano- Istituto Camões di Lisbona), Centro Sperimentale di Cinematografia – Cineteca Nazionale, Istituto De Martino, Centro Studi sull’Africa Contemporanea (CeSAC) dell’Università di Napoli L’Orientale, Centro Amilcar Cabral di Bologna, Fondazione Lelio e Lisli Basso onlus, Casa del Cinema di Roma, and Consulta Universitaria Cinema.

more info.


01.08.2023 | by martalanca | international conference, Media and Decolonization

Para o Porto ficar Odara

Casa Odara inaugura esta semana na Mártires da Liberdade

A Casa Odara chega ao Porto em agosto deste ano como um espaço múltiplo dedicado às artes, ao corpo e à gastronomia. Localizada na região central da cidade, na área pedonal da rua Mártires da Liberdade, a Casa irá abrigar um estúdio de cabeleleires, um café e uma constante programação cultural. De modo abrangente e plural, o espaço se propõe a ser um reduto para a diversidade e a resistência, seja por meio do enfoque em cabelos naturais e colorações artísticas, seja pelo trabalho com artistas imigrantes, LGBTQIA+ entre pautas feministas, antirracistas e decoloniais.

Inspirada na canção de Caetano Veloso (1977), o nome Casa Odara evoca a beleza e a festa tropicalista que convoca Odara como estado de espírito, qualidade de um corpo que canta e dança, que sonha e reluz. Celebra o encontro, a diversão, o prazer e o conhecimento como formas de empoderamento e resistência. Odara é entidade, é proteção, é caminho, corpo vivo e pulsante. Isso tudo dentro de uma casa-aconchego, um refúgio para a diversidade e o culto às artes.

O projeto foi idealizado por um conjunto de mulheres imigrantes que juntam-se para dar corpo ao espaço. À frente da equipe está Gabriela Barbosa que, há cerca de uma década, vem construindo uma trajetória única no trabalho com cabelos naturais, questionando a hegemonia de padrões estéticos que reprimem e invisibilizam a beleza que reside na diversidade de formas, cores e curvas. Há cerca de seis anos, Gabriela vive e trabalha no

Porto, sendo hoje considerada uma das principais referências no país quanto ao corte e tratamento de cabelos naturais.

A partir do dia 8 de agosto o espaço já estará aberto ao público, com o estúdio de cabelelereires onde colaboram diversos profissionais além de Gabriela. A programação cultural também inicia já neste momento com a exposição Qualquer coisa que se sonhara, apresentando o trabalho das artistas Karla Ruas, Najla Leroy, Samuel Wenceslau, com a curadoria de Gabriela Carvalho. A exposição é composta por obras em diferentes formatos que traçam um paralelo entre corpos humanos e vegetais a partir das raízes e rizomas, evocando a ideia de ancestralidade. Dentro de algumas semanas também já será possível acessar o café e a continuidade do programa cultural, com grupos de leitura, workshops, concertos, debates e exposições.

Para agendamentos, visitas e para acompanhar a programação do espaço, basta acessar as redes sociais @casaodara.pt ou entrar em contacto pelo e-mail cultura.casaodara@gmail.com.

Sobre Gabriela Barbosa

Gabriela Barbosa é artista dos cabelos, escritora e licenciada em Biomedicina. Possui uma vasta formação no tratamento de cabelos naturais e trabalha nesta área há cerca de uma década. Colaborou com uma série de profissionais e espaços como o Circus Hair, uma referência quanto ao trabalho especializado nas artes do corte e pintura dos cabelos em São Paulo. Já em Portugal criou e mantém o espaço Cozy Hair e atuou por anos em espaços especializados em cabelos naturais. Co-fundadora da Casa Odara em colaboração com a gestora administrativa, Janaína Kruger.

Serviço

Casa Odara
Rua dos Mártires da Liberdade, 126, Porto/PT 10h00-18h00 de terça-feira a sábado. A partir do dia 08 de agosto de 2023

Contacto para Imprensa: Gabriela Carvalho (gestora cultural)

cultura.casaodara@gmail.com +351 910969768

Contacto para Gestão: Janaína Kruger (gestora administrativa) casaodara.pt@gmail.com +351 934729637

01.08.2023 | by martalanca | Casa Odara, porto

PITCH ME!

A Academia Portuguesa de Cinema e a Netflix anunciam a abertura da convocatória PITCH ME!, destinada a descobrir o trabalho de argumentistas emergentes, através de um programa de desenvolvimento de escrita no formato de residências, e que visa oferecer aos autores dos projetos selecionados uma oportunidade de colaborar e desenvolver as suas ideias, orientados por uma equipa de profissionais – argumentistas, mentores, script doctors, etc.

Depois da sua primeira edição, em 2019, no âmbito do “A Quatro Mãos” a iniciativa “Pitch Me!” regressa, desta vez focada na diversidade e inclusão de autores e narrativas de segmentos da população em risco de exclusão social, sub-representados no cinema e no audiovisual, tais como: pessoas com diversidade étnica, cultural, sexual, de género, diversidade funcional ou deficiência, pessoas de contexto socioeconómico desfavorecido.

A iniciativa pretende selecionar autores emergentes que poderão desenvolver projetos através de um programa de duas residências, uma no início do programa e outra no final. Entre as duas residências, e ao longo de 4 meses, haverá um conjunto de sessões de mentoria com profissionais do setor (nomeadamente, argumentistas).

O programa culminará num evento presencial com um pitch dos projetos desenvolvidos perante um grupo de profissionais representativos da indústria cinematográfica e audiovisual portuguesa.

O júri responsável pela avaliação de projetos é composto pelo poeta e dramaturgo André Tecedeiro, o realizador Ary Zara, a atriz, produtora e argumentista Ciomara Morais, a argumentista e editora Marta Lança e a jornalista e escritora Paula Cardoso.

Saiba mais e consulte o regulamento em: www.academiadecinema.pt/pitch-me-2023/

A iniciativa

Pitch Me!” é uma iniciativa desenvolvida pela Academia Portuguesa de Cinema e pela Netflix, focada na diversidade e inclusão de narrativas e autores com sub-representação no cinema e no audiovisual, tais como: pessoas com diversidade étnica, cultural, sexual, de género, deficiência ou diversidade funcional e pessoas de contexto socioeconómico desfavorecido.

A iniciativa pretende selecionar autores emergentes que poderão desenvolver projetos através de um programa de duas residências, uma no início do programa e outra no final. Entre as duas residências, e ao longo de 4 meses, haverá um conjunto de sessões de mentoria com profissionais do setor (nomeadamente, argumentistas).

O objetivo final é a criação de um argumento e respetivo dossier de apresentação, bem como a apresentação dos projetos perante um grupo de profissionais representantes da indústria cinematográfica e audiovisual portuguesa (pitch – sessão de pitching).

Tipos de projetos

Longas-metragens e séries de ficção.

Quem pode candidatar-se?

Pessoas de nacionalidade portuguesa ou de qualquer nacionalidade e com residência permanente em Portugal, maiores de 18 anos, que pertençam a um segmento da população sub-representado nas áreas do cinema e audiovisual, tais como: pessoas com diversidade étnica, cultural, sexual, de género, deficiência ou diversidade funcional e pessoas de contexto socioeconómico desfavorecido.

Período para envio de candidaturas

O período para candidaturas começa a 31 de julho de 2023 e termina a 07 de setembro de 2023.

As candidaturas devem ser enviadas até às 23h59 do dia 07 de setembro de 2023.

Quantos projetos serão selecionados?

Serão selecionados, no máximo, 8 projetos:

– 3 a 5 projetos de longa-metragem
– 3 a 5 projetos de séries de ficção

Programa de desenvolvimento

As pessoas responsáveis pela autoria dos projetos selecionados integrarão um Programa de Desenvolvimento, que consistirá em:

  • Residência inicial, com a duração de 3 dias (sexta a domingo), em novembro de 2023 (data a anunciar). As pessoas selecionadas terão a oportunidade de colaborar e desenvolver as suas ideias, orientadas por uma equipa de profissionais (argumentistas, mentores)
  • Sessões de mentoria individuais de acompanhamento de projeto, ao longo de 4 meses. Serão agendadas entre mentores e autores, em formato presencial e/ou online.
  • Residência final, com a duração de 3 dias (sexta a domingo), na primavera de 2024 (data a anunciar). As pessoas selecionadas farão os últimos ajustes na primeira versão do argumento e trabalharão sobre o dossier de apresentação do projeto.
  • Sessão de pitching dos 8 projetos desenvolvidos perante um grupo de profissionais representantes da indústria cinematográfica e audiovisual portuguesa.

Os conteúdos e atividades programadas nas residências, bem como a atribuição de mentores de acompanhamento de projeto, serão definidos de acordo com o que melhor se adequar às características dos projetos selecionados.

Júri

  • André Tecedeiro – poeta e dramaturgo
  • Ary Zara – realizador
  • Ciomara Morais – atriz, argumentista e produtora
  • Marta Lança – argumentista e editora
  • Paula Cardoso – jornalista e escritora

Critérios de avaliação e elegibilidade

No processo de seleção, o Júri terá em conta:

  • A criatividade e inovação de cada projeto apresentado, nomeadamente na forma como expressa a intenção de trabalhar sobre narrativas relacionadas com a diversidade e a representatividade de realidades sub-representadas no cinema e audiovisual.
  • A forma como cada pessoa que se candidata apresenta o seu projeto e expressa a sua ideia e motivações.
  • O potencial cinematográfico/audiovisual de cada projeto apresentado.
  • O correto envio de todos os materiais solicitados nos formatos mencionados, dentro do prazo de candidatura. 

Anúncio dos resultados

O resultado da seleção será comunicado até 02 de outubro de 2023. 

Apresentação e envio das candidaturas

As candidaturas deverão ser enviadas através do formulário de participação, contendo os seguintes 4 (quatro) elementos:

  1. Video-pitch (máximo 5 minutos) no qual deverão ser abordados os seguintes tópicos:
    • Apresentação sucinta do projeto e temática(s) abordada(s).
  1. Nota biográfica ou CV.
  2. Declaração de consentimento assinada, referente ao fornecimento de dados pessoais e aos materiais submetidos no âmbito deste concurso.
  3. Dossier de projeto (máximo 15 páginas no total) que deverá conter:
    • Sinopse (máximo 1 página)
    • Memória descritiva: informações que contribuam para uma melhor compreensão do projeto, nomeadamente temática(s) abordada(s), ambientes, referências, etc.
    • Descrição de personagens principais.
    • Tratamento (máximo 5 páginas): um relato sucinto dos principais acontecimentos da história, do começo ao fim. No caso de projetos de longa-metragem, o tratamento deverá cobrir toda a história. No caso de séries, o tratamento deverá ser focado no episódio piloto, seguido de um descritivo sucinto do arco de temporada, ou seja, dos acontecimentos previstos para os episódios seguintes da temporada da série.
    • Nota de intenções: as pessoas candidatas deverão apresentar aqui, por exemplo, as suas motivações para escrever o projeto, a forma como pensam abordar a história, as ideias que pretendem transmitir.

O Júri poderá solicitar qualquer outra informação que considere necessária para proceder à análise e seleção do(s) projetos(s).

Cada pessoa poderá apresentar até 2 candidaturas. 

Formato dos materiais

  • Vídeo-pitch: deverá ser enviado através de um link de Vimeo ou Youtube. Se optar por um link de acesso privado, deverá mencionar a password de acesso no campo correspondente do formulário de participação.
  • Nota biográfica ou CV: em formato .pdf (tamanho inferior a 5MB)
  • Declaração de consentimento: deverá ser impressa, assinada e enviada em formato .pdf (tamanho inferior a 5MB)
  • Dossier de projeto: em formato .pdf (tamanho inferior a 5MB) ou vídeo em Língua Gestual Portuguesa em link de Vimeo ou Youtube.

Não serão aceites materiais enviados através de outros meios nem em formatos alternativos. 

Esclarecimentos

Quaisquer dúvidas poderão ser esclarecidas enviando um email (texto ou vídeo em Língua Gestual Portuguesa) para secretariado@academiadecinema.pt

mais informações

 

31.07.2023 | by martalanca | cinema, PITCH ME!, séries, televisão

CONVITE «Sementes de Vida». Residência Artística n’A SACHOLA

As nossas raivas condensam-se numa nuvem. Carregada de emoções, de sonhos, de gritos, a nuvem explode numa multiplicidade de gotas. Como desejos, as gotas escorrem. Ao encontrarem-se com a terra, elas dão vida às raízes d’A SACHOLA.
A SACHOLA é um espaço localizado na antiga escola primária de Covas do Barroso. Nesta aldeia, há cinco anos que as populações lutam contra a maior mina de lítio a céu aberto da Europa. 
O Barroso é a única região portuguesa considerada Património Agrícola Mundial, devido às práticas agrícolas ancestrais praticadas pelas populações. Em harmonia e simbiose com o seu meio, os locais preservam um território biodiverso, sustentável e saudável. É este património histórico, natural e cultural que se encontra ameaçado e que lutamos para proteger. Lutamos para defender estas montanhas sagradas, estes céus estrelados, estes modos de vida ancestrais e comunitários. 
A SACHOLA nasce de uma vontade coletiva de cuidar da vida que nos querem roubar. A SACHOLA é um espaço-ponte, que liga quem habita o território e quem com ele se solidariza. A SACHOLA é um espaço-sonho, que abre caminhos para um Barroso onde caibam muitos mundos.

Sabemos que a arte é essencial na construção da imaginação. Por isso, convidamos artistas de música, teatro, performance, artes plásticas e visuais, cinema, e das mais variadas artes a juntarem-se a esta causa.
Sementes de Vida é um apelo artístico ao cuidado com a terra. Sementes de Vida é um exercício experimental de criação coletiva. Sementes de Vida é um chamado à imersão nestes montes sagrados. 
Venham mergulhar na tranquilidade destas serras, que nos oferecem infinitas possibilidades de colaboração com a comunidade e de conexão com o lugar. Juntos e juntas, construiremos um conjunto artístico que será apresentado durante o Acampamento em Defesa do Barroso. 

O QUE PROPOMOS?Entre os dias 5 e 10 de agosto, junta-te a outros artistas para sonhar e construir em conjunto. O “resultado” desta residência será apresentado durante o Acampamento em Defesa do Barroso, entre os dias 10 a 15 de agosto.
O QUE OFERECEMOS?Espaço para acampar, cozinha comunitária, chuveiros, e espaço interno e externo para o desenvolvimento da criação artística.
Se quiseres participar nesta Residência, envia um email para asachola@riseup.net até dia 1 de agosto para podermos organizar a tua vinda. Esperamos por ti!

20.07.2023 | by martalanca | Sementes de Vida

Artistas e Maternidade I FMM - Sines

25 Julho, 18h00 | Pátio das Artes Entrada livre

Com a cantora Selma Uamusse, a atriz Marta Félix e a escritora Susana Moreira Marques. Organização e moderação de Marta Lança

Como se tem aliado a potência da maternidade à prática artística? Que ginástica mental, logística e sacrifícios tem uma mãe de fazer para não abdicar dos seus sonhos e carreira? E também que gestos de interajuda e de comunidade se foram criando ao longo do processo de ser mãe e artista? É preciso reconhecer as desigualdades, esforço maior ou privilégios de género nestes processos. Interessa ainda falar sobre os filhos e filhas enquanto um dos mais inspiradores acontecimentos, e como essa constante transformação ecoa naquilo que fazemos e nas pessoas que vamos sendo, à medida que eles crescem. Já agora, gostaríamos de saber como as crianças veem as mães que dedicam tantas horas da sua vida aos palcos, aos estúdios, aos livros, aos ensaios, aos computadores. Como convivem com esse amor partilhado das suas mães? Uma conversa sobre as ansiedades e forças destas mães cantora, atriz e escritora que abordam, no trabalho artístico, a sua experiência de maternidade, na troca de perspetivas, percursos e respostas às desafiantes perguntas das crianças.

https://www.fmmsines.pt/pages/968?event_id=1158

18.07.2023 | by martalanca | artistas, maternidade

Ciclo de Cinema LIBERTAR a MEMÓRIA, Luca Argel

O Cineclube de Faro e Luísa Baptista têm o prazer de o/a convidar para assistir à próxima sessão do Ciclo de Cinema LIBERTAR a MEMÓRIA, do programa DiVaM – Dinamização  e Valorização dos Monumentos - com o tema  “Patrimónios (des)confortáveis”, que terá lugar no dia 22 de Julho pelas 17h30 no Auditório da Fortaleza de Sagres

Agradecemos a confirmação da sua presença, por questões de lotação da sala para: ccf@cineclubefaro.pt

PROGRAMA:

22 de JULHO // SÁBADO - 17:30 // Curadoria: LUCA ARGEL

BABÁS (2010) - Brasil, DOC, 20min

Consuelo Lins

A curta “Babás”, de Consuelo Lins, começa com uma fotografia do século XIX de uma “mãe negra” e um menino branco nela apoiado. 

Este documentário mistura elementos autobiográficos a uma reflexão sobre a presença das babás (amas) no quotidiano de inúmeras famílias brasileiras, tocando num tema raro na produção audiovisual contemporânea. Fotografias, filmes de família e anúncios de jornais do século XX constroem uma narrativa pessoal sobre uma situação em que o afeto é genuíno, mas não dissolve a violência, evocando em alguns aspectos o nosso passado escravocrata.

+ 

QUE HORAS ELA VOLTA? (2015) - Brasil, Drama, 1h47min

Anna Muylaert

Val é o tipo de empregada doméstica que leva o seu trabalho a sério. Ela veste um uniforme de empregada elegante enquanto serve canapés perfeitos; ela serve seus ricos patrões de São Paulo dia após dia enquanto cuida carinhosamente do filho adolescente deles, que ela criou desde a infância. Tudo e todos na elegante casa têm o seu lugar, até que um dia, a ambiciosa e inteligente filha de Val, Jéssica, chega da cidade natal de Val para fazer os exames de admissão à faculdade. A presença jovem e confiante de Jéssica perturba o equilíbrio de poder não dito, mas rigoroso, na casa; Val tem de decidir onde está a sua lealdade e o que está disposta a sacrificar.

LUCA ARGEL

(Rio de Janeiro, 1988), é licenciado em música pela UNIRIO e mestre em literatura pela Universidade do Porto. É vocalista e compositor dos grupos “Samba Sem Fronteiras”, “Orquestra Bamba Social” e “Ruído Vário”. Tem livros de poesia publicados no Brasil, em Espanha e em Portugal, um dos quais foi semifinalista do Prémio Oceanos 2017. Escreve rubricas de rádio e bandas sonoras para dança e cinema. Possui cinco álbuns lançados, os dois últimos “Samba de Guerrilha” e “Sabina” são resultados de uma pesquisa continuada sobre a história, política, e suas relações com a música popular. 

Em todas as sessões | CURADORIA LITERÁRIA: Marta Lança com BUALA.

Programação completa em anexo. Link para convidar amigos: https://fb.me/e/3vyFAY8xI

+ INFORMAÇÕES

Comunicação: Luísa Baptista - 966 803 707

E-mail: ccf@cineclubefaro.pt

Site: https://www.cineclubefaro.pt/libertar-a-memoria

Facebook: www.facebook.com/cineclubefaro

Instagram: www.instagram.com/cineclube_faro/

Youtube: www.youtube.com/@cineclubedefaro8605  

Libertar a Memória é um projeto promovido pelo Cineclube de Faro, com a coordenação e direção artística de Luísa Baptista, apoiado pela Direção Regional de Cultura do Algarve / DiVaM - Dinamização e Valorização dos Monumentos.

Conta com BUALA e a livraria A Internacional como parceiros e com apoio da Multicópias - Centro de Soluções Gráficas.

18.07.2023 | by martalanca | Cineclube de Faro, libertar a memória, luca argel, Sagres