VOARTE – Dias de Dança, Cinema e Comunidade

1 a 5 de Junho de 2021

Teatro do Bairro


Está a chegar uma semana de programação da VOARTE, com dias dedicados à dança, cinema e comunidade, que visam dar a conhecer o trabalho que a estrutura tem vindo a desenvolver ao longo de 23 anos de projectos artísticos multidisciplinares, inclusivos e inovadores. Decorrerá entre o dia 1 e 5 de Junho, no Teatro do Bairro, e contará com a exibição de filmes, conversas, ações de formação e a estreia do novo espectáculo de dança da CiM – Companhia de Dança.

Dia 1 de Junho (terça-feira) – InShadow _ LittleShadow – teremos uma sessão de animação destinada ao fechada ao público geral e articulada directamente com as escolas, desenvolvida no sentido de suscitar a imaginação e desenvolver a reflexão crítica entre os mais jovens. Um apanhado do melhor que nos tem chegado à Competição Internacional de Animação da secção Little Shadow, em combinação com produções inéditas entre nós. São oito filmes - desde poemas visuais, com o corpo e a abstracção em constante movimento, a apontamentos narrativos de crescente complexidade - assentes em temáticas actuais (da inclusão, à sustentabilidade ambiental), cuja exibição pretende promover o cinema de animação enquanto ferramenta activa no desenvolvimento de mentes e identidades socialmente conscientes.

Dia 2 de Junho (quarta-feira) – Projecto Educativo _ Geração Soma – durante a tarde decorrerá uma ação de formação para professores, sobre práticas artísticas e inclusivas em contexto escola, que terá como ponto de partida o Documentário Geração SOMA. Todas as memórias têm um contexto, um tempo e um espaço. Através do processo criativo do projeto Geração SOMA, iremos explorar um olhar para trás, um mundo onde se multiplicam momentos e uma caixa de memórias onde se somam experiências vividas que resultaram numa aventura inesquecível. Um projeto inclusivo e social que trabalhou com crianças entre os 5 e os 16 anos de escolas do Ensino Básico de Lisboa, integrando também crianças com NEE (Necessidades Educativas Especiais) e os respetivos educadores (professores e pais), através da criação e prática artística. Ao fim do dia, pelas 19h30, será novamente exibido o documentário Geração SOMA, para famílias e público geral.

Dia 3 de Junho (quinta-feira) – Cinema _ Documentário & Vídeo-Dança – Um dia dedicado ao universo cinematográfico de Pedro Sena Nunes, passando pelo formato documentário, pelas 15h - com os filmes A Morte do Cinema e Qualquer Coisa de Belo, que partem da premissa do papel do cinema enquanto potenciador/criador de memórias - e pela sua valência mais cine-coregráfica, às 19h30 – com os filmes Poti Pati, Four Void, Hope e Pequena Desordem Silenciosa, de natureza experimental, povoados pela poesia nas suas mais variadas formas - vocal e imagética, cénica e coreográfica.

Dia 4 de Junho (sexta-feira) – InArt & InShadow _ Documentário & Vídeo-Dança – Um dia dedicado aos Festivais produzidos pela VOARTE, o INART – Community Arts Festival e o InShadow – Lisbon Screendance Festival. A tarde inicia-se às 15h, com os documentários Ícaro e 2 and 2 Are Four de Pedro Sena Nunes, numa alusão ao INART, um festival dedicado à promoção de projectos artísticos baseados na diversidade das comunidades, numa arte plural e participativa. Uma sessão fechada ao público geral e dirreccionada a estudantes de dança. Pelas 19h30, numa exibição dedicada ao Festival InShadow, serão projetados nove vídeo-dança, selecionados de entre aqueles que mais se destacam ao longo de uma década de programação, e que testam os limites da relação cine-coreográfica entre a câmara e corpo nas suas mais variadas formas.

5 de Junho (sábado) – CiM – Companhia de Dança _ Geografia Humana – a fechar a semana, no sábado, às 19h30, haverá a estreia do novo espectáculo produzido pela CiM, Geografia Humana.

“Estudamos as superfícies, um possível território, uma paisagem, um lugar. Observamos a distribuição das coisas, dos movimentos, de fenómenos e ajustamos. Medimos o espaço, criamos memória do corpo que o habita e criamos relações com o meio ambiente. São detalhes em transformação com uma ordem inacabada onde podemos escutar o delicado de um espaço e tempo aberto.”

Gostaria de conhecer melhor os projetos da VOARTE e experienciar uma semana enriquecedora a nível cultural e pessoal? Esperamos por si no Teatro do Bairro, de 1 a 5 de junho!
Bilhetes de cortesia, com preços que variam entre 2€ e 5€, brevemente à venda em teatrodobairro.bol.pt.

A voarte, com 23 anos, nasceu da vontade de produzir, promover e valorizar a criação contemporânea, através do cruzamento de linguagens artísticas. Desde 2007, produz a CiM - Companhia de Dança que integra profissionais com e sem deficiência, assim como a produção dos festivais InShadow – Lisbon Screendance Festival e o InArt – Community Arts Festival. Sob a Direcção Artística de Ana Rita Barata (coreógrafa) e Pedro Sena Nunes (realizador).

20.05.2021 | by Alícia Gaspar | arte, cinema, conversas, dança, Teatro do Bairro, voarte

Literaturas Afrikanas

O blog na rua 

Acompanhando a conferência “Desafios das línguas nacionais e da língua portuguesa nalguns países da CPLP”, o blog participará com uma banca de livros de autoria africana  escritos em línguas nacionais ou em versão bilingue com o português. Haverá também dicionários e gramáticas de várias língua nacionais africanas e, até, do Brasil.

Uma mesa especial será consagrada a obras das e dos ilustres palestrantes da conferência e do programa de acompanhamento. 

Vejam a programação do evento  aqui.  

A banca estará pronta para vos acolher a partir das 12.00 horas até às 20.00 horas , na sexta feira , dia 21 de maio, no “Bistrô Crioulo” do Centro Cultural de Cabo Verde , na Rua de São Bento, em Lisboa. 

A conferência começa às 17 horas e pode ser acompanhada online aqui. Para a participação presencial é necessária uma inscrição prévia.

 Apareçam nesta celebração da palavra africana (e não só)  e divulguem!!!!

20.05.2021 | by Alícia Gaspar | cabo verde, centro cultural de cabo verde, língua portuguesa, lisboa, literaturas afrikanas

Memórias de um filme + 66 cinemas

Agora que, finalmente, podemos regressar aos cinemas, O FILME DO MÊS de Maio é precisamente composto por dois filmes que nos falam sobre a magia da sala de cinema e sobre os perigos que ameaçam a sua existência.

MEMÓRIAS DE UM FILME 

de Tiago Resende, Documentário Experimental, Portugal, 2014, 26’

As cidades têm vindo a perder os seus templos do cinema. O ato de ir ao cinema está a perder importância social. Deixou-se de ir à sala escura em busca do sonho. Vivia-se o cinema e sentia-se o cinema, em conjunto. Hoje, estamos sozinhos.
Assim como estes lugares que estão isolados, sem público, sem projeccionistas, sem filmes, sem cinema. A sala enquanto lugar mítico e fábrica de sonhos está a desvanecer. Deixou-se de sonhar. Apagaram-se as memórias daqueles lugares e daqueles por que lá passaram e viveram, com emoção, o cinema. Era uma vez um filme e as memórias desse sonho. Restam-nos algumas memórias, memórias de um filme.

66 CINEMAS

de Philipp Hartmann, Documentário, Alemanha, 2016, 98’, M/12

Com a ajuda de uma única câmara, Hartmann filma os verdadeiros protagonistas do Cinema: os responsáveis pelos bastidores. As pessoas por detrás da bilheteira. Os seus animais de estimação. Os passatempos com que ocupam as horas mortas. As histórias de como se apaixonaram por este mundo, muitos ainda na infância e adolescência, e fizeram carreira nele para proporcionar a mais jovens essa mesma paixão. Os muitos telefonemas a pedir informações sobre os horários de exibição de determinada película. As toneladas de pipocas. O velho. As películas em 35 mm e os retroprojectores. O novo. O comercial e o mais ecléctico. As várias gerações de uma mesma família ligadas à gerência de uma sala de cinema. Os pessimistas, que vêem a evolução da indústria como desmoralizante. Os optimistas, que acreditam que a tecnologia pode conviver com métodos mais tradicionais. Os que defendem que os pequenos cinemas não estão todos condenados à falência e os corajosos que, ainda hoje, decidem abrir novas salas. A diminuição da afluência de expectadores. As artimanhas para contornar a crise. O declínio de uma arte que a digitalização veio mudar para sempre, e as soluções que se encontram para a manter viva.

Locais, Datas, Horários e Preços:
Biblioteca de Alcântara • 20 Maio 2021 • 19:30 • 4€/pessoa
Biblioteca de Marvila* • 21 Maio 2021 • 19:00 • 4€/pessoa
O Cinema da Villa • 28 Maio 2021 • 16:30 • Preçário em vigor no cinema

A sessão de 21 Maio, na Biblioteca de Marvila, será seguida por uma conversa com Rita Rio de Sousa, programadora da Castello Lopes Cinemas e d’O Cinema da Villa.

Para as Bibliotecas, é obrigatória reserva até às 15:00 do dia da sessão através do email: servicoeducativo@zeroemcomportamento.org

O Filme do Mês é um projecto de exibição, pensado para o público adulto, com filmes sobre temas tão distintos como: Política, Economia, Direitos Humanos, Educação, Arquitectura e Urbanismo, Artes, Ciência e Ecologia, entre muitos outros temas.

19.05.2021 | by Alícia Gaspar | 66 cinemas, cinema, documentário, evento, memórias de um filme, o filme do mês

Dublinense lança aguardado novo romance de Cristina Judar, vencedora do Prêmio São Paulo de Literatura

”Elas marchavam sob o sol”, lançado 4 anos depois de seu último romance, apresenta narrativa sobre aprisionamentos relacionados ao feminino e a corpos dissidentes.

Em continuidade à trajetória iniciada pela autora em seus lançamentos anteriores, Elas marchavam sob o sol, segundo romance de Cristina Judar (ganhadora do Prêmio São Paulo de Literatura 2018 e finalista do Prêmio Jabuti) baseia-se em um extenso trabalho sobre o que é ser mulher no Brasil e no mundo, hoje e nas últimas décadas. 

“Neste romance, eu quis trazer à tona questionamentos sobre os mecanismos de exploração e de produção do corpo-capital, assim como sobre a estigmatização e o aprisionamento dos corpos do ser mulher (sejam elas cisgênero ou transgênero) e de uma infinidade de corpos dissidentes que são, há tempos, usados pelo sistema como território de contínuas invasões e aprisionamento”, declara a autora. 

 

SINOPSE

Elas marchavam sob o sol traz as trajetórias de duas jovens, Ana e Joan, que completarão 18 anos de idade em doze meses. Suas vozes e vivências são apresentadas em paralelo, a cada mês, até a data de aniversário.

Ana é diurna e contemporânea, é a mulher bombardeada por anúncios, pelo consumismo, pelas pressões de ordem estética e comportamental dos nossos dias. Joan é noturna, traz referências da ancestralidade, dos ritos de passagem e do entendimento sobre os ciclos da vida e da morte, do inconsciente e do imaginário popular. 

No decorrer da narrativa, são apresentadas as vozes de outras personagens relacionadas às protagonistas, assim como à vivência do cárcere e a tortura em diferentes níveis, inclusive com referência às experiências de prisioneiras políticas durante o período da ditadura militar no Brasil. Elas marchavam sob o sol é um romance sobre violência, perseguição religiosa, perda de liberdade e direitos, além de ser um libelo sobre a necessidade dos ritos, dos sonhos e da ressignificação dos corpos, questionando papeis sociais através da linguagem vibrante e singular de sua autora.

SOBRE A AUTORA

Cristina Judar nasceu em São Paulo, é escritora e jornalista, autora do romance Oito do Sete, ganhador do Prêmio São Paulo de Literatura 2018 e finalista do Prêmio Jabuti do mesmo ano. Escreveu o livro de contos Roteiros para uma vida curta (Menção Honrosa no Prêmio SESC de Literatura 2014) e as HQs Lina e Vermelho, vivo. Seus textos curtos também figuraram em diversas antologias publicadas no Brasil e no exterior. Elas marchavam sob o sol é o seu segundo romance.

OPINIÕES SOBRE O LIVRO

“Em Elas marchavam sob o sol, Cristina Judar construiu uma narrativa poética e pungente, numa linguagem-punhal que entra na pele, que tudo desfaz e reordena. Não há como fugir ou sair incólume. Um belíssimo romance, para se ler como quem sonha.” – Carola Saavedra

“Escritoras do porte de Cristina Judar são necessárias pela capacidade de imprimir uma identidade, pela busca de caminhos sem facilidades para desconcertar o leitor, pela coragem de experimentar e envolver com ficção temas cuja natureza a sociedade ainda não conseguiu assimilar.” – Sérgio Tavares

“Com ‘Elas marchavam sob o sol’, Cristina Judar executa na sua ficção o que o filósofo Paul Preciado sugeriu ao refletir sobre produções artísticas, que é preciso pensar produções de contraficções capazes de questionar modos dominantes de vermos a norma e o desvio. Nesse romance, Judar arquiteta – retorce, flameja, dança – nomes e significados não descobertos (ou redescobertos) e corpos falantes que se reinventam. Mas se trata de uma arquitetura de existências fluidas. As medidas de tempo localizadas no livro são, na minha leitura, um derramar sonoro da imaginação da escritora.” – Raimundo Neto

10.05.2021 | by Alícia Gaspar | corpos dissidentes, Cristina judar, feminismo, livro, mulher, romance

Visões do Império

EXPOSIÇÃO TEMPORÁRIA
Visões do Império
Comissários: Miguel Bandeira Jerónimo e Joana Pontes

Padrão dos Descobrimentos
16 de maio - 30 de dezembro de 2021

Comissariada por Miguel Bandeira Jerónimo e Joana Pontes, Visões do Império dá-nos um vislumbre dos contextos de produção e de uso da fotografia, relacionando-os com alguns dos eventos e processos mais relevantes da história do império colonial português.

Textos de Telma Tvon, Catarina Mateus, Cláudia Castelo, Carmen Rosa, José Pedro Monteiro, Myriam Taylor, Nuno Domingos, Afonso Ramos, Mia Couto e Aniceto Afonso guiam-nos, nos oito núcleos que compõem a exposição, por imagens captadas nas antigas colónias, em tempos e momentos muito diversos: da ciência ao trabalho, passando pelos hábitos, usos e costumes culturais, afetos a cada povo, terminando com uma instalação de Romaric Tisserand. 

O que nos conta uma imagem? A fotografia foi um elemento fundamental da história do moderno colonialismo português. Sem ela, a idealização e o conhecimento sobre os territórios coloniais, seus recursos e populações, teriam sido diferentes. As imagens fotográficas foram encenadas e comercializadas, com diferentes propósitos: alimentaram a imaginação da dominação colonial, concorrendo para a sua concretização, ajudaram a moldar uma visão do “outro” como essencialmente diferente, nos seus modos de vida, costumes e mentalidades, mas serviram também para denunciar a iniquidade e a violência da colonização, acalentando aspirações de um futuro mais humano e igualitário – sonhos esses com diferentes matizes e orientações políticas. Os seus usos no passado e os seus legados no presente foram e são vastos, heterogéneos e duradouros.
 
As fotografias expostas são provenientes de várias coleções particulares e de inúmeras instituições, como o Arquivo Nacional Torre do Tombo, a Fundação Mário Soares/Maria Barroso, o Arquivo & Museu da Resistência Timorense, o Arquivo Histórico de São Tomé e Príncipe ou Centro de Documentação e Formação Fotográfica, em Maputo e algumas serão mostradas ao grande público pela primeira vez.
 
A exposição será acompanhada por um programa paralelo que inclui visitas orientadas, um ciclo de cinema e o lançamento do catálogo Visões do Império.

Sobre os comissários da exposição

Joana Pontes é licenciada em Psicologia pela Universidade de Lisboa, fez estudos em Cinema na Escola Superior de Teatro e Cinema, na RTP e na BBC. Em 2003, concluiu o Programa Avançado em Jornalismo Político na Universidade Católica de Lisboa. Em 2018, doutorou-se em História na especialidade de Impérios, Colonialismo e Pós-Colonialismo, pelo ISCTE-IUL, tendo sido bolseira da Fundação da Ciência e Tecnologia. A dissertação, Sinais de Vida, Cartas da Guerra 1961-1974, foi publicada em 2019 pela editora Tinta da China tendo obtido o prémio Fundação Calouste Gulbenkian para a História Moderna e Contemporânea, da Academia Portuguesa da História. Dedica-se à escrita e realização de documentários, leccionando nessa área. Em 2007 recebeu o Grande Prémio da Lusofonia pelo documentário O Escritor Prodigioso, filme sobre a vida de Jorge de Sena, de que é autora e realizadora. Em 2011, recebeu o prémio da Sociedade Portuguesa de Autores pela realização e co-autoria de argumento do filme As Horas do Douro. Em 2018, recebeu o prémio Fernando de Sousa pela realização e co-autoria da série Europa 30. Tem editados em DVD, Portugal, Um Retrato Social, As Horas do Douro e a série O Valor da Liberdade - diálogos sobre as possibilidades do humano.
 
Miguel Bandeira Jerónimo (PhD History, King’s College, Universidade de Londres) é Professor Associado em História na Universidade de Coimbra (Portugal), na Faculdade de Letras, no Departamento de História, Estudos Europeus, Arqueologia e Artes. É ainda investigador do Centro de Estudos Sociais (UC) e Professor e co-coordenador científico do programa de doutoramento em Patrimónios de Influência Portuguesa (III/CES-UC). Os seus interesses de pesquisa centram-se na História global e comparada do imperialismo e do colonialismo (Sécs. XVIII-XX) e na História Internacional e Transnacional. Tem publicado com regularidade, em Portugal e no estrangeiro, em editoras e revistas de referência. Recentemente, publicou, em co-autoria, História(s) do Presente (Tinta-da-China/Público, 2020) e co-editou Internationalism, Imperialism and the Formation of the Contemporary World (Palgrave, 2017) e Os Impérios do Internacional (Almedina, 2020). Coordena o projecto internacional The worlds of (under)development: processes and legacies of the portuguese colonial empire in a comparative perspective (1945-1975), financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia.

06.05.2021 | by Alícia Gaspar | colonialismo, exposição, fotografia, império colonial português, Padrão dos Descobrimentos, visões do império

Projecto Tomate - Exibição

Inauguração dia 7 de Maio às 17h30m na Galeria Paiol.

01.05.2021 | by Alícia Gaspar | corpo, exibição, pobreza, projecto tomate, trabalho

Memorializar e descolonizar a cidade (pós)colonial - debates

Por ocasião do lançamento do projeto ReMapping Memories Lisboa e Hamburgo, Lugares de Memória (Pós)Coloniais, levado a cabo pelo Goethe-Institut, têm lugar uma série de discussões abertas sobre a cidade. Iremos debater temas como as marcas coloniais visíveis na cidade e nos corpos de quem a habita; a luta anti-colonial e a inscrição africana e afrodescendente no espaço metropolitano; ou, de um modo mais global, políticas, abordagens e desafios do processo de “descolonização” nas cidades europeias. Os debates contarão com estudiosos, ativistas e artistas e podem ser assistidos pela FB do Goethe, do TBA e do BUALA. 

Curadoria Goethe-Institut e Marta Lança 

5, 6 e 7 de maio das 18h00 às 20h00  

Os encontros decorrem em zoom com streaming, são gravados para material do site.

Língua: dia 5 e 6: português, dia 7: alemão e português, com tradução simultânea.

O site ReMapping Memories Lisboa e Hamburgo, Lugares de Memória (Pós)Coloniais resulta de uma pesquisa, mapeamento e análise de lugares em Lisboa e Hamburgo que contam histórias de colonialidade, de resistência e disputa de memória (material e imaterial) no espaço urbano. Num processo entre várias cidades europeias, pretende-se contribuir para o não apagamento da história e da memória colonial e pós-colonial de Lisboa e Hamburgo, defendendo a igualdade na pertença e acesso à cidade, ainda segregada na sua geografia, vivência e representações. 

#ReMappingMemories

5 de maio de 2021 – 18-20h

As marcas coloniais na cidade e no corpo - Moderação: Marta Lança 


Vídeo 1 de Rui Sérgio Afonso

Isabel Castro Henriques -  Percursos históricos dos Africanos em Lisboa (séculos XV-XX)

Mamadou Ba - A geografia racial estrutura a relação entre estar na cidade e ser da cidade

António Brito Guterres - A forma (pós)colonial da Metrópole

Debate 

6 de maio de 2021 – 18-20h 

Vídeo 2 de Rui Sérgio Afonso

Inscrição de uma AfroLisboa  - Moderação: Marta Lança 

Nádia Yracema - Artista mo(nu)mento

Kalaf  Epalanga - A importância de criar um Museu da Kizomba

José Baessa de Pina (Sinho) - Como construir comunidade nos subúrbios de Lisboa 

Debate 

7 de maio 2021 – 18-20h 


Vídeo 3 de Rui Sérgio Afonso

Estratégias para descolonizar a cidade - Moderação: António Sousa Ribeiro  

Miguel Vale de Almeida - “Como abanar estátuas?” os debates sobre Descolonizar a cidade

Maria Paula Meneses - Lisboa: histórias ocultas e linhas contínuas 

Noa K. Ha - O desafio da memória pós-colonial. Legados de colonialidade na cidade

Debate

Sinopse dos debates e bios dos convidados disponível aqui.

01.05.2021 | by Alícia Gaspar | ativismo, cidade, colonialismo, debates, Descolonização, Goethe institut, Hamburg, história, lisboa, memorializar e descolonizar a cidade pós colonial, Portugal, re-mapping memories, ReMappingMemories, sociedade

Octopus e Miopia, de Ilídio Candja Candja

EXPOSIÇÃO

Octopus e Miopia é uma exposição que compõe uma selecção de processos e percurso do artista moçambicano Ilídio Candja Candja desde 2014 a 2021, que se estabeleceu na cidade de Porto, em 2006. Fazendo parte de uma geração de artistas que nascem num momento eufórico de Moçambique que culminou com a independência e um processo complexo de descolonização que ainda reclama um espaço de diálogo.

Se o Ilídio Candja nasce em 1976, um ano depois da independência de Moçambique e imprime esta consciência no seu trabalho, pensamos nas gerações pós-25 de Abril em Portugal, mas também dos territórios nacionais em África que estiveram sob domínios coloniais.
No seu processo, retraça o seu embate na tentativa do domínio ou inserção no espaço, imprimindo a sua preocupação com responsabilidade da sua sobrevivência. Com uma urgência e necessidade, desenvolve gestos e formas de organizar o sentido de um mundo exterior “caótico” que possamos apreender pelos sentidos, criando uma linguagem e um espaço imaginário através de uma capacidade de raciocínio abstracto, impregnado a partir de tintas, cores, formas, signos, símbolos, marcas sobre telas, servindo de “mediuniacção” na elaboração consciente para apreensão e construção da realidade em que ele está inserido.

– Rafael Mouzinho, curador

Ilídio Candja Candja, 'África minha'; técnicas variadas; 2018; Cortesia do artistaIlídio Candja Candja, 'África minha'; técnicas variadas; 2018; Cortesia do artista

 

curadoria
Rafael Mouzinho
data
24.04.2021
– 27.06.2021
horário
Terça e sexta: 10h-13h e 14h-18h
Sábado e Domingo: 10h-13h

mais infos.

 

29.04.2021 | by martalanca | EGEAC, Ilídio Candja Candja, Moçambique, pintura

"Formação de professores Primários e Identidade Nacional: Moçambique em tempos de mudança"

Novo livro do autor José de Sousa Miguel Lopes — Formação de professores Primários e Identidade Nacional: Moçambique em tempos de mudança


Inúmeros processos no campo político e educacional que se apresentam em Moçambique e com os quais o autor se viu confrontado mergulham suas raízes em acontecimentos da primeira década de independência (1975-1985), acontecimentos nos quais teve o privilégio histórico de participar ativamente. Vivenciou a agonia e queda do colonialismo, por força de uma luta armada de libertação nacional. Acompanhou in loco o processo que conduziu à independência de Moçambique, bem como as profundas transformações que se seguiram e que levaram o país a se envolver num projeto de construção do socialismo. Encontrou-se, pois, colocado face a face a um processo de ruptura política, econômica e social que vai fazer emergir uma nova nação, atravessada por divisionismos de todo o tipo, como o racismo, o tribalismo, o regionalismo, a opressão da mulher e pelo choque de valores culturais da sociedade tradicional feudal, da sociedade colonial e da nova sociedade socialista que se pretendia implantar.

Na década que precedeu a independência, foi professor primário em várias escolas da Região Sul do país. É nesse período que, progressivamente e de forma muitas vezes contraditória, vão avolumando-se discordâncias em relação ao ensino colonial, quer ao nível de seus pressupostos político-ideológicos, quer no campo pedagógico. Sua experiência de trabalho docente forjou-se, pois, no contato cotidiano com a perversidade do colonialismo, que discriminava a presença de negros, sempre uma minoria nas escolas, e que impunha programas de ensino completamente desligados da realidade.

Contudo, foi no ano de independência de Moçambique (1975) que o autor teve a possibilidade de iniciar, a outro nível, um processo de trabalho no campo de formação de professores primários. Com efeito, nesse ano foi chamado para trabalhar no Ministério da Educação e Cultura, tendo desenvolvido atividades durante cinco anos na Comissão de Formação de Quadros[1], estrutura que tinha por tarefa dirigir a formação inicial e em exercício dos professores do ensino primário (1ª a 4ª classes) em todo o país. Nesse período, foram criados 10 centros de formação de professores primários (um por província), os formadores de professores (instrutores) foram preparados, elaboraram-se os currículos, os programas de ensino, os textos de apoio, selecionaram-se livros didáticos, definiram-se critérios de seleção de alunos, foi elaborado o sistema de avaliação, o regimento do estágio, o regimento interno dos centros de formação de professores primários, definiu-se a articulação com a escola anexa e com a comunidade.

Em 1979, um novo ciclo se abre ao autor, quando foi indicado como Diretor Provincial de Educação e Cultura de Maputo (província que englobava a capital do país), tarefa que foi desempenhada pelo período de cinco anos. Nesse período, intensificou-se a guerra em Moçambique: primeiro, mediante a agressão do regime racista da Rodésia do Sul e, depois, por meio de ação armadas do regime sul-africano. Num contexto de guerra, novos desafios se apresentavam. Como fazer funcionar a educação e todos os outros setores de atividade econômica e social? Como garantir que a nação que estava emergindo não caísse sob novas tutelas, perdendo uma soberania tão duramente conquistada?

Em 1984, foi chamado, de novo, a trabalhar no Ministério da Educação, onde passou a trabalhar por um período de cinco anos, na Direção Nacional de Formação de Quadros de Educação. Essa estrutura passou a dirigir a administração unitária do Subsistema de Formação de Professores e a formação e aperfeiçoamento dos técnicos de educação. Assistiu-se, nesse período, a uma intensificação sem precedentes da guerra de agressão movida pelo regime do apartheid. De novo, emergiram reflexões sobre a edificação do homem moçambicano e da sociedade pluricultural em que ele se encontrava inserido. Eram várias as etnias, várias as línguas, em suma, várias culturas num mesmo espaço geográfico chamado Moçambique.

Todas essas questões acabaram por fazer emergir novos desafios no sentido de definir o que configura a identidade nacional e sua relação com a educação. É todo o envolvimento com o processo descrito que incitou o autor a penetrar de forma mais profunda e elaborada nas inúmeras facetas que estão presentes no binômio formação de professores primários/identidade nacional nos primeiros 10 anos de independência de Moçambique.

Como enfrentar, no campo social, o ressurgimento de antigos divisionismos (de ordem tribal, racial e de gênero) que poderiam pôr em causa o projeto de construção da nação moçambicana? Qual papel cabe à educação e, em particular, aos educadores?

Este livro, de 336 páginas, vai, por um lado, procurar cobrir a exiguidade de estudos que abordem essa problemática no caso moçambicano e, por outro, vai tentar oferecer subsídios para aqueles que acreditaram/acreditam na construção de uma sociedade livre, justa e soberana, onde, entre outras coisas, a educação e, em particular, a formação de professores primários, possam, de algum modo, contribuir para a formação da cidadania, sem prejuízo da diversidade cultural presente no tecido social moçambicano.

Ao analisar o caso moçambicano, procurou priorizar, no campo educativo, a vertente da formação de professores primários, pois é essa vertente que é decisiva para a formação da identidade nacional.

Nenhuma medida política para o problema da formação da identidade nacional será bem-sucedida se ela não conduzir a uma clara emancipação econômica para a maioria dos seus habitantes, se não assegurar um desenvolvimento nacional equilibrado. Na persecução desse princípio, a formação de professores primários, ainda que de forma modesta, poderá dar o seu contributo.

28.04.2021 | by Alícia Gaspar | educação, identidade nacional, José de Sousa Miguel Lopes, livro, moçambicanidade, Moçambique, professores, sistema educativo

Cinemas pós-coloniais e periféricos - ebook

Este é o terceiro volume da série de publicações  intitulada Cinemas pós-coloniais e periféricos, produzida no âmbito do GT homônimo da Socine – Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual. Esta rede de pesquisadores dedica-se aos estudos pós-coloniais a partir do cinema e suas implicações políticas e estéticas no campo das artes em geral.

De acordo com pensadoras e pensadores latino-americanos, como Maria Lúgones, Walter Mignolo e Nelson Maldonado-Torres, o discurso central da suposta universalidade do projeto da modernidade trouxe como consequência a eliminação de saberes e culturas locais, ancestrais, comunitárias e não industriais ligadas aos antigos povos originários. A justificativa utilizada para tal epistemicídio corresponde à celebração da participação de tais grupos na “civilização ocidental” moderna, cuja composição social é marcada pelo racismo estrutural. Portanto, o que é entendido como periférico, subalterno ou marginal revela-se como um importante aparato, uma construção social amplamente demarcada pelo biopoder, um tipo de poder regulador de vidas (e de mortes) bem como um índice de determinação das ficções e das representações acerca da vida do “outro”.

É nessa ampla corrente epistêmica, intelectual e política dos estudos pós-coloniais que esta coletânea se insere, uma área interdisciplinar que agrega vários saberes das Humanidades, desde a Crítica Literária aos Estudos Artísticos. Grande parte dos pesquisadores e pesquisadoras reunidos tanto neste volume quanto nos dois anteriores mostra um esforço inédito no campo do cinema, no caso do Brasil, no questionamento de nossa historiografia, filmes, bibliografias e referências canônicas.

Download do livro disponível aqui.

23.04.2021 | by Alícia Gaspar | cinema, civilização ocidental, colonialismo, cultura, ebook, pós-colonialismo, racismo estrutural

SINTIDUS: chamada para artigos | número especial natureza-sociedade

SintidusRevista de Estudos Científicos e Interdisciplinares da Universidade Lusófona da Guiné abre chamada para artigos para aquele que virá a ser o número especial natureza-sociedadeA chamada para artigos permanecerá aberta até 15 de junho de 2021.


A interface natureza-sociedade tem sido amplamente discutida através de diferentes perspetivas interdisciplinares e tem merecido renovada atenção no âmbito do presente contexto climático. Este número especial pretende refletir sobre o cruzamento entre a sociedade e a natureza no contexto dos desafios socioecológicos contemporâneos tendo a Guiné-Bissau como foco agregador.

A contemporaneidade guineense é marcada por fenómenos, processos e contextos que servem de inspiração a esta chamada para artigos, mas que não esgotam as possibilidades de análise.

Entre eles nomeamos alguns que julgamos importantes para contribuir para pensar a sustentabilidade, a justiça ambiental e a coexistência, tais como:

(a) a pesca, diversa relativamente aos tipos e esforços de captura, é uma importante fonte de receita nacional e importante fonte de alimento e de renda;

(b) a produção de castanha de caju, também relevante do ponto de vista da geração de receita nacional e familiar, transformou consideravelmente as paisagens socioambientais;

(c) a desflorestação e a exploração capitalista de recursos florestais, mencionada várias vezes nos meios de comunicação, tem merecido menos atenção pela academia;

(d) as dimensões socioecológicas das áreas protegidas, que atualmente representam uma parte considerável do território guineense, aparecem como fundamentais para a continuidade dos modos de vida rurais;

(e) a interação entre humanos e não-humanos em contextos agroflorestais é relevante para delinear futuros de coexistência;

(f) a expansão urbana apresenta desafios à ecologia e agricultura urbanas;

(g) a gestão de resíduos formal e informal, e as suas possibilidades de processamento, são cruciais à salubridade do espaço público;

(h) o aquecimento global e as alterações climáticas colocam sérios riscos à agricultura e modos de vida tais como os conhecemos;

(i) o extrativismo e os grandes empreendimentos infraestruturais acarretam impactos socioambientais e, por fim;

(j) os saberes ecológicos locais e tradicionais, e sua relação com outros saberes, merecem ser perspetivados através da noção de justiça cognitiva. Perspetivas da ecologia política, ecologia humana, história, antropologia e sociologia ambientais, e outras afins são bem-vindas.

A chamada para artigos para este número especial permanecerá aberta até 15 de junho de 2021Solicitamos envio de artigos para sintidus.revista@gmail.com. As normas para autores podem ser consultadas em http://sintidus.blogspot.com/p/instrucoes-para-autores.html

A organização deste número especial conta com a participação de Ilsa Cá e Sá (Centro de Estudos Sociais Amílcar Cabral, CESAC), Joana Sousa (Centro de Estudos Sociais, Universidade de Coimbra, CES-UC), Raul Fernandes (Universidade Amílcar Cabral, UAC) e Rui Sá (Centro de Administração e Políticas Públicas - Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, Universidade de Lisboa, CAPP/ISCSP).

22.04.2021 | by Alícia Gaspar | chamada para artigos, Guiné Bissau, natureza, revista, revista de estudos científicos e interdisciplinares, Sintidus, sociedade

A new biography of one of Africa’s seminal anti-colonial thinkers and activists

On 20 January 1973, the Bissau-Guinean revolutionary Amílcar Cabral was killed by militants from his own party.

Despite Cabral’s assassination, Portuguese Guinea became the independent Republic of Guinea-Bissau. The guerrilla war that Cabral had started and led precipitated a chain of events that would lead to the 1974 Carnation Revolution in Lisbon, toppling the forty-year-old authoritarian regime. This paved the way for the rest of Portugal’s African colonies to achieve independence.

Written by a native of Angola, Amílcar Cabral: The Life of a Reluctant Nationalist narrates Cabral’s revolutionary trajectory, from his early life in Portuguese Guinea to his death at the hands of his own men. Using recently opened state security police archives, the book details his quest for national sovereignty, beleaguered by the ethnic-based identity conflicts the national liberation movement struggled to overcome. Through the life of Cabral, António Tomás critically reflects on existing ways of thinking and writing about the independence of Lusophone Africa. 

António Tomás is Associate Professor in the Graduate School of Architecture at the University of Johannesburg. He holds a PhD in Anthropology from Columbia University, in New York. He has worked as a journalist in Angola and Portugal and has written extensively on issues related to Lusophone Africa.

20.04.2021 | by Alícia Gaspar | activist, Africa, Amílcar Cabral, anticolonialism, history

Ciclo Mundos 2021 - 27 de Abril

LUCA ARGEL | Samba de Guerrilha


 Cantor e compositor brasileiro vem para Portugal em 2012. É mestre em Literatura pela Universidade do Porto. Divide o tempo entre os palcos e outros projectos, como trilhas sonoras para dança e cinema, programas de rádio e podcasts dedicados à música brasileira. Tem livros de poesia publicados no Brasil, Espanha e em Portugal. Um deles foi semifinalista do Prêmio Oceanos 2017, considerado um dos prêmios literários mais importantes entre os países de língua portuguesa. 

Samba de Guerrilha que vai apresentar pela primeira vez ao vivo no Teatro da Trindade é o seu quarto disco. Um álbum conceptual em que o músico radicado no Porto traça a história política do samba, lembrando os “protagonistas esquecidos” da luta contra a escravatura e a ditadura militar e onde presta homenagem aos intérpretes que tentaram fazer frente ao racismo estrutural do país.

 

20.04.2021 | by Alícia Gaspar | Brasil, ciclo mundos 2021, concerto, luca argel, Portugal, samba de guerrilha

Companhia de Dança de Almada celebra o Dia da Dança dentro e fora de portas

Para assinalar o Dia da Dança celebrado a 29 de abril, em 2021 a Companhia de Dança de Almada (Ca.DA) aceitou o desafio de se mostrar fora de portas, ao mesmo tempo que apresenta novos talentos à sua cidade natal.

CaDA. Escola.CaDA. Escola.

O programa comemorativo inicia-se a 22 de abril, com a estreia de um espetáculo composto por criações de Maria José Bernardino, Raquel Tavares e Luís Malaquias, coreógrafos residentes nesta cidade, que há vários anos têm demonstrado o seu valor e potencial artístico. O programa tripartido “Amebas Traidoras” + “Gifted” + “Cinza”, da Companhia de Dança de Almada, pode ser visto no Auditório Fernando Lopes-Graça, em Almada, pelas 21h.

A 24 de abril, integrado na primeira edição do festival “Borders of Nature - Borders of Culture” organizado pela companhia Polski Teatr Tańca - Polish Dance Theatre, é apresentado online o videodança “Sete Dias de Inverno”, realizado por Henrique Pina, a partir da coreografia de Bruno Duarte. O videodança pode ser visto durante 48h, com acesso livre, na plataforma VoD do Polish Dance Theatre. Mais informações em http://ptt-poznan.pl/pl/timeline/en

Por sua vez, a 29 de abril em S. João da Madeira, está prevista a apresentação da Companhia de Dança de Almada na “A Cidade Dança”, evento com a curadoria de São Castro. As performances “Marvel”, de Luís Marrafa e “Noir”, de Bruno Duarte compõem um programa bipartido, a ver na Casa da Criatividade, pelas 19h.

Em Almada, o Dia da Dança é assinalado com um espetáculo dedicado a jovens intérpretes formados na Ca.DA Escola. Resultante do trabalho das disciplinas de Repertório Clássico e Dança Contemporânea, o programa foi desenvolvido pelos alunos do Curso Básico e Secundário de Dança (ensino articulado) e do Curso Vocacional, sob a orientação dos professores Maria Franco, Carla Albuquerque e Bruno Duarte. Para ver no Auditório Fernando Lopes-Graça, em Almada, às 21h.

Celebrado desde 1982, a 29 de abril, o Dia da Dança foi instituído pelo CID - Conselho Internacional de Dança, Unesco. É assinalado em todos os países do mundo por milhões de bailarinos, tanto profissionais como amadores. Tem como propósito chamar a atenção para a arte da dança.

CaDA. Comemoração do dia mundial da dança. Pedro SoaresCaDA. Comemoração do dia mundial da dança. Pedro Soares

Amebas Traidoras. CaDA. Joana Casado.Amebas Traidoras. CaDA. Joana Casado.

22 abril | 21:00

Auditório Fernando Lopes-Graça, Almada

Amebas Traidoras + Gifted + Cinza | ESTREIA

Companhia de Dança de Almada

informações e reservas: auditorio@cma.m-almada.pt, 212 724 927/20 (4.ª a 6.ª-feira, das 14h30 às 18h, sáb., das 15h às 18h)

preço do bilhete: 6 euros (-50% para jovens e seniores)

24 abril | 19:00 (hora em Portugal)

Plataforma VoD em https://www.vod.ptt-poznan.pl/

Sete Dias de Inverno (videodança)

Companhia de Dança de Almada

informações: http://ptt-poznan.pl/pl/timeline/en

livre acesso por 48 horas

29 abril | 21:00

Auditório Fernando Lopes-Graça, Almada

Comemoração do Dia da Dança

Ca.DA Escola

informações e reservas: escola@cdanca-almada.pt | 212 500 145 (2.ª a 6.ª-feira, das 16h às 20h)

preço do bilhete: 2,5 euros (preço único)

29 abril | 19:00

Casa da Criatividade, S.João da Madeira

Marvel + Noir

Companhia de Dança de Almada

informações: casadacriatividade@cm-sjm.pt | 962 145 716

CaDA. Cinza. Joana Casado.CaDA. Cinza. Joana Casado.

20.04.2021 | by Alícia Gaspar | Almada, arte, corpo, dança, dia da dança, evento

CIAJG | Novo Ciclo de Exposições: "Nas margens da ficção"

No próximo dia 16 de abril, às 17h00, o Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG) dá início a um novo programa artístico do museu, intitulado Nas margens da ficção, com curadoria geral de Marta Mestre, que será assinalado pela inauguração de 8 exposições inéditas com intervenção de vários artistas e novos diálogos com a coleção permanente de José de Guimarães. As novas exposições poderão ser visitadas gratuitamente no dia de abertura até às 21h00. 

“Nas margens da ficção” sucede a “Para além da história” (2012-2020), programa com a autoria de Nuno Faria e que fundou o carácter reflexivo e curatorial do CIAJG, definindo a sua matriz de exposições inéditas inspiradas nas especificidades do acervo do museu, do território e do mundo.

Os caminhos da ficção, tal como pensados neste novo programa, continuam o carácter reflexivo do CIAJG, ao mesmo tempo que apontam para alternativas à experiência da História. A dimensão subjetiva e irregular da ficção, tal como aqui é entendida, diz respeito ao museu em primeiro lugar. Espaço tradicional da purificação dos discursos, mas também crise entre objetos, subjetividades e ideias, importa repensar o seu sistema de montagem (a tesoura, que aparece amiúde no trabalho de José de Guimarães, é uma das imagens-guia do programa). 

De baixo para cima, do piso -1 ao piso 1, as Exposições que agora se inauguram percorrem várias dimensões da ficção e vão para além da mesma. O tema “fundacional” do Colosso de Pedralva, um caso local de arqueologia especulativa que institui a história como anedota. Um teatro de personagens insólitos, de Fernão Cruz. A máquina do mito, com Horácio Frutuoso, José de Guimarães, Kiluanji Kia Henda, Manoel de Oliveira e Anna Francheschini. As verdades e as ficções do “pasado”, com Rodrigo Hernández. Néons de letras e a desconstrução do signo, por José de Guimarães. “Cosmic Tones”, de Francisca Carvalho. O cinema de Sarah Maldoror em curto-circuito com a Sala das Máscaras. A transmissão e a emancipação nas “maternidades” africanas da coleção de José de Guimarães, e no trabalho de Yasmin Thayná, Maria Amélia Coutinho e Carla Cruz. As tradições do contar e do narrar dos povos de Cabinda em articulação com o “Alfabeto Africano” de José de Guimarães.

Para assinalar este momento, editamos um “Glossário para Nas margens da ficção”, que pode ser descarregado como PDF. Conta com verbetes de autores e autoras de várias nacionalidades, textos inéditos e republicações, tais como, “Monstros” (Eduarda Neves), “Máquina Mitológica” (Vinicius N. Honesco), “FC/SF - Especulações sobre uma ficção científica tecno-afro-xamânica-feminista” (Patrícia Mourão e Luiza Proença), “Anedota” (Eduardo Sterzzi), “Pangolim” (Sénamé Koffi Agbodjinou), “Realidade” (Matheus Rocha Pitta), “Ficção” (Tatiana Salem Levy), “Museu para o séc. XXI” (Pollyanna Quintella), “Narrador Narrações” (José Marmeleira), “Oralidade” (Tiago Pereira), “Storytelling e Antropologia” (Filipe Verde), “Talismã” (Marta Mestre), “Fim do Mundo” (Yuri Firmeza), “Especulação” (Musa Paradisíaca), “Diorama” (Marta Jecu), Bestiário VII. Colosso Colossal (Pedro G. Romero), entre outros.

Há ainda para descarregar em PDF o Jornal de Exposição com os textos de sala e contribuições da artista Carla Cruz e de João Pedro Sousa (Bolsa de investigação em Antropologia CRIA. ISCTE/ CIAJG. Oficina _ FCT).

NAS MARGENS DA FICÇÃO

SALAS 1 – 8  
COLEÇÃO 
José de Guimarães  
Arte Africana  
Pré-Colombiana  
e Antiga Chinesa  

SALA 2  
MISTÉRIOS DO FOGO  
A música portuguesa a gostar dela própria  

Carla Cruz  

José de Guimarães  
Maria Amélia Coutinho  
“Maternidades” africanas da coleção de José de Guimarães  
Yasmin Thayná  

SALA 3  
SALA DAS MÁSCARAS CONVIDA…  
Sarah Maldoror  

SALA 4  
COSMIC TONES  
Francisca Carvalho  

SALAS 5 – 6  
SIGNOS SINAIS  
José de Guimarães  

SALAS 7 – 8  
“PASADO”  
Rodrigo Hernández  

SALAS 9 – 11  
MITOS… NON… AVESSO  
Anna Franceschini  
Horácio Frutuoso  
José de Guimarães  
Manoel de Oliveira  
Kiluanji Kia Henda  

SALA 10  
QUARTO BLINDADO  
Fernão Cruz  

SALAS 12 – 13  
COMPLEXO COLOSSO  
Alisa Heil e André Sousa  
Andreia Santana  
Carla Filipe  
Gareth Kennedy  
Jeremy Deller  
José de Guimarães  
Jorge Barbi  
Jorge Satorre  
Lola Lasurt  
NEG: Nova Escultura Galega  
Pedro G. Romero  
SAL Joaquim António Salgado de Almeida  
Taxio Ardanaz  

Curador convidado 

Ángel Calvo Ulloa

Horário 

Terça a Sexta  10h00 – 17h00   
Sábado e Domingo  11h00 – 13h00

13.04.2021 | by Alícia Gaspar | alfabeto africano, Anna Francheschini, ciajg, exposição, história, Horácio Frutuoso, José de Guimarães, kiluanji kia henda, Manoel de Oliveira, marta mestre, Museu, nas margens da ficção

Galeria MOVART apresenta “Matéria Vital” de António Ole

A galeria MOVART reabre portas no dia 15 de abril, quinta-feira, com a exposição Matéria Vital de António Ole. Trata-se da primeira individual do artista de origem angolana em Lisboa desde 2016, ano em que inaugurou a sua importante retrospetiva Luanda, Los Angeles, Lisboa, no Museu Calouste Gulbenkian.

Matéria Vital tem curadoria de Ana Balona de Oliveira e reúne obras de diversos períodos do multifacetado percurso artístico de mais de cinquenta anos de António Ole (Luanda, 1951). “Realizadas em vários meios, da escultura à fotografia, do desenho ao vídeo, estas obras colocam em evidência a atenção que Ole tem dedicado à natureza e aos seus elementos e matérias vitais”, explica a curadora. 

Corpo Fechado - António Ole. Cortesia do artista e da galeria Movart Corpo Fechado - António Ole. Cortesia do artista e da galeria Movart “A terra, a água, o fogo e o ar assumem aqui inúmeras formas que, no seu conjunto, convidam a uma percepção planetária e a uma consciência ecológica não só da coabitação, mas, sobretudo, da interdependência entre formas de vida humana e não-humana (animal, vegetal, mineral) – assunto vital (vital matter), para cuja premência e urgência a própria realidade pandémica veio, mais do que nunca, alertar”, sublinha Balona de Oliveira. “A sobrevivência do humano no nosso planeta dependerá desta consciência profunda, aliada a formas de acção consequentes. As lições a aprender constituirão modos de desaprender a obsessão pelo desenvolvimento e pelo crescimento económicos e pela constante aceleração da produção e do consumo às custas do necessário equilíbrio ambiental”. 

O novo projeto do artista, que é um nome incontornável do panorama angolano e internacional, interpela reflexões sobre a crise ambiental, associadas a dinâmicas de exploração, extração e violência, que persistem globais e coligadas ao sistema colonial. A obra de Ole tem influenciado as gerações mais jovens de artistas de origem africana e apoiado a reconfiguração das histórias da humanidade e, muito em particular, da história de Portugal na sua relação crítica com as culturas e comunidades afro-portuguesas. 

A exposição Matéria Vital poderá ser visitada na MOVART Lisboa até ao dia 9 de junho, de terça a sexta das 10h às 18h30 e ao sábado entre as 10h e as 13h. A admissão no espaço encontra-se limitada a 5 pessoas em simultâneo, é obrigatório o uso de máscara facial e o cumprimento das normas das normas da DGS a respeito do distanciamento social.

***

ANTÓNIO OLE (Luanda, 1951). Estudou Cultura Afro-Americana e Cinema na UCLA (University of California, Los Angeles). Ao longo de cinco décadas, tem desenvolvido um trabalho eclético com recurso ao desenho, pintura, colagem, escultura, instalação, fotografia, vídeo e cinema. Inspira-se na arte tradicional como estímulo para desenvolver um discurso contemporâneo adequado ao seu tempo e circunstância. Os diferentes modos de utilização das práticas expressivas clássicas africanas atravessam toda a sua obra.

Entre as suas exposições individuais mais recentes, destacam-se: António Ole – 50 anos, Passado, Presente e Futuro (2019), Galeria do Banco Económico, Luanda, Angola; Projecto a Solo (2017), Feira de Arte FNB Joburg art Fair, Joanesburgo, África do Sul; Luanda, Los Angeles, Lisboa(2017), Museu Calouste Gulbenkian, Lisboa, Portugal; e António Ole. Memória e Esquecimento (2013), Fundação Carlos de Amberes, Madrid, Espanha.

Das exposições coletivas em que participa desde 1967, destacam-se: 57ª, 56ª e 55ª Bienal de Arte de Veneza (2017, 2015, 2013), Itália; Sentido em Deriva (2013), Culturgest, Lisboa, Portugal; Elos de Lusofonia (2011), Museu Histórico Natural, Rio de Janeiro, Brasil; Who Knows Tomorrow(2010), Alte Nationalgalerie, Berlim, Alemanha; Artists in Dialogue (2009) com Aimé Mpane, National Museum of African Art-Smithsonian Institution, Washington DC, E.U.A. O seu trabalho foi premiado em Angola, Portugal e Cuba e encontra-se representado em inúmeras coleções públicas em Portugal, Angola, África do Sul, E.U.A., Alemanha, França e Cuba.  

13.04.2021 | by Alícia Gaspar | Ana balona de oliveira, António Ole, exposição, exposição matéria vital, galeria movart, lisboa, Luanda, panorama angolano e internacional, reabertura

O Riso dos Necrófagos - Teatro GRIOT

Teatro Griot | O Riso dos Necrófagos Teatro Griot | O Riso dos Necrófagos O Riso dos Necrófagos começa nos vestígios da Guerra da Trindade encontrados na ilha de São Tomé, pela encenadora Zia Soares e pelo músico Xullaji, nas bocas dos que a viveram e dos que a ouviram contar, relatos de memórias desfocadas pela passagem do tempo. 

Nesta guerra os mortos foram amontoados em valas comuns ou no fundo do mar, num exercício de violência, perpetrado pelo invasor que acredita que, ao despojar os mortos dos seus nomes, os condena ao esquecimento. Mas para os santomenses, são presenças na ilha como símbolo encarnado e, para celebrá-los, anualmente no dia 3 de fevereiro, cumprem um itinerário ritualístico, desfilando ao longo de várias horas numa marcha amplificadora de falas, cantos, risos e sons que saem de corpos convulsos.

O Riso dos Necrófagos é prolongamento desse percurso celebratório, entrópico, onde os atuantes manipulam tempos e imagens, desossam e riem do delírio, reconfigurando os vestígios e os fragmentos do morticínio, a partir da ideia de celebração - a festa, a liturgia e os aspetos ritualísticos do quotidiano.

O Teatro GRIOT é uma companhia de atores cujo trabalho se desenvolve a partir da tensão entre corpo e território, imaginários coletivos e individuais, operando num espaço de intersecção de territórios geográficos e simbólicos como ponto nevrálgico de um movimento artístico de contra-memória.

Agenda:

20 ABR 2021
TER 19:00

21 ABR 2021
QUA 19:00

22 ABR 2021
QUI 19:00

23 ABR 2021
SEX 19:00

Mais informações em Culturgest

10.04.2021 | by Alícia Gaspar | arte, o Riso dos Necrófagos, São Tomé e Príncipe, teatro, teatro griot, Zia Soares

REVOLUÇÃO, HISTÓRIA E DEMOCRACIA - Programa de Iniciativas do IHC pelo Aniversário do 25 de Abril

Ciclo de iniciativas do Instituto de História Contemporânea, a pretexto de mais um Aniversário do 25 de abril de 1974.

Todas as iniciativas serão transmitidas no canal youtube do Instituto. Participam nas iniciativas: José Pedro Castanheira, Amália Rodrigues, Manuel Deniz Silva, Miguel Carvalho, Nuno Domingos, Raquel Ribeiro, Flávio Almada (lbc), Inês Galvão, Amílcar Cabral, Susana Peralta, Ana Ferreira, Cláudia Ninhos, Jorge Pedreira, Inês Brasão, João Leal, Inácia Rezola, Pedro Rei Silva, Edgar Silva, Pedro Ramos Pinto, Madalena Meyer Resende, António Costa Pinto, Pedro Aires de Oliveira, Rita Narra Lucas, Luís Trindade, Ricardo Noronha, Rita Luís, Rui Lopes.

09.04.2021 | by Alícia Gaspar | 1974, 25 de abril, democracia, história, instituto de história contemporânea, liberdade, revolução

Cycle de conférences publiques The Empire Writes Back - la réponse des peuples colonisés à l'empire portugais

Conférences publiques en ligne sur inscription

Pour obtenir les accès à zoom, écrire à stephanie.cavallero@unige.ch au plus tard le jour de la conférence avant midi.

J’ai le plaisir de vous annoncer le nouveau cycle de conférences de l’unité de portugais. En attendant de pouvoir vous voir en personne à la prochaine année universitaire, j’espère que vous serez nombreux à vous joindre à nous par Zoom. Pour cela, il faudra écrire à la secrétaire de l’unité, Mme Stéphanie Cavallero pour obtenir l’accès et laisser votre nom (de préférence celui qui s’affichera sur votre fenêtre Zoom). Les conférences se dérouleront dans la langue du titre respectif. Pour plus d’informations consulter la page https://www.unige.ch/lettres/roman/unites/portugais/actualites/modernidade-e-modernismos-em-portugues-rotas-erros-roteiros-utopias/ .


09.04.2021 | by Alícia Gaspar | colonialisme, colonies, conférences publiques, empire portugais, Portugal

Ruy Duarte de Carvalho | 80 anos | ciclo de conversas online

Passam, em Abril, 80 anos sobre o nascimento de Ruy Duarte de Carvalho (1941-2010). Escritor, antropólogo, cineasta, professor universitário, Ruy Duarte de Carvalho deixou publicada uma extensa obra, atravessada de abordagens cruzadas e géneros inclassificáveis, da literatura à antropologia ou ao cinema.

Cartaz de Alejandro Levacov.Cartaz de Alejandro Levacov.
Procurando dar conta da dimensão multifacetada do seu trabalho, propomos um ciclo de conversas online* com um conjunto de investigadoras que se têm dedicado ao estudo da sua obra.
* Sala de Zoom cedida pelo c.e.m. – centro dm movimento.
https://zoom.us/j/2302601308?pwd=ZjhNRVlDc2VVeUdxeWsvTVZQblJQUT09
Meeting ID: 230 260 1308
Passcode: 123

Uma Abertura à Experiência: a Fotografia de Ruy Duarte Carvalho ao Longo do seu Projecto Etnográfico sobre os Pastores do Sul Rural de Angola | Conversa com Inês Ponte
Quarta-feira, 7 de Abril, às 18h30
Esta conversa aborda as vidas da produção fotográfica de Ruy Duarte de Carvalho (1941-2010), antropólogo angolano nascido em Portugal que, a meio da prolongada guerra civil no país (1975-2002), se envolveu com os pastores transumantes Ovakuvale da região semiárida do Sul de Angola. Durante os anos 90, Carvalho utilizou a fotografia analógica para documentar o seu trabalho de campo entre os pastores, e posteriormente empreendeu várias experiências com elas para fins etnográficos. Partindo da actual remontagem do seu arquivo pessoal após a sua morte, exploro usos públicos das suas imagens sobre os pastores durante a sua vida, para discutir as formas como as articulou através de diversos modos expressivos e iniciativas – tais como aguarelas, distintas publicações ilustradas, em duas exposições temporárias e numa peça de teatro. Oferecendo a oportunidade de nos rendermos a uma prática experimental ampla que torna o seu projeto etnográfico sobre os Ovakuvale particularmente revelador, abordo através de materiais de arquivo as orientações seguidas na apresentação dessas imagens, e dimensões temporais salientes entre o seu método de produção e esses usos e reusos posteriores, em contexto pós-colonial.
Inês Ponte é investigadora associada no ICS-ULIsboa. É antropóloga, tem pesquisado sobre fotografia e cinema, e suas relações com as ciências sociais, em particular com a antropologia, cruzando investigação com vídeo.

Ler a Nação no Cinema de Ruy Duarte de Carvalho | Conversa com Inês Cordeiro Dias
Quarta-feira, 14 de Abril, às 18h30
Esta apresentação pretende pensar os filmes de Ruy Duarte de Carvalho a partir de alguns dos seus textos sobre cinema, reunidos no livro A câmara, a escrita e a coisa dita… Vamos dar particular atenção às construções da ideia de nação nos filmes realizados nos anos 70, e de como estes pensam o que significa ser angolano num país tão diverso como é Angola.
Inês Cordeiro Dias é Professora Auxiliar de Estudos Lusófonos na Universidade de Leeds. Tem um doutoramento da UCLA e a sua pesquisa inclui cinema brasileiro, moçambicano, angolano e português.

A Realidade em Estado de Palavra: uma Conversa sobre a Escrita Dialógica de Ruy Duarte de Carvalho | Conversa com Anita Moraes
Quarta-feira, 21 de Abril, às 18h30
A produção literária de Ruy Duarte de Carvalho (1941-2010) chama a atenção pela maneira como lida com o complexo problema da representação. Já o título do seu primeiro romance, Os papéis do inglês(2000), que inaugura a trilogia Os filhos de Próspero, anuncia o carácter palpável que a palavra (na materialidade sugerida por “papéis”) tende a adquirir na sua escrita. Nesta conversa, procurarei apresentar como entendo tal processo de evidenciação da palavra nas narrativas de Ruy Duarte de Carvalho, algo perceptível desde os contos de Como se o mundo não tivesse leste (1977). Pretendo, ainda, tratar de seu permanente diálogo com os pastores Kuvale e abordar, ainda que brevemente, alguns aspectos do “Decálogo neoanimista”, texto-manifesto publicado pelo autor em 2009.
Anita Moraes é professora de Teoria da Literatura na Universidade Federal Fluminense (UFF). Os seus interesses de pesquisa voltam-se para as literaturas de língua portuguesa e envolvem as relações entre Literatura, Antropologia e os Estudos Pós-Coloniais.

30.03.2021 | by Alícia Gaspar | angola, ciclo de conversas online, cinema, escrita dialógica, etnografia, fotografia, livraria tigre de papel, Ruy Duarte de Carvalho