eu SOU ÁFRICA - 6º episódio MÁRIO KAJIBANGA - ANGOLA
Sábado dia 12, 19h - RTP2
MÁRIO Kajibanga nasceu em 1963 em Luena, Moxico, mas há 32 anos escolheu Benguela para viver e aí criar raízes e família. Define-se como um activista cultural e o trabalho que desenvolve na ONG Bismas das Acácias aprofunda a pesquisa das artes tradicionais angolanas, com acento na dança e na música. É de origem Tchokwé e a aprendizagem tradicional de iniciação para a vida, tem para ele a mesma importância da licenciatura em Ciências de Educação e História pela Universidade Agostinho Neto. Foi soldado administrativo aos 12 anos, entrou na JMPLA em 1978 e começou a fazer política cultural em 1986. Em 1995 trocou o trabalho no Estado pelo da ONG angolana ADRA, e desde aí foi um dos fundadores da Escola de Formação de Professores do Ndombe Grande e do KAT, projecto que engloba um colégio e uma editora, a única com existência fora de Luanda. Em 2010 assumiu o cargo de Director Provincial da Cultura de Benguela.
Resgatar as tradições culturais é, para Mário Kajibanga, a missão de uma vida. Sempre ligado ao desenvolvimento cultural, primeiro através da ONG ADRA e depois do projecto Bismas das Acácias, que fundou, Kajibanga acredita que só através da cultura o povo angolano pode reencontrar a sua identidade. É nessa afirmação de identidade que centra o trabalho na Direcção Provincial de Cultura de Benguela e nos Bismas das Acácias, cujo repertório mostra danças propiciatórias, danças ligadas à lavoura ou ao mundo mágico-religioso. A isto estão ligadas as revelações de uma visita ao Dombe Grande, terra dos ovimbundo, dos vandombe e dos vakuisi, conhecida pelo “feitiço” e pelos mitos de jacarés justiceiros. Terra também de novas gerações, as que Kajibanga viu crescer na escola que ajudou a fundar e aonde quer regressar quando terminar o mandato político. O seu olhar contemplativo atravessa a praia morena, um ritmo de vida calmo nesta província de acácias, a sul de Angola.